— Tudo pronto? — perguntei para minha irmã, que fechou o porta-malas com tudo.
— Sim. Posso conduzir?
— Não sei. Não voltamos como viemos? — sacudi a mão para diminuir a água na maçã que acabava de lavar.
— Não sei. Vou perguntar para Cléo. — baixou os óculos em sua cabeça até seus olhos, escondendo-os por trás das lentes castanhas.
Correu de volta para onde nos tínhamos hospedado e eu segui, preguiçosa. Naquela manhã, tinha acordado tão preguiçosa que não conseguia ser flexível em nada. Para piorar, os 32 graus tornavam a caminhada insuportável. Estava toda transpirada, com cede, fome e muito sono.
Quando ía dar a primeira mordida na maçã, bocejei pelos seguintes segundos, lacrimejando assim que terminei. Nunca tinha me sentido daquele jeito. Não que me lembrasse.Boa parte dos convidados já tinham ido embora. Apenas nós quatro, os noivos, o primo de Júlio e uma irmã de Lola, tínhamos fica
— O que você fez? O que se passa contigo, Lio? — Cléo bateu no meu ombro com meu telefone.Ela estava irritada como no momento em que me despertou, no pequeno almoço do dia anterior. Desentendido, minha testa foi enrugada rapidamente, mas, quando percebi o que poderia ter acontecido, meus lábios se separaram.— Onde é que Judite está? — arranquei meu telefone da sua mão e apertei com força.— Foi embora. Você levou um bom tempo para vir resolver o que quer que tenha feito. — abriu a porta do meu carro, lançou seu corpo para dentro e bateu com força, seu olhar assassino em mim.— Puta que pariu! — sussurrei e esfreguei meus olhos.Se era por causa da merda do beijo que Mariana tinha roubado de mim, não podia me considerar mais azarado. Contar para ela sobre o que tinha acontecido seria melhor do que ela ter visto com seus próprios olhos. Depois de me separar de Júlio, fui explorar m
Depois de fazer o check in, arrastei minha pequena mala até estar de frente para as escadas rolantes, que davam acesso a uma pastelaria luxuosa e solitária no andar de cima. O cheiro de café e natas se tornava mais vivo a cada vez que as escadas deslizavam para cima. Quando comecei a andar, olhei para meu relógio e o mesmo marcava exactamente 07:30. Meu voo para Nampula partiria em uma hora, mas ainda tinha tempo para comer qualquer coisa.De cima, a vista dos aviões era incrível. Havia sofás circulares em volta de mesas médias e algumas cadeiras solitárias viradas para a vista, e acompanhadas por mesas mais pequenas, de vidro. Me sentei numa das cadeiras e estreitei os olhos para os raios fortes que vieram até mim.— Bom dia e seja Bem-vindo. — uma senhora estendeu o cardápio para mim e ornamentou sua fala com um sorriso, mas eu não estava bem o suficiente para corresponder.— Bom dia e muito obrigado. Acho que
Passei as duas mãos pela minha saia lápis assim que me levantei. Depois de organizar meus pertences dentro da bolsa, desligar o computador da minha mesa e me despedir dos poucos colegas que estavam espalhados pelo departamento, segui para fora, passando por algumas portas até estar na casa de banho feminina.Tinha pensado em fazer aquilo desde a hora do almoço, mas, feliz ou infelizmente, as interrupções me fizeram adiar o momento. Agarrei a alça da minha bolsa de couro azul com força e entrei.— Meu Deus, que medo. — sussurrei para o lugar vazio, apenas com o som de alguma torneira mal fechada.Parei na frente do espelho e me observei. Eu não tinha o mesmo brilho que à alguns dias. O lápis que devia manter meu cabelo junto na nuca, não fazia mais o que devia. Meus lábios estavam um pouco secos, meu rosto estava murcho e meus olhos pareciam ter seus contornos virados para baixo. Enchi o peito com um inalar profundo, lambi meu
O caminho de volta para casa foi tranquilo. Conduzia em direção ao lindo pôr-do-sol, enquanto cantava alguma música de Simon Silver. As batidas que eram exprimidas para fora das colunas, me tocavam bem no fundo. O dia tinha sido normal, meu humor estava melhor, mas com uma vontade absurda de comer apas. Decidi que aquele seria meu jantar.No dia anterior, tinha conversado mais um pouco com minha mãe. Desabafar com ela realmente me fez bem, porque ela me transmitiu a calmaria que eu não acharia em nenhum outro sítio. Puxou a razão que boiava no fundo de mim a tona e me fez prometer que eu procuraria uma ginecologista o quanto antes. O sorriso em seu rosto era apaixonante. Me lembrava o mesmo que eu vi quando comprei o espelho para o quarto de minha filha, havia uns anos, enquanto massageava a barriga de 6 meses, ansiosa para colocar meus olhos nela. Sorri para a doce lembrança e não pude conter um suspiro de saudades. Vou tentar de novo, minha boneca
