Começou com um beijo. Lento, suave, cadenciado, porque não apressaria nada. Tinha algumas surpresas nas mangas e queria apenas aproveitar aqueles momentos com ela. Ainda assim, beijá-la era sempre incrível, e ele se deixou perder nas sensações que seus lábios macios lhe provocavam, enquanto sua ereção começava a tornar-se visível sob o jeans.
Segurando-a firmemente, ele levantou-se da cadeira, levando-a consigo e depositando-a no chão logo em seguida, sem dizer nada. Pegou sua mão e começou a guiá-la porta afora, ultrapassando-a e parando diante da porta do quarto que lhe pertencia.
— Espere aqui um minuto. Eu tinha planos para nós...
— E eu o
Melhor do que ser amada de forma reverente a noite inteira, só mesmo acordar ao lado do homem por quem estava apaixonada. Aquela era mais uma sensação completamente nova, de se sentir protegida e querida, e ela a apreciava imensamente. Os braços de Marcos eram como um refúgio onde ela desejava se perder e se encontrar várias vezes. Depois da primeira vez, os dois não conseguiram mais tirar as mãos um do outro. Amaram-se sobre a cama, no chuveiro, na banheira e encostados na parede. Dormiram por poucas horas, exaustos, mas os olhares diziam que estavam felizes. Ainda assim, Karen sabia que precisava voltar para o seu quarto e dar atenção para Anne, que deveria estar cheia de coisas para contar. Na noite anterior, quando chegara na pousada de sua aventura com Tauan, ela
Levantou-se de onde estava sentada e começou a andar em círculos, incapaz de se manter quieta. — Karen, eu realmente não queria te assustar, mas... — Bem, acho que é um pouco impossível, dadas as circunstâncias. Sérgio balançou a cabeça, compreendendo e concordando, porque simplesmente não poderia agir diferente. Tentando acalmar-se, Karen decidiu sentar-se novamente. Pegou mais uma vez o álbum, pousou-o no colo e voltou a folheá-lo, olhando para as fotos de Amália. Não havia dúvidas de que era exatamente ela a pessoa que via pelos corredores da pousada, que falava com ela e a o
As risadas das pessoas ao redor ecoavam dentro de seu coração e reverberavam sem causar nenhuma reação. Queria juntar-se a todos e tentar se animar, mas por mais que se esforçasse para esquecer o que tinha acontecido naquela tarde, a imagem de Elias simplesmente não saía de sua cabeça. Não conseguia não sentir a pele formigar onde ele a havia tocado, muito menos a sensação de bile e náusea que a acometia todas as vezes em que se lembrava dos dias de tormenta que passou nas mãos daquele homem durante a adolescência. Fora uma tola ao pensar que estaria livre dele. Chegara a imaginar que agora, uma adulta, nem sentiria medo do monstro que a ferira quando menina. Mas nada mudara. Ele ainda a apavorava de uma forma paralisante, o que fazia com que se sentisse ainda mais vulnerável. 
Vendo-o sozinho, aproximou-se o suficiente para estender-lhe a mão. Marcos aceitou-a sem nem hesitar. Em silêncio, Karen começou, então, a conduzi-lo até as escadas, onde eles subiram calados, entendendo apenas em trocas de olhares quais eram seus desejos. Ainda sem dizer nada, Karen conduziu Marcos até o quarto dele, parando diante da porta e esperando que ele a abrisse. Assim que a barreira foi eliminada, Marcos a agarrou sem nem pedir permissão ou hesitar. Fechando a porta com o pé, ele a enlaçou pela cintura e a encurralou contra uma parede com força, mas sem machucá-la. Karen só teve tempo de tomar ar antes de ser literalmente devorada pelos ávidos e experientes lábios de Marcos, que assaltaram sua boca como se daquele beijo dependesse s
Um sorriso malicioso característico se desenhava em seu rosto, enquanto olhava para a enteada de cima a baixo. — Oi, ruivinha! Espero que não esteja muito cansada de trepar com o bonitão do quarto ao lado, porque quero pegar um pouquinho para mim também. — Por um momento, Karen se viu paralisada de medo, mas quase se preparou para gritar, porém, foi interrompida por Elias, que balançou a arma, ainda apontada em sua direção. — Acho melhor você ficar caladinha, boneca, ou vou ser obrigado a te machucar. Ela sentiu lágrimas arderem no canto de seus olhos. — Por que não me deixa em paz, Elias? Agora que está solto, deveria tentar recomeçar sua vida…<
Marcos nem esperou pelo outro, pois foi logo saindo correndo, na direção das escadas, para ir ao quarto dela. Sérgio o seguiu logo atrás, ambos sendo observados por Amália. Subiu as escadas de dois em dois degraus e logo se colocou à frente da porta do quarto de Karen. — Karen? — chamou, enquanto socava a porta. Se estivesse tudo bem e fosse apenas um engano, ele certamente pareceria um louco pela atitude desesperada, mas não se importava. Seu coração batia forte no peito temendo que ela pudesse estar em apuros de alguma forma. Nenhuma resposta, porém, um som de algo quebrando dentro do quarto o deixou em alerta. Logo em seguida, um grito abafado. Feminino. De Karen.&nbs
ALGUNS DIAS DEPOIS Há alguns dias ela vinha esperando uma ligação ou um e-mail que lhe desse uma boa notícia. Não que não estivesse feliz da forma como estava. Para ser sincera, sair de Vilamares seria extremamente doloroso, mas era parte da vida real despedir-se e recomeçar. Além do mais, precisava de um emprego. Não poderia mais ficar gastando dinheiro de forma desmedida, principalmente sendo jovem e tendo força para trabalhar. E ela queria trabalhar. Queria fazer algo útil com seu tempo. Bem, na verdade, ela estava fazendo. Enquanto passava tardes deliciosas na pousada com Anne, passeando por Vilamares e as noites fazendo amor com Marcos, continuava escrevendo seu livro. Tudo estava indo tão bem, que ela tinha a previsão de termina
QUINZE DIAS DEPOIS — Se eu tivesse apostado... — Karen comentou para Anne, enquanto esta via televisão. A mais velha estava escrevendo seu livro quando uma mensagem acusou um novo e-mail, e ela foi correndo ver ao perceber que o remetente era Sérgio. — O que foi? — Anne virou-se para ela, desviando a atenção da TV. — Sérgio e Patrícia vão se casar. Estão me chamando para madrinha. — Que legal! — A menina levantou-se e colocou-se atrás da irmã, na mesa de jantar, para ver o que eles diziam.