Raphael
Estava sentado ao lado da cama de Donatella, observando seu rosto pálido e inerte. A luz suave do quarto do hospital lançava sombras fracas, tornando o ambiente ainda mais sombrio. Cada bip do monitor ao lado da cama parecia ecoar na minha mente, um lembrete constante da fragilidade da vida.
Donatella estava ali, imóvel, sua respiração lenta e ritmada, mas ausente de qualquer sinal de consciência. O impacto da batida tinha sido brutal, causando um traumatismo craniano sério. Os médicos não sabiam dizer quando, ou mesmo se, ela acordaria. A incerteza era uma tortura constante.
As lembranças do acidente ainda estavam frescas na minha mente. O barulho ensurdecedor da colisão, o pânico ao ver Donatella fer
RaphaelEu não podia acreditar no que estava vendo. O quarto estava vazio, e Donatella não estava na cama. Meu coração começou a bater freneticamente, uma sensação de desespero crescendo dentro de mim. Olhei ao redor, esperando vê-la em algum canto do quarto, mas não havia sinal dela.— Donatella? — chamei, a voz rouca e ansiosa. — Donatella, onde você está?Corri até o banheiro, mas também estava vazio. A sensação de pânico começou a se intensificar. Saí do quarto, entrando nos corredores do hospital, o coração pulsando com uma urgência que eu nunca havia sentido antes.— Donatella! — gritei, a voz ecoando pelos corredores. — Donatella!Uma enfermeira se aproximou, os olhos arregalados de preocupação e surpresa.— Senhor, por favor, mantenha a calma — pediu, tentando me acalmar. Eu me aproximei dela, a fúria e o desespero transparecendo em cada movimento.— Onde está Donatella? — exigi, a voz firme e cheia de tensão. — Ela estava no quarto, e agora sumiu. Onde ela está?A enfermeira
Raphael― NÃO ACREDITO NISSO, RAPHAEL! COMO VOCÊ DEIXOU ISSO ACONTECER? ― esbravejou Dante, a raiva evidente em cada palavra.― Dante, foi questão de segundos enquanto estava falando com você e, quando fui ver, ela não estava lá ― respondi, fitando meu irmão que estava diante de mim. Notei que ele estava bravo, mas por quê?Estávamos no quarto de um hotel próximo ao hospital. A tensão no ar era palpável. A expressão de Dante era uma mistura de frustração e preocupação, mas havia algo mais ali, algo que não conseguia identificar. Tudo bem ele estar preocupado com Donatella, mas a intensidade de sua reação parecia estranha, quase exagerada.Eu me sentei na beirada da cama, passando as mãos pelo cabelo, tentando acalmar minha mente. Desde o acidente, tudo parecia um pesadelo interminável, e a súbita chegada de Dante só acrescentava mais confusão à situação. Ele deveria estar na Itália, cuidando dos negócios da família. O que o trouxe para cá tão rapidamente?― Por que você está aqui, Dan
RaphaelFinalmente, chegamos à casa mencionada pelos capangas. Era uma construção isolada, rodeada por árvores e com uma única entrada visível. Paramos o carro a uma distância segura e avaliamos a situação.― Precisamos ser cuidadosos, Raphael ― disse Dante, a voz baixa. ― Pode haver mais homens lá dentro. Vamos nos aproximar devagar e avaliar a situação antes de agir.Assenti, concordando com seu plano. Avançamos em silêncio, utilizando as árvores como cobertura. Quando estávamos perto o suficiente, conseguimos ver dois homens armados patrulhando a entrada.Dante fez um sinal para que eu esperasse enquanto ele contornava a casa. Observei os guardas, tentando calcular a melhor abordagem. Precisávamos agir rapidamente e sem chamar atenção.De repente, ouvi um som vindo do lado oposto. Dante havia encontrado uma entrada alternativa e estava nos chamando. Avancei em direção a ele, os sentidos alerta. Entramos na casa com cautela, movendo-nos pelos corredores escuros.Ouvimos vozes vindas
DanteEu estava sentado na sala, esperando Raphael. Ele estava com Donatella, cuidando dela depois de tê-la salvo das garras de Alexandra. Minhas mãos estavam cerradas em punhos, o ciúme queimando dentro de mim como um fogo inextinguível. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, e cada pensamento que cruzava minha mente era uma tortura.Raphael tinha sido o herói. Ele tinha conseguido resgatá-la, trazê-la de volta para a segurança. Mas eu não conseguia evitar a sensação de que, sem mim, ele não teria conseguido. Eu tinha fornecido as informações, ajudado a planejar a operação, e ainda assim, aqui estava eu, relegado a esta sala, enquanto ele estava ao lado dela.Minha mente estava um turbilhão de emoções. Ciúme, raiva, frustração. Donatella... Eu queria estar lá, pelo menos para ver seu rosto, seu lindo rosto que me assombrava dia e noite. Desde que a conheci, ela se tornou uma obsessão silenciosa, algo que eu tentava esconder, mas que agora estava explodindo dentro de mim.Me
