Claro, se afastar de Anthony não era algo que desejava, mas tinha problemas maiores e não podia se dar ao luxo de ceder a seus caprichos, não agora. Por isso, ela saiu sem olhar para trás, deixando Anthony e saindo do prédio com rapidez, seguindo para a estrada e sinaSel ndo para o primeiro táxi que passou por ela. O caminho até a mansão foi longo, o trânsito estava horrível, então, o que seria uma viagem de quarenta minutos se tornou um longo percurso de uma hora e meia. Quando Sel chegou até a mansão, o hall de entrada estava vazio e toda a casa estava silenciosa. Não havia uma alma viva no jardim e todas as luzes estavam apagadas exceto a luz da sala de estar. A ruiva caminhou em direção a sala e quando chegou ao local, encontrou Roman com uma garrafa de vinho na mão e uma taça abandonada ao lado, aparentemente, a taça não servia vinho suficiente para sua vontade de beber, por isso, ele dava goles generosos direto da garrafa. Quando os olhos nublados dele encontraram a figura da
Quando Roman saiu da sala, Sel finalmente voltou a respirar normalmente. Seu coração estava acelerado e o perfume de Roman estava impregnado em seu corpo, isso lhe causava náuseas. Suas mãos ainda estavam trêmulas e ela sentia que poderia desmaiar a qualquer momento. Já conhecia aquele lado impulsivo de Roman, mas havia esquecido como era a sensação de ser pressionada daquele jeito. Porém, existem males que vem para o bem e, enquanto ela se recompunha e arrumava os cabelos ruivos, Selena se lembrava do porque estava fazendo tudo aquilo. Não posso desperdiçar essa nova chance… Afinal, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar e, se eu morrer, vai ser o fim, com certeza!, ela pensou, suspirando e caminhando em direção ao seu próprio quarto. Estava aflita e nervosa, mas, apesar de tudo, a conversa com Roman lhe trouxe informações mais que interessantes. De fato, Anthony estava certo, seu pai havia sido assassinado. Porém, aquela informação não era a única que Sel havia conseguido, de
A leitura da carta e suas pesquisas tomaram algumas horas de sua noite e, sem que ela percebesse, já era tarde, quase madrugada. A janela aberta lhe dava uma visão ampla do jardim e do céu noturno onde uma grande lua cheia derramava sua luz prateada por toda parte. Sel guardou a carta embaixo do colchão junto com as outras e, depois de por uma de suas camisolas e um robe, decidiu sair para beber um pouco de água antes de dormir, precisava descansar para conseguir por sua cabeça para funcionar direito. A ruiva saiu de seu quarto silenciosamente, descendo até a cozinha a passos de algodão e enchendo um copo de água. Tudo estava quieto e as luzes deixavam o ambiente na penumbra, já que a maioria delas estavam apagadas. Selena levou o copo consigo e começou a subir, novamente, o lance de escadas que a levaria até seu quarto, no entanto, uma iluminação leve e quase imperceptível a fez mudar de direção. A porta do escritório de Roman estava entreaberta e a luz que vinha lá de dentro refl
Quando o dia amanheceu, Sel se levantou ainda um pouco afoita. A conversa que ouviu na noite anterior e a carta que leu não saíram de sua cabeça, ela imaginava com quem Roman estava conversando e se perguntava se Henry era mesmo um pai tão carrasco a ponto de prender sua filha a um homem como aquele. Aquelas dúvidas consumiram seu sono e quando o sol nasceu, ela desistiu de ficar na cama, se levantando, amarrando seu robe e saindo do quarto. Seus cabelos ruivos estavam soltos, caindo como uma cascata avermelhada por sobre seus ombros e seus passos eram lentos e vagarosos pelo corredor, que já apresentava certo movimento dos empregados. Ela cumprimentou algumas senhoras que abriam as grandes e pesadas cortinas, sorrindo para elas e recebendo um sorriso de volta, sempre foi gentil com todos os empregados da casa, ao contrário de Roman, que só se dirigia a eles quando necessário. Ao chegar à sala de jantar, ela encontrou a mesa posta, mas o silêncio ainda dominava o local, provavelmen
