Deirdre se contorcia, e gritava palavras ininteligíveis, enquanto dois brutamontes a golpeavam e tentavam imobilizá-la. Brendan percebeu o que acontecia e pegou o telefone, esquecendo, até mesmo, da própria dor, enquanto gritava:― Parem! Vocês a estão machucando! ― Percebendo a reação do poderoso magnata e sem querer causar problemas, os policiais encontraram seus olhos e afrouxaram o aperto, fazendo com que Deirdre caísse no chão. Os olhos da jovem estavam desfocados, como se a magnitude de sua tristeza tornasse impossível que ela enxergasse.― Você é um assassino, Brendan. Você é bom nisso, não é? ― ela resmungou, em lágrimas. O empresário havia tratado o amor dela por ele como um convite para usar e abusar dela. Mas, mesmo depois de todos os pecados cometidos, a única proposta de Brendan era 'fingir que nada aconteceu’. Esquecer é mais fácil para quem bate. Ele sempre desdenhou abertamente o amor dela no passado e, como Deirdre notava, ele ainda cuspia no nobre sentimento
Brendan não tinha muitas opções, aliás, a ajuda de Sam parecia ser a última que lhe restava.― Você é a pessoa que fez companhia a ela por mais tempo. Ela pelo menos daria a você a chance de falar, eu sei disso. Então, por favor, diga a ela... Que se ela continuar assim, nenhum de nós poderá salvá-la da prisão. ― Mais um dia para Deirdre naquela cela era mais um dia para ele perder o sono. Ele não aguentou. Como Brendan havia previsto. A jovem permitiu que Sam a encontrasse. Assim que Deirdre se aproximou, para ocupar seu lugar, junto ao telefone, o peito de Sam doeu, como nunca. Mesmo em sua pior fase, enquanto morava na mansão, a jovem sempre tinha cuidado muito bem do cabelo e da higiene pessoal, mas no encarceramento, parecia não haver mais nenhum pingo de dignidade em Deirdre. Os cabelos estavam desgrenhados, as roupas a pele estavam encardidas e, até mesmo, com manchas de urina e as unhas estavam sem aparar. A jovem mais parecia uma louca abandonada em um asilo.Sam peg
Medo e arrependimento devastaram a mente do empresário que, sem motivo físico, se sentiu fraco. Sam fingiu não notar o abatimento de seu patrão e aguardou, até que finalmente recuperou a compostura. Então, Brendan fingiu alguma calma e declarou:— Não. Só precisamos esperar um pouco mais. Vou falar com ela de novo! — Apesar da segurança na voz do empresário, tanto ele quanto Sam, imaginavam que Deirdre não aceitaria a visita. Mesmo assim, ele não a deixaria. Nunca. Entretanto, o destino tinha planos diferentes e antes que ele se recuperasse o suficiente para falar com Deirdre, a polícia foi até ele e informou que ela havia recuado e finalmente concordado em resolver isso em particular. Brendan estava feliz e, quando chegou o dia de seu interrogatório, quando a polícia perguntou se a agressora demonstrou intenção homicida, naturalmente, Brendan negou. Ele também não expressou intenção de prosseguir com uma acusação criminal contra ela e, portanto, o caso foi encerrado. El
― Cale-se! ― Brendan berrou, com todas as forças e o corte vibrou com seu rosnado, fazendo-o gritar de dor aguda, logo em seguida. Sua visão embaçou e seus joelhos se dobraram. ‘O carro dela caiu no mar? Deirdre morreu?’ Impossível! Aquilo só poderia ser alguma loucura! Ela estava viva, no dia anterior, quando amaldiçoou o nome dele, deixando claro o quanto ele a enojava e gritando sobre vingar a morte da mãe. Ela estava viva quando desejou que ele estivesse morto! E agora... seu destino era incerto? A visão de Brendan escureceu e ele caiu. Antes que sua consciência desaparecesse, o empresário ouviu a voz de alguém gritando, pedindo ajuda. Com pesar, em um último fio de realidade, murmurou:― Deirdre... Deirdre... ― O homem imergiu em um sonho. Nos primeiros dias, após a prisão de Deirdre, Brendan surpreendentemente não estava acostumado com sua ausência e, assim que voltava para casa, gritava instintivamente:― Deirdre, faça uma sopa de cogumelos para mim! ― Ele entã
Mesmo que a possibilidade fosse pequena, Sam manteve a esperança. Mesmo quando três dias se passaram e Deirdre ainda não tinha sido encontrada. Mesmo quando a polícia desistiu da busca. A única parente de Deirdre havia falecido e Brendan era seu marido. Assim, a polícia foi buscar sua assinatura para reconhecer a morte de Deirdre. Mas, Brendan deixou cair a caneta no chão, sem vontade de assinar.― Não. Ela está viva. Sua morte é impossível! ― Em um tom de voz extremamente firme, Brendan enfatizou: ― Como podemos concluir que Deirdre está morta quando seu cadáver ainda não foi encontrado? Talvez, ela nunca tenha embarcado naquele carro. É um erro cometido durante a investigação! — O policial olhou para Brendan com simpatia e suspirou.― Um policial testemunhou e foi registrado pela câmera de vigilