KARINAO resto da semana passou sem sobressaltos. Marcos manteve-se no canto dele, o que foi ótimo. Eu precisava dessa distância para poder pensar direito. Quando chegou a sexta-feira, decidi deixar Kayla passar o fim de semana com meus pais. Já fazia algum tempo que não ficava com eles por conta dos domingos das visitas de Marcos, que haviam passado para a casa da Diana.Como estava livre, combinei sair com Diana naquela mesma noite. Fomos a um bar e lounge de um amigo nosso. O lugar era distante, mas valia a pena. Decidimos ir de táxi para aproveitar ao máximo a noite.— Como tens passado? Temos nos visto tão pouco — lamentou Diana. — Estou bem. Andamos com as agendas ocupadas. Também estava morrendo de saudades tuas, Di.Diana era como uma irmã para mim, e tê-la em minha vida era uma grande bênção. Nos momentos difíceis, ela esteve sempre ao meu lado, ajudou-me a criar Kayla e tem sido uma presença constante em nossa vida. Por isso, estava me custando não lhe contar tudo o que esta
MARCOSMe considero uma pessoa inteligente, astuta e conhecedor da mente humana. Talvez bem demais. Escolhi a dedo Lia para minha parceira e talvez esse tenha sido meu maior erro. Subestimei seu caracter e hoje pago um preço alto demais. Fui obrigado a manter alguma distância de Karina para não colocar tudo a perder. Limitei-me ao básico mas ouvir a voz de outro homem do outro lado da linha enquanto falava com Kayla me fez perder a cabeça . Me vi em frente a porta dela e ja não havia como recuar. Confrontei-a sobre a relação com o advogado . Foi doloroso ver que ela nem sequer preocupou-se em negar.Estava a perde-la e não havia nada que pudesse fazer. Karina nem sabia mas, ela me tinha na ponta dos seus dedos, me manejava como uma marionete . Ela fazia as regras e eu seguia ou ficava condenado ao isolamento. Nunca uma mulher teve tanto poder sobre mim.Depois das negociações sobre ter Kayla por mais tempo no domingo terem falhado , decidi fazer as coisas do meu jeito. Frente a fre
KARINAApesar do bom senso emitir vários sinais de aviso, eu os ignorava a todos. Eu, a certinha, queria rebelar-me uma vez, nem que fosse a última.— Marcos, aqui não... Kayla… — falei entre seus lábios.— Teu quarto — ele sussurrou, sem parar de beijar-me.Afastei-me e ele deve ter percebido minha hesitação. Seus braços fortes tiraram-me do chão, obrigando-me a enrolar minhas pernas à volta da sua cintura para me sentir segura.— Se não me indicares o caminho, sou capaz de entrar no quarto errado e ambos não queremos que isso aconteça — ele ameaça, começando a caminhar.Apetece-me rir, mas abafo meu riso com a mão enquanto aponto para a porta do meu quarto, que estava entreaberta.Ele empurra a porta com as costas e entramos. Meu quarto, um santuário pessoal o qual nunca nenhum homem havia posto os pés era hoje invadido por Marcos.Apesar das escuridão, era possivel ver as cores suaves que eram reflexo da minha personalidade.O azul e branco nas paredes contrastavam com a estante abarr
MARCOSHá meses que não tinha um dia de trabalho tão produtivo. A minha boa disposição fez milagres. Saí do trabalho ansioso por estar com Karina. Mas todo meu plano foi por água abaixo quando abri a porta do apartamento e Lia estava sentada no sofá demasiado confortável.- Boa noite ,meu amor.Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a mesa de jantar onde depositei o celular e minhas chaves.- Boa noite ,Lia. Não esperava encontrar-te aqui hoje.- Quis fazer-te uma surpresa.Ela levantou e veio ao meu encontro. Deu-me um beijo leve e suas mãos seguravam minha gravata desfazendo o nó. A proximidade dela me encomodava e tudo que queria era livrar.me das suas garras.-Preciso de um banho.- Falei enquanto me afastava dela. - Claro. Estarei aqui a espera.Fiquei no banho mais tempo do que devia tentando encontrar uma solução. Precisava ver Karina. Quando regressei a sala Lia continuava ali, atenta a TV sem pressa nenhuma. A minha presença deve ter lhe chamado a atenção pois virou-se
