Gian CarloA porta do apartamento se abre, e ali está Geisa, com aquele sorriso que sempre me desarma e os olhos que me observam como se quisessem decifrar cada parte de mim. Mas hoje, há algo diferente. Por um momento, me pergunto se vim aqui por causa dela ou da ausência sufocante de Maria que me devora a cada segundo.— Gian, você veio. — Ela diz, puxando-me para dentro antes que eu consiga responder.Ela parece feliz, mas há algo nos gestos dela que não combina. É um nervosismo contido, como se algo estivesse prestes a transbordar. Não menciono nada, apenas sigo para a sala, onde a familiaridade do lugar me atinge em cheio. A decoração, o perfume suave no ar... tudo grita sex0.— Quer um café? Um vinho? — Ela pergunta, inclinando a cabeça, mas seus olhos não deixam os meus.— Estou bem, obrigado. — respondo, ainda tentando entender por que exatamente vim.A conversa flui naturalmente, como sempre acontece entre nós, mas a cada palavra dela, a confusão dentro de mim só aumenta. Gei
RamiroO que um homem faz quando carrega nos ombros o peso de erros que nunca pode apagar? Ainda não sei a resposta, mas tento descobrir toda vez que olho nos olhos do meu neto, o Luan. Hoje não é diferente. Estou em casa, mas minha mente está inquieta, como se algo me puxasse para longe. Pego um chocolate e um carro de controle remoto, enrolo ambos num papel bonito e decido, vou visitar Priscila e brincar com o menino. Ele, pelo menos, não me olha como se eu fosse um estranho tentando compensar o passado.Chego à casa dela e sou recebido pelo sorriso que faz meu coração acelerar de alegria e culpa. Luan grita “Vovô!” e corre para mim. Ajoelho-me no chão, entrego o presente, e ele pula em cima de mim com a energia que só uma criança tem. Em minutos, estamos espalhados no chão da sala, o carro de controle remoto voando de um lado para o outro, enquanto ele ri alto e me conta como será o maior piloto de carros do mundo.Lucas aparece na porta com duas cervejas na mão. Ele me entrega uma
Don FalconeA última coisa que eu deveria estar fazendo é jantando com a Giulia, sozinhos, já que Marco e Gian foram aproveitar a tal da noite de sexta feira.No silêncio cortado apenas pelo som dos talheres contra os pratos, cada olhar que ela me lança parece um lembrete cruel da noite anterior, de como meu auto controle que foi tão cuidadosamente construído ao longo de décadas foi despedaçado em questão de horas. A comida no meu prato está intacta. Meu apetite foi embora assim que percebi que estar perto dela é como andar desarmado em território inimigo.Ela termina de comer, limpa a boca com um guardanapo e me olha de forma interrogativa, como se esperasse que eu dissesse algo. Talvez seja o vinho, ou talvez eu esteja cansado de lutar contra essa confusão interna, mas as palavras escapam antes que eu consiga contê-las:— Precisamos conversar Giulia.Ela ergue uma sobrancelha, sem dizer nada, e me segue quando me levanto e deixo a sala de jantar. Meus passos nos conduzem até o quart
PriscilaMeu filho está aos prantos no sofá, braços cruzados, a boca formando aquele biquinho teimoso que só ele sabe fazer. — Eu quero ir na casa do Rafa! — ele repete pela terceira vez, aumentando o tom. Respiro fundo, cruzo os braços e lanço meu melhor olhar de mãe impassível, mas por dentro estou à beira de uma risada. É impressionante como essa criaturinha consegue se impor com tanto drama e carisma ao mesmo tempo.— Luan, não pode ser sempre do jeito que você quer! — digo, tentando soar firme, mas o som da campainha salva qualquer tentativa de autoridade. Quando abro a porta, vejo Beatriz e Rafinha. O seu cúmplice corre para dentro, já puxando o Luan pela mão. — Pronto, tia. Nem precisa brigar com ele. — diz Rafinha, com aquele ar de quem sempre sabe o que fazer. Beatriz entra logo atrás, rindo.— Deixa que eu levo o Luan. — ela diz, enquanto pega o menino no colo. Ele já esqueceu a birra e está animado com a ideia de brincar com Rafinha e Giulia. — Vai, Pri. Aproveita a noi
