A cova

Ramiro

Conteúdo sensível

Saio do quarto de Ana sentindo meu sangue ainda fervendo. A imagem dela cheia de hematomas, frágil e tentando disfarçar a dor, fica gravada na minha mente. Respiro fundo e caminho até a sala, onde Laura está sentada no sofá, os olhos vermelhos de tanto chorar, abraçando os próprios braços como se tentasse se proteger do mundo. Assim que me vê, ela se levanta e vem até mim, ainda tremendo.

— Ramiro, por favor... não nos abandone. Ele ainda pode voltar. — A voz dela está carregada de medo e desespero. — Eu não aguento mais ver minha mãe sofrer...

Seguro seu rosto com firmeza, fazendo com que ela olhe diretamente para mim.

— Eu não vou abandonar vocês. Eu prometo. — Minha voz sai grave e séria, deixando claro que estou falando a verdade. — Mas agora preciso resolver isso de uma vez por todas.

Laura balança a cabeça, tentando conter as lágrimas, mas falha miseravelmente. Ana aparece logo atrás dela, mais recomposta, mas ainda abatida. Caminho até ela, toco de leve
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