Rufino estava emocionalmente agitado e não estava controlando conscientemente o tom de sua voz, de modo que seus gritos ecoavam pelo corredor.Se Rufino pronunciasse as palavras com clareza, certamente Simão entenderia sobre o que estavam discutindo e poderia deduzir a identidade de Clara, afinal, Rufino a havia chamado pelo nome completo.No entanto, Rufino havia abandonado a escola cedo e, nos primeiros anos após sua saída, trabalhava em várias cidades costeiras em obras, onde conhecia pessoas de diferentes partes do país que vinham do interior para trabalhar. Além disso, ele tinha o desejo fervoroso de escapar da pobreza da Cidade A, então ele deliberadamente aprendeu a imitar os sotaques dos outros.Não era difícil compreender o significado de um sotaque de uma pessoa, mas quando múltiplos sotaques de diferentes cidades se misturam, a pronúncia se tornava confusa.Portanto, Simão não fazia ideia do que os dois estavam discutindo, ele apenas conseguia ouvir vagamente as palavras de
O médico já havia costurado a ferida e depois deu algumas orientações.Clara respirou fundo e não deu mais atenção a Rufino, aproximando-se de Simão:- Presidente Simão, você se lembra daquela mulher que danificou seu carro da última vez? Ela é minha cunhada.Imediatamente, uma face sarcástica e maliciosa surgiu na mente de Simão, enquanto ele erguia levemente as sobrancelhas:- Sim.Clara sentiu-se constrangida e abaixou os cílios:- Presidente Simão, eu vou cobrir a perda de oito milhões, mas temporariamente não tenho tanto dinheiro comigo. Será que posso deduzir temporariamente do meu valor de design e depois fazer um acordo parcelado para pagar o restante? Está tudo bem para você?Certamente, a taxa de design do projeto de Simão era de milhões, e se ele fosse generoso, poderia ser em torno de cinco milhões.Apesar de a Mansão da Oásis não ser muito extravagante, era requintada e muito adequada para se viver.Parecia que Simão planejava morar lá por um longo tempo, e se Clara se esf
Fazer qualquer coisa por ele?Estar disponível a qualquer momento?Entregar três refeições por dia no Grupo Santos?Nenhuma dessas condições realmente interessava a Simão.Mas ao perceber a ligeira aflição em seu rosto, ele sabia que era movida pela culpa.Vendo Clara tão humilde, Rufino, parado à porta, não suportou mais.Clara era uma pessoa talentosa, uma graduada de destaque da Universidade da Cidade C. Mesmo que aquele homem fosse rico, ele não tinha o direito de humilhá-la assim, não é?- Clara, o que você está fazendo? Você, uma graduada de uma universidade renomada, vai se tornar empregada doméstica para ele? Isso é uma humilhação. – Disse Rufino.Ao ouvir as palavras sem sentido de Rufino, Clara apertou os lábios.Simão não sabia exatamente o que Rufino estava furioso dizendo, mas ouviu claramente a palavra "humilhação".Inicialmente, ele não estava interessado nas condições propostas por Clara, mas ao ouvir a forma como Rufino falou, ele calmamente girou o pulso ferido:- Voc
- Eu te vi naquela estrada uma vez e imaginei que você também tivesse uma casa lá. – Disse Clara.Ela ficou feliz por ter encontrado Simão enquanto passeava com o cachorro, Luke.Ao ouvir isso, Simão lembrou que a perna de Clara parecia estar ferida, mas durante o tempo no hospital, parecia que ninguém havia cuidado do ferimento dela.Durante toda a viagem, ela não mostrou nenhum sinal de desconforto. Seria que ela estava se forçando?Clara estava realmente se esforçando, pois cada pisada no acelerador era uma dor torturante.Mas ela tinha que fazer algo por ele, já que ele havia se machucado gravemente e havia perdido a festa. Ela não se sentia bem consigo mesma se não fizesse nada.Ela não queria dever nada a Simão de qualquer forma.- Presidente Simão, eu só sei que você tem uma casa lá, mas não sei exatamente qual, pode me mostrar quando chegarmos? - Disse ela.Continuando a atuação até o fim.Simão se recostou no banco, com o olhar calmo fixado nela.Clara tinha uma sensação de d
