Quando Matteo sentiu os lábios de Helena nos seus, um leve gemido de surpresa escapou de sua boca, o que ela aproveitou para ter acesso à sua cavidade bucal. Matteo sentiu seu coração bater ainda mais forte, e uma corrente fria percorreu seu corpo dos pés à cabeça. As sensações eram intensas. Por alguns segundos, ele deixou que ela o beijasse e até retribuiu o beijo.
Helena se inflamou, estava excitada, emocionada por estar com o amor da sua vida. Começou a percorrer os músculos do peito dele, tentando abrir sua camisa para acariciar diretamente sua pele. Conseguiu desabotoar alguns botões e o desejo borbulhou dentro dela com a força de um vulcão. Ela ansiava por ser dele novamente, não se importava que ele fosse um homem casado, pois, em seu coração, ele ainda era seu.
As respirações dos dois se aceleraram. Matteo sentia o calor das mãos dela em seu corpo, e as emoções, tanto tempo reprimidas, ameaçavam transbordar. Ela se aproximou ainda mais, esfregando-se como um animal em cio contra sua ereção, fazendo seu coração palpitar freneticamente.
No entanto, naquele momento, em meio à névoa de excitação, um pouco de lucidez surgiu em Matteo. Os olhos cinzentos de Gálata apareceram em sua mente, olhando para ele com tristeza e acusação, como se fosse um balde de água fria, afastando todo o desejo que ele sentia.
"Não posso fazer isso com Gálata, ela é minha esposa, e eu..." pensou, mas não era hora de continuar refletindo sobre isso. Ele precisava parar com aquela loucura. Matteo segurou os pulsos de Helena para afastar suas mãos de seu corpo.
— Pare, Helena! — exclamou com uma voz gélida. Isso surpreendeu a mulher, que o olhava incrédula, com uma expressão de questionamento nos olhos.
— Por que, Matteo? Ainda te desejo como da primeira vez e, há pouco, ficou claro que você também me deseja. Nós ainda nos amamos, por favor, vamos nos deixar levar — disse Helena, levando as mãos até o sexo de Matteo, acariciando-o por cima da calça, tentando convencê-lo.
— Já te disse que não, Helena! — retrucou com um tom de raiva, lutando para se controlar —. O desejo é uma necessidade fisiológica, não significa nada além disso. Já te falei, não estou interessado em voltar ao passado. Lamento toda a confusão que surgiu entre nós, lamento minha impulsividade em não ter escutado suas razões naquela época e por ter tomado decisões precipitadas, mas agora não tem mais volta.
» Helena, você não pode simplesmente aparecer depois de tantos anos e esperar que eu tenha ficado em pausa, esperando por uma explicação sua. A vida continuou, e eu segui em frente — as palavras de Matteo trouxeram tristeza aos olhos de Helena, e as lágrimas começaram a escapar.
— Eu não pretendo isso, e também não tive culpa do que aconteceu — murmurou Helena.
— Nem eu, Helena — disse ele, enxugando suas lágrimas. — E não sou mais um homem livre. Faz sete anos que me casei, tenho um filho de três anos e, no momento, minha esposa está grávida. Ela é uma boa mulher. Não poderia ter encontrado alguém melhor, e ela não merece ser traída por mim, muito menos ser alvo de meu desrespeito.
Ao ouvir as palavras de Matteo, Helena recuou como se tivesse levado um golpe. Sentiu o ar faltar e se apoiou em uma pequena mesa.
— Sete anos! — exclamou, sentindo o impacto em dobro: por saber que ele estava casado e por descobrir que isso havia acontecido logo após o término deles —. Você se casou logo depois que terminamos? — perguntou, embora já soubesse a resposta.
— Comecei a sair com ela poucos dias depois do nosso término, namoramos por duas semanas, e nesse mesmo período eu a pedi em casamento. Nos casamos catorze dias depois — respondeu ele com aparente indiferença.
— Você estava saindo com ela enquanto ainda estava comigo? — perguntou, sentindo-se traída e magoada pela descoberta.
— Não, você me conhece. Eu não sou o tipo de homem que começa uma relação sem terminar outra. Quando te deixei, ela foi meu refúgio, e decidi me casar. Além disso, eu sempre soube do amor que ela sentia por mim, em silêncio — respondeu, sentindo-se culpado, pois parecia que tinha usado Gálata, e esse pensamento o encheu de dor.
— Você a usou para me esquecer? — perguntou Helena, mas ele ficou em silêncio, perdido em seus pensamentos —. Você a ama?
Essa pergunta fez o coração de Matteo saltar em seu peito. "Eu a amo?" questionou-se. No entanto, tudo parecia tão complexo, porque ele nunca se permitiu sentir emoções. Se antes do rompimento com Helena ele já era frio, com a partida dela, foi-se a pouca calidez que ele possuía.
Ele refletiu sobre o quanto não se entregou totalmente a Gálata, enquanto ela se entregou completamente a ele. O remorso voltou a atormentá-lo, corroendo-o como um rio que lentamente desgasta suas margens.
