Lucian, aquele louco, havia mordido ela!Florence sabia que ele estava se vingando da mordida que ela havia dado nele antes. Então, simplesmente fechou os olhos, esperando sentir o sangue escorrer. Mas a dor durou apenas um instante. Em seguida, os dentes dele começaram a pressionar sua pele de forma intermitente, ora leves, ora mais fortes, como se ele estivesse brincando com ela.O corpo de Florence estremeceu levemente, e os lábios de Lucian mudaram de estratégia, deslizando devagar por sua pele, provocando uma sensação que a deixou sem reação. No instante seguinte, ele a ergueu e a colocou sentada sobre a mesa baixa. Ela tentou se afastar, mas foi cercada, sem saída. Lucian se aproximou tanto que, se ele movesse os lábios minimamente, eles se tocariam.Florence recuou por reflexo, mas ele segurou sua cabeça com uma das mãos e a puxou de volta, mantendo-a presa. O toque intencionalmente sutil de seus lábios fez o ar entre eles ficar carregado, quente, quase sufocante.— Repita o qu
Cláudio percebeu que Florence estava pálida e disse:— Srta. Florence...Ela soltou uma risada fria:— Sr. Lucian realmente se esforçou bastante.— Srta. Florence, na verdade... — Cláudio tentou explicar, mas Florence já havia se afastado. Ele apenas suspirou e franziu o cenho.Florence voltou para o quarto e foi direto ao banheiro. Ao olhar no espelho, viu as marcas claras no pescoço: um tom avermelhado, com leves marcas de dentes. A pele parecia quente e sensível, e qualquer um que visse saberia exatamente o que havia acontecido. Ela esfregou o pescoço várias vezes, tentando apagar as marcas, mas quanto mais esfregava, mais vermelha a pele ficava. No fim, desistiu. Ela precisava se apresentar no estúdio de Valentina no dia seguinte, então decidiu que a única solução seria cobrir tudo com uma boa camada de base. Enquanto pensava em como pedir emprestada a base de Lyra, foi surpreendida pela chegada dela.— Flor? Já voltou? Trouxe um pouco de comida pra você. — Disse Lyra, entrando c
Ao ouvir a voz, Florence se virou e viu uma mulher vestida com um terno preto perfeitamente alinhado, parada diante dela.— Lembra de mim? Sou a Isadora, fiquei em terceiro lugar na última competição.Florence assentiu educadamente:— Lembro, olá.Isadora ajeitou o blazer e passou os dedos pelos cabelos, tentando parecer casual:— Na última vez, obrigada por ter cedido o lugar para mim.— Não foi nada. O horário está apertado, melhor subirmos. Podemos conversar depois. — Disse Florence, olhando para o relógio. Ela não queria chegar em cima da hora. Era o primeiro dia de estágio, e, no mínimo, deveria chegar dez minutos mais cedo para se ambientar.— Certo. — Isadora respondeu, apressando os passos para acompanhá-la. Um leve entusiasmo tomou conta de sua voz. — Flor, na verdade, eu acho que o seu trabalho é que merecia o primeiro lugar.Florence parou de repente e a interrompeu:— Isadora, guarde isso para você. Não diga mais essas coisas.Ela sabia que Daphne não era tão despreocupada
Ao entrar no escritório, Bella bateu palmas para chamar a atenção de todos e disse:— As novas estagiárias chegaram. Daphne é a primeira colocada escolhida pessoalmente pela Diretora Valentina. As outras, acho que nem preciso apresentar.Os presentes não demoraram a captar o tom implícito no comentário de Bella. Um a um, começaram a cumprimentar Daphne de forma entusiasmada, enquanto Florence e Isadora eram completamente ignoradas. Ninguém sequer perguntava os nomes delas.Daphne, com o canto dos olhos, lançou um olhar rápido para Florence. Em seguida, começou sua performance habitual. Com um sorriso afável, ela caminhou até Florence e Isadora, colocou-se entre as duas e segurou os braços delas com uma expressão calorosa e gentil. — Estas duas também são minhas amigas, Florence e Isadora. Conto com vocês para ajudá-las daqui pra frente.Florence ficou surpresa por um segundo. Estava claro que Daphne tinha ouvido a conversa dela com Isadora do lado de fora do elevador e agora aproveita