Simão franziu a testa novamente, pensando que ela era realmente teimosa.- Ok. – Respondeu ele.Clara suspirou aliviada com a falta de resistência dele e sentiu-se tocada.- Ótimo, estarei lá pontualmente. – Disse Clara.Ela aplicou o spray analgésico, aliviando um pouco a dor no tornozelo. Em seguida, abaixou a cabeça e organizou a caixa de remédios, colocando-a de volta no armário do hall de entrada.Ao fechar a porta, ela disse uma última coisa:- Descanse bem, então.A expressão de Simão ficou ainda mais fria, uma sensação difícil de descrever.Abafado, desconfortável.Ele desfez a gravata, como se esse gesto dissipasse parte daquela emoção inexplicável.Porém, ao desfazer a gravata, o movimento envolveu a mão ferida, fazendo-o franzir ligeiramente a testa devido à dor.Era apenas uma mulher com quem ele não tinha muita intimidade, não havia necessidade de se importar com ela.Clara nem sequer se importou com o que Simão poderia estar pensando, pois estava com pressa para resolver
Clara não disse uma palavra, mas Sarah sentiu uma humilhação como nunca antes.Foi somente quando Leonel, ainda a acariciando, percebeu a estranheza dela e olhou para cima, encontrando Clara, que ambos ficaram paralisados por um momento.Após reagir, uma raiva momentânea passou pelos olhos de Leonel.- Clara! - Ele soltou bruscamente Sarah e avançou em direção a ela.Clara franziu a testa, sem entender de onde vinha essa raiva sem motivo aparente de Leonel.- Chefe Leonel. - Ela o cumprimentou de forma educada, embora as ações anteriores de Leonel fossem claramente contrárias ao espírito de cooperação. No entanto, ela não queria criar problemas para si mesma.- Clara, você é realmente ardilosa. Não faço ideia de que truque você usou, mas o Nico retirou o contrato comigo por sua causa! Trabalhamos juntos por três anos, eu achava que você era diferente das outras mulheres, mas aparentemente você também é uma prostituta que se deita com as pessoas! – Xingou Leonel.A expressão de Clara fi
Clara estava extremamente cansada naquele momento, e se Simão tivesse chegado um minuto depois, ela provavelmente teria adormecido encostada na parede. Então, quando ouviu o som das portas do elevador se abrindo, seus olhos brilharam e ela olhou para cima, assumindo imediatamente uma postura respeitosa.- Oi, Presidente Simão. – Disse ela.A expressão de Simão suavizou um pouco ao notar o leve brilho em seus olhos, e ele entrou no quarto passando o cartão. Clara o seguiu e colocou a marmita térmica na mesa de centro.- Presidente Simão, aqui está a sopa para esta noite.A marmita térmica era rosa e parecia bastante requintada. Simão nunca imaginou que Clara usaria uma marmita térmica dessa cor. Ela sempre transmitia uma imagem profissional e só falava sobre assuntos relacionados ao trabalho.Um lampejo de surpresa passou pelos olhos de Simão, mas ele apenas desabotoou dois botões do terno.Após entregar a sopa, Clara estava prestes a sair, afinal, ficar sozinha com um homem naquele
Carlos era um roteirista que era especializado em captar pequenos detalhes para começar a criar.Naquela noite ele acertou em cheio, Simão e Clara realmente estavam juntos no mesmo quarto. Embora não estivessem na cama, para Simão isso já era uma exceção. Além disso, ao entrar no quarto, ele viu Clara com grande parte do pescoço exposto. Qualquer mulher que colocasse as roupas de um homem sobre si mesma teria um certo charme. A escuridão da noite era especialmente propícia para o surgimento de sentimentos intensos. Simão franziu o cenho e entrou diretamente no quarto principal. Ele sentiu que o banho que tinha acabado de tomar não estava certo e deveria tomar um banho frio. Ao mesmo tempo, ele ficou cada vez mais irritado, quem dormiria tão desarmada no quarto de um cliente masculino? Será que ele estava pensando demais ou Clara estava com outras intenções desde o início? O olhar de Simão caiu sobre um cobertor na cama e ele se lembrou de que ela ainda estava com o paletó. Ele