Clara estava um tanto confusa, sem saber onde mais havia incomodado Simão novamente.Ao entrar no carro, ela viu que Simão já estava revisando documentos, vestindo um terno diferente do dia anterior, desta vez eracinza, que ainda lhe caía muito bem. Ele era naturalmente um modelo.Um raio de sol iluminava levemente suas sobrancelhas, conferindo-lhe uma elegância nobre e distante.Clara entrou no carro e fechou a porta. Do lado de fora, a voz de Ágata podia ser ouvida e logo ela entrou no carro com uma bolsa a tiracolo.- Simão, eu vou para a escola, você pode me dar uma carona? - Disse Ágata.Simão levantou a cabeça dos documentos, ergueu levemente o queixo e sua voz soou fria:- Eu ainda tenho alguns dias de compromissos na Cidade A, não estou voltando para Cidade C hoje.Ágata já estava dentro do carro, tentando se encaixar ao lado dele:- Não tem problema, posso ir para Cidade A também.Era óbvio que ela tinha outros motivos.Clara olhou para os dois juntos e pensou em sua própria
Clara era esperta o suficiente, sorriu e assentiu com a cabeça:- Ok, até logo.Dito isso, ela se virou imediatamente e partiu.Simão ficou parado no mesmo lugar, observando sua figura por alguns segundos, enquanto Ágata o puxava e dizia:- Simão, o que você está olhando?Ele não disse nada, apenas se virou e foi pisando firme em direção à Vila Royal.Clara pegou um táxi e chegou à porta da casa de Celso, onde já havia um grupo de pessoas, incluindo vizinhos, todos apontando e comentando sobre a família Marques.A casa de Celso estava fechada, Celso e Lorena estavam dentro e não saíam.Do lado de fora, havia alguns homens grandes e fortes, revezando-se com bastões e barras de ferro, pareciam ser os homens que a tia mencionou que estavam bloqueando a porta.Clara se aproximou de um dos homens que segurava uma barra de ferro, ele era alto e musculoso, os músculos nos braços pareciam que estavam prestes a explodir.- Oi, desculpe-me, o que Rufino fez afinal? Por que vocês estão bloqueand
Celso e Lorena olhavam ansiosamente para Clara, como se ela realmente pudesse encontrar uma solução para aquela situação.Enquanto isso, Rufino se escondia atrás dela, tornando a cena um tanto cômica.Os vizinhos ao redor observavam e comentavam, deixando Celso envergonhado.Devido ao incidente com a casa anteriormente, os vizinhos tinham uma grande opinião negativa sobre ele. Ele sabia que estava errado, então não se atrevia a confrontá-los.Afinal, mesmo que a casa fosse demolida, eles teriam que esperar o governo agir antes de poderem se mudar. Durante esse período, eles ainda teriam que viver ali.Alguns homens viram Rufino tão covarde e não puderam deixar de zombar:- Você não tem coragem? Não sei como teve coragem de agir antes.Rufino enrijeceu o pescoço e não disse nada, mas ouviu Clara perguntar friamente: - Se você não pretende dar uma explicação, então eu devo ir embora. É óbvio que eles vieram atrás de você. Eles não devem fazer nada com seus pais, mas eu sempre esperei qu
Ágata não percebeu as palavras exatas piscando na tela, mas conseguiu vislumbrar uma sequência de letras em inglês.- Simão, você não vai atender o telefone? – Perguntou Ágata.Simão ergueu o copo de vinho oferecido pelo líder e não piscou os cílios:- É uma ligação indesejada.- Ok. - Na verdade, Ágata não acreditava totalmente, era claramente um nome com uma anotação.Mas, naquele momento, os outros líderes presentes na mesa estavam oferecendo mais bebidas a Simão:- Presidente Simão, experimente isso, é um licor de ameixa feito pelo próprio chef com ameixas do sul da Cidade A.Simão aceitou, agradeceu e deu alguns elogios depois de dar um gole.O clima no local era bom, todos estavam discutindo sobre o projeto.No entanto, Ágata sentia que, em comparação com antes, Simão agora estava um pouco desinteressado.Após algumas rodadas de bebidas, ele desabotoou dois botões da camisa e falou brevemente sobre algumas adições ao projeto.Os líderes presentes não levantaram objeções e até se