— Helena, agora nada disso importa... O que importa é que eu não estou mais disponível... Nosso tempo passou, e não há mais volta. O passado ficou para trás, e não há como trazê-lo de volta.
» Eu te amei, e como não amar? Passamos tantos anos juntos, nos amando. Meu coração ainda b**e forte por você, mas a vida não permitiu que ficássemos juntos. Agora, não quero falhar com minha família, eu os amo. Eles são meu lar, o lugar onde eu renovo minhas forças e energias. O cheiro deles inunda meus sentidos, e eles me dão uma paz que não encontro em nenhum outro lugar. Quando minhas forças falham, só de pensar neles, eu me renovo, como a águia.
Ele se levantou e caminhou até a porta, pronto para ir embora. Ela o deteve, segurando-o pelo braço.
— Eu entendo e desejo de verdade que você seja feliz, mas tenho dois pedidos a fazer. Não me negue, por favor — pediu Helena em tom suplicante. Ele hesitou, mas, no final, concordou.
— Quais são seus pedidos? — perguntou, sentindo seu coração bater descontroladamente. Ele tinha que admitir que ela não lhe era indiferente.
— Quem é ela? — perguntou Helena, com uma mistura de tristeza, raiva e decepção.
— Gálata Ferrari — respondeu ele, suspirando.
— Ela? — Matteo assentiu. — A irmã dos gêmeos? Sempre a vi te admirando, mas nunca fiquei com ciúmes, porque a achava muito jovem para competir comigo... ironias da vida — disse com um sorriso sarcástico.» Meu segundo pedido é: me dê um beijo, apenas um, para que eu possa guardá-lo para sempre no meu coração — talvez estivesse sendo egoísta, mas precisava sentir os lábios dele pelo menos uma vez mais.Matteo a olhou surpreso. Por um momento, sua mente ficou em branco, mas, no fim, ele cedeu.— Tudo bem — disse ele, aproximando seus lábios dos dela e os pousando suavemente em sua boca. Helena respondeu com mais intensidade do que o necessário, invadindo novamente sua boca, mas se afastou logo em seguida.— Muito obrigada. Se algum dia Gálata decidir te deixar, eu continuarei esperando por você — ela o abraçou mais uma vez, e ele logo se afastou, saindo apressadamente para não cair em tentação.Helena o viu partir, observando-o até entrar no elevador. Ela entrou em seu quarto, escorreg
Matteo a observou por um momento, incapaz de evitar o desejo de percorrer seu corpo de cima a baixo. Ela parecia angelical, etérea, mais linda do que nunca. Sua boca entreaberta o convidava a saboreá-la, e ele não conseguiu resistir. Aproximou-se e sugou seu lábio inferior como alguém sedento, percorrendo o contorno de sua boca com a língua. Mais uma vez, ele sussurrou com voz rouca: "Minha doce Gálata!"Introduziu sua língua úmida, quente e ansiosa em sua boca, encontrando a dela, que timidamente se movia. Juntas, suas línguas dançavam uma dança erótica ao ritmo marcado pelo desejo que borbulhava em seu interior, com a força avassaladora de um vulcão.Ao soltar sua boca, Matteo deslizou pelos ombros de Gálata, lambendo suavemente seu pescoço. O gosto de sua pele era mais embriagante do que qualquer vinho fino. Doce, delicioso, intenso e explosivo, ele sentiu sua respiração acelerar enquanto ondas de prazer percorriam seu corpo. Gálata soltou um leve gemido quando sentiu a língua dele
A ligação de Leandro deu a Gálata uma sensação de desconforto. Ela sentiu uma rajada gelada congelar seus ossos, e, apesar de não querer ser grosseira, não gostava da ideia de recebê-lo, muito menos de encontrá-lo. Havia algo que a fazia querer mantê-lo afastado.— Leandro, que surpresa sua ligação! Embora suas palavras me deixem confusa. Por que eu precisaria de você? Nem somos tão próximos assim — mencionou ela, desconcertada.— Desculpe, Gálata! Minha intenção não é te incomodar. Eu te considero tão amiga quanto sou de Matteo e acho que você precisa de mim agora, porque talvez esteja sufocando com a volta de Helena. É bom desabafar com alguém, não é bom reprimir essas emoções, isso pode te fazer mal, te adoecer — manifestou Leandro, com tom de preocupação.— Muito obrigada pela oferta, mas prefiro não te incomodar — declarou Gálata, tentando evitá-lo e se perguntando: "Como ele sabe que eu sei sobre a volta de Helena?". No entanto, ela afastou esses pensamentos e continuou prestand
