O vento frio batendo contra as árvores, urrando, a chuva grossa caindo, congelando meu corpo. Não sei do que estou fugindo, nã me lembro do que, só me lembro do medo, do pavor que fez meu corpo estremecer e minha mente entrar em choque. Sabia que o que é que estivesse a me perseguir, estava gostando do meu desespero, do medo que me corroia, estava brincando comigo, e isto me deixava ainda mais apavorada. Saber que a dor em minhas pernas era em vão, saber que a qualquer momento ele poderia acabar com isto, só bastava ele se cansar do seu joguinho, me deixava ainda mais desesperada para fugir para longe, mesmo sabendo qual seria o final disso.
Eu não sabia o porquê de está aqui, no meio de uma floresta, correndo de algo ou alguém, não sabia o que ocorreu antes disto, o que me trouxe até aqui. E o pior, não me lembrava de nada sobre mim. Mas não tinha tempo para me fazer estes questionamentos, em minha mente não havia espaço para nada além do medo, do desespero, do pavor.
Minhas pernas cederam levando meu corpo de encontro ao chão. Eu não tinha força para me levantar. Não sabia mais se o fato do meu rosto está molhado era por conta da chuva ou das lágrimas que caiam desesperadamente por minha face. Uma risada medonha invadiu meus ouvidos, eu não conseguia ver o dono dela, mais sabia que se tratava de um homem.
- Estas cansada minha querida ?_ Uma voz aveludada surgiu em meio ao breu e um soluço rompeu de meus lábios fazendo o rir.
- P-por favor_ Murmurei em meio a soluços. Não sabia ao que estava implorando.
- Ah, tão doce_ Ele estava perto, muito perto e isto me fez travar a respiração_ Não chore meu anjo. Logo isto irá acabar.
- E-eu imploro. P-por favor
- Shh_ Uma mão gélida tocou meu ombro me fazendo sobressaltar. Nem mesmo as gotas de chuvas eram tão geladas quanto a mão dele. Eu não conseguia me mexer, nao conseguia respirar. Era como se todo ar tivesse escapado de meus pulmões_ Você irá me agradecer por isso meu anjo_ Assim que ele se calou senti uma dor aguda em meu pescoço, que logo dera espaço a uma brasa que começará a correr pelas veias de meu pescoço.
Um grito de dor saiu de minha garganta rompendo o silêncio. Perdi a contas de quantos vieram depois. Tinha perdido total controle de meu corpo, comecei a me contorcer sobre a grama molhada. A dor se espalhou por todo o meu corpo, mas a queimação permanecia em meu pescoço. A dor inundou todos meus sentidos, espasmos violentos tomaram conta do meu corpo. Sentia que estava caminhando para morte.
Comecei a me esfregar desesperadamente pelo chão, sabia que isto estava me ferindo, tinha consciência disto, mas a dor em meu corpo, a queimação em meu pescoço se sobressaía a isto. Mais um grito saiu de meus lábios.
De repente senti um toque. Era frio, e isto me fez lembrar de quem me causará toda aquela dor. Por mais que eu tentasse me afastar não iria adiantar, e para que ? Eu já estava morrendo.
-Preciso levá lá
Não era a mesma voz. Era calma e carregava preocupação. Me esforcei para abrir os olhos e tentar ver pelo menos a silhueta daquele ser de voz bondosa.
- Me chamo Gael Roux. Eu vou tira-la deste lugar.
Abri a boca para dizer algo mas apenas um grito saiu de minha garganta. As mãos frias envolveram meu corpo me levantando. Meu corpo deu mais um espasmo, a brasa em meu pescoço espalhava-se lentamente.
-Me...ME MATE_ Gritei desesperada, meu corpo se sacudido mais e Gael teve que me segurar com mais força.
- Não posso fazer isto. Prometo que isto logo passará, que estarei com você a todo momento.
- NÃO...POR FAVOR_ Um grito ainda mais agudo rompeu de minha garganta_ QUEIMA
Ele não me respondeu, apenas continuou a me carregar. Meu corpo continuava a dar alguns espasmos, e eu sentia que a qualquer momento minha consciência iria me deixar. Queria saber o que de ruim eu havia feito para passar por tamanha dor.
- Estava vin....
- Nós já sabemos. Jenna nos avisou.
