Raphael
Finalmente estou de volta ao meu escritório, um espaço que sempre considerei meu refúgio, meu lugar seguro. Mas hoje, ao empurrar a pesada porta de madeira e sentir o cheiro familiar de couro dos móveis, uma onda gelada percorre minha espinha. As lembranças daquele dia, há quase um mês, surgem na minha mente como fantasmas que se recusam a partir. Tento afastá-las, mas elas se agarram a mim com força.
A luz suave da manhã atravessa as persianas e cria sombras alongadas nas paredes. Cada detalhe me lembra o que aconteceu aqui. As paredes que já testemunharam tantas reuniões, decisões importantes e conversas confidenciais, agora carregam a marca de um episódio que mudou minha vida. Meus passos ecoam no piso de mármore, e a cada som, sinto como se
AlexandraA tarde estava quente, e eu sentia o sol queimando a minha pele enquanto observava o pátio da prisão. Podia parecer um cenário de tranquilidade forçada, mas o inferno estava à espreita em cada canto. Minhas mãos ainda formigavam com a lembrança do fracasso, da raiva que Raphael provocou em mim, do ódio por tudo o que ele fez e de tudo o que ele me tirou. As grades ao meu redor, as regras, os olhares vigilantes… nada disso poderia segurar o fogo que queimava dentro de mim. Eu precisava de uma oportunidade, algo que me tirasse dessa cela e me permitisse enfrentar Raphael novamente, de uma forma que ele não pudesse prever.Foi quando vi o policial, do outro lado do pátio. Ele estava distraído, observando os detentos com desdém, como se ele mesmo fosse imune a qualquer ameaça. Um sorriso se formou nos meus lábios. Aquele idiota… Mal sabia ele que estava prestes a se tornar a minha próxima jogada.Eu o observei por alguns minutos, esperando o momento em que ele se afastaria da mu
DanteAs luzes da cidade são intensas, mas vistas daqui, da janela do meu escritório, parecem distantes e pequenas. Fico ali por um momento, o olhar fixo no horizonte, mas com a mente ainda carregada de pensamentos. Raphael no Rio, cuidando da empresa que, dizem, está em expansão, mesmo com o susto do atentado. Esse garoto parece inabalável, e talvez por isso papà o tenha escolhido para estar à frente dos negócios da família. Só que é exatamente isso que eu não consigo engolir. O que papà viu nele que eu não tenho? Desde pequeno, fui treinado para esse papel, preparado para assumir tudo que envolve nosso nome. Então por que não fui eu o escolhido?Meus punhos se cerram automaticamente. Respiro fundo, buscando acalmar o que, por dentro, é uma raiva antiga, mas bem escondida. Cuido de tudo aqui na Itália, de todos os detalhes que Raphael nem conhece. Afinal, ele é o rosto da família no Brasil, o escolhido para lidar com o lado mais visível e “aceitável” dos nossos negócios. Eu fico com
DanteA ordem, a firmeza e o peso da tradição — eram esses os princípios que sustentavam nossa família, mas hoje, ao colocar o telefone de volta no gancho, eu sentia mais uma vez o gosto amargo da dúvida. Eliminar essa nova facção na Sicília era apenas mais um dia no escritório, mas, para mim, era uma confirmação de que eu mantinha o poder nas mãos, mesmo que meu pai insistisse em confiar a liderança a Raphael. A questão permanecia: até quando meu pai me veria apenas como uma sombra?Caminhei pelo corredor imponente da casa, o eco dos meus passos ressoando no mármore. As paredes revestidas de quadros antigos e os móveis antigos e robustos faziam lembrar que nossa família não se tratava apenas de negócios; era uma linhagem, uma herança, um legado. Ao chegar à porta do escritório do papà, tomei um segundo para compor o semblante, endireitando o terno e respirando fundo. Eu precisava me lembrar de manter a calma, por mais que suas escolhas me provocassem.Ao entrar, a figura de meu pai e
DanteAssim que sair do quarto e fui para o escritorio se enche de um silêncio pesado. Fico ali parado, observando o espaço vazio à minha frente, cada palavra dita ainda latejando na minha mente. Meu pai, sempre tão convicto de suas escolhas, me relega ao papel de executor enquanto Raphael é visto como o líder. Ele quer que eu aceite meu lugar sem questionar, que seja a sombra silenciosa e eficiente, a mão que limpa a sujeira sem jamais buscar a glória. Mas ele não entende — ou talvez prefira ignorar — que minha ambição não conhece limites, que meu desejo de controlar e dominar cresce a cada dia.Respiro fundo, sentindo o peso da responsabilidade que ele pensa que pode me passar como se fosse um trabalho qualquer. Mas minha revolta é mais do que apenas orgulho ferido.
