O homem gordo e baixo tratou de ajeitar o terno e saiu apressadamente para o salão, após receber a notícia de que o General havia chegado e queria lhe ver. Não era dia de visita de rotina, mas o jovem líder das hordas nunca marcava hora ou avisava, apenas ia e sempre os pegava desprevenidos.
— Meu senhor — ele disse, curvando-se em reverência, visivelmente amedrontado com a presença dele —, é uma honra recebê-lo aqui novamente!
— Guarde sua bajulação e sua honra para alguém que as queira, Balthazard — ele respondeu secamente —, se quer me agradar, me dê resultados.
— Prático e objetivo como sempre! — Balthazard disse, ameaçando outra reverência, mas se conteve ao lembrar-se da r
O som de batidas na porta o despertou e, ao abrir os olhos, ele pôde ver que estava em seu quarto.— O café da manhã está pronto, querido — uma voz feminina, que ele reconheceu como sendo da sua mãe, disse do outro lado da porta, despertando-o de vez —, não demore para descer, seu pai e eu estamos te esperando!O cheiro do bacon invadiu suas narinas e o fez levantar-se mais rapidamente. Estava em seu quarto, e pela janela pôde ver o sol brilhar intensamente e lá na rua, pessoas faziam suas caminhadas, ou passeavam com seus animais de estimação. Tudo estava normal, mas ele estranhou — em sua mente, ele se lembrava do terror que foi seu dia, desde o sumiço de seus pais, passando pela cena na lanchonete e culminando na batalha contra a garota demônio na delegac
Raphael mal conseguiu dormir pensando naquele beijo, mas sentia-se bem-humorado e bem disposto. Preparava um café reforçado para seu paciente, que provavelmente acordaria faminto e precisava se recuperar logo para que eles pudessem voltar ao hospital.No início ele pensou que talvez Mikael o tenha beijado por carência, devido a ele ter oferecido ajuda no momento em que ele mais precisava, mas lembrando da paixão com que ele o abraçou e a força com que o beijou, concluiu que o sentimento era real e recíproco, mesmo assim, temia que algo mudasse quando o pai dele se recuperasse. Como um Pastor reagiria ao relacionamento gay do filho? E se ele não aprovar, será que Mikael vai desafiá-lo, ou será o fim desse sonho que acabou de começar?O jeito era segurar a ans
Por mais que quisesse ficar e descobrir a importância do homem que acabara de salvar e porquê ele estava em coma induzido com aquelas instruções para sua reanimação em cima da mesa, ela teve que sair, porque mais uma situação precisava de sua intervenção.Ela dizia para si mesma que aquilo era um dom e que devia continuar, mas já estava começando a pensar que talvez fosse uma maldição. Nunca pôde ter sua própria vida e vivia fazendo emendas na vida dos outros. Talvez realmente fosse uma bênção na vida dessas pessoas, mas e quanto à sua própria vida? Será que um dia poderia voltar a ter uma, como tinha quando vivia com seus pais, ou mesmo quando ela e a mãe se mudaram para Paris, antes de começar a ter esses sonhos e essas visões e antes dessas vozes começarem a atormentá-la? Será que nunca poderia ter amigos, criar raízes, se apaixonar o
Raguel segurava firmemente a mão de Gabriel, e ambos seguiam no banco do carona da Ambulância. O Pastor Ben, dirigia rapidamente e, após virar uma esquina, eles avistaram o cemitério municipal, no topo de uma colina rodeada de árvores. De longe já avistaram as muitas lápides ornamentadas e a capela onde eram feitas as cerimônias de velório.O cemitério de Miraculous Clearing era conhecido como um dos mais belos do país, tendo todas as lápides bem cuidadas. Era feito um excelente trabalho de conservação ali, e não havia distinção entre áreas da classe média para a classe alta, como geralmente acontecia em outras cidades que só tinham um cemitério.Raguel visitava com frequência aquele local, pois seu pai havia sido enterrado ali. Ele era escritor e ficava com
— Que bom que acordou garoto! — Uma voz masculina estranha disse, enquanto ele abria os olhos. Sua cabeça doía tanto que não conseguiu erguer seus olhos para ver o rosto de quem falava — Você apagou por umas trinta horas, mas, tendo em vista a pancada que levou, até que você acordou bem rápido.Tentando mexer braços e pernas, ele viu que estavam amarrados na cadeira dura onde estava sentado e seu corpo todo doía. Tentou mais uma vez levantar a cabeça a fim de olhar para o homem que estava à sua frente, mas era como se uma agulha fosse cravada atrás de seus olhos sempre que tentava, então preferiu permanecer com ela voltada para o chão, e tentou se lembrar do que aconteceu.— Vamos, Mikael — ele pensou consigo mesmo, esforçando-se em lembrar do que aconteceu
— Com licença, General — Howard lhe disse, educadamente enquanto Uriel sentava-se à mesa para o café da manhã —, o Grão-Mestre lamenta ter de se ausentar do desjejum essa manhã, mas disse que o aguarda em seu escritório após o senhor se alimentar.Uriel não respondeu, apenas começou a se servir enquanto o mordomo se retirava com uma reverência padronizada. Algo lhe dizia que Siegfried estava lhe escondendo algo e não gostava disso, mas mesmo a contragosto, precisava acreditar que o homem que ele tinha como a um pai, não faria nada pelas suas costas, então decidiu ignorar suas suspeitas e fazer sua refeição em paz.Enquanto comia, ele pensava sobre as imagens que viu no dia anterior, no caminho para a mansão. O caos que os próprios humanos causaram quando fic
Ela usou aquele beijo como forma de distração, afinal precisava que ele soltasse as cordas que a impediam de voltar ao seu corpo, mas ao empurrá-lo e ver o seu olhar preocupado enquanto ela desaparecia e ia sozinha direto para as mãos do inimigo, ela sentiu algo a mais.Ela sabia que ele e o garoto do hospital se tornaram mais que amigos, mas era bom sentir-se ligada em alguém depois de todo esse tempo agindo na vida das pessoas apenas pelos bastidores. Ela queria ser a personagem principal na vida de alguém, ou pelo menos uma delas.Num piscar de olhos estava de volta ao seu corpo que estava sentado em um sofá velho e ao tentar levantar-se, sentiu que amarras prendiam seus pés e não conseguiu evitar a queda levantando uma nuvem de poeira e chamando a atençã
Catherine era uma visão maravilhosa. Linda naquelas vestes brancas, que contrastavam com sua pele negra perfeita. Ela sorria em sua direção e seu cabelo pendia sobre os ombros, livres e mais fortes e cheios de vida do que nunca. Era a Cathe que ele conheceu e se apaixonou na época do colegial, e não havia nenhum sinal do câncer que a consumiu.Toda aquela paz e o cenário branco e imaculado decorado com o céu azul e as plantas de cores vivas e variadas o fizeram pensar se seria um sonho, mas o toque da sua amada em suas mãos o fez repensar.Ele se lembrava daquele toque e, desde que a doença a levou, ele sonhava em senti-lo novamente, mas ele se lembrava também de estar no cemitério, de ser atacado por cadáveres possuídos e de Raguel e Gabriel, que lutaram co