KARINAA semana laboral começou e honestamente eu sentia falta de ter Marcos sempre a perna. Mas eu preciso me manter firme na minha decisão ou ele nunca me vai respeitar. Ao meio-dia interrompi o trabalho e saí para almoçar com Diana. Ela não me ia deixar em paz enquanto não lhe contasse todos os detalhes do jantar de noivado.-Como foi a festa? - Igual a tantas outras, com tanta gente que não fazia ideia de quem eram. Com excepção do advogado do Marcos que me fez companhia o tempo todo. -Hum...interessante. -Não ha nada de interessante. Ele não faz o meu tipo. Mas talvez to apresente, acho que vocês dois encaixariam perfeitamente.O semblante dela mudou . Apareceram rugas em sua testa e cruzou os braços.- Amigo de Marcos?? Dispenso. -Ok..ok. Esqueçamos o Isaac. -Não houve escândalo, revelações bombásticas, nada? Deve ter sido aborrecido. -Bastante. Mas Kayla divertiu-se imenso. Omiti a visita de Marcos na madrugada pois Diana não iria entender e eu não queria tornar a relaçã
KARINAPeguei minha bolsa e celular e saí. Não tinha cabeça para continuar a trabalhar. Quando cheguei ao meu carro decidi que seria melhor caminhar. Caminhei sem destino por mais de duas horas e só parei porque os sapatos nada confortáveis que eu trazia estavam a torturar-me. Entrei na primeiro lugar onde havia mesas e sentei. Logo veio um garçon e pedi uma água enquanto descalçava as sandálias.- Karina?!Uma voz me fez levantar a cabeça. Lucas estava em pé e me olhava preocupado. Ver uma cara familiar fez toda raiva acumulada escorrer pelo meu rosto em forma da lágrimas. Lucas apressou-se e sentou do meu lado me abraçando.-O que aconteceu?Fala comigo .Precisei de alguns minutos para conseguir ficar calma e falar. Paciente , como sempre, Lucas segurava minha mão enquanto a sua outra mão estava nas minhas costas movimentando-se para cima e para baixo para me acalmar.-Não me sentiria a vontade em partilhar esse tipo de coisas contigo.Ouvi ele respirar fundo e depois falou.- É sobr
MARCOSMeu dia estava longe de terminar quando abri a porta do meu apartamento e vi Lia deitada no sofá esperando por mim. Logo que viu-me levantou e veio ao meu encontro. Colocou suas mãos em meus ombros e aproximou seu rosto plantando um beijo leve em meus lábios. Há algumas semanas não me importaria, até gostava da atenção que ela dava-me. Hoje suas mãos incomodam-me e seu beijo não tem mais o sabor de antes.-Que bom que chegaste. Estava a ficar aborrecida por estar aqui sozinha.Tentei sorrir mas nem isso deu muito certo. Afastei-me e caminhei até meu quarto. Precisava livrar-me das roupas de trabalho e de um banho . Ela, claro , seguiu-me e não parava de falar sobre como tinha sido seu dia. Minha vontade era por ela para fora , mas estou de mãos e pés atados.- Vou tomar um banho rápido e já me junto a ti.-Falei interrompendo seu monólogo. -Podia fazer-te companhia... - Podes fazer melhor, agradecia se pudesses fazer uma sandes. Estou cheio de fome. - Claro. Não demores.- De
KARINADepois de ter sobrevivido ao dia, estava mais zangada por ter me desmanchado em lágrimas em frente ao Lucas. Passei o dia todo nervosa a pensar o que aconteceria se ele mencionasse nosso encontro para Diana. Quando ela ligou-me de noite eu esperava o pior.Mas acabou sendo bom porque dormi com a certeza de que Lucas guardou para ele tudo que aconteceu. A conversa girou em torno de coisas banais. Dia seguinte cheguei ao trabalho bem disposta e cheia de energia.Mas a meio do expediente o celular vibrou e o nome do Marcos apareceu no ecrã. Olhei a mensagem e pensei se devia ou não responder. Decidi responder pois era sobre Kayla e ele tinha o direito de querer saber sobre ela. Mas as mensagens não pararam mais. E quando ele pediu para ligar mais tarde eu congelei. Deixei o celular na mesa e sai da minha sala para apanhar ar.Sendo ser justa, ele tem todo o direito de falar com Kayla. Mas agora está tudo tão misturado que não sei mais como ser justa e proteger meu coração no proces