Priscila— Não acredito!— Se arrumou toda, ficou gostosa desse jeito e sem calcinha! — ele fala enquanto levanta ao meu vestido e me empurra no sofá, ele para olhando a minha intimidade e afasta as minhas pernas. — Putta que pariu Priscila, você faz isso para me enlouquecer, deixa essa b0ceta toda lisinha assim. Ele enrola meu vestido até a cintura, abaixa o rosto e passa a língua delicadamente por toda a minha extensão.— Ahh… — gemo enquanto abro mais as pernas para dar total acesso a ele. Ele inicia uma doce tortura, lenta e gostosa, chupa minha b0ceta com vontade, lambe mordisca, faz movimentos circulares com a língua, suga, chupa como se fosse a coisa mais gostosa do mundo. Ele faz isso com tanta empolgação deixando o meu corpo extasiado, eu gemo cada vez mais alto, por mais que eu tente me segurar, isso se tornou uma missão impossível, já não me consigo comandar o meu próprio corpo e quando ele olha nos meus olhos e pergunta:— Está gostoso meu amor? — Muito, meu amor, po
RamiroA noite em Brasília está tão quieta que chega a ser inquietante. Eu olho para o espelho do banheiro, ajeitando a gola da minha camisa preta, e vejo o reflexo de um homem que, apesar dos anos, não perdeu a forma. Corpo firme, esculpido por uma rotina que não tolera desculpas, treinos diários, disciplina e alimentação regrada. Mas a verdade é que eu não suporto essa calmaria. Ela me devora por dentro. Por isso decido, hoje vou trabalhar na boate Luxor.Pego meu celular e mando uma mensagem para Rafael:“Vou monitorar a Luxor de perto hoje. Melhor prevenir do que remediar.”A resposta vem rápido, curta e objetiva: “Ótimo. Confio em você.”Com um sorriso discreto, escolho o meu relógio mais elegante, borrifo o perfume que sempre chama atenção, e deslizo as armas no coldre de forma quase automática. A adrenalina do possível começa a pulsar nas veias enquanto dirijo pelas ruas vazias, o ronco do motor quebrando o silêncio da cidade.Na Luxor, o ambiente ainda está em preparação. A mú
Don FalconeEu a vejo em todos os cantos desta casa. Giulia, com sua língua afiada e seu olhar desafiador, invadiu a minha mente como um veneno doce. A conversa que tivemos mais cedo ainda lateja na minha cabeça como um sino que não para de soar. “Um homem de verdade não foge dos próprios sentimentos como um moleque.” As palavras dela não apenas me irritaram, mas cravaram uma estaca no meu orgulho. Eu, Don Falcone, que não conheço o medo nem a hesitação, estou sendo chamado de covarde? Não. Isso não pode ficar assim.Meus passos ecoam pelos corredores, cada um carregando minha determinação em confrontá-la. Quando abro a porta do quarto dela, estou pronto para derrubar qualquer argumento que ela ouse levantar. Mas o que encontro me desarma completamente. Ela sai da suíte, os cabelos molhados escorrendo pelos ombros, a toalha presa ao corpo como um escudo que desafia minha paciência. Por um segundo, eu congelo. Depois, dou um passo. E mais outro. Cada vez mais próximo.Ela para, os ol
Cesare VassaloNo silêncio da madrugada, enquanto o mundo lá fora repousa em uma falsa sensação de segurança, eu permaneço desperto. Meu mundo não conhece descanso. Aqui, não há espaço para fraqueza. A máfia não perdoa os despreparados, e eu sou a prova viva de que sobreviver é uma arte cruel.Diante do público, sou Cesare Vassalo, magnata de uma das maiores empreiteiras do Brasil, um homem de negócios impecável e dono de um império. Mas nas sombras, sou o estrategista implacável, o arquiteto de cada movimento no tabuleiro da máfia. Minhas mãos são de ferro, e meu coração, uma fortaleza. O destino me moldou para liderar, mas não sem antes me testar de todas as formas possíveis.Parte dessa provação foi Giulia. Ah, Giulia... Quando me forçaram a me casar, encarei o matrimônio como uma negociação, um acordo entre famílias que perpetuava o poder. As mulheres, para mim, eram ferramentas úteis, nada mais. Porém, naquele altar, ao levantar o véu de Giulia, o que vi não foi fragilidade, mas u