DonatellaEstava em cima de Raphael, completamente nua, rebolando, sentindo seu membro duro dentro de mim. Fazia um tempo que não fazia amor com Raphael, ele andava ocupado com os negócios da sua família depois que seu pai o escolheu para liderança da máfia Italiana, Camorra. E não posso esquecer que Alexandra fugiu da prisão e tentou matá-lo no escritório, mas deu tudo certo e ela voltou para prisão.Estava aqui com ele, sentando gostoso. Hmm… Estava com muitas saudades disso. Raphael é um homem muito bonito, moreno de olhos claros, verdes para ser exato, era impossível não resistir. Ele sabia com ninguém usar os dedos, principalmente no meu sexo e acompanhado com uma língua vugaz já me deixava molhada. Raphael ergueu suas mãos nos meus seios e massageando, e apertando, sentir o seu toque fazia o meu corpo pegar fogo. Parei de rebolar e comecei a quinca e arfar chamando por seu nome.― Aa… Raphael…Ele se levantou que arquei a sobrancelha com sua atitude, na verdade fui pega de surpr
Raphael Talvez parte de mim entendesse que eu precisava de tempo para colocar as coisas em perspectiva – ou talvez fosse ele quem precisasse de tempo para se acostumar com o fato de que eu, e não Dante, deveria ocupar seu lugar.— Achei que concordamos que eu ficaria no Rio, papà – respondi, mantendo a voz controlada, mas firme. — Os negócios aqui estão progredindo, e eu estou lidando com as ameaças de forma direta. Preciso de mais tempo para resolver tudo isso. A última coisa que quero é deixar um problema inacabado que possa voltar a nos assombrar.Ele não respondeu de imediato. O silêncio foi cortado apenas pelo som baixo da respiração dele. Era como se ele estivesse considerando cada palavra, como se buscasse uma maneira de dizer o que precisava sem abrir brechas.— Raphael, é sua responsabilidade lidar com a família inteira, não apenas com parte dela – disse, finalmente, com uma dureza que me atingiu em cheio. — Não pode simplesmente escolher onde quer estar. Seu lugar é aqui. V
RaphaelDesliguei o telefone e respirei fundo, deixando que as palavras dele ecoassem em minha mente por mais alguns segundos. A noite estava escura, e o silêncio da varanda parecia se estender até o horizonte. Senti o vento frio contra minha pele, e por um breve instante me perguntei se eu estava pronto para voltar, para assumir o controle completo de um império que exigia tanto e retribuía tão pouco. Mas a resposta estava lá, nas entrelinhas, na voz de papà e no destino ao qual eu sempre soube que estava amarrado.A Cosa Nostra não permite escolhas. Ela apenas oferece responsabilidades. E agora, mais do que nunca, estava claro que o que me aguardava na Sicília não era apenas uma viagem de negócios. Era um teste, uma prova final para ver se eu era realmente digno de carregar o nome da família, de sustentar um legado que poucos entenderiam. Era isso que papà queria – a certeza de que, no fim das contas, eu seria a mão firme que guiaria tudo.Entrei novamente no quarto, vendo Donatella
RaphaelAo sair do aeroporto em direção à Sicília, o peso de cada passo parecia dobrar sobre meus ombros, esmagando qualquer vestígio de vontade que eu pudesse ter de sorrir ou fingir indiferença. Estava voltando para o lugar onde tudo começou, para as raízes que tentei negar ao cruzar o oceano. Mas não sou mais o mesmo rapaz que foi embora em busca de uma nova vida no Brasil, livre dos encargos da Cosa Nostra. O destino, como sempre, tinha um jeito cruel de me lembrar quem sou e onde pertenço.Lá do alto, à medida que o avião se aproximava da Sicília, observei a extensão da minha “herança” — aquela ilha banhada pelo mar, carregada de história, e agora, de responsabilidades que eu não pude escolher. Enquanto meus olhos percorriam o litoral, cada ponto daquela terra sagrada parecia cobrar uma promessa silenciosa que eu fiz sem perceber: voltar e cuidar dos negócios da família.Ao cruzar as ruas que conheço de cor, onde meus primeiros passos foram dados e onde meu pai me ensinou o que s