(Miguel)
Estava no meu consultório, revisando alguns relatórios, quando ouvi uma batida na porta.
— Entre — chamei, sem tirar os olhos dos papéis.
Beatriz entrou e se sentou à minha frente.
— Como foi o final de semana? E como está a Patricia? — perguntou, com um olhar curioso.
Por um momento, hesitei. Não sabia se deveria contar sobre a ligação do ex de Patrícia, mas também estava curioso sobre o passado dela.
Olhei para Beatriz, sabendo que ela conhecia esse passado, mas então respirei fundo.
Não era certo me meter assi
(Patricia)Eu e Helen nos sentamos ao lado da cama, observando Perla dormir. Helen olhou para mim, sussurrando…— Como a Perla não se protegeu? Além do perigo de engravidar, ela poderia ter contraído alguma doença.Suspirei, compreendendo a preocupação dela.— Também não entendo, Helen. Mas pode acontecer de a camisinha estourar...Perla se mexeu na cama, gemendo baixinho ainda adormecida. Helen e eu trocamos olhares e decidimos sair do quarto para não acordá-la.Caminhei a
(Patricia)Quando meu celular tocou e vi o nome de Perla, meu coração acelerou. Atendi rapidamente e coloquei no viva-voz.— Perla, onde você está? O que você fez?. - perguntei, sentindo um nó no estômago. A voz dela estava fraca.— Me ajudem… - ela pediu, e eu olhei para Helen, nervosa.— Perla, onde você está? O que aconteceu? Você está machucada? - insisti, a preocupação evidente na minha voz.Perla começou a chorar e tossir.— Eu... eu t
(Miguel)Eu não conseguia pensar direito depois do beijo com Patrícia. Mas eu sabia que não podia e nem queria namorar, e que para ela, um relacionamento casual não era o que ela precisava.Respirei fundo, apoiando as mãos no rosto, quando o celular tocou. O nome de Patrícia apareceu na tela. Atendi nervoso, mas a voz dela estava desesperada. Enquanto ela explicava o que tinha acontecido com Perla, eu senti o peso da situação.— Calma, Patricia. Estou de plantão no hospital, vou preparar tudo aqui. - eu disse, tentando acalmá-la. — Pode trazer a Perla para cá, vamos cuidar dela.Depois de desligar, chamei
(Patrícia)Eu estava esperando com Helen, meu coração batendo rápido e as mãos suando. Quando a médica apareceu junto com Miguel, senti um nervosismo crescendo dentro de mim.Helen ficou tensa ao meu lado.— Olá, eu sou a Dra. Fernanda. - ela disse, se aproximando. — Onde estão os pais de Perla?Helen e eu trocamos olhares e fechamos a cara.— Os pais dela disseram que não viriam. - Helen respondeu com a voz firme. — Assim que descobriram sobre a gravidez, mandaram ela embora de casa e disseram que não queriam mais saber dela.
(Patricia)No dia seguinte, Perla recebeu alta, e eu fui buscá-la com Helen. O caminho de volta foi tranquilo, embora o ar estivesse pesado com a recente experiência de Perla. Quando chegamos ao apartamento, encontramos Cássio e Fabrício esperando por nós. Eles vieram ver Perla e saber como ela estava.— Como você está, Perla? — perguntou Cássio, a voz cheia de preocupação.— Um pouco melhor — ela respondeu, se deitando no sofá para não se esforçar muito.Ela estava concentrada no que Cássio dizia quando seu celular começou a tocar. Olhou para a tela, ficando visivelmente tensa, e sussurrou,
(Miguel)Eu olhei pelo retrovisor, vendo Patricia entrar no carro com um semblante fechado.Suspiro profundamente, sentindo uma mistura de emoções que não quero admitir.— Patricia parecia um pouco triste. - Natália comentou.Apenas aceno, não querendo dar mais espaço para o assunto.— É... — murmuro, seguindo em direção ao hospital.Acabei de chegar de viagem depois de ser chamado para realizar uma palestra em uma universidade de São Paulo.
(Patricia)Cheguei em casa exausta, ansiosa para tomar um banho e tentar relaxar um pouco. A água quente me ajudou a aliviar a tensão, mas meus pensamentos continuavam a girar em torno de Miguel e da cena com Natália.Quando saí do banheiro, encontrei Perla na cozinha, mexendo em algumas coisas.Ela se virou para mim com um olhar preocupado.— Como você está? — perguntou.Fingi não entender.— Sobre o que exatamente?Perla suspirou, sem paciência para rodei
Depois que Fabrício e Cássio se despediram, senti o silêncio pesar no ambiente. Eles haviam aproveitado a noite, rindo e se divertindo, mas agora a sala parecia vazia, desprovida da energia que haviam trazido. Vi os dois caminharem em direção à porta, ainda conversando animadamente. Fabrício me lançou um sorriso de despedida, e Cássio acenou, ambos alheios ao turbilhão que se passava dentro de mim. Fechei a porta atrás deles e me virei para o vazio da sala. Senti um nó se formar no meu estômago ao lembrar da forma como Miguel havia saído. Aquela saída brusca, o rosto dele contorcido de frustração ou talvez fosse algo mais, algo que eu não conseguia decifrar. A sensação de que algo estava errado não me deixava em paz. Peguei o celular e tentei ligar para ele, mas não obtive resposta. A linha chamou várias vezes, mas ninguém atendeu. Coloquei o telefone de volta na mesa com um suspiro pesado, sentindo a frustração se transformar em uma preocupação crescente.Fechei os olhos por um m