Raphael se sentiu revigorado após dormir algumas horas e agora o sol já se punha novamente. Ele levantou-se e seguiu até o quarto onde o Pastor Higgins estava se recuperando da cirurgia.
Da porta, viu que Mikael olhava atento para a tela de um notebook que haviam encontrado em uma das salas. Ficou um tempo parado ali, observando e pensando nas circunstâncias em que seus caminhos se cruzaram. Enquanto cuidava do pastor, ele havia notado alguns olhares, mas preferiu ignorar. Mikael não parecia ser gay, e se fosse, com certeza Raphael saberia. Ali, sem ser notado, ele podia admirá-lo sem ser deselegante ou inconveniente. Já havia reparado pelo seu porte físico, que era um atleta e, que possivelmente, tinha músculos bem definidos em sua pele negra.
— Pare com is
Nick olhou ao redor, e estranhou ao ver onde estava. O quarto estava exatamente como era quando tinha seus dez anos e ainda morava com seu pai em Miraculous Clearing. Cada boneca, cada bichinho de pelúcia, seus livros nas prateleiras, seu laptop rosa com adesivos de unicórnio e todos os móveis, estavam exatamente como deixava naquela época. Examinou o quarto minuciosamente com o olhar e até começou a tatear alguns objetos, como se desconfiasse que não fossem reais, até que uma rajada de vento entrou pelo vão debaixo da porta, deixando-a curiosa.Ela caminhou até a porta e a abriu, mas se conteve ao ver que a porta dava para o exterior e que o quarto onde estava se encontrava no topo de um prédio que parecia ser o da prefeitura, pois ficava no centro da cidade e era o prédio mais alto dali. Arriscou mais um passo, e ficou bem na beirada,
Gabriel sentiu o terror congelar-lhe os órgãos internos ao ouvir o que o detetive Simpson lhe disse.— Quem será aquela garota então?— ele perguntou a si mesmo — Será que foi ela que fez aquilo?Tratou de afastar esse pensamento da cabeça. Era absurdo pensar que uma garotinha de dez anos conseguiria fazer uma brutalidade daquelas com dois adultos, ainda mais um deles sendo um delegado treinado.Percebeu que Raguel não estava mais na sala e voltando a sala de espera da delegacia a encontrou estática olhando para o local onde haviam deixado a garotinha sentada, ao entrarem na delegacia.— Você viu par
Mikael programou o GPS com as coordenadas que o professor Vecchio deixou no email e deu a partida. Ao seu lado como um copiloto, Raphael segurava o aparelho celular com o cronômetro continuando a contagem de tempo iniciada por Louise assim que ligou o oxigênio do professor.— Quanto tempo ainda temos? — Mikael perguntou, sem tirar os olhos da pista — São cinquenta quilômetros até lá, na rota mais curta.— Temos pouco mais de uma hora — Raphael respondeu, enquanto colocava o cinto de segurança —, tempo de sobra, se nada nos atrapalhar.Seguiram para a avenida principal, em direção à zona sul da cidade. Era de se imaginar que o professor Jeremias Vecchio, sendo um historiador, ant
Raguel permaneceu em posição defensiva por mais alguns instantes, talvez imaginando que a criatura pudesse aparecer e atacar novamente, mas acabou por constatar que, aquela chama verde que surgiu de repente e respondia a seus comandos, havia a destruído por completo. Sentia uma corrente elétrica percorrendo todo seu corpo e todos os seus sentidos estavam mais aguçados. Não entendia de onde veio esta força, mas ela os salvou, então devia apenas ser grata.Levando uma mão às costas por sobre o ombro direito, ela sentiu o quanto essa chama, que brotava de sua pele como se fosse um novo membro do seu corpo, era densa e repetiu esse processo do lado esquerdo, constatando que eram um par, como se fossem uma espécie de asas. Concentrou-se em movimentá-las e viu que elas se dobravam ou se esticavam conforme a sua vontade.
O homem gordo e baixo tratou de ajeitar o terno e saiu apressadamente para o salão, após receber a notícia de que o General havia chegado e queria lhe ver. Não era dia de visita de rotina, mas o jovem líder das hordas nunca marcava hora ou avisava, apenas ia e sempre os pegava desprevenidos.— Meu senhor — ele disse, curvando-se em reverência, visivelmente amedrontado com a presença dele —, é uma honra recebê-lo aqui novamente!— Guarde sua bajulação e sua honra para alguém que as queira, Balthazard — ele respondeu secamente —, se quer me agradar, me dê resultados.— Prático e objetivo como sempre! — Balthazard disse, ameaçando outra reverência, mas se conteve ao lembrar-se da r
O som de batidas na porta o despertou e, ao abrir os olhos, ele pôde ver que estava em seu quarto.— O café da manhã está pronto, querido — uma voz feminina, que ele reconheceu como sendo da sua mãe, disse do outro lado da porta, despertando-o de vez —, não demore para descer, seu pai e eu estamos te esperando!O cheiro do bacon invadiu suas narinas e o fez levantar-se mais rapidamente. Estava em seu quarto, e pela janela pôde ver o sol brilhar intensamente e lá na rua, pessoas faziam suas caminhadas, ou passeavam com seus animais de estimação. Tudo estava normal, mas ele estranhou — em sua mente, ele se lembrava do terror que foi seu dia, desde o sumiço de seus pais, passando pela cena na lanchonete e culminando na batalha contra a garota demônio na delegac
Raphael mal conseguiu dormir pensando naquele beijo, mas sentia-se bem-humorado e bem disposto. Preparava um café reforçado para seu paciente, que provavelmente acordaria faminto e precisava se recuperar logo para que eles pudessem voltar ao hospital.No início ele pensou que talvez Mikael o tenha beijado por carência, devido a ele ter oferecido ajuda no momento em que ele mais precisava, mas lembrando da paixão com que ele o abraçou e a força com que o beijou, concluiu que o sentimento era real e recíproco, mesmo assim, temia que algo mudasse quando o pai dele se recuperasse. Como um Pastor reagiria ao relacionamento gay do filho? E se ele não aprovar, será que Mikael vai desafiá-lo, ou será o fim desse sonho que acabou de começar?O jeito era segurar a ans
Por mais que quisesse ficar e descobrir a importância do homem que acabara de salvar e porquê ele estava em coma induzido com aquelas instruções para sua reanimação em cima da mesa, ela teve que sair, porque mais uma situação precisava de sua intervenção.Ela dizia para si mesma que aquilo era um dom e que devia continuar, mas já estava começando a pensar que talvez fosse uma maldição. Nunca pôde ter sua própria vida e vivia fazendo emendas na vida dos outros. Talvez realmente fosse uma bênção na vida dessas pessoas, mas e quanto à sua própria vida? Será que um dia poderia voltar a ter uma, como tinha quando vivia com seus pais, ou mesmo quando ela e a mãe se mudaram para Paris, antes de começar a ter esses sonhos e essas visões e antes dessas vozes começarem a atormentá-la? Será que nunca poderia ter amigos, criar raízes, se apaixonar o