O beijo veio tão intenso, apaixonado e ávido que parecia que não existia mais na ao redor do casal. Tudo o que Deirdre podia sentir era o cheiro dos feromônios que Brendan exalava. Ele estava abraçado a ela e, ainda assim... ela não necessariamente odiava a sensação.Seus dedos geralmente eram frios, mas se incendiavam no momento em que roçavam sua pele. Chamas se espalharam por seu corpo.― M-Mm... ― A jovem soltou um gemido.Brendan ficou atento, mas como não pareceu ter sido um gemido de protesto ou de dor, apenas ampliou a intensidade do ato, colocando mais força em seus braços como se esperasse fundir a mulher em si mesmo.De repente, a jovem se encolheu e sibilou.Alarmado, Brendan a soltou. Suas feições estavam dominadas pela preocupação.― O que aconteceu? ―Com o rosto pálido, Deirdre se deitou na cama e encolheu o corpo, como um tatu bola.Pela primeira vez, Brendan olhou para as costas de Deirdre e ficou surpreso, pois, mesmo coberta pela fina camisola branca, com o
A agressora de Deirdre soltou um suspiro trêmulo e pensou nos estremecimentos e caretas de dor que a jovem havia feito quando era espancada. Aquelas mulheres sempre foram as que agrediam e nunca se perguntaram sobre os sentimentos dos que recebiam o abuso. Mas, naquele galpão, à duras penas, elas aprendiam, assim como aprendiam a temer e se arrepender.― Eu... eu não vou mais fazer isso... ―Brendan estreitou os olhos e apenas balançou a cabeça, em um gesto de desprezo.― Parece que vocês, ainda aguentam bastante, ainda estão cheias de energia para falar, não é? ―Imediatamente, as três mulheres ficaram em silêncio e a que chorava, até parou. Depois de um gesto, a segurança de Brendan responsável por cuidar das detentas, uma brutamontes de cabelos cacheados e quase da altura do magnata, estralou os dedos e se aproximou. Só então, Brendan perguntou: ― Quem deu a ordem a vocês, garotas? ―-Deirdre se mexeu, abrindo os olhos. Ela instintivamente esfregou a mão na cabeceira da cam
― Você deveria estar detida em uma cela, aguardando a sentença por tentativa de assassinato, certo? Então, por que você está aqui no hospital? E quem é essa jovem com você? ―― Por que você está em pânico? Você não está pensando em fugir, está?! ―― Como você ousa se esconder no conforto de um hospital, em vez de enfrentar as consequências de seus atos? Em que tipo de mundo vivemos quando uma mulher com coração de cobra pode escapar da justiça? Não admitir sua culpa é ruim, mas tentar fugir de perguntas difíceis? Honestamente, você realmente acha que ter um amante bilionário protegendo suas costas te coloca acima de qualquer responsabilidade!? ―― Vá para o inferno, agressora! ―― Não passa de uma vadia! Além de roubar o homem de outra mulher, ainda tentou matá-la para tirá-la do caminho! O inferno tem um lugar especial para você, sua escrota! ―Os comentários começaram a se tornar cada vez mais inflamados e, à certa altura, alguém partiu para a agressão física e empurrou Deirdre
Brendan aumentou o aperto do abraço em Deirdre, controlando a voz, para não soar embargada:― Dee... Você está preocupada comigo. ―― Seu idiota! ― Os olhos de Deirdre estavam quentes de lágrimas, mas para variar, não eram de tristeza. Ela tinha que admitir, estar nos braços do magnata, a fazia se sentir tão, tão segura. Mas se o preço dessa segurança fosse o completo caos e uma tempestade de mídia negativa, preferiria não ter nada daquilo. ― Eu... eu não estou preocupada com você! Só estou preocupada comigo mesma! ―O homem sorriu, diante do perigo, e acariciou os cabelos lisos e tão negros que, sob a luz branca do hospital, pareciam levemente azulados.― Tudo bem. Não tenha medo. ― Não havia sinal de Brendan pretendia desistir de proteger sua amada.Ele simplesmente segurou Deirdre firmemente contra seu peito. Mas, sua ação foi como jogar lenha na fogueira e os jornalistas e manifestantes se revoltaram.― Que merda é essa!? Brighthall está protegendo uma criminosa, em público!?
