Rebecca
Acordei e olhei no relógio, já se passavam das 15:00 horas. Havia chegado em casa, tomado banho e quando deitei, apaguei imediatamente, estava exausta demais. Lembranças da noite passada vieram à minha mente, como eu gostaria que isso tudo fosse apenas um sonho. Precisava conversar com meus pais, mas nem sabia por onde começar, o que dizer e qual seria a reação deles. Meu pai John sempre foi muito carinhoso e protetor, conseguia conversar com ele sobre tudo sempre, mas dessa vez o assunto era mais sério. Eu, pela lógica, não sou filha biológica deles . Minha mãe Suyane é um pouco mais firme, mas sempre esteve ao meu lado. Desci as escadas, os dois estavam na sala de estar, meu pai deitado no sofá e minha mãe sentada, ambos assistindo televisão. Me aproximei. - Boa tarde! - Boa tarde, filha. Chegou tarde ontem, e quase não te vi na festa. Você saiu para algum lugar? Perguntou meu pai. - Pai, então, é sobre isso que quero falar com você! Podemos ir até seu escritório? Ele ficou sério e se levantou indo em direção ao escritório e eu o segui. Ele entrou e eu entrei e fechei a porta atrás de mim, me sentando na cadeira de frente pra ele. - O que aconteceu, minha filha? Ele perguntou, vendo que eu estava nervosa. Era como se eu tivesse feito algo errado. - Pai, ontem a noite eu me transformei! Declarei, vi seu rosto mudar de preocupado á surpreso. - Como assim? Seu aniversário é daqui a dois meses. Isso não faz sentido! - Pai, por favor! Me diga que você tem uma resposta para isso! Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro na sala, as lágrimas chegando nos meus olhos. Meu pai se levantou e veio na minha direção me abraçar. - Calma, filha! Isso não é tão ruim! Podemos marcar um médico, para que ele te examine e veja se você não tem algum problema hormonal. - Não é apenas isso, pai! Não posso ir ao médico! Ninguém pode saber! Disse aos prantos, enquanto ele me olhava sem entender. - O que mais aconteceu, filha? O que é tão sério que ninguém pode saber? - Minha loba não é como os lobos da nossa alcatéia, ela é de outra cor! Meu pai entontou e precisou sentar, me olhando incrédulo. Imaginei que eles teriam a resposta, afinal eram meus pais, tinha álbum de fotos com eles desde bebê. Era inexplicável que meu pai não soubesse de onde eu vim. Será que minha mãe tinha alguma coisa haver. Parece que meu pai pensou o mesmo que eu, pois levantou e foi chamar a minha mãe para o escritório. Enquanto eu, continuava a chorar, agora sentada novamente na cadeira. Minha mãe entrou e ficou preocupada por me ver chorando mas meu pai pediu ela apenas sentasse. Ele estava muito sério, e eu imaginava o que ele estava pensando. Que ela o havia enganado. Então ele explicou para ela o que estava acontecendo e perguntou se ela sabia o porquê. Ela ficou atônita, e me olhou boquiaberta. Logo ela entendeu o porquê foi chamada, ficou triste e havia irritação em sua voz. - Eu não sei o que você está pensando, John! Mas estou tão surpresa quanto vocês. Eu realmente não sei porque criamos uma criança que não é nossa filha. Eu dei a luz no hospital Saint Louis, você foi comigo! Ele pareceu pensar, por um momento, depois disse: - Você tem razão, não há porque duvidar de você! Me desculpe. Mas estamos com sérios problemas, o alfa não pode saber o que está acontecendo de jeito nenhum. Vamos nos acalmar e vou pensar em um jeito de ir até o Hospital para conseguir alguma informação do que pode ter acontecido. Voltei para meu quarto sem resposta nenhuma e com ainda mais dúvidas. Poderia ter sido trocada na maternidade? Era uma possibilidade, mas eu tinha dois meses a mais do que a filha biológica de meus pais, eles não teriam percebido? E onde estavam meus pais verdadeiros? Sabia que este hospital Saint Louis, ficava fora da nossa alcatéia, em uma área de humanos mas que atendiam alguns lobos eventualmente. É um hospital mais equipado para casos mais complexos, então quando algum lobo precisa de recursos que nosso hospital não