RaphaelFinalmente, chegamos à casa mencionada pelos capangas. Era uma construção isolada, rodeada por árvores e com uma única entrada visível. Paramos o carro a uma distância segura e avaliamos a situação.― Precisamos ser cuidadosos, Raphael ― disse Dante, a voz baixa. ― Pode haver mais homens lá dentro. Vamos nos aproximar devagar e avaliar a situação antes de agir.Assenti, concordando com seu plano. Avançamos em silêncio, utilizando as árvores como cobertura. Quando estávamos perto o suficiente, conseguimos ver dois homens armados patrulhando a entrada.Dante fez um sinal para que eu esperasse enquanto ele contornava a casa. Observei os guardas, tentando calcular a melhor abordagem. Precisávamos agir rapidamente e sem chamar atenção.De repente, ouvi um som vindo do lado oposto. Dante havia encontrado uma entrada alternativa e estava nos chamando. Avancei em direção a ele, os sentidos alerta. Entramos na casa com cautela, movendo-nos pelos corredores escuros.Ouvimos vozes vindas
DanteEu estava sentado na sala, esperando Raphael. Ele estava com Donatella, cuidando dela depois de tê-la salvo das garras de Alexandra. Minhas mãos estavam cerradas em punhos, o ciúme queimando dentro de mim como um fogo inextinguível. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, e cada pensamento que cruzava minha mente era uma tortura.Raphael tinha sido o herói. Ele tinha conseguido resgatá-la, trazê-la de volta para a segurança. Mas eu não conseguia evitar a sensação de que, sem mim, ele não teria conseguido. Eu tinha fornecido as informações, ajudado a planejar a operação, e ainda assim, aqui estava eu, relegado a esta sala, enquanto ele estava ao lado dela.Minha mente estava um turbilhão de emoções. Ciúme, raiva, frustração. Donatella... Eu queria estar lá, pelo menos para ver seu rosto, seu lindo rosto que me assombrava dia e noite. Desde que a conheci, ela se tornou uma obsessão silenciosa, algo que eu tentava esconder, mas que agora estava explodindo dentro de mim.Me
RaphaelCaminhei indo para o quarto da Donatella, minha mente ainda perturbada pelos eventos recentes. Cada passo ecoava no chão frio, e minha mente se enchia de preocupações. Estava indo para o quarto de Donatella, ansioso para vê-la, para garantir que ela estava realmente segura. A adrenalina ainda corria em minhas veias, e o medo de perdê-la era um peso constante no meu peito.Quando virei a esquina que levava ao quarto de Donatella, vi algo que fez meu coração parar por um segundo. Dante estava saindo do quarto, movendo-se com uma cautela que imediatamente me fez suspeitar. Ele olhou ao redor, como se quisesse ter certeza de que não estava sendo observado. Meu corpo inteiro ficou tenso. O que ele estava fazendo ali? E por que parecia tão preocupado em não ser visto?Aproximei-me devagar, tentando não chamar a atenção. A mente começou a correr com possibilidades, cada uma mais inquietante que a anterior. Já estava desconfiado de Dante há algum tempo, e esse comportamento só reforça
DonatellaDepois de uma semana na cama por conta do acidente que tive na estrada junto com meu amor, Raphael, estava finalmente começando a me sentir melhor. Acordei com uma sensação de renovação, determinada a levantar da cama e dar alguns passos. Meu corpo ainda estava frágil, mas a vontade de me mover era mais forte. Levantei devagar, cada movimento cuidadosamente medido. Minhas pernas tremiam um pouco, desacostumadas ao peso do meu corpo depois de tanto tempo deitada. Caminhei em direção à porta, o corredor parecia uma maratona, mas a determinação me impulsionava.Enquanto me aproximava da porta, senti minhas pernas cederem por um momento e tropecei. Antes que pudesse cair, senti os braços fortes me seguraram firmemente. Olhei para cima e vi Dante. Havia uma preocupação sincera em seus olhos, mas também algo mais, algo que não consegui identificar de imediato.— Cuidado, Donatella — disse ele, sua voz suave e ao mesmo tempo firme. — Você ainda está se recuperando.— Obrigada, Dan