KARINAEra quase meio-dia quando cheguei a loja e um arranjo de flores extravagante chamava a atenção de qualquer um que entrasse. Não precisava ser vindente para saber quem havia enviado.-Bom dia meninas.Elas cumprimentaram de volta e me olhavam curiosas. A última vez que me olhei ao espelho antes de sair de casa , meu rosto continuava inchando e com olheiras. Passei a noite em claro e por mais que tentasse as lágrimas não paravam de cair. E acredito que só não estão a cair neste momento porque devo estar desidratada. Olhei as flores lindíssimas a minha frente por alguns instantes, admirando a beleza e o aroma fresco que espalhavam. Tirei o cartão e fui até minha sala decidindo se queria saber o que estava la escrito ou não. Coloquei a bolsa na mesa e sentei-me. Virei o cartão pois a curiosidade levou a melhor." Sinto muito por tudo. Parte-me o coração ver-te assim. Por favor, perdoa-me. Marcos."Deixei o cartão de lado temendo que meu coração não fosse forte e pudesse fraquejar
KARINAFoi difícil me despedir de Kayla quando a deixei no jardim de infância esta manhã. Esta separação era diferente, uma nova fase da nossa vida iria iniciar. Cheguei no trabalho e fiz o possível para não me deixar afectar. Fiquei na loja até mais tarde que o habitual. Queria saber da Kayla e a única forma era ligando para Marcos. Por várias vezes peguei no celular mas não tive coragem. Para minha salvação o celular tocou e no ecrã o nome de Marcos chamava minha atenção.- Alô. Esta tudo bem com Kayla?- Falei ansiosa. -Oi. Esta tudo bem. Achei que quisesses falar com ela. -Sim. Obrigada.- Disse, aliviada. - Um instante só.Ele passou o celular para Kayla. ELogo que ouvi a voz da minha filha foi como se um nó se desamarasse dentro do meu peito. Não precisei fazer nenhuma pergunta, kayla relatava ao detalhe a emoção do pai ter ido busca-la a escola, que o apresentou a educadora e aos amigos. Levou seu tempo descrevendo o quarto novo na casa do pai e a quantidade de presentes que
MARCOSQuando acordei esta manha sabia que meu dia seria repleto de surpresas, mas em nenhum momento pensei que estaria com Karina. Logo que recebi a mensagem do Isaac saí de casa e conduzi como um louco para chegar aqui. Não podia perder esta oportunidade, talvez não teria outra tão cedo. E aqui estávamos , frente a frente, meus lábios nos seus e não ha outro lugar onde eu gostaria de estar neste momento. -Vamos sair daqui.- Murmurei entre seus lábios.Afastei-me e a segurei pela mão indicando o caminho. Ela me seguia sem questionar. Chegamos onde estava o meu carro e ela parou por uns segundos soltando a minha mão.-Passa-se algo? -O que estamos a fazer ,Marcos? -Pensei que podíamos ir a um lugar mais reservado para conversar. Há tanta coisa que preciso dizer-te. - Falei me aproximando dela. -Não é boa ideia estarmos a sós. - Ela murmurou olhando para o chão.Levei minha mão para o seu rosto e levantei sua cabeça para olha-la nos olhos. -Hey, diz-me o que se passa? - Isto,
KARINAEstava em um sonho do qual não queria acordar. Mas o mundo fora destas paredes se preparava para nos receber de volta a realidade. Me sentia protegida coberta pela seu abraço e em paz ouvindo o som dos batimentos do seu coração. Ele carregou-me da sala para o meu quarto com todo cuidado, como se eu fosse um tesouro valioso, uma relíquia. Ficamos deitados em silencio pois tudo foi dito pela maneira como nos amamos.- Marcos... - Sim... - Tens que ir embora. - Karina, me deixe ficar. - Kayla não pode acordar e não te encontrar em casa. É a primeira noite dela em tua casa. É importante que estejas.Senti ele soltar um longo suspiro e depois levantou-se ficando sentado na cama.- Precisamos conversar. -Esta bem, mas agora precisas ir.-Falei enquanto o empurrava para fora da cama.Nossas roupas estavam espalhadas no chão da sala e ele caminhou nu até lá ignorando meus olhos que apreciavam o monumento a minha frente. Ele vestiu e depois o acompanhei até a porta. Ficamos fren