Ao ouvir a provocação, Florence lembrou-se claramente de como, em sua vida passada, já havia testemunhado a verdadeira face de Daphne — uma mulher venenosa, com duas personalidades que trocava como quem troca de roupa. Sua habilidade para atuar era impecável, sem deixar qualquer falha.No passado, Florence teria feito de tudo para se explicar, mas agora, ela sabia que lidar com Daphne não exigia esforço. Bastava agir como uma louca. Florence colocou o celular de lado, pegou a cafeteira fervente e girou rapidamente o corpo, enfrentando Daphne.— Daphne, essa sua boca venenosa ainda não aprendeu a lição? Está com saudades de sentir dor? Quer descobrir o que é ser torturada por uma “louca”? Eu perco meu emprego, mas você perde sua reputação, a da família Gonçalves e a do Lucian. Será que você dá conta?Assim que viu a cafeteira, Daphne deu um passo instintivo para trás. Seu rosto tremeu, e até a base no rosto dela parecia prestes a desabar.Ela tentou recuperar a compostura, mas seus olh
Isadora olhou para Daphne com uma expressão preocupada:— Isso... Isso não é um problema? Os vinhos do Sr. Lucian não devem ser baratos, né?Daphne riu, como se aquilo não fosse nada:— Lucian sempre me traz aqui e vive me dizendo para pegar o que eu quiser. Eu nem sei o preço dessas coisas. Uma vez quebrei uma garrafa e me falaram que custava cerca de cento e sessenta mil. Ele não disse nada, só ficou preocupado se eu tinha me machucado.— Nossa, virou até declaração de amor! Gente, vamos agradecer à futura dona do restaurante, né? — brincou um dos colegas.— Obrigado, dona do restaurante! — Disseram outros, em coro.— Ai, não falem assim, gente. Vou ficar sem graça. — Disse Daphne, com as bochechas coradas, parecendo envergonhada, embora seus olhos estivessem fixados em Florence, como se quisesse declarar território.Florence encarou Daphne por alguns segundos e, em seguida, acompanhou o falso entusiasmo dos colegas com um sorriso forçado. Ela não estava nem aí para Lucian, muito men
Quando Lucian saiu carregando Daphne, que estava apoiada em seu ombro, Daphne lançou um olhar cheio de ódio para Florence. Naquele instante, Florence soube que ela tinha acabado de ganhar mais um motivo para Daphne detestá-la.Florence virou-se, confusa, para Isadora.— O que você disse mesmo?— Flor, desculpa, eu bebi demais e falei besteira. Não leva a sério, tá? — Respondeu Isadora, com o rosto corado, visivelmente alterada pelo álcool.Florence sabia que não fazia sentido discutir com alguém embriagado. Então, ela apenas apertou os lábios e não disse mais nada.A festa continuava animada, e os colegas, já mais soltos, bebiam e conversavam sem reservas. Isadora, cambaleando um pouco, levantou-se com uma taça na mão.— Eu sou nova aqui e quero brindar com todos vocês! — Disse ela.Após o brinde, Isadora virou a taça de uma vez só e, para provar que tinha bebido tudo, virou o copo de cabeça para baixo.Os outros colegas olharam para Florence, esperando que ela também brindasse. Sem te
Cláudio fez um leve aceno com a cabeça:— Por favor.Daphne desceu do carro e seguiu em direção ao Jardim Helena....Florence saiu do salão privado e começou a caminhar pelo corredor. A brisa fresca da noite soprava, mas, em vez de aliviar sua tontura, parecia intensificá-la. O efeito do álcool deixava sua cabeça pesada, e ela mal conseguia manter o equilíbrio. Apoiando-se em uma das colunas, ela tentou seguir em direção à saída, guiando-se mais pelo instinto do que pela visão. Depois de caminhar por alguns metros, achou que precisava virar à esquerda e, sem pensar muito, deu o passo. Foi então que pisou em falso e, no reflexo, caiu para frente.Com um grande splash, Florence mergulhou em algo frio e úmido. Em segundos, estava completamente encharcada. A temperatura gelada da água a fez recuperar parte da sobriedade. Ao olhar ao redor, percebeu que havia caído em um dos espelhos de água do restaurante. A água chegava até a altura do peito, e a sensação de constrangimento subiu imedia