- Pobre menina. Vamos coloca lá na maca, já está pronto_ Meu corpo fora repousado sobre algo macio, os espasmos continuaram, sacudindo brutalmente a maca.
- Quanto tempo levará a transformação, Jenna ?_ Gael perguntou.
- Quatro dias. Muito mais que qualquer outro. Não consigo ver depois disso. Está...nublado.
Quatro dias ? Quatro dias sentindo está dor insuportável ? Sentindo meu corpo queimar ? Eu não iria suportar. Eu não conseguiria.
- NÃO....ME MATE...POR FAVOR...ME MATE_ Meu corpo sacudido-se com mais violência, a maca balançou ainda mais brutalmente, a qualquer momento ela iria ceder_ Por favor_ Supliqui em um fio de voz. Estava começando a perder a consciência.
- Irá ficar tudo bem. Eu irei ficar com você_ Gael disse segurando minha mão e dando um beijo em minha testa. Fora a última coisa que vi antes de apagar.
Minha consciência ia e voltava várias e várias vezes, mas a dor não cessava, só continuava mais forte. Entre minhas idas e vindas de consciência, Gael não sairá a nenhum momento do meu lado, assim como prometera. Nem ele nem uma mulher que se chamava Maitê , que descobri ser esposa de Gael. Ela era tão gentil quanto ele.Uma garota de cabelos curtos e sorriso doce também vinha me ver. Jenna o nome dela. Ela falava bastante, mas isso era bom, não me distraia da dor, mas me ajudava de certa forma. Ela dizia que seríamos ótimas irmãs.O fogo cessou em meu pescoço e ombros e se alastrou por meus braços. E mais um grito saiu de minha garganta. Eu apertei fortemente a mão de Gael que pareceu não se incomodar.- Shh_ Ele acariciou meus cabelos_ Se eu pudesse acabaria com seu sofrime
Já haviam se passado seis meses desde que fui transformada, desde que fui acolhida pelos Roux. Eu me sentia muito bem com eles, cada um tinha um jeito carinhoso de me tratar. Até Amélia, ela era a que eu tinha mais certeza que iria me tratar com indiferença ou frieza, mas não, ela é um amor comigo, um pouco mandona, mas um amor.Jenna havia comprado um monte de coisas para mim, roupas, sapatos e bolsas de marca. O quarto de hóspedes virou meu quarto, e eu simplesmente amei ele, Gael me deu carta barca para fazer o que eu quisesse com ele, e com a ajuda de Maitê, que é design, ele ficou incrível. Amélia insistiu com Gael para que ela me ensinasse a dirigir e depois disto feito, ela me deu um carro de presente, um que eu amei.Eu já estava bastante habituada a minha nova vida. Não me refiro só ao fato de eu ser uma vampira e sim a minha vida como uma Roux. Mas havia algo que estava me incomodando, me deixando nervosa na verdade. Hoje s
"Querido diário,Não sei exatamente o que devo escrever. Ou pelo menos como deve começar. Maitê lhe deu a mim para que eu escrevesse tudo o que acontecer comigo, meus pensamentos, minhas lembranças.Principalmente minhas lembranças. Acho que ela tem medo de que eu tenha outra perda de memória. Confesso que eu também tenho.Também estou fazendo um álbum de fotos, Jenna me deu uma câmera linda de presentes. Eu sou boa nisso, em registrar momentos, em encaixa-los em pequenos quadrados.Enfim, espero que você aguente minhas frustrações, porque no momento são tudo que eu estou tendo. E o motivo delas é um simples nome: Vince."Fecho o diário, o colocando na mesa de cabeceira. Me joga na cama, suspirando fundo. Cansada, era assim que eu vinha me sentindo nos últimos dias, desde de que Vince foi embora.Já haviam se passado três dias, e ele nem ao menos ligou para dizer se estava bem. Eu não deveria
