Ele metralha as palavras na minha direção, não parando nem mesmo para respirar, mas sua última sentença me põe alerta. Sinto uma certa indireta na sua frase.— Como assim “antes do Nicholas”? O que está insinuando?— Nada. — ele emenda rapidamente.— Ash... — o repreendo.— É que o meu bocão me colocou em maus lençóis agora. Eu não deveria ter falado nada. O Terry e o Nicholas me disseram pra não contar.O quê? Como assim não contar algo que está diretamente relacionado com o meu futuro no hipismo? O Nicholas só pode estar de brincadeira.— Mas por quê? — pergunto perdendo a paciência.Em um intervalo de dois dias, já descobri duas coisas que o Nick omitiu de mim. Qual é a dele?— Ele disse que você tinha outras coisas com o que se preocupar.E por acaso é ele quem decide com o que eu tenho ou não que me preocupar?Mas que droga! Eu não queria ter que chutar a bunda dele agora que estamos em um momento tão agradável depois da sessão de cócegas, do jantar e dos beijos maravilhosos de
Acordo sozinha na cama. Viro-me para o lado do Nick e abraço seu travesseiro. Seu cheiro está impregnado nos lençóis e é incrível. Maravilhoso mesmo. Deito-me de costas mais uma vez e começo a pensar nos dias que virão pela frente. Nova Iorque. Daqui a duas semanas estaremos lá. Não sei nem por onde começar a descrever como me sinto em relação a isso. Sem dúvida será difícil ir à cidade que machucou tanto o homem que eu amo e que eu sei, com clara convicção, que não tem nada a oferecer a ele.A visita da mãe do Nicholas a nós, na semana passada, o deixou bem mais estressado do que ele está ultimamente. Eu sei que ela falou alguma coisa a mais do que apenas nos convidar para Nova Iorque. O Nick nunca foi bom em esconder seus pensamentos e emoções de mim. Eu sei que algo ruim está o atormentando e tudo o que eu quero é que ele se abra comigo. Sem mencionar a ligação do Oliver ontem. Pelo que eu entendi, o Oliver sabe dos sentimentos do Nick em relação aos pais, mas quer que ele vá passa
Ele olha para mim, me acusando de saber o porquê. Droga! Ele é muito moralista. Todo esse papo de que não transaria comigo se não pudesse me dar o mesmo prazer que irá ter de mim é frustrante. Na verdade, na última semana eu peguei-me pensando que talvez fosse bom conhecer o Nick que as outras mulheres conheceram, só para que ele não tivesse a mesma consideração, pra variar.— Você é meu. — reivindico-o, séria.— É claro que sou seu. — ele franze a testa.— Então prove. — o desafio — Faça amor comigo.— Ellen, não. — sua voz sai rasgada.— Então o que vai fazer para domar essa ereção enorme? Vai fazer de novo, o que tem feito esse tempo todo? Se trancar no banheiro e bater uma?Ele desvia o olhar com uma expressão torturada, porém pronto pra partir para o ataque.— Eu não vou deixar essa passar, Nick. Será se você não percebe o quanto me magoa?Ele me olha em choque. O que ele pensava? Que eu não sabia ou que não me magoaria saber disso?— Você prefere se dar prazer sozinho a ter um m
— Nick... — me preparo para falar alguma coisa, talvez que possamos deixar pra lá mesmo que não seja o que eu quero, mas ele me interrompe com uma provocação mais do que deliciosa da sua língua no meu pescoço.— Me desculpa, amor. Desculpa por não ter sido mais atencioso. — ele diz, se esfregando em mim de forma lenta e rítmica.— Você fez o que pôde. — estou completamente sem ar.— Eu poderia ter feito mais.— Está fazendo agora.E está mesmo. Sinto um calor na minha barriga e realmente consigo sentir o meu desejo. Faz quase um mês que eu sofri o acidente, alguns nervos estão voltando ao seu estado natural. Todos os dias eu tenho torcido para que minhas sinapses sexuais voltem o mais depressa possível. E acho que estão.— Deus, eu quero tanto você. — Nick fala, antes de fechar a boca de novo nos meus mamilos — Não faz ideia do quanto.— Eu sou sua, Nick. Mas palavras não querem dizer nada, então faça-me sua.Escuto ele grunhir em meu pescoço. Nossas respirações entrecortadas e totalm
