Capítulo 6.
Um quase ponto final.
13 de abril, 2018.
Se passara um pouco mais de um mês, desde que Ana Júlia e a Valentina compartilharam aquele finalzinho de uma tarde mais quente em Teresópolis e boa parte de uma noite agradável na cafeteria Coffee’s. Fora nesse mesmo dia em que ocorreu um simples, porém devastador, beijo no canto da boca da loira dado pela sua chefe, o que a deixou ainda mais confusa com os seus próprios sentimentos e pelo que achava carregar no coração em relação a sua noiva, Marina.
Ana Júlia perdeu noites pela insônia e as lágrimas que passaram acompanhá-la nas últimas semanas.
A loira havia decidido e jurado para si mesma que a sua relação com a morena seria, a partir daquela mesma noite, total e completamente profissional. Só que
Capítulo 7.O lugar certo.13 de abril, 2018.Felizmente, mais um relacionamento tóxico e abusivo chegava ao fim, naquela sexta-feira, 13 de abril, 2018.— Quer saber de uma coisa, Marina? — Ana Júlia murmurou, decidida e repentina, afastando-a para longe de si e levantando-se do sofá. — Eu vou embora para a minha casa em Teresópolis. — Avisou, pegando a sua bolsa e a pendurando no seu ombro. — E não quero que você venha atrás de mim! — Ordenou, séria e fria.Marina arregalou os olhos, fitando-a confusa pela sua reação inesperada.— O que?! Ir embora? Por quê, Júlia? — Indagou, segurando-a pelo braço e a virando para si. — O que houve, amor?Amor?Ana Júlia riu, cansada.Cansada de todo aquele teatrinho de relaciona
Capítulo 8.Feridas abertas.13 de abril, 2018.Maria Alice soltou um suspiro, frustrado, enquanto ia em direção ao banheiro feminino da sua universidade. Era uma sexta-feira 13, a sua irmã não atendia as suas ligações e Renata não tinha aparecido na aula, apesar de tê-la visto no campus antes de entrar para a sala. Pensar onde ela poderia estar e com quem, a fazia ficar ainda mais irritada e pronta para descontar sua raiva no primeiro ser que cruzasse o seu caminho.Inferno!O seu ‘’rolo’’ com Renata estava mais complicado e confuso do que nunca, para não dizer sem explicação alguma. Claro, se era que poderia dizer que elas tinham algo. Alice, simplesmente, passou a fugir e ignorar Renata em todos os lugares em que se esbarravam. Até nas redes sócias, a loira
Capítulo 9.Corações ao mesmo ritmo.14 de abril, 2018.Um suspiro, preguiçoso e ainda muito sonolento, escapou por entre os lábios de Ana Júlia, ao mesmo em que rolava na cama espaçosa e enfiava o rosto no travesseiro fofo, inspirando o desconhecido e delicioso perfume na fronha. Com uma estranha satisfação, ela podia sentir a maciez do lençol sobre sua pele nua. Aliás, todo o seu corpo estava dolorido e as suas costas ardiam demais como se alguém tivesse a arranhado na noite anterior sem dó alguma.Realmente, alguém arranhou as suas costas na noite passada, uma vozinha sussurrou na sua mente ainda lenta e nublada pelo sono.— O que? — Ela sussurrou em um estalo confuso, abrindo os olhos verdes. — Puta merda! Esse com certeza não é o meu quarto! — Exclamou, horro
Capítulo 10.Tempos de recomeços.07 de junho, 2018.Alice soltou um suspiro, pesado e frustrado, sem tirar os olhos do chão de cimento. A loira estava cansada demais e morrendo de frio, pois estava quase no começo do inverno e as noites em Teresópolis estavam cada vez mais frias. Os seus três casacos pareciam muito finos para suportarem a temperatura gélida daquela noite. Ela estava sentada no lado de fora do prédio da universidade e esperava o início da primeira aula.— Que frio. — Resmungou, desgostosa, encolhendo-se dentro dos casacos, e puxou a touca para baixo na tentativa de cobrir melhor as suas orelhas.— Assim você vai virar um picolé humano, Alice. — Alguém brincou, sentando-se ao seu lado no banco de cimento. — Por que não entra? Os seus amigos estão lá dentro. &m
Capítulo 11.Sentimentos entrelaçados.10 de junho, 2019.— NaJúlia. — Riu alto com a careta da loira.— Ah, cale a boca, Katrina! — Ana Júlia mandou, lançando um olhar entediado para a cunhada. — Você é muito boba. — Resmungou, revirando os olhos.— Contudo, sou a boba que você ama, NaJúlia. — Katrina rebateu, rindo. — Afinal, sou quem está lhe ajudando nessa missão aparentemente impossível. — Zombou, olhando para os anéis sobre a mesa da joalheria.A loira rolou os olhos mais uma vez, porém sorriu com a ousadia da outra.— Garota, você se acha muito. — Brincou, ficando séria rapidamente. — Só estou com medo dela não aceitar, Kat. — Confessou, incerta, enquanto olhava du
Epílogo.Razões para amá-la.25 de setembro, 2021.A primavera chegou, trazendo consigo novas expectativas, novos sonhos e novas realidades. Era uma nova etapa nas vidas das garotas, e muitas coisas haviam acontecido com todas, sendo boas e ruins. Cada uma teve as suas derrotas, assim como suas vitórias, lágrimas e sorrisos.Laura e Diana casaram-se dois anos atrás. Agora, a morena dos olhos verdes estava grávida da primeira filha do casal. Serena, seria o nome da criança. Já relação da loira com a sua mãe ficava cada vez mais forte e melhor, era como se elas nunca tivessem ficado dez anos separadas. No entanto, Jordana ainda trilhava o seu caminho de perdão e completa redenção no coração da filha.— Meus pés estão tão inchados! — Laura reclamou, levantando
Prólogo.O pedido.07 de janeiro, 2017.Ao longe no horizonte, como se fizesse parte de algum quadro pintado por mãos humanas, a maior estrela do sistema solar dava os seus últimos resquícios de existência naquele dia. Logo, com toda a sua glória e imponência, a lua cheia apareceria para que todos a contemplassem com devoção. Contudo, enquanto isso não acontecia, o céu, antes tomado pela imensidão azul-celeste, encontrava-se tingido por uma graciosa paleta de tons papéis que iam desde um tom rosado um pouco mais vivido ao laranja-avermelhado mais apagado.— Isso é tão lindo, amor. — Ana Júlia sussurrou, em um suspiro feliz.Alguns fios do seu cabelo dourado, antes presos em um rabo de cavalo com perfeição, foram levados para trás quando a brisa salgada e bem-vinda d
Capítulo 1.Elas.03 de março, 2018.Ana Júlia deu um pequeno e tímido sorriso ao fitar o seu reflexo esguio no grande espelho que ficava no quarto da sua noiva. O vestido preto, um palmo acima dos seus joelhos, delineava o seu corpo e dava um destaque para seus belos olhos cinza-esverdeados. Ela sempre fora uma mulher bonita. Contudo, na maior parte do tempo, a loira carregava em si uma baixa autoestima, o que a fazia sentir-se feia perto das mulheres que rodeavam Marina.— Você está linda, baby. — Ela sussurrou, rouca, e as suas mãos foram parar no quadril da outra. — Bela como sempre. — Elogiou-a, novamente, ao afastar o longo cabelo loiro e deixar um beijo no ombro nu de Júlia.Ana Júlia mirou os seus olhos na noiva através do espelho, ao mesmo tempo em que o seu sorriso ficava mais pronunciado e as suas bochec