Declan abriu a porta e entrou na sala, bem a tempo de ouvir o momento de intenso carinho. Satisfeito, o empresário riu e disse:― Vocês são muito amorosos. ―Deirdre abaixou a cabeça embaraçada e brincou com a borda do cobertor. Kyran perguntou:― Você veio ver se eu estava bem? ―― Sim, mas na verdade, eu tinha algo para discutir com você. Só não sei se vou conseguir manter uma postura de seriedade logo depois de ter assistido, em primeira mão, essa cena fofa ― Declan murmurou: ― Você sente menos vergonha ao dizer essas coisas porque está usando o telefone para transmitir a mensagem? ―Kyran respondeu, com uma expressão solene no rosto:― Se o coração é sincero, a observação não é mais um flerte, mas é a verdade do coração. ―Declan disse, de maneira suplicante:― Tudo bem, de qualquer maneira, não posso ganhar uma discussão contra você. Como ficou a história do rosto de Deirdre? O doutor Engle acha que pode ser restaurado? ―Deirdre levantou a cabeça, subconscientemente, qua
Deirdre supunha que a companhia que Kyran mencionou significava que passariam o período de recuperação juntos. Ela não esperava que ele se prejudicasse para isso.Ela estava bastante preocupada, mas sentia-se quente e confusa dentro dela. Então, disse suavemente:― Não faça isso de novo no futuro. A perda supera o ganho se você se machucar. ―― Desculpe, não vou fazer isso da próxima vez. ―A expressão de Deirdre relaxou e Kyran concluiu:― Venha, vou ajudá-la a voltar para o quarto. ―Entretanto, a dupla, no corredor, era um espetáculo. Um tinha dificuldade para andar, enquanto a outra não conseguia enxergar. Eles caminharam cautelosamente e acabaram suando quando chegaram ao quarto. Mesmo assim, Kyran parecia estar rindo.Deirdre ficou confusa.― Por que você está rindo? ―― Nada. ― Kyran reprimiu a vontade de rir e digitou: ― Eu senti que estávamos nos apoiando para andar com passos mancos antes, como faremos quando ficarmos velhos. ―Deirdre ficou perplexa ao ouvir o com
Mesmo tendo sido um momento sutil, não escapou dos sentidos aguçados de Deirdre:― Doutor Engle, o que aconteceu? Tem alguma coisa errada? ― Deirdre não pôde deixar de se sentir ansiosa.Enquanto isso, uma enfermeira bateu na porta e entrou no escritório para entregar alguns documentos. Ela deu uma olhada em Deirdre e perguntou:― Bom dia, doutor. Por que a senhorita McQuenny ainda não chegou? Hoje não é dia de tirar o curativo? ― O médico riu e disse:― Ela está aqui, não está? ―A enfermeira ficou surpresa. Metade do rosto de Deirdre estava escondida pela máscara, e seus olhos eram extremamente bonitos e cristalinos. Á primeira vista, dava para perceber que eram características faciais marcantes e bonitas.― Você é mesmo a senhorita McQuenny? ― A enfermeira estava incrédula. A pele ao redor dos olhos de Deirdre estava cheia de cicatrizes grossas e carne mutilada no passado. Era tão ruim que ela nunca tinha dado uma segunda olhada mais atenta em Deirdre, depois de ver a condiç
O homem inalou e disse em um tom pesaroso:― É realmente uma pena. Você tem olhos tão lindos. ― E, logo depois, o homem disse: ― Para onde você está indo? Precisa da minha ajuda para chegar no lugar que você quer ir? ―― Não, muito obrigada. ― Deirdre ponderou atentamente e recusou a oferta. ― Estou acostumada com isso e posso ir sozinha. ―― Eu insisto! Deixa que eu te acompanho. O hospital está lotado. Você pode se virar se alguém a derrubar? E se alguém te tirar do caminho certo, não pode ser um problema? ―Deirdre estava prestes a recusar quando ouviu uma voz mecânica, de telefone, vindo à sua frente.― Deirdre. ―Era Kyran e a jovem levantou a cabeça abruptamente. Os braços do homem a envolveram, e o abraço foi apertado no momento seguinte para protegê-la.Kyran parecia estar em guarda e exalava hostilidade. O homem cortês nem teve tempo de reagir à situação antes de Kyran se encarregar de falar pelo telefone.― Por que você está voltando sozinha? Eu poderia ter vindo atrá
