Neamir
— Ele está bem — garanto para o meu irmão, mantendo Éden dormindo apoiado contra o meu peito. Diferente do que pensei, ele não chorou quando percebeu estarmos nos afastando da mansão.
Quem sabe até ele saiba que é muito mais seguro para nós se ficarmos longe desse lugar. Quanto mais pessoas estiverem ao nosso redor, mais delas poderão falecer. Não quero carregar o peso da vida delas em meus ombros.
— Isso é o bastante para afastar o nosso cheiro? — pergunta, vendo o incenso que coloquei no carro.
— Sim, aprendi com uma pessoa bem confiável — declaro.
Fiz vários desses com tudo o que pedi para que trouxesse para mim sempre que escapulia para fora da mansão. Sei que Ceyas percebeu haver algo errado, mas estava muito focado em Éd
Ceyas— Merda, sinto como se meu coração tivesse sido arrancado — reclama Lugi. Do lado de fora, posso ouvir que as pessoas que começam a acordar se sentem perdidas, porque não identificam o que as derrubou. — O que foi isso?— Eu não sei — murmuro, porque realmente não posso identificar quem era aquele sujeito, no entanto, ele deixou bem claras as suas intenções. Se Neamir não tivesse ido embora, teria conseguido pegá-la e essa reflexão me irrita muito.Porque acabei de ver o quanto fui inútil diante dele. Não consegui ter nenhuma reação, ainda que estivesse dando tantos indícios de estar atrás de alguém que acolhi e decidi proteger.— O que faremos agora? — pergunta, denotando em sua face o quanto se sente mal, mesm
NeamirEstamos há três dias sem parar na estrada e, embora ele não perceba, Lewyn tem ficado mais irritado a cada dia que se passa. Depois de ter passado tanto tempo perto de Lugi, seria estranho se seu corpo não reagisse a isso de alguma maneira, e é esperado que seja de um modo ruim.— Corra um pouco — digo para o meu irmão depois de pedir que parássemos na beirada da estrada. Em três dias, percorremos um caminho que uma pessoa comum levaria pelo menos uma semana.Já percorremos mais da metade de um estado. Se formos um pouco mais longe, encontraremos com aqueles que podem nos ajudar. Com eles do nosso lado, meu irmão também terá mais liberdade para liberar o seu lobo sem medo.Sento-me no assento do passageiro do carro, com as pernas viradas para fora dele, enquanto amamento Éden.
Ceyas— Está dizendo que não consegue encontrá-la? — pergunto a Kanoi, me sentindo mais irritado a cada segundo que fica em silencio, uma vez que, sei que aquele sujeito está indo atras dele agora.Enquanto n&
Neamir— Pode parar naquele hotel — digo para meu irmão, vendo o layout conhecido do lugar. Estive aqui antes, e os hotéis na beira das estradas também costumam ter um ambiente parecido, meio degradado, daqueles que afasta as pessoas que não querem problemas.— Parece pior do que o último — murmura Lewyn observando-o enquanto procura um lugar onde estacionar. — Você andou procurando os piores luga
CeyasErgo-me da cama sentindo que toda a minha mente está prestes a fumegar. Não só ela, a minha pele também pinica, incomoda, como se o colchão não fosse confortável. Solto um suspiro irritado, pondo os pés com força contra o piso.<
NeamirLewyn se levanta ligeiro depois de pegar Éden em seus braços. Mantem o bebê protegido contra o seu peito, no entanto, o meu filho não deu nenhum sinal de estar com medo da pessoa que entrou no recinto.Nem deveria, porque não há nenhuma hostilidade sendo direcionada a nós. Ceyas— O que está propondo pode mudar a imagem que os caçadores têm da nossa alcateia — fala Miesla, é uma de nossos anciões mais velhos. Ela costuma pensar em tudo com seriedade e não ignora o que proponho.Porém, sempre tenta considerar o que é melhor para a alcateia, assim como eu fiz quando me livrei do meu pai por ter certeza de que ele acabaria nos levando a ruina. Todos concordaram comigo e me aceitaram como o regente qu42. Mudanças necessárias
Neamir— Esse rosto irritado não me assusta — aviso a Julien, enquanto continua trincando os dentes como se fosse me esmagar entre eles por não ter sido capaz de proteger a minha vida.— Deveria, posso morder você até arrancar a carne dos seus ossos — profere, aproximando-se, observa o bebê que tenho em meus braços antes de levar uma mão a minha nuca. — Então, o bastardo te recarregou — comenta, olhando para Rosian de lado.— Obrigado por me receber tão bem — articula Rosian, apenas entrando antes que Julien decida jogar alguma magia na cara dele. — Deixe os outros verem ela antes que sejam eles caçando o seu traseiro — avisa após subir os degraus da casa imensa que se tornou o refugiu para nós a algum tempo atrás.O lugar é grande o suficiente para que todos nós possamos conviver tranquilamente, independente das nossas diferenças de hábitos. Julien observa a pessoa do meu lado.— Ele é tão bonito quanto pensei que seria — murmura, sorrindo para o meu irmão.— Tira o olho — digo, ergue