Acordei com uma dor de cabeça absurda. A luz do dia entrando pela janela só piorava a sensação de latejamento na minha têmpora.Enquanto esfregava os olhos, a lembrança da conversa com Fabrício na noite anterior voltou com força total.Aquele momento foi um dos mais difíceis da minha vida.Depois que todos foram embora, Perla e eu nos sentamos para conversar. Ela me aconselhou a ser honesta com Fabrício, dizendo que, se eu queria ao menos tentar me livrar um pouco da culpa, precisava contar a verdade.E foi o que fiz.A expressão de Fabrício enquanto e
(PAtrícia)No caminho, observei a estrada passando, mas minha mente estava em outro lugar. Algo me cutucava, algo que eu precisava perguntar. Olhei para Miguel, sentado ao meu lado, as mãos firmes no volante.— Miguel... — comecei, hesitante. — O que você estava fazendo na universidade? Você apareceu do nada...Ele suspirou, os olhos fixos na estrada à frente. Por um momento, o silêncio pareceu pesado demais, mas então ele finalmente falou:— Eu fui te procurar. Não gostei de como as coisas ficaram depois daquela noite. — Ele fez uma pausa, como se estivesse escolhendo cuidadosamente as próximas palavras. —
(Miguel )No caminho de volta para o hospital, minha mente estava uma tempestade de pensamentos e preocupações.A imagem de Patricia tremendo de medo, o olhar dela tão vulnerável, me fazia querer proteger ela de qualquer maneira.Peguei o celular e disquei rapidamente o número de Leandro, um amigo da polícia. Ele atendeu no terceiro toque.— Fala, Miguel! Tudo certo?— Leandro, preciso de um favor. É sério — comecei, mantendo minha voz firme. Podia sentir o peso da situação nas minhas palavras.
Voltei da academia, sentindo o corpo cansado, mas a mente leve. Ao me aproximar do apartamento, vi um homem parado em frente à porta, de frente para Perla, que parecia petrificada. A expressão dela me deixou alerta. — O que está acontecendo aqui? — perguntei, tentando entender a situação. O homem se virou para mim e, com um leve sorriso, disse:— Sou o Jorge. — De repente, a lembrança dele no dia do clube veio à minha mente. Aquele era o cara que Perla mencionou, o pai do bebê que ela estava esperando.Cumprimentei-o meio sem jeito e, tentando disfarçar o desconforto, perguntei:— Como você encontrou Perla? Jorge respondeu com um tom calmo: — Fui na casa dos pais dela. Eles me deram o novo endereço.Voltei meu olhar para Perla, que estava visivelmente abalada. Me aproximei dela e falei baixinho, tentando dar força:— Perla, você precisa ser forte agora. O pior já passou. Você tem que contar tudo para ele, para que vocês dois possam seguir em frente. Quer que eu fique aqui com você
Quando voltamos para casa, o cansaço pesava sobre nós. O hospital e a presença da policial haviam sido sufocantes, e agora, finalmente em casa, eu só queria respirar. Assim que entramos, Elen veio nos receber com um abraço caloroso, o que trouxe um pouco de alívio.— Sinto muito por tudo isso, meninas, — Elen disse, sua voz suave e carregada de preocupação. Perla ficou em silêncio, apenas assentindo levemente antes de se afastar. Ela parecia tão frágil, e isso me preocupava profundamente. Perla murmurou que ia tomar um banho e saiu da sala, deixando-nos em uma inquietante quietude. Eu soltei um longo suspiro, tentando encontrar as palavras certas para expressar minha preocupação. — Estou preocupada com ela, — confessei, olhando para Cássio. — Ela não falou quase nada desde o hospital.Cássio se aproximou, colocando uma mão reconfortante no meu ombro.— Ela só precisa de tempo, Paty. Isso foi um choque muito grande para ela. Assenti, mas a preocupação ainda estava lá, latente. El
Miguel retornou, agora vestido com roupas casuais e sem o jaleco. Ele entrou na sala, encontrando-me sozinha. Seu olhar era suave, mas havia uma certa seriedade ali, como se ele estivesse preparado para uma conversa importante.— Onde está a Perla? — ele perguntou, sentando-se ao meu lado no sofá.— Ela está no quarto, dormindo, — respondi, sentindo a tensão no ar. O silêncio entre nós se instalou, pesado e cheio de coisas não ditas. Após alguns segundos, Miguel virou-se para mim, seus olhos encontrando os meus.— Podemos conversar? — ele perguntou. Assenti, sabendo que esse momento precisava acontecer, que precisávamos resolver o que estava entre nós.
Eu havia passado o dia seguinte inteiro com uma ansiedade que parecia não ter fim. Estava determinada a conversar com Miguel, para finalmente dizer que estava disposta a tentar algo com ele.A conversa com Beatriz havia me encorajado, e eu estava decidida a dar uma chance para mim mesma e para ele.Ao chegar em casa, disposta a tomar um banho e me acalmar, a campainha tocou. Ao abrir a porta, lá estavam meus pais. Meu coração apertou um pouco, sabendo que eles estariam ali por causa do que Cassio havia contado. Eu os cumprimentei com um beijo e forcei um sorriso.— Oi, mãe, pai. Entrem, por favor. — Disse, tentando manter a calma. — Querem algo para beber? (Miguel)Sentei-me na cadeira ao lado de Natália, sentindo o peso da tensão no ar. Ela estava visivelmente desconfortável, mexendo nas mãos nervosamente.— Não estou me sentindo muito bem, Miguel. — Natália sussurrou, sua voz baixa e trêmula.Suspirei, tentando manter a calma. Esperávamos pela doutora Mônica para discutir os resultados dos exames de Natália. Eu sabia que a situação era delicada.— Vai ficar tudo bem, Nat. — Respondi, tentando tranquilizá-la, embora eu mesmo estivesse apreensivo. Antes que eu pudesse continuar, a porta se abriu e a doutora Mônica entrou, com uma expressão grave.— Olá, Natália, Miguel. — Ela nos cumprimentou, se aproximando da mesa. — Recebemos os resultados dos seus exames, Natália. Natália olhou para mim com olhos arregalados, visivelmente assustada.— O que... o que aconteceu? — Ela perguntou, a voz cheia de medo.Mônica respirou fundo, escolhendo as palavras com cuidado.— Os exames indicaram a presença de um tumor no útero. Ainda precisamos conAusência