O cheiro de sabonete emanava dela, enchendo sua sala e desputando com o das duas pizzas que tinham chegado havia 5 minutos. De joelhos para a mesa de centro, Judite organizava pratinhos e talheres, antes de começar a servir em cada um deles.— Posso servir dois de uma vez? — perguntou sem tirar os olhos da caixa.— Pode.— Quer um pedaço de cada pizza? — finalmente olhou para mim e levantou o garfo e a faca à altura de sua cabeça.— Como preferir. — dei de ombros.Serviu dois pedaços em cada um dos pratinhos, fechou as duas caixas, pegou neles e se levantou, revelando seu corpo coberto por um vestido largo de pano fino. Acompanhei seus passos até mim e recebi o prato que me pertencia. Se sentou do meu lado, cruzando suas pernas grossas e começando a devorar a pizza em silêncio.— Me parece estar faminta. — soltei antes de levar um &ag
Alguns minutos depois, as coisas tinham tomado um rumo mais quente. Judite me beijava com saudade e vontade, juntando ao beijo um ligeiro sabor desejo. Um gemido delicado vazou de seus lábios, me fazendo responder com outro.Fez uma pausa para tirar minha camisa e jogar ao lado, no sofá, antes de sua boca voar para meu pescoço, onde um pedaço da tatuagem estava. Enquanto me lambia, mordia e chupava, meti minhas mãos pelo seu vestido e sua pele fervia. O contacto arrancou outro gemido dela, mais longo e alto, se repetindo no eco da sala quase silenciosa. Fechei os olhos e grunhi quando marcou meu pescoço com um chupão que fez meu membro pulsar.— Vou querer te marcar também. — sussurrei, fazendo-a rir e endireitar sua coluna para me permitir tirar seu vestido.Seus seios já estavam prontos para mim. Me pareciam um pouco maiores, mas deviam ser as saudades que sentia deles. Nossos olhos estavam grudados, quando enchi minhas mão
Parecia que um grilo tinha se enterrado em meus tímpanos, de tão alto que soava. Fui abrindo os olhos lentamente, meu cenho franzido, enquanto passeava a mão preguiçosa pelo lençol para arrancá-lo de cima de mim. O calor era tanto que quase não notei um forte incômodo que assemelhava a cólicas, assim como uma humidade entre minhas pernas. A escuridão se espalhava pelo meu quarto, quando, como se quisesse me esconder de algum olhar, fui discreta em passar meu indicador pela minha abertura e levar para meu nariz. Tinha cheiro de sangue.- Mas...- meus olhos foram crescendo nas órbitas.Como podia ser? Havia alguns dias que tinha feito o teste e tinha total certeza de ter visto o positivo mais visível do que desejava. Levantei da cama com uma rapidez que fez minha cabeça dar um giro completo por poucos segundos, mas, antes mesmo que me permitisse recompor, corri até a casa de banho. O estalo que o interruptor fez quando bati nele e me virei
Enfiei minha mão no bolso dele, de onde tirei uma menta. O sabor que predominava em minha língua não era de bom grado e meu estômago estava revirado demais para eu suportar. Antes de enfiar a menta na boca, fui me livrar do gole de saliva que tinha acumulado, voltando para seu quarto.— Mas eu deixei isso bem claro. — me olhou rapidamente com o cenho franzido.Me sentando na cama, arrastei a borda de minha blusa para cima, pois, o calor o exigia. Descalcei meus pés, soltei meu cabelo do coque perfeito e suspirei quando meu estômago vibrou.As semanas passaram tão depressa que só percebi que já era Março quando Lionel disse para a pessoa do outro lado da linha. Tinhamos acabado de voltar de um dia de compras e, como todos os dias passados, eu o olhava de forma maliciosa. A forma como o suor escorria pelas veias em seus braços me deixava com a língua inquieta, só que, para além do facto de eu ter me chateado com ele e por eu es