Vince havia voltado do Alasca, e todos nós estávamos contentes, principalmente eu. Porém eu estava preocupada com ele, toda a família estava. Por um simples motivo - ou não tão simples assim -, Vince havia achado a humana interessante e não era só pelo sangue, que era muito atraente para ele, e muito mais cheiroso do que todos os humanos que havia conhecido.Tinha algo a mais. Talvez pelo fato dele não conseguir ler a mente dela, ou eu não conseguir manipula lá, sim, eu já havia tentado manipula lá. Eu poderia dizer que Brien é estranha, e de fato ela é, mas devido ao fato de eu ser uma vampira totalmente incomum, eu não tenho esse direito.Nossa família ainda não havia decidido o que fazer sobre o caso da humana, mas já era possível ver que alguns já tinha suas opiniões formada
Vince acabou acompanhando Brien até o hospital, e Jenna teve que levar seu carro. Nos estávamos voltando para casa, precisávamos avaliar a situação. Amélia e Calebe estavam na sala, Jenna e Finn resolveram ficar juntos a eles.Eu conseguia entender a raiva de Amélia. A atitude de Vince foi impensada e irresponsável. Eu entendia que Brien era importante para ele, mas que isso, a garota agora era sua vida. Mas ele acabou colocando nossa família em uma situação delicada.Quando finalmente entrei em casa, pude sentir o quão tenso estava o clima.- O que foi ?_ Perguntei a Amélia que me encarava.- O que foi ?_ Ela disse um pouco alta_ Por que não o impediu ? Poderia ter feito isso.- Como se eu fosse capaz de prever o que ele iria fazer. A vidente aqui é a Jenna_
Vince não iria voltar tão cedo para casa, ele precisava deste tempo. Há única coisa que nos restava fazer era esperar. Todos pareciam entretidos com algo. Menos eu. Eu não conseguia me concentrar em nada.No momento estava em meu quarto, havia acabado de passar tudo oque aconteceu nas últimas horas para o meu diário. De certa forma eu me senti mais leve com isso. Agora eu estava fazendo alguns rascunhos aleatórios em um caderno. Eu descobri que eu era boa nisso, em desenhar. Escutei passos no corredor, Gael estava vindo para o meu quarto. Logo escutei batidas na porta.- Entra_ Disse sem me virar para porta, ainda rabiscando o caderno. Ele passou pela porta e a fechou novamente. Ele se sentou ao meu lado, me olhando com um sorriso.- Não faz ideia do quanto eu estou orgulhoso_ O encarei confusa.- Porquê ?- As coisas que você disse hoje, o modo como defendeu Brien. Escolheu pr
Quando as aulas acabaram eu me demorei para sair da sala, e consequentemente eu fui a última a chegar no carro. O carro de Vince não estava ali, e eu fiquei totalmente agradecida por isso, não iria ser nada agradável aturar ele agora. Jenna iria voltar comigo e Finn com Amélia e Calebe. A morena obviamente já sabia dos meus planos com Brien hoje.- Não, eu não quero saber o que você viu_ Disse quando nos duas já estávamos no carro, a caminho de casa.- Esse é o problema. Eu não vi nada além de uma névoa estranha_ Olhei de canto para ela, com uma sobrancelha arquiada_ Eu vejo você indo para casa de Brien, mas depois disso, nada, apenas a maldita névoa.- Isso é estranho. Suas visões não costumam falhar desta forma. Você acha que seria melhor eu não ir ?- Não, vai e se divirta_ Ela sorri para mim_ Não se esqueça que você é só uma adolecente, tem que fazer coisas de adolescentes_ Sorriu pra ela, balançando min
Na sexta, meus irmãos e eu não iríamos comparecer a escola, o motivo era simples; o sol resolveu dar as caras em Forks, e meus irmãos, bem, não podiam andar ao sol. Já eu só iria ficar em casa para não levantar suspeitas, já que todos achavam que nossos pais nos colocavam para fazer trilha em tempos assim.Pensei que eu dormiria a manhã inteira, exato, pensei. Amélia me acordou cedo, por volta de umas sete e meia, teríamos visitas inesperadas, nossas primas do Alasca, as LeBlank, viriam nos ver. Eu estava empolgada para conhecer novos vampiros que levavam uma vida parecida com a nossa, mas ainda estava com sono.- Eles chegaram logo_ Jenna disse_ Não se preocupe Alle, vão gostar de você.- Não tô precupada se vão ou não gostar de mim_ Digo arrancando uma risada dos meus irmãos. Na verdade eu estava um pouco precupada.- Tem certeza ?_ Vince pergunta após ler meus pensamentos.