possui, o alfa libera a saída para que vá ao hospital da capital humana.No dia seguinte levantei e me arrumei para ir para escola, estava ansiosa e preocupada. Quando desci para tomar café, meus pais estavam na cozinha, já terminando de comer. - Bom dia. - Bom dia, Rebecca! Consegui um atestado médico para você! Não precisará ir para escola essa semana. Assim ganharemos tempo para você aprender a controlar a sua loba. E também sua mãe vai tentar conseguir uma poção para ocultar que outros lobos sintam seu cheiro. Com isso você poderá ir tranquila para escola. Ele disse isso, se despediu e saiu para o trabalho seguido de minha mãe. Eu fiquei sem saber exatamente o que fazer. Tomei café e subi novamente para o quarto. Na frente do espelho decidi treinar, fazendo meus olhos mudarem de cor, ou transformar somente um dedo. Tudo parecia tão incrível. - Vamos correr! Disse Beck em minha mente. - Ninguém vai ver, vamos até o lago ver se ouvimos novamente aquele uivo! Deixei a casa e fui andando normalmente para clareira, lá tirei minhas roupas,
Matteo As batidas leves na porta fizeram Rebecca se assustar e se despedir saindo rapidamente do meu quarto. Respirei fundo e abri a porta, era Luan. Estávamos conversando quando recebi a mensagem de Rebecca, meu coração acelerou. Ela queria fingir ser minha namorada, para justificar para todos nossa aproximação repentina, já que antes não éramos tão próximos. Eu sempre gostei dela mas nunca me deixei levar por esse sentimento, esperava meu aniversário para ter meu lobo e então decidir o que fazer. Mas e agora? Porque não? Será só por um tempo, pensei. - Tenho uma namorada! - Quem é? Você não ia esperar a transformação? Perguntou Luan, confuso. - Vou apresentar minha namorada a todos no meu aniversário! Disse tentando fazer mistério. Luan preocupou-se . - E se outra pessoa for sua companheira? Como vai ser? - Não é garantido que vou encontrar minha companheira imediatamente, ela pode ainda não ter completado 18 anos, talvez leve até anos para encontrá-la. Vou nam
Rebecca Estava ansiosa e feliz, por dois motivos, finalmente estava com a poção para ocultar o cheiro da minha loba e podia voltar a sair e por Matteo ter dito que me apresentaria hoje na festa como sua namorada. Então caprichei no visual. Quando cheguei todos ficaram me olhando, sei que estão curiosos sobre o meu sumiço durante a semana na escola. Fui andando em direção a Matteo para o cumprimentar, ele está tão lindo com trajes sociais. Mesmo não sendo meu companheiro, ainda é muito atraente. Quando fui parabenizá-lo, com um beijo no rosto ele me deu um selinho e passou o braço pela minha cintura. Notei que algumas fêmeas torceram o nariz com o gesto, mas os homens gritaram e nos felicitaram. Camille me puxou para conversar e fomos para o jardim. - O que está acontecendo? Você não estava doente? Ela perguntou me olhando confusa. - Eu tive uma intoxicação alimentar durante a festa dos meus pais, Matteo me ajudou, nos aproximamos e acabou acontecendo. Menti descaradame
Luan Matteo, meu melhor amigo desde a infância e meu futuro beta, estava se comportando de uma forma estranha desde a festa de casamento dos pais de Rebecca. Ele nunca quis namorar sério com nenhuma das garotas que davam em cima dele, e também nunca falou nada sobre Rebeca, apesar de notar o olhar de desejo que ele olhava para ela às vezes. Exatamente por esse motivo eu nunca contei para ele que sempre fui apaixonado por ela desde criança. Mas ela sempre me viu como amigo, talvez até um irmão. Mas tinha esperança de que isso mudasse se a deusa me desse ela como companheira, e só faltava um mês para o meu aniversário. Meu pai está preparando uma grande cerimônia para me colocar como alfa, ele quer se aposentar. Achei toda a situação deles começarem a namorar do nada muito estranho, e não somente isso, ele não tem mais tempo para treinar junto comigo. Está sempre com ela dia e noite. Hoje após a aula vou descobrir o que estes dois estão fazendo. Dei uma volta na cidade que não é muito