Clara saiu da mansão e sentiu seu corpo queimando, estava extremamente constrangida.Ela respirou fundo, tentando se acalmar o mais rápido possível. Afinal, ela precisava resolver a situação com Rufino para poder voltar a Cidade C sem nenhum peso nas costas.Ela já havia pesquisado informações sobre aquele líder, chamado Noah. Em particular, seu comportamento pessoal não apresentava problemas, ele era dedicado ao seu trabalho, quase sem falhas.Ficou claro que a ação de Rufino o havia provocado a enviar alguém para bloquear a porta da casa dele.Afinal, quem conseguiria suportar o fato de seu filho ter sido costurado com mais de vinte pontos?Clara procurou por todos os lugares e finalmente encontrou uma foto de Noah e Nico juntos no Facebook. A foto era do ano passado, quando os dois estavam cortando a fita de inauguração de um projeto.Após verificar o conteúdo do artigo, ela decidiu ligar para Nico.Logo, ela ouviu a voz dele do outro lado:- Penny, o que aconteceu? Estava com sauda
No entanto, Clara apenas se sentiu frustrada por um instante e logo recuperou sua calma. No momento, o mais importante era a situação da casa de seu tio.Além disso, ela e Simão, de fato, tinham apenas uma relação de emprego, e ela não estava errada em dizer isso.Quando ela voltou para a casa de seu tio, Celso e Lorena ainda estavam sentados lá dentro, suspirando. Nesse momento, Renata voltou e, ao ouvir que Rufino iria para a prisão, começou a xingar imediatamente:- Não sei que pecado cometi para acabar com um homem tão fraco. Não consigo mais suportar essa vida! Me dê 500 mil, eu quero o divórcio!Renata ficou com as mãos na cintura e, com sua atitude sempre arrogante em relação ao casal, estava pronta para esfregar na cara deles:- O velho é fraco e o jovem também é fraco, não aprenderam a brigar com os outros, é ridículo ao extremo! Quem quer viver com um homem assim? Me dê o dinheiro do divórcio imediatamente!Lorena e Celso ganharam dinheiro nos últimos anos, mas basicamente de
- Tio, tia, que tal irmos buscar o Rufino primeiro e levá-lo ao hospital para se desculpar com a vítima? – Disse Clara.Lorena assentiu, concordando rapidamente:- Sim, sim, vamos fazer isso imediatamente.Eles se prepararam para sair de casa e perguntaram a Renata: - Renata, você vai conosco?Renata revirou os olhos e respondeu friamente: - Eu não vou! Eu não tenho nada a ver com aquele idiota.Lorena ficou com o semblante sombrio, mas não retrucou. Clara, ouvindo a discussão, sentiu-se incomodada. Afinal, era um assunto familiar. O casal chegou à delegacia e, antes mesmo de entrar, ouviram Rufino chorando e reclamando lá dentro. O coração de Lorena se apertou e, ao entrarem no saguão, viram Rufino com o rosto machucado e inchado, resultado da surra que levou dos agressores a caminho da delegacia. Era difícil reconhecê-lo. - Rufino, está doendo? - Disse Lorena, aproximando-se rapidamente e segurando a mão dele. Rufino continuava com seu ar derrotado, chorando desesperadamente:
- Clara, pelo menos o Rufino é seu primo, pegue leve, por favor, eu te imploro. - O rosto de Lorena estava cheio de humilhação, seus lábios tremiam.Celso permanecia em silêncio, ajoelhado sem dizer uma palavra.De fato, o papel do pai era frequentemente retratado como um personagem silencioso na maioria das famílias.Rufino ficou atordoado após o tapa, sentindo o gosto de sangue na boca. Ele moveu os lábios e cuspiu um dente ensanguentado.Clara retirou a mão:- Se você tivesse assumido alguma responsabilidade naquela época, se tivesse se divorciado da Renata e não levasse o dinheiro do meu pai, ele não teria ressentimentos contra a sua família, e seus pais não teriam que se envergonhar na frente do meu pai. Mas você fugiu, levando mais de um milhão, deixando-os à mercê da Renata em casa, sendo tratados como empregados, como babás. Que tipo de filho você é, Rufino? Onde está sua responsabilidade?Rufino apenas limpava o sangue do canto da boca, sem dizer uma palavra.Dentro da delegac