Clara falou aquela frase e logo ouviu o som da chuva lá fora.Zeferino tinha acabado de sair da cozinha e, ao ver a chuva, sorriu e disse: - Depois dessa chuva, muitos cogumelos frescos vão brotar esta noite.Parecia que Zeferino realmente gostava da natureza. Ele foi até o sofá, sentou-se e começou a falar sobre as coisas que poderiam ser encontradas nas montanhas, dissipando instantaneamente a atmosfera tensa que estava presente momentos atrás.No entanto, a chuva lá fora ficou cada vez mais forte e se transformou em uma tempestade torrencial. A visibilidade diminuiu de repente e o céu parecia sombrio.Nas florestas, o tempo chuvoso era assustador.Zeferino falou: - Eu vou pedir aos empregados para prepararem alguns quartos para vocês. Fiquem aqui esta noite, ninguém deve sair. Dirigir em um clima assim é muito perigoso, não sabemos se há deslizamentos de terra na estrada.Ao dizer isso, ele olhou especialmente para Clara:- Penny, já que você e Simão estão juntos, fique também. Eu
Clara estava um pouco constrangida porque não havia roupas dentro da toalha. Ser pega por Simão dessa forma a deixou completamente sem jeito.Simão segurava um tubo de pomada, vestindo apenas uma camisa com alguns botões desabotoados, revelando seu osso do colo.Abaixo, era possível ver levemente as bandagens.Clara entendeu que ele provavelmente veio para que ela pudesse aplicar a pomada nele.Seus quartos estavam próximos e ela já havia feito curativos nele antes.Além disso, ele não sabia onde estava o quarto de Rodrigo, então veio procurá-la.O olhar de Simão pousou sobre ela por um momento e ele estava prestes a se virar e voltar para o seu próprio quarto.Mas Clara estava preocupada que, se não aplicasse a pomada, a ferida dele poderia piorar.Afinal, ele só havia sido chicoteado por causa dela.- Você precisa que eu te ajude a aplicar a pomada? Entre, por favor. - Clara se inclinou para o lado.Os passos de Simão pararam por um momento, franzindo o cenho.Se outra mulher estives
O local onde os dedos dela tocaram ficou mais quente, seguindo o aumento de temperatura. Sua respiração se tornou desordenada por um instante. Clara simplesmente continuou aplicando a pomada diligentemente, certificando-se de não deixar nenhuma área sem cobertura antes de pegar a bandagem para enrolar novamente. Mas esse gesto de enrolar a bandagem exigia que ela se inclinasse, aproximando-os ainda mais perto, quase como se suas respirações estivessem se entrelaçando. Simão desviou o olhar e franzindo a testa. Clara sabia que ele não gostava de ficar muito próximo de mulheres, então ela acelerou seus movimentos. Quando chegou à última volta, ela suspirou aliviada, mas sua respiração bateu na pele de Simão e ele involuntariamente recuou um pouco com a mão. - Presidente Simão, está pronto. - Disse Clara, sentindo-se um tanto desconfortável e se preparando para recuar. No entanto, devido ao movimento de recuo de Simão, ele acabou segurando uma ponta da toalha de banho, então quand
Quando Clara recobrou os sentidos, Simão já havia partido. Isso quase fez com que Clara caísse do sofá, deixando seu rosto pálido. O que Simão estava fazendo? Foi por causa da pouca roupa que ela estava usando e do ambiente agradável que ele se deixou levar por um breve momento de confusão e encanto? Ela franzia a testa com atraso, lembrando do beijo suave que percorreu sua orelha e pescoço como uma pluma, fazendo todo o seu corpo ferver. Clara levantou-se com as pernas ainda trêmulas e dirigiu-se ao banheiro, onde viu que até seu pescoço estava vermelho. O que diabos estava acontecendo? Ela lavou o rosto com água fria, tentando se acalmar rapidamente. No entanto, a água fria parecia evaporar instantaneamente pelo calor em seu rosto. Clara sentia-se inquieta, como se tivesse sido provocada intencionalmente por alguém que depois a ignorou e foi embora sem explicação. Não podia ser verdade, né? Será que Simão também tinha desejos mundanos desse tipo? Ao pensar naquela noite e