— Você chegou para atrapalhar minha vida e diz que não temos assuntos pendentes? — Carina alterou o tom, prestes a dar mais um de seus chiliques. — Eu espero que aproveite bem a sua estadia aqui pois vou te arrancar deste lugar nem que seja pelos cabelos! — Se foi só para isso que veio, pode ir embora — Sel resmungou, suspirando. — Não tenho tempo para esse tipo de competição feminina! — É isso que acha? Você por acaso gosta mesmo dele pelo menos? Ou está fazendo isso só pelo prestígio que ele tem, hm? — a voz dela era cheia de rancor e mágoa, a cada palavra seus olhos enchiam-se mais de lágrimas. — Você é só uma vadia interesseira, não é? É só pelo dinheiro que está com ele! — Se é nisso que quer acreditar, Carina , fique a vontade — Sel respondeu, suspirando levemente. Bem no fundo ela se sentia satisfeita por ver o estado em que Carina estava, afinal, já esteve naquele lugar e por culpa da mulher a sua frente. — Eu não te devo explicações, se Roman tinha um compromi
Com o ouvido quase colado na porta, a secretária tentava ouvir o que se passava no escritório de seu patrão, apenas por curiosidade. Ela jamais viu Roman levar homens como aqueles para a empresa, era claro que a índole deles não era das melhores e a garota podia jurar que alguns estavam até armados. Mas, de onde estava, não conseguia ouvir nada além de vozes abafadas que falavam coisas que ela não conseguia entender. Do outro lado da porta, Roman passava as mãos nos cabelos enquanto escutava a versão do líder, que tentava a todo custo tirar a culpa dele e de sua equipe. — Como iríamos saber que o cara iria conseguir fugir? — o homem começou, com os olhos baixos. — Ele era muito forte e inteligente, não conseguimos segurar ele! — Não conseguiram? — Roman bradou, erguendo o dedo e apontando para o homem, seus olhos eram ameaçadores e extremamente irados. — Se não o encontrarem e terminarem a porra do serviço, vou contratar alguém que vai fazer o serviço, mas com vocês!Os demais se e
Quando a noite chegou, Sel já estava pronta. Seus cabelos ruivos estavam soltos e perfeitamente alinhados, descendo por seus ombros até o meio de suas costas. Ela usava um vestido vermelho longo, com costas abertas e sensuais, o tecido abraçava seu corpo com perfeição e não havia ninguém que não a olhasse, já que estava realmente perfeita. Certamente não estava se arrumando para Roman, não exatamente. Sua produção era sim para reter a atenção dele, mas não de forma romântica, manipular Roman era sua melhor forma de conseguir informações que precisava, então, como não havia outras opções, Sel precisava se empenhar em arrancar dele tudo o que podia. Mas bem no fundo, parte disso a agradava. Saber que tinha a oportunidade de usar Roman como ele a usou no passado era muito bom, lhe dava uma sensação deliciosa de vitória que a ruiva jamais esqueceria. Não demorou muito para uma das empregadas subirem até o quarto e, com batidas leves na porta, Sel viu o rosto gentil de Lory surgir após
Quando saíram do restaurante, Sel se sentia anestesiada. Não havia outro caminho, mas sentir o peso daquele anel em seu dedo novamente era como sentir que estava se colocando na mesma posição que se colocou em sua primeira vida, e aquilo a deixava nervosa e ansiosa, afinal, aquele foi o começo de seu inferno. As lembranças de seu passado encheram sua mente e fizeram sua cabeça doer, lembranças de uma vida que, ao menos ali, não havia existido a atormentavam de uma forma extrema. A violência e o desprezo de Roman, as humilhações de Carina e a frustração de ter sua vida destruída por alguém que ela acreditava que a amava. O caminho de volta foi silencioso, tanto Sel quanto Roman estavam presos em seus próprios pensamentos, em suas próprias dúvidas e em seus próprios medos. Aquele foi um passo importante para ambos, mas que guardava um significado singular para cada um deles. Para Roman, era um importante passo para atingir seu maior objetivo, para Sel, a primeira contagem final de se