RaphaelCaminhei indo para o quarto da Donatella, minha mente ainda perturbada pelos eventos recentes. Cada passo ecoava no chão frio, e minha mente se enchia de preocupações. Estava indo para o quarto de Donatella, ansioso para vê-la, para garantir que ela estava realmente segura. A adrenalina ainda corria em minhas veias, e o medo de perdê-la era um peso constante no meu peito.Quando virei a esquina que levava ao quarto de Donatella, vi algo que fez meu coração parar por um segundo. Dante estava saindo do quarto, movendo-se com uma cautela que imediatamente me fez suspeitar. Ele olhou ao redor, como se quisesse ter certeza de que não estava sendo observado. Meu corpo inteiro ficou tenso. O que ele estava fazendo ali? E por que parecia tão preocupado em não ser visto?Aproximei-me devagar, tentando não chamar a atenção. A mente começou a correr com possibilidades, cada uma mais inquietante que a anterior. Já estava desconfiado de Dante há algum tempo, e esse comportamento só reforça
DonatellaDepois de uma semana na cama por conta do acidente que tive na estrada junto com meu amor, Raphael, estava finalmente começando a me sentir melhor. Acordei com uma sensação de renovação, determinada a levantar da cama e dar alguns passos. Meu corpo ainda estava frágil, mas a vontade de me mover era mais forte. Levantei devagar, cada movimento cuidadosamente medido. Minhas pernas tremiam um pouco, desacostumadas ao peso do meu corpo depois de tanto tempo deitada. Caminhei em direção à porta, o corredor parecia uma maratona, mas a determinação me impulsionava.Enquanto me aproximava da porta, senti minhas pernas cederem por um momento e tropecei. Antes que pudesse cair, senti os braços fortes me seguraram firmemente. Olhei para cima e vi Dante. Havia uma preocupação sincera em seus olhos, mas também algo mais, algo que não consegui identificar de imediato.— Cuidado, Donatella — disse ele, sua voz suave e ao mesmo tempo firme. — Você ainda está se recuperando.— Obrigada, Dan
DonatellaJá que Raphael continuava no Brasil para resolver os negócios da sua empresa, decidi que seria melhor sairmos do hotel e voltar para sua casa. No fundo, achei que essa era a melhor opção. Queria ficar longe daquele lugar e, além disso, tinha o Dante. Mesmo eu dizendo que não queria ele perto de mim, sua presença mexia comigo de uma maneira que eu não conseguia explicar. Aqueles olhos castanhos me fitando, a maneira como ele me olhava, tudo isso me deixava sem ar. Sentia meu corpo queimar por inteiro, e isso era assustador.Agora, na casa de Raphael, eu estava diante da janela, olhando para o jardim bem cuidado e tentando lidar com esses sentimentos conflitantes. Dante tinha voltado para a Itália, o que deveria me trazer um alívio, mas, de alguma forma, sentia uma tristeza profunda em meu coração. Por que era tão difícil? Raphael era meu amor, o homem com quem eu queria passar o resto da minha vida. E, no entanto, a atração que sentia por Dante era intensa, uma força que pare
DonatellaDepois que Dante voltou para a Itália, senti um alívio inesperado. Como se um peso invisível tivesse sido tirado de meus ombros. A presença dele, embora sempre tão carinhosa e protetora, havia se tornado uma fonte de constante confusão e inquietação para mim. Agora, com ele distante, parecia que um véu de tranquilidade havia caído sobre minha vida. Eu podia finalmente respirar fundo e focar no que realmente importava.Minha relação com Raphael estava melhorando a cada dia. Ele estava mais presente, mais atento, e isso me ajudava a esquecer a turbulência dos últimos meses. A abertura da filial nos Estados Unidos trouxe um novo entusiasmo para ele, e eu podia ver a paixão em seus olhos quando falava sobre os planos futuros. Isso me fazia feliz, ver o homem que amo realizado em seus sonhos.A briga com Alexandra também parecia uma questão resolvida. Ela havia recuado, e pela primeira vez em muito tempo, eu podia andar pela casa sem sentir aquela tensão constante. Era como se as