Rebecca Não sabia o que dizer, quando vi Luan nos esperando na clareira. Minha sorte foi o celular ter tocado, e ele saiu às pressas. Ele me conhece, não deve ter acreditado nessa história de doença. Matteo me olhou pensativo. - O que você acha que aconteceu pra ele sair assim? - Não sei, mas deve ser algo sério. Você deveria ir atrás dele para ver. - E sobre você, o que vai dizer a ele? - Por enquanto, nada. Vamos ver o que acontece. Nos despedimos e fui para casa. No dia seguinte na escola, notei que todos estavam agitados. Sentei ao lado de Matteo e perguntei o que estava acontecendo. - Ontem nosso alfa sofreu um ataque. Dizem que em nossa matilha existe um lobo com poderes especiais, que eles querem. - Um lobo especial? Não é o que eu estou pensando, é? Ele apenas balançou a cabeça, sem saber o que dizer, e me pediu silêncio. Agora preciso dobrar a atenção. Gritos vindo do corredor me tiraram dos meus pensamentos. Levantei e saí para ver o que estava
Fui atrás daquele cheiro maravilhoso, a fome fazendo minha barriga roncar, comecei a sentir cheiro de pães frescos. Tanto tempo que eu não como isso, preciso de carboidratos. Viver apenas de caça não estava sendo bom. Continuei farejando até encontrar uma cabana no meio da mata. Fiquei observando de longe, quem será que está morando aqui tão isolado? Havia um varal, uma pequena horta. A porta e janelas estavam abertas. Fiquei esperando, até que vi sair um rapaz usando somente uma bermuda, ele é alto, corpo atlético, cabelos e olhos pretos, rosto bem masculino, lindo! Farejei, é um lobo. E ele só ainda não percebeu a minha presença por conta da poção. Fiquei espreitando ele por longas horas, parece que mora sozinho. Foi então que na manhã seguinte ele saiu e eu o segui de longe, vi ele começar a pescar. Então voltei para cabana, voltei à forma humana, a dias estava somente na forma de lobo para sobreviver, mas sentia falta de mim mesma. Peguei uma camiseta dele no varal e vesti, ficou
Marlon Saí de minha alcatéia e passei a morar numa cabana no meio da floresta. Cedo, saí para pescar como fazia todas as manhãs, quando voltei senti um cheiro diferente vindo da minha casa, era um aroma doce, gostoso. Quando cheguei na porta, dei de cara com uma garota, muito linda, morena de olhos verdes, ela está usando uma das minhas camisetas e não posso negar, ela é extremamente sexy. Meu lobo rolava de excitação em minha mente. Ela disse seu nome e pediu desculpas. Não senti cheiro de loba nela, então apenas pedi para que saísse de minha casa. Afinal ela é uma intrusa. Ela saiu e fiquei observando para qual direção ela iria porque obviamente eu a seguiria para saber de onde ela é. Mas, ela caiu e corri para ajudá-la. Estava desmaiada e com um ferimento na testa, então a trouxe de volta para cabana e a coloquei em minha cama. Fiquei observando por alguns minutos, então ela acordou. Perguntei de onde ela era e para onde estava indo, e ela se ofendeu. Fiquei indignado com ess
Acordei com o cheiro de peixe assado com legumes, e meu estômago roncou. Olhei ao redor e ele tinha acendido uma vela no quarto, sentei na cama, sentindo meus olhos arderem, eles ainda estão inchados por ter chorado até pegar no sono. Estava tentando ser durona e até me impor mesmo estando na casa de outra pessoa, que eu nem conhecia e que até podia me fazer mal. Mas eu simplesmente não me importava mais com nada, estava sem rumo e sem ninguém e quando ele perguntou o que eu era, foi a gota d'água que faltava para todo o sentimento de tristeza e desespero virem à tona. Eu não posso responder uma simples pergunta, porque eu não sei quem ou o que eu sou. Levantei fui ao banheiro e lavei o rosto, então segui o cheiro da comida. Ele estava sentado à mesa jantando. - Me desculpe - pedi, ele ignorou e seguiu comendo. Minha barriga roncou novamente, então ele me olhou e disse. - Pode se sentar, coma. Me sentei na sua frente e comecei a comer rapidamente, quando senti que ele me ol