(Patricia)Estava sentada no vaso sanitário, com as mãos cobrindo o rosto, chorando silenciosamente. A sensação de ter sido enganada por Miguel doía mais do que eu gostaria de admitir. Tentei contato várias vezes, mas ele não respondeu. Mesmo tentando me convencer do contrário, me sentia uma tola por esperar algo mais. De repente, ouvi uma batida na porta. A voz de Perla veio do lado de fora, preocupada. — Pat, você está bem? Já tem quase uma hora que você está aí dentro. Suspirei, tentando recompor-me. Levantei-me e fui até a pia, lavando o rosto com água fria. — Estou bem, já vou sair. — Respondi, tentando soar normal, embora minha voz estivesse rouca.— Ok, vou esperar aqui fora. — Ela respondeu, ainda com uma ponta de preocupação na voz.Me olhei no espelho, vendo meu rosto vermelho e inchado. Passei as mãos pelo cabelo, tentando ajeitá-lo e forçando um sorriso. Não me lembrava da última vez que me senti tão emotiva. Miguel realmente tinha mexido comigo de uma forma que eu
(Miguel)Assim que terminamos a cirurgia, Vitória me informou que a família do garoto estava aguardando por notícias. Agradeci e a segui até a sala de espera.Ao nos aproximarmos, ouvimos uma confusão vindo de lá, com vozes exaltadas e gritos.Meus instintos médicos se misturaram com uma crescente apreensão enquanto avançávamos.Quando cheguei à sala de espera, me deparei com uma cena perturbadora. Elen estava completamente descontrolada, apontando o dedo na cara de um policial e gritando com ele.Seus olhos estavam cheios de lágrimas, a voz tremendo de rai
(Patricia)Enquanto observava Miguel se afastar com Vitória, não pude evitar a pontada de ciúmes que me atingiu.Era irracional, eu sabia, considerando a situação em que estávamos, mas era inegável. No entanto, havia coisas mais importantes para me preocupar naquele momento.Elen estava devastada, e Kalebe estava lutando pela vida. Meu coração estava pesado com essas preocupações, e o ciúmes parecia uma preocupação menor em comparação.Passei algum tempo com Elen, tentando oferecer meu apoio da melhor forma possível. Ela estava em um estado de choque, e foi um al&iacu
(Patricia)Assim que a nossa aula acabou, Perla e eu fomos para o hospital. Elen tinha passado o dia praticamente todo lá e queríamos notícias de Kalebe. Quando chegamos ao hospital, encontramos ela já na entrada, com o rosto marcado pelo cansaço e pela preocupação. Perla e eu a abraçamos imediatamente, tentando passar um pouco de conforto.— Trouxe um lanche para você — disse, entregando a ela um pacote que havia comprado no caminho. — Você precisa comer algo.Elen sorriu, agradecida, enquanto pegava o lanche. Era visível o alívio em seu rosto, embora seus olhos ainda carregassem uma sombra de incerteza.— Como Kalebe está? — perguntei, tentando manter a voz calma.— Ele está melhor — respondeu Elen, suspirando aliviada. — Acabou de ir para o quarto. Meus pais estão com ele agora, e logo vou poder visitá-lo.Perla e eu trocamos olhares felizes. Era uma boa notícia, um alívio em meio a todo o caos. Decidimos nos sentar na área de alimentação do jardim do hospital, onde poderíamos
(Patricia)Os dias foram passando, e a vida seguiu seu curso, mas a tensão sobre o caso de Kalebe ainda pairava no ar. Finalmente, uma manhã, enquanto eu tomava café e me preparava para sair, recebi uma notificação no celular. Era uma notícia que me trouxe um alívio imenso: o policial que havia disparado contra Kalebe tinha sido preso. Além disso, ele e seu parceiro iriam responder por racismo e outros crimes. Senti uma onda de felicidade e alívio tomar conta de mim. A justiça, finalmente, parecia estar sendo feita.Logo depois, meu celular vibrou novamente. Era uma mensagem de Elen. Abri o aplicativo de mensagens e vi uma foto dela com Kalebe no hospital. Ele estava com um sorriso tímido, mas parecia estar se recuperando bem. Um sorriso iluminou meu rosto ao ver a imagem. A recuperação dele estava indo melhor do que esperávamos.Na faculdade, mais tarde naquele dia, encontrei Perla no corredor. Ela estava discutindo algo com alguns colegas, mas assim que me viu, veio ao meu enco
(Patricia)Acordei com o som do despertador, lembrando-me imediatamente do que aconteceria hoje: meu dia com Miguel. Ele havia me enviado uma mensagem mais cedo, avisando que sairia do plantão às 06h e que me pegaria às 09h. Olhei para o relógio, marcando 08h30, e um frio na barriga me atingiu. Pulei da cama, apressada, e fui direto para o banheiro.Depois de um banho rápido, deixei meu cabelo secar naturalmente enquanto arrumava a bolsa. Coloquei dentro dela um biquíni, um vestido para sair e um conjunto de roupas mais casuais. Miguel não havia dado muitas pistas sobre o que faríamos, então decidi estar preparada para qualquer coisa. Era uma mistura de empolgação e nervosismo, já que ainda não sabia o que esperar.
(Patricia)Enquanto a viagem de carro seguia, o clima ainda estava um pouco tenso. Miguel parecia sentir isso, então ele olhou para mim e perguntou com um sorriso.— E aí, como estão as coisas na faculdade?Sorri de volta, tentando aliviar a atmosfera. — Está tudo indo bem. Estou gostando das disciplinas e do ritmo das aulas.Ele acenou com a cabeça, parecendo satisfeito. — Tenho certeza de que você vai ser uma ótima engenheira.Senti meu coração aquecer com o elogio e respondi: — Espero que sim. Estou me esforçando para isso.<
(Patricia)Eu estava perdida na conversa e na atmosfera tranquila quando, de repente, Miguel se levantou de um salto, me pegando no colo.Soltei um grito de surpresa, agarrando seu pescoço automaticamente.— O que você está fazendo? — perguntei, rindo nervosamente.Ele sorriu com aquela expressão travessa. — Hora da piscina!Antes que eu pudesse protestar, ele pulou na água comigo nos braços.A sensação gelada nos envolveu, e eu emergi rindo, indo até ele e jogando água em sua direção. M