Essa frase causou uma atmosfera sutilmente tensa no local.Simão segurou a xícara e tomou um gole de café com indiferença.Enquanto isso, Clara foi momentaneamente perturbada pela pergunta. No entanto, ela rapidamente ajustou sua mentalidade, baixou os olhos e falou com calma:- Sim, passei a noite fora e meu marido me ligou.Enquanto dizia isso, ela virou a cabeça para Ágata e sorriu.Ágata descobriu pela primeira vez que ela estava casada e sentiu-se momentaneamente constrangida, achando ridículas todas as suas provocações desde ontem até agora.Ela tossiu levemente e ouviu Zeferino falar nesse momento:- Filha, peça desculpas a ela. Você acha que pode dizer esse tipo de coisa assim? Penny é tolerante e não está te levando a sério.Dessa vez, Ágata não estava mais provocando intencionalmente e se desculpou sinceramente:- Desculpe, eu não sabia que você era casada.Se ela soubesse que a mulher era casada, ela não teria falado nada antes.- Você se casou tão jovem, seu marido deve se
Clara estava um tanto confusa, sem saber onde mais havia incomodado Simão novamente.Ao entrar no carro, ela viu que Simão já estava revisando documentos, vestindo um terno diferente do dia anterior, desta vez eracinza, que ainda lhe caía muito bem. Ele era naturalmente um modelo.Um raio de sol iluminava levemente suas sobrancelhas, conferindo-lhe uma elegância nobre e distante.Clara entrou no carro e fechou a porta. Do lado de fora, a voz de Ágata podia ser ouvida e logo ela entrou no carro com uma bolsa a tiracolo.- Simão, eu vou para a escola, você pode me dar uma carona? - Disse Ágata.Simão levantou a cabeça dos documentos, ergueu levemente o queixo e sua voz soou fria:- Eu ainda tenho alguns dias de compromissos na Cidade A, não estou voltando para Cidade C hoje.Ágata já estava dentro do carro, tentando se encaixar ao lado dele:- Não tem problema, posso ir para Cidade A também.Era óbvio que ela tinha outros motivos.Clara olhou para os dois juntos e pensou em sua própria
Clara era esperta o suficiente, sorriu e assentiu com a cabeça:- Ok, até logo.Dito isso, ela se virou imediatamente e partiu.Simão ficou parado no mesmo lugar, observando sua figura por alguns segundos, enquanto Ágata o puxava e dizia:- Simão, o que você está olhando?Ele não disse nada, apenas se virou e foi pisando firme em direção à Vila Royal.Clara pegou um táxi e chegou à porta da casa de Celso, onde já havia um grupo de pessoas, incluindo vizinhos, todos apontando e comentando sobre a família Marques.A casa de Celso estava fechada, Celso e Lorena estavam dentro e não saíam.Do lado de fora, havia alguns homens grandes e fortes, revezando-se com bastões e barras de ferro, pareciam ser os homens que a tia mencionou que estavam bloqueando a porta.Clara se aproximou de um dos homens que segurava uma barra de ferro, ele era alto e musculoso, os músculos nos braços pareciam que estavam prestes a explodir.- Oi, desculpe-me, o que Rufino fez afinal? Por que vocês estão bloqueand
Celso e Lorena olhavam ansiosamente para Clara, como se ela realmente pudesse encontrar uma solução para aquela situação.Enquanto isso, Rufino se escondia atrás dela, tornando a cena um tanto cômica.Os vizinhos ao redor observavam e comentavam, deixando Celso envergonhado.Devido ao incidente com a casa anteriormente, os vizinhos tinham uma grande opinião negativa sobre ele. Ele sabia que estava errado, então não se atrevia a confrontá-los.Afinal, mesmo que a casa fosse demolida, eles teriam que esperar o governo agir antes de poderem se mudar. Durante esse período, eles ainda teriam que viver ali.Alguns homens viram Rufino tão covarde e não puderam deixar de zombar:- Você não tem coragem? Não sei como teve coragem de agir antes.Rufino enrijeceu o pescoço e não disse nada, mas ouviu Clara perguntar friamente: - Se você não pretende dar uma explicação, então eu devo ir embora. É óbvio que eles vieram atrás de você. Eles não devem fazer nada com seus pais, mas eu sempre esperei qu