Leandro ficou olhando para Paula com raiva, apertando as mãos ao lado do corpo, fechou os olhos e em seguida a golpeou com força no rosto, fazendo-a rolar no chão. Um fio de sangue começou a escorrer de sua boca.—Vadia! Quem te chamou para se meter onde não deve?! —disse, apertando os dentes, e aproveitando a postura da jovem no chão, começou a chutá-la sem parar.—Leandro! Deixa-a! Você ficou maluco? —gritou Gálata, horrorizada ao ver a atitude selvagem do homem.—Leandro! —exclamou novamente.Quando Leandro ouviu a voz de Gálata chamando-o, saiu de seu devaneio, tudo não passava de sua imaginação. Não pôde evitar olhar para Paula e, embora não pudesse agir como havia imaginado, não perdeu a oportunidade de plantar sua semente de veneno.—Paula, que surpresa te ver aqui. Certamente essas palavras que você disse são baseadas em sua própria experiência... acabei de me lembrar, anos atrás você estava perdidamente apaixonada por Matteo, defende-o porque ainda o ama?—Isso é alta traição
Gálata estava mergulhada em seus pensamentos, alheia à conversa de sua amiga, não conseguia parar de pensar em Matteo, na noite maravilhosa que passaram juntos. Ela se recusava a acreditar que ele não sentia nada por ela. "É possível para um homem fingir dessa maneira ao fazer amor?" perguntou-se, sem conseguir controlar sua ansiedade, pois em sua mente tinha opiniões contraditórias. Tão absorvida em sua situação, nem percebeu a pergunta de sua amiga.—Gálata Antonella Ferrari Estrada! Quer que eu comece a jogar sinuca com as bolas que você está me deixando no vácuo? —perguntou a loira, sem esconder sua irritação.A exclamação exaltada fez Gálata reagir.—Ai, amiga! Desculpa mesmo, agora não sou boa companhia, tenho muita coisa na cabeça, o melhor seria eu voltar para casa —disse, sentindo-se envergonhada por sua própria atitude.—Não diga bobagem, Gálata. Não quero você deprimida, trancada em casa, lambendo suas feridas, esperando aquele idiota do Matteo aparecer, enquanto você não p
Matteo sentiu o medo voltar a agitar-se dentro dele. Não queria se divorciar de Gálata, muito menos perder sua família, pois não conseguia imaginar a vida sem eles. No entanto, as palavras de sua esposa foram contundentes; sua expressão era fria, sem o menor traço de sentimento, como se nada a magoasse ou importasse. Ela parecia indiferente.— O que você está dizendo, meu amor? Eu não quero me divorciar. Gálata, nós temos uma família! Por que você vem com essas ideias absurdas? Alguém colocou isso na sua cabeça? Você não pode estar falando sério! — perguntou ele, tentando se aproximar, com uma expressão de confusão, mas Gálata estendeu a mão para impedi-lo de se aproximar, mantendo-o à distância.— Nunca falei tão sério em toda minha vida. Que parte das minhas palavras você não entende? — perguntou em tom áspero. — Isso não é uma ideia absurda, é uma decisão bem pensada, tomada e irrevogável.— Muitas coisas aconteceram que me fizeram abrir os olhos para a verdade. Sim, porque eu semp
Matteo ficou sentado sem saber como reagir. Tudo parecia tão irreal, ele sentia como se tudo estivesse acontecendo com outra pessoa. Por um momento, uma ponta de descontrole tentou tomar conta dele, quase se desesperando, mas ele conseguiu conter esse sentimento. Levantou-se, caminhou até o bar e serviu-se um copo de whisky, que tomou de uma vez só. Ele nunca se permitia descontrolar, e não começaria agora.As palavras de Gálata continuaram ecoando em sua mente. Ele se recusava a acreditar que suas vidas tinham sido daquele jeito, mas, após alguns minutos de reflexão e relembrando o passado, chegou a uma dolorosa conclusão, algo que ele havia negado por muito tempo: talvez ela estivesse certa. Era inevitável evitar as lembranças que começaram a surgir."Chegou do trabalho depois de várias reuniões com os arquitetos, revisando os planos para a construção de um novo complexo hoteleiro. Assim que chegou, afrouxou a gravata e caminhou em direção à cozinha. Encontrou Gálata assando um peru
Gálata estava tão envergonhada que não veria problema se a terra se abrisse naquele momento, a engolisse e a vomitasse bem longe. No entanto, isso era pedir demais. Ela saiu do carro com medo, especialmente porque o dono daquele carro luxuoso devia estar muito bravo com o incidente. Fechou os olhos e contou mentalmente, esperando a explosão de raiva que certamente viria do condutor daquela maravilha — e não era para menos."Um, dois, três..." No entanto, mesmo após contar até três, não ouviu gritos nem reclamações. Abriu os olhos e, diante dela, quase tocando o seu rosto com a respiração, estava um homem de pele bronzeada, olhos verdes por trás de óculos e cabelos negros, exibindo um sorriso parecido com os de comerciais de pasta de dente.Ela abriu os olhos, desconcertada. Não conseguia acreditar que havia se enganado tanto em sua percepção. Esperava ver um homem muito irritado, difícil de controlar, e, em vez disso, estava diante de um verdadeiro galã, sorrindo como se tivessem cont