Uma longa semana havia se passado, o salão estava lotado de pessoas bem-sucedidas.
Passeei pelo local uma última vez e conversei uma das responsáveis pela organização. Henry e Nicholas ainda estavam lá encima, se arrumando ou fazendo qualquer outra coisa de homem.Ajeitei meu vestido e subi as escadas, segurando o corrimão. Andei pelo corredor e ao chegar a última porta a abri. Henry estava olhando para o espelho fixamente.- Eu preciso mesmo fazer isso? - Ele fez uma careta.- Sim. - Eu ri.- Você não está usando a sua fantasia. - Ele reclamou.- Henry.. - Me sentei ao seu lado. - Escuta, você é Nicholas são uma dupla perfeita.. como Batman e Robin, quem eu seria?- O coringa. - Ele disse cabisbaixo e eu ri.- Não, eu sou como a Mary Jane. - Eu disse me levantando. - E ela não faz parte desse universo, agora vamos.Ele se levantou e respirou fundo. Juntei nossos lábios em um beijo calmo e sorrUm mês longo e cansativo se arrastou. Eu tive que conviver com Rubi novamente, implorando pelo dia que ela fosse embora. Ela podia ter esquecido de boa parte das coisas que me fez, mas não é bem assim que funciona. Eu me sentia mal sempre que me lembrava de algo. Vê-la tentar se aproximar do meu filho era uma das piores partes, ele era só uma criança. Nicholas acabou criando afeto por ela, mesmo que eu não a suportasse nem um pouco. Ela era boazinha demais. — A tia Rubi vai estar na vovó hoje? — Nicholas perguntou do banco de de trás. Respirei fundo algumas vezes e encarei Henry. Sua postura estava tensa e ele apertava os dedos no volante com certa força. — Não sei, filho. — Henry respondeu. Virei meu rosto para a janela, observando o movimento dos carros lá fora. Apertei minhas mãos e engoli o seco. Eu não queria meu filho perto dela.— Vou voltar para casa cedo hoje. — Avisei. — Tenho trabalho a fazer.H
Acordei cedo. Sentia que a minha vida estava voltando aos poucos ao seu devido lugar.Tomei um banho rápido e me vesti, uma calça social preta, uma blusa branca e um blazer – também – preto. Nos pés, um salto alto nude. Peguei minha bolsa sobre a cama e caminhei lenta e preguiçosamente até o quarto de Nicholas. Bati algumas vezes antes de abrir. Ele dormia serenamente na cama, as cortinas fechadas davam um ar aconchegante ao quarto. Entrei no banheiro do quarto e liguei a pequena torneira que enchia a banheira, derramei o sabonete e me sentei na ponta, esperando que estivesse cheia. Quando terminei, retornei ao quarto.— Bom dia. — Abri a cortina e sorri. Nicholas se remexeu na cama e resmungou algo antes de se sentar na cama e me encarar com seus olhos azuis pesados. — Não quero acordar. — Resmungou.— Não temos escolha, Nich. — Cruzei meus dedos na frente do corpo. — Vamos, vá tomar banho e esco
Eu nunca pensei em estar nessa posição. Eu nunca pensei que perderia o meu filho. A culpa me corroia aos poucos. A nossa vida estava voltando ao normal, estávamos criando um cotidiano. Eu montava mil histórias na minha cabeça e não tirava conclusão alguma. As perguntas rodavam a minha cabeça em um looping infinito. Eu só queria uma brecha. Eles queriam dinheiro? Queriam machucar a mim ou ao Henry? Eles só estavam com o desejo de nos desestruturar ou acabar com a nossa família para sempre? Nada nos levava a lugar algum.A polícia não dava notícias concretas e mesmo depois de um mês, ninguém entrou em contato. Imagens de cameras de segurança mostraram a mulher que buscou Nicholas na escola. Era uma mulher desconhecida. Ninguém ouviu falar, não tínhamos registros, era quase como se não existisse. Consegui ter pensamentos sobrenaturais com essas informações, não era possível essa mulher não existir. Mas esse era o pode
- O que eu estou fazendo aqui? - Perguntei, encarando Rubi. Mexi os braços, tentando me soltar mais uma vez. A confusão crescendo dentro de mim. Eu estava na minha casa hoje mais cedo. - Aonde eu estou? - Perguntei, tentando arrancar alguma resposta. A risada alta de Rubi preencheu o ambiente, aumentando a minha dor de cabeça.- Em um lugar bem longe da sua casa.. - Ela disse, puxando uma mecha do meu cabelo. - do Henry, do seu filho. - Onde está o Nicholas? - Perguntei, encarando os seus olhos verdes. - Ah, fique tranquila. - Ela disse sorrindo. - A essa hora, ele já deve estar em casa. - Foi você quem pegou o meu filho? - Perguntei, sentindo a raiva crescer no meu peito. - Claro que sim, bobinha. - Ela riu. - Mas, antes que você cante vitória ou qualquer coisa do tipo, ele não me viu. - Como eu vim parar aqui? - Perguntei, tentando acabar com todas as minhas duvidas. - A empregada no