― Estou bem, Anna. Sério ― respondeu Deirdre, sorrindo, enquanto sentia calor envolvendo seu coração. Então tomou um gole de água e se virou-se para Brendan. ―Você vai ficar bem depois... ehh.. do que aconteceu hoje? ―― Se eu vou ficar bem? Por quê? Não foi nada ― o magnata respondeu, sem dar muita atençãoDeirdre estava cética em relação à afirmação, mas simplesmente não podia insistir no assunto e decidiu extrair as informações que queria direto da fonte. Por isso, esperou que Brendan fosse para o escritório e pediu para que a governanta pesquisasse no celular.― Mas, Dee! O médico acabou de dizer que você não pode se estressar! ―Deirdre abriu um sorriso.― Não se preocupe como eu não vou ficar nervosa. Sempre fui resiliente. Estou apenas curiosa, só isso. Só quero saber como Brendan vai resolver tudo. ―Engel pesquisou na Internet por menos de um minuto e fechou o navegador.― Eh... As pessoas estão agindo como sempre ― disse vagamente. ― Estão criticando o senhor Brighthal
Assim que as palavras em tom hostil terminaram de ecoar, Brendan encerrou a ligação. A sua voz era tão áspera e rude que fez o coração de Deirdre pular. Ela esperava que as coisas evoluíssem além do ponto sem retorno, mas isso não significava que ela previa o quão além desse ponto. O dilúvio da opinião pública negativa? A guerra civil dentro da empresa? Fora a jovem quem desencadeara tudo.Os lábios de Deirdre ficaram pálidos, enquanto pressionava os dedos com tanta força que as pontas das unhas ficaram brancas. Então, a porta do escritório se abriu e o magnata a encontrou parada do lado de fora. Seus olhos se arregalaram, expressando choque.― Por que você está aqui? ―― Faz muito tempo que você entrou no escritório, pensei que deveria vir ver como você estava... ― ela explicou.― Então, você ouviu o que eu disse? ―Ela assentiu, mesmo que tivesse vontade de negar, achando que o monstro teria um acesso de raiva, mas o magnata acariciou seu cabelo, em um gesto de carinho:― Não
Subitamente, Brendan a ergueu do chão e a repentina falta de peso deixou Deirdre perplexa. Ela instintivamente agarrou seu colarinho, enquanto fazia uma careta de pânico. Ela pôde sentir que ele subia as escadas e abria uma porta, e então, silenciosamente, foi colocada sobre a maciez de sua cama.O ambiente estava muito quieto e ela podia ouvir seu coração disparado. Desamparada, gritou:― B-Brendan? B-Brendan! ―Antes de responder, o magnata plantou um beijo gentil em sua testa, então disse:― Estou aqui. ―Deirdre tinha medo de qualquer coisa que o homem quisesse fazer com ela, por isso, implorou: ― Por favor, não... ―O pavor estampado em seu rosto irritou Brendan, que respirou fundo, frustrado:― ‘Por favor, não’? Sério mesmo? ―Deirdre abriu os lábios, mas Brendan continuou, antes que ela pudesse se explicar melhor.― Eu não sou um animal, Dee. Não vou tirar vantagem de você, enquanto está traumatizada e machucada. Só estou preocupado. Assim que terminar de passar o rem
Deirdre se sentou no sofá e ligou a TV com o controle remoto. Então navegou por vários canais e, como esperado, os noticiários falavam sobre o incidente em que Brendan a tirou do hospital.Aquela gota de água havia causado um maremoto. Vários membros do conselho do Grupo Brighthall divulgavam declarações esclarecendo a distância que havia entre eles e o homem no centro da infâmia. Deirdre tinha certeza de que, se fosse buscar as notícias da internet, seria soterrada por comentários negativos. Brendan parecia ter se tornado o inimigo público número um e esse fato sugou a luz dos olhos de Deirdre.Ouvindo o barulho do televisor, Engel saiu apressada da cozinha.― Bom dia, Dee! Eu fiz torradas e uma geleia de frutas vermelhas, então venha e experimente. Se não gostar, mudo a receita... ―Como a jovem vacilou, sem querer parar de ouvir à TV, hesitante, a governanta disse:― Sugiro não ouvir todas essas bobagens, querida... ―Deirdre baixou os olhos.― Está ruim desse jeito? ―Eng