Depois que voltaram para o quarto Deirdre percebeu que Kyran não tinha reagido ao rosto dela.Mesmo que apenas a metade superior de seu rosto tivesse sido restaurada, era muito surpreendente ver seu rosto atual em comparação com o rosto mutilado anteriormente. Inesperadamente, Kyran se comportou como se estivesse acostumado a vê-la daquela maneira e Deirdre estava confusa sobre isso.Depois de ficar no quarto, em silêncio, por um tempo, Kyran se comportou como se tivesse percebido algo e perguntou:― Por que você ainda está usando a máscara? ―Deirdre explicou suavemente:― A recuperação da parte superior do meu rosto está muito boa, mas minhas bochechas ainda estão gravemente feridas. doutor Engle disse que a recuperação será mais lenta e que precisarei de curativos regulares. Devemos ser capazes de ver alguns resultados em mais duas semanas ou mais. ―― Ah, sim. Entendo. ―'Entendo? Isso é tudo?' Deirdre não conseguiu esconder a decepção em seus olhos.― Kyran, já enviei os t
As bochechas de Deirdre queimaram. Sem querer, ela tinha admitido que se importava com a opinião de Kyran e, sem saber o que responder, a jovem só ficou olhando para frente, embasbacada. Os lábios do homem se curvaram em um sorriso, afinal, quem cala consente. Por isso, Kyran digitou:― Estou muito feliz em saber que você se importa com o que eu penso. ―Deirdre abaixou a cabeça, mas ela não tinha nenhum argumento para rebater a lógica do homem, por isso, achou mais fácil insistir em sua própria pergunta:― Então? Por que você não disse nada, então? A menos que tanto o senhor Engel quanto o senhor King estivessem mentindo, meu rosto deve estar bem diferente. ―― Talvez eles estivessem mentindo para te agradar, mas e o homem que flertou com você? Você realmente acha que ele estava mentindo? ― Kyran argumentou, com os olhos pregados na jovem cega, cujo olhar era desfocado e vidrado, mas claros e transparentes.Ele baixou o volume do telefone.― Eu sempre te achei linda, Deirdre. Eu
'Agarre no braço de Kyran?' Deirdre se ajeitou no banco do carro e percebeu, tardiamente, que estava sentada quase encostada em Kyran o tempo todo. Bastou se mover um milímetro para que seus corpos se encostassem. ― Você entendeu mal, senhor. Não somos um casal ― explicou, apressadamente.― Tem certeza disso, senhorita? Porque seu não-namorado está olhando para você com olhos pegajosos o tempo todo! O motorista brincou, rindo. ― Não precisa ser tímida. Eu já estive no lugar de vocês. Eu sei como é. ―Deirdre congelou e de repente sentiu um par de olhares ardentes pousando sobre ela. Ela baixou os olhos e, de repente, os dedos do homem entraram nos dela, antes de depositar um objeto firme e sólido em sua mão.A jovem apalpou por um momento antes de perceber que era um par de fones de ouvido Bluetooth. Perplexa, ela os colocou em seus ouvidos e ouviu a voz mecânica de Kyran dizer:― Estamos chegando perto. Lembre-se de ficar do meu lado. ―Depois de pensar em como se comunicariam
Brendan havia feito algo semelhante com ela. O monstro a tinha convencido a dar um passeio, pegando a mão dela e guiando a mão dela, colocando no vidro, enquanto descrevia onde tudo estava e como eram lindos.A ansiedade varreu Deirdre, como uma praga. Ela se forçou a se acalmar, refreando sua mente de uma imaginação cada vez mais selvagem. ‘Kyran e Brendan não eram o mesmo homem! Eles não poderiam ser a mesma pessoa!’― Não, eu estou bem. Eu tenho medo de altura. ―Kyran ficou em silêncio por um momento. Então, digitou:― Tudo bem, então sem alturas. E o carrossel? ―― Sim, eu vou gostar. ―Kyran segurou a mão dela e a conduziu até a fila.Perto dali, Freya e suas amigas comiam um lanche. Sua amiga parecia incrédula quando perguntou:― Então, você foi demitida assim? Porque aquele tal de Kyran Reed disse isso? Que idiota! Quem diabos ele pensa que é? Ele é realmente um figurão? ―― Como eu poderia saber? Só fui descobrir quando o diretor o tratou como se fosse da realeza! ― F