Acordei com um empurrão, levantei meus olhos e encarei um dos homens que trabalhavam para Rubi. Ele murmurou alguma coisa e me puxou, me arrastando para fora do avião. Olhei ao redor e reconheci a neve cobrindo boa parte da pista de pouso, enquanto alguns homens limpavam em volta com pás enormes. Ao descer as escadas completamente e quase torcer o meu pé duas vezes, cheguei no fim. Uma mulher me cumprimentou e me encarou de cima a baixo, dando um breve suspiro.— Vamos, não temos o dia todo. — Ela se virou e andou até um carro vermelho sangue estacionado a alguns poucos metros. A segui, tentando ganhar a confiança das pessoas a minha volta. Eu precisava disso para conseguir fugir. Senfi o meu corpo tremer pelo frio e me abracei, tentando diminuir o ar que circulava por todos os meus membros, os congelando de dentro para fora. A mulher entrou no banco do carona e eu fui empurrada atrás pelo capanga, que logo bateu a porta ao
Henry Olhei para Nicholas preocupado. Ele me perguntava de sua mãe a uma semana e eu não sabia como responder. Era complicado.A dor me esmagava por dentro, a sensação de impotência, de saber que, quem quer que tenha feito isso, queria apenas me destruir de alguma forma. Primeiro Nicholas e agora Bruna. Minhas duas metades. Dei um beijo em sua testa e me levantei, apagando a luz do quarto. Me certifique de que as janelas do apartamento estivessem trancadas e andei até a sala. Encontrei Rubi com os braços cruzados no sofá, parecia pensativa e mordia os lábios nervosamente. A sua frente, na mesa, um envelope branco e lacrado estava posicionado. Respirei fundo e me sentei ao seu lado. Ela se aproximou e acariciou minhas costas, sussurrando algumas frases de conforto.Eu estava quebrado. Eu estava destruído. Eu só queria encontra-la. — Abra a carta. — Ela mandou. — Pode ser alguma coisa importante. P
6 meses antes.. Cheguei cansado em casa. Havíamos passado um dia inteiro tentando encontrar a mínima pista sobre Bruna. Qualquer coisa, um fio de cabelo, qualquer coisa. Eu alimentava dentro do meu intimo a probabilidade de encontra-la. Nem por um segundo acreditei em sua morte. Minha cabeça não aceitava e minha consciência gritava para mim que ela estava em algum lugar, sozinha e precisando da minha ajuda. No dia em que Bruna sumiu, Nicholas apareceu. A escola foi processada por negligencia, enquanto toda a policia foi posta atrás de Bruna.A substância que foi encontrada no meu estômago, foi provavelmente, a mesma que Bruna tomou para dormir. A confiança pelos empregados da casa foi minado, até que chegasse ao zero. Ninguém havia visto nada, as câmeras de segurança estavam com um longo corte de uma hora. Nenhuma pista, nenhum corpo e era isso que alimentava a minha esperança. Abri a porta da sacada da sala e deixei o ar fresco corre
Bruna. Dias antes... Olhei em volta do apartamento, entediada demais para sair da janela. Respirei fundo, encarando o segurança novato sentado sobre a mesa de um café. Eles costumavam ficar ali, fingindo ler jornais e revistas, enquanto olhavam para a minha janela a cada cinco segundos. As pessoas não percebiam, deveriam achar que eram agentes do governo ou algo assim. Eles eram extremamente estranhos e quase não saiam do lugar. Trocavam de turno no mesmo horário, as sete da manhã. Mas, hoje foi diferente.. Joseph, o homem que eu conhecia não havia aparecido. Eles não trouxeram meus pães matinais, então tive de me contentar com um bocado de biscoitos que estavam no armário. Sai pela porta da frente do apartamento, olhando para os dois lados. Alguns homens costumavam ficar aqui também, em caso de fuga. Mas, acho que eles confiavam em mim, ledo engano. Sai a passos leves, indo até o final do corredor. Bati