KARINAO resto da semana passou sem sobressaltos. Marcos manteve-se no canto dele, o que foi ótimo. Eu precisava dessa distância para poder pensar direito. Quando chegou a sexta-feira, decidi deixar Kayla passar o fim de semana com meus pais. Já fazia algum tempo que não ficava com eles por conta dos domingos das visitas de Marcos, que haviam passado para a casa da Diana.Como estava livre, combinei sair com Diana naquela mesma noite. Fomos a um bar e lounge de um amigo nosso. O lugar era distante, mas valia a pena. Decidimos ir de táxi para aproveitar ao máximo a noite.— Como tens passado? Temos nos visto tão pouco — lamentou Diana. — Estou bem. Andamos com as agendas ocupadas. Também estava morrendo de saudades tuas, Di.Diana era como uma irmã para mim, e tê-la em minha vida era uma grande bênção. Nos momentos difíceis, ela esteve sempre ao meu lado, ajudou-me a criar Kayla e tem sido uma presença constante em nossa vida. Por isso, estava me custando não lhe contar tudo o que esta
MARCOSMe considero uma pessoa inteligente, astuta e conhecedor da mente humana. Talvez bem demais. Escolhi a dedo Lia para minha parceira e talvez esse tenha sido meu maior erro. Subestimei seu caracter e hoje pago um preço alto demais. Fui obrigado a manter alguma distância de Karina para não colocar tudo a perder. Limitei-me ao básico mas ouvir a voz de outro homem do outro lado da linha enquanto falava com Kayla me fez perder a cabeça . Me vi em frente a porta dela e ja não havia como recuar. Confrontei-a sobre a relação com o advogado . Foi doloroso ver que ela nem sequer preocupou-se em negar.Estava a perde-la e não havia nada que pudesse fazer. Karina nem sabia mas, ela me tinha na ponta dos seus dedos, me manejava como uma marionete . Ela fazia as regras e eu seguia ou ficava condenado ao isolamento. Nunca uma mulher teve tanto poder sobre mim.Depois das negociações sobre ter Kayla por mais tempo no domingo terem falhado , decidi fazer as coisas do meu jeito. Frente a fre
KARINAApesar do bom senso emitir vários sinais de aviso, eu os ignorava a todos. Eu, a certinha, queria rebelar-me uma vez, nem que fosse a última.— Marcos, aqui não... Kayla… — falei entre seus lábios.— Teu quarto — ele sussurrou, sem parar de beijar-me.Afastei-me e ele deve ter percebido minha hesitação. Seus braços fortes tiraram-me do chão, obrigando-me a enrolar minhas pernas à volta da sua cintura para me sentir segura.— Se não me indicares o caminho, sou capaz de entrar no quarto errado e ambos não queremos que isso aconteça — ele ameaça, começando a caminhar.Apetece-me rir, mas abafo meu riso com a mão enquanto aponto para a porta do meu quarto, que estava entreaberta.Ele empurra a porta com as costas e entramos. Meu quarto, um santuário pessoal o qual nunca nenhum homem havia posto os pés era hoje invadido por Marcos.Apesar das escuridão, era possivel ver as cores suaves que eram reflexo da minha personalidade.O azul e branco nas paredes contrastavam com a estante abarr
MARCOSHá meses que não tinha um dia de trabalho tão produtivo. A minha boa disposição fez milagres. Saí do trabalho ansioso por estar com Karina. Mas todo meu plano foi por água abaixo quando abri a porta do apartamento e Lia estava sentada no sofá demasiado confortável.- Boa noite ,meu amor.Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a mesa de jantar onde depositei o celular e minhas chaves.- Boa noite ,Lia. Não esperava encontrar-te aqui hoje.- Quis fazer-te uma surpresa.Ela levantou e veio ao meu encontro. Deu-me um beijo leve e suas mãos seguravam minha gravata desfazendo o nó. A proximidade dela me encomodava e tudo que queria era livrar.me das suas garras.-Preciso de um banho.- Falei enquanto me afastava dela. - Claro. Estarei aqui a espera.Fiquei no banho mais tempo do que devia tentando encontrar uma solução. Precisava ver Karina. Quando regressei a sala Lia continuava ali, atenta a TV sem pressa nenhuma. A minha presença deve ter lhe chamado a atenção pois virou-se