DonatellaJá que Raphael continuava no Brasil para resolver os negócios da sua empresa, decidi que seria melhor sairmos do hotel e voltar para sua casa. No fundo, achei que essa era a melhor opção. Queria ficar longe daquele lugar e, além disso, tinha o Dante. Mesmo eu dizendo que não queria ele perto de mim, sua presença mexia comigo de uma maneira que eu não conseguia explicar. Aqueles olhos castanhos me fitando, a maneira como ele me olhava, tudo isso me deixava sem ar. Sentia meu corpo queimar por inteiro, e isso era assustador.Agora, na casa de Raphael, eu estava diante da janela, olhando para o jardim bem cuidado e tentando lidar com esses sentimentos conflitantes. Dante tinha voltado para a Itália, o que deveria me trazer um alívio, mas, de alguma forma, sentia uma tristeza profunda em meu coração. Por que era tão difícil? Raphael era meu amor, o homem com quem eu queria passar o resto da minha vida. E, no entanto, a atração que sentia por Dante era intensa, uma força que pare
DonatellaDepois que Dante voltou para a Itália, senti um alívio inesperado. Como se um peso invisível tivesse sido tirado de meus ombros. A presença dele, embora sempre tão carinhosa e protetora, havia se tornado uma fonte de constante confusão e inquietação para mim. Agora, com ele distante, parecia que um véu de tranquilidade havia caído sobre minha vida. Eu podia finalmente respirar fundo e focar no que realmente importava.Minha relação com Raphael estava melhorando a cada dia. Ele estava mais presente, mais atento, e isso me ajudava a esquecer a turbulência dos últimos meses. A abertura da filial nos Estados Unidos trouxe um novo entusiasmo para ele, e eu podia ver a paixão em seus olhos quando falava sobre os planos futuros. Isso me fazia feliz, ver o homem que amo realizado em seus sonhos.A briga com Alexandra também parecia uma questão resolvida. Ela havia recuado, e pela primeira vez em muito tempo, eu podia andar pela casa sem sentir aquela tensão constante. Era como se as
AlexandraEstava sentada no canto da cela, a luz fraca do corredor mal iluminando as páginas do livro que segurava. A cada palavra lida, tentava afastar a raiva e a frustração que sentia. Raphael. Ele era o culpado por eu estar aqui, trancada nessa cela fria e solitária. Não importava o quanto eu tentasse me concentrar na história, meus pensamentos sempre voltavam para ele, para o ódio que crescia a cada segundo.O tempo passava devagar. As paredes de concreto ao meu redor pareciam se fechar um pouco mais a cada dia. Às vezes, a única coisa que me mantinha sã era a promessa de vingança. Eu sabia que, de alguma forma, sairia daqui e faria Raphael pagar por isso. De repente, ouvi passos pesados ecoando pelo corredor. Levantei a cabeça, tentando ver quem se aproximava. Um policial parou diante da minha cela, uma expressão indecifrável no rosto.— Aproxima-se das grades, Alexandra — disse ele, sem qualquer emoção na voz.Levantei-me lentamente, fechando o livro e deixando-o sobre a cama
RaphaelA reunião com os americanos foi um sucesso. Sentado na cadeira de meu escritório, eu ainda podia sentir a adrenalina correndo em minhas veias. A filial nos Estados Unidos era um grande passo para os nossos negócios, algo pelo qual eu tinha trabalhado arduamente. Sentia uma onda de satisfação misturada com alívio, pois tudo estava se encaixando perfeitamente.Enquanto repassava mentalmente os pontos principais da reunião, fui surpreendido por um som estranho. Levantei os olhos da mesa e, antes que pudesse reagir, vi Alexandra na porta do meu escritório, uma arma na mão, apontada diretamente para mim. Meu coração disparou, e a adrenalina da excitação dos negócios transformou-se instantaneamente em uma onda de puro terror.― Raphael, como vai? ― disse ela, com um sorriso cruel nos lábios.Minhas mãos suaram instantaneamente, mas mantive a calma. Precisava ganhar tempo, entender a situação e encontrar uma forma de sair dessa. ― Alexandra, o que você está fazendo aqui? Como você sa