Puta que pariu. Era mesmo uma oportunidade e tanto. Participar de competições nacionais e internacionais com o Tyler? Não poder fazer isso realmente me deixa pra baixo agora.— Tá vendo? Agora você está aí toda triste e pensando em uma oportunidade que perdeu. Só por isso eu deveria quebrar o nariz daquele seu amigo.A menção dele de praticar violência me traz de volta para a realidade. Eu entendo o porquê dele ter escondido isso de mim, ele queria me proteger de me sentir exatamente como me sinto agora, mas ele não pode me proteger da vida. Como vou superar as coisas que me machucam se não lido com as coisas que me machucam?— Não precisa bater nele. Eu estou bem. — minto.— Acha que eu não te conheço? Você não está bem. Se você estivesse bem, estaria me dando aquele sorriso lindo que você tem e não fazendo essa carinha.Ele me conhece tão bem. Acho que ele não é o único que não sabe esconder os sentimentos.— Eu vou ficar bem. — deito-me de volta, minhas costas em seu peito e perman
— E você também? — pergunto incrédula.— O que eu posso dizer? Alguns homens têm certos fetiches.— E esse era o seu? Tipo transar com lésbicas?— Não era o único, mas sim, era um deles.Nisso eu consigo acreditar muito bem. O Nick é uma criatura puramente sexual e antes de me conhecer, fez algumas coisas que eu nem sequer ouso perguntar. Sexo a três? O que mais ela já não fez?— Você faria de novo? — me vejo perguntando. Ele junta as sobrancelhas.— Por que está perguntando isso? Eu já não mostrei que a única mulher que eu quero é você? — ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto.— Sei lá. Fetiches não desaparecem de uma hora para a outra.— Meu único fetiche é você. Achei que já tinha deixado claro uma vez, quando disse que todas as outras mulheres morreram pra mim quando te conheci. — ele me beija nos lábios.Deus, como posso não me apaixonar cada vez mais quando ele fala uma coisa como essa?— Então não deseja nada em relação ao sexo, algo que você imagina?Ele alisa meu rosto co
Nicholas dispensa Maggy com um sorriso meio forçado e vai até uma espécie de bar, perto de uma das janelas limpíssimas que vão do chão ao teto. Ele enche um copo com um líquido âmbar e bebe quase todo de uma vez. Depois enche outro e volta para onde eu estou. Está nervoso. Poucas vezes ele bebe sem motivo. Ele só faz isso quando sua mente está nublada. Seu rosto sério também o denuncia. É quase como se eu pudesse ver as engrenagens girando na sua cabeça, tentando entender o que passa com seu avô.— Nick. — coloco uma mão na sua coxa e aperto em sinal de conforto.— É que meu pai não costuma ser tão atencioso, sabe. O fato de ele ter ido ao encontro do meu avô quer dizer que deve ter alguma coisa errada. Só espero que não seja o que eu estou imaginando.— O que você está imaginando? — eu peço curiosa.— Olha só quem já está aqui.Nicholas e eu viramos o rosto na direção da voz que diz isso. É um homem também de meia idade, mas com um porte e uma aparência muito agradáveis. Realmente mu
Qual o problema dos pais do Nick? São sádicos ou algo assim? Como podem trazer para a própria casa, uma mulher que fez com o filho deles o que a Ada fez? Deus, como eu a odeio. Ela está no outro sofá com o Sr. e Sra. Hofmman e o homem que chegou com ela, conversando de uma forma tão casual e íntima que me deixa nauseada. Eles riem. Conversam e tornam a rir. Um olhar para o rosto do meu Nick e vejo a perturbação e o sentimento de traição que passa por dentro de si com seus pais. A expressão do Oliver também não fica atrás. Lembro-me de uma vez ele ter me dito que praticamente só espera o pior do seu filho Julian e da nora em relação ao seu neto.Meu celular vibra no meu colo e após pedir licença, saio em direção à área externa do apartamento, o lugar onde tem uma enorme piscina, maior até mesmo do que a da casa do Nick.A chamada cai antes que eu possa atendê-la, mas vejo no identificador o rosto com careta da pessoa que me ligou e retorno. Dois toques e ele atende.— Feliz Natal, Trag