— O que está acontecendo? Por que você está tão irritada? — Nina se aproximou de Daphne e a envolveu com um braço. Assim que percebeu o estado do rosto dela, ficou espantada e perguntou. — Quem ousou te bater desse jeito?— Foi a Florence! — Respondeu Daphne, com um tom cheio de mágoa enquanto relatava os acontecimentos para Nina.Quanto mais Nina ouvia, mais furiosa ela ficava. Em um movimento brusco, bateu com força na mesa.— Isso é um absurdo! Aquela desgraçada já nos fez passar vergonha antes, ao ponto de termos que ir até a casa daquela ingrata da Lyra para pedir desculpas. Agora, essa bastarda ousa jogar sujo com você? Pelo visto, ela ainda não aprendeu o lugar dela!— Mãe, o Theo e a Valentina estavam lá e viram tudo. O que eu faço agora? — Perguntou Daphne, mordendo os lábios, preocupada.Nina levantou-se com elegância, caminhando de um lado para o outro, seus passos graciosos contrastando com a expressão calculista no rosto. De repente, ela parou, ergueu as sobrancelhas e esb
No hospital, Florence terminou de receber o soro e, finalmente, a febre havia cedido. Embora ainda estivesse sem forças, sua mente estava mais clara.— Você tem certeza de que não vai ficar internada? Com todo o álcool que você bebeu, além de ter caído na água e pegado febre, passar pelo menos um dia em observação seria normal. — Disse Fernando, enquanto anotava algo em sua prancheta.Florence ignorou o comentário dele, afastou o cobertor e tentou sair da cama. Sempre que via Fernando, uma mistura de emoções conflitantes surgia em seu coração.Ela havia perguntado discretamente a algumas enfermeiras sobre ele. Fernando era conhecido como um médico competente, com uma excelente reputação entre os pacientes. Ninguém acreditaria que ele pudesse estar envolvido em um transplante de rins ilegal em uma criança. No entanto, ela não podia descartar a possibilidade de que ele tivesse cedido à influência de Lucian na vida passada. No final, tudo levava de volta a Lucian.Fernando percebeu a dete
— Sr. Lucian, para ajudar a Daphne a limpar a imagem, você realmente se superou! Mas eu não vou fazer o que vocês querem! Mesmo que eu morra, vou levar a Daphne comigo para o inferno! — Florence lançou um olhar cheio de ódio para Daphne e caminhou em direção à porta.Atrás dela, a voz gelada e grave de Lucian ecoou:— Florence, você não se importa com sua mãe?Florence parou abruptamente. A cor de seus lábios desapareceu, e sua mente ficou em branco por um instante.Ela se virou lentamente, encarando o homem à sua frente. Seus olhos estavam vermelhos, como se a qualquer momento fossem derramar lágrimas de sangue.— Tudo bem. Tudo bem... — Murmurou ela, com um tom resignado.Sem alternativa, ela se agachou e pegou os papéis no chão. Enquanto seus dedos tremiam, ela digitou, uma a uma, as palavras humilhantes da declaração de desculpas.Depois de fechar os olhos por alguns segundos, ela pressionou o botão de envio com força.Lucian se aproximou, mas Florence recuou, soltando uma risada c
Cláudio encontrou Lucian no escritório de Fernando, onde ele estava silenciosamente tomando café.— Sr. Lucian, a Florence foi levada pelo Ronaldo.Lucian estreitou os olhos e pegou o celular, discando para Florence. Contudo, tudo o que ouviu foi a mensagem automática de que o celular estava desligado. O café em sua mão trincou com um som seco, e um brilho sombrio passou por seu olhar, gelando o ambiente.Fernando, que estava observando, soltou um leve suspiro e comentou:— Está preocupado? Então por que a pressionou tanto antes?Lucian jogou a xícara rachada no lixo, sem se dar ao trabalho de responder.Fernando deu de ombros e apontou para o suéter dobrado sobre a mesa:— Você até deu esse suéter para ela usar. Sabe que isso era...— Está com tempo livre demais, Fernando? — Interrompeu Lucian, pegando o suéter antes de sair do escritório.Ao retornar para Águas Serenas, já era noite. Lucian ficou no jardim, sozinho, acendendo um cigarro. Cláudio olhou para o céu e comentou:— Sr. Lu
Lyra continuava pensando alto, cada vez mais empolgada com suas ideias.Florence segurou os ombros da mãe e deu uma leve sacudida:— Mãe, eu preciso mesmo encontrar um homem? Eu não quero ninguém! Se você continuar me pressionando, vou sair por aí e casar com o primeiro que aparecer.— Olha como você fala! Eu só quero o seu bem. Não seria melhor encontrar um bom homem e viver uma vida tranquila? — Argumentou Lyra.— Eu não posso viver minha própria vida sozinha? Por que eu tenho que depender de um homem? — Florence rebateu com firmeza.— Eu... Eu não consigo argumentar com você. Vai dormir logo! — Lyra suspirou, derrotada, e fez um gesto para que ela saísse.Florence voltou para o quarto, deitou-se na cama e soltou um suspiro de alívio. Depois de alguns minutos, lembrou-se do celular que estava desligado desde mais cedo.Ela pegou o celular dentro da bolsa e, com certa hesitação, ligou-o novamente. Esperava que as notificações começassem a chegar freneticamente, mas para sua surpresa,
Ronaldo havia ajudado Florence silenciosamente tantas vezes que ela não queria deixá-lo em uma situação difícil por causa de uma simples foto. Mas o que precisava ser esclarecido, precisava ser dito. Para ela, ele era apenas um irmão, nada mais. Depois de um tempo, Ronaldo respondeu com um emoji sorridente e escreveu: [Durma cedo.] Florence respondeu: [Certo, boa noite.]Ela saiu da conversa e, distraída, deu uma olhada nas chamadas perdidas. Ao ver o número de Lucian, seus dedos hesitaram por um instante, mas, no final, colocou o celular de lado e foi tomar banho antes de dormir. …Na manhã seguinte, Florence levantou cedo e foi em direção à cozinha. Pelo caminho, ainda pensava em qual desculpa usar para convencer os empregados a deixarem que ela mesma preparasse algo. Afinal, antes, até quando tentava pegar um simples lanche, era alvo de comentários sarcásticos. Mas, para sua surpresa, assim que entrou na cozinha, viu rostos desconhecidos. Todos estavam ocupados, mas, ao no
— Mano, o que você está fazendo aqui? — Ela enxugou as mãos e foi cumprimentá-lo. — Vi que você se machucou e pensei em te levar ao estúdio hoje cedo. Melhor do que pegar metrô apertado. — Ronaldo hesitou ao vê-la de avental. — O que você está fazendo? Florence, um pouco sem jeito, levantou as mãos ainda sujas de farinha. — Queria preparar um café da manhã para você e para a Sra. Melissa, mas fui pega no flagra. — Então é melhor eu ir embora? — Ronaldo brincou. Florence riu junto com ele. — Senta aí, já estou terminando. Ronaldo assentiu e aguardou enquanto ela finalizava o café da manhã. Como percebeu que ele olhava o relógio de tempos em tempos, decidiu embalar tudo nos novos potes que havia comprado. Antes de sair, ainda virou-se para a empregada e recomendou: — A Sra. Melissa vai gostar dessas waffles, são mais macias e fáceis de digerir. Não esqueça de servi-las ainda quentes. — Pode deixar, senhorita. — Respondeu a funcionária. Depois, entregou a Ronaldo uma
A secretária de Ronaldo sentiu um impacto súbito na parte de trás do joelho, perdeu o equilíbrio e, num instante, o café escorreu por toda a roupa dele e pelo recipiente de comida. Ronaldo franziu a testa, enquanto a mulher se apressava em se desculpar. — Me perdoe, Sr. Ronaldo, eu não fiz de propósito. Naquele momento, Lucian apagou o cigarro no cinzeiro. — Preciso que você vá a Cidade H para uma viagem de negócios. Os documentos estão aí, dê uma olhada. Ronaldo lançou um olhar para os papéis sobre a mesa. — Certo. — Bom trabalho. — Lucian saiu sem sequer olhar para trás. No escritório, Ronaldo pegou o lenço da mão da secretária com a mesma calma de sempre. — Vá organizar os detalhes da viagem. — Sim, senhor. Assim que a secretária saiu, Ronaldo ficou encarando o recipiente de comida sobre a mesa, seus olhos se tornando cada vez mais profundos. … No elevador, Cláudio girava uma pequena pedra entre os dedos. — Sr. Lucian, o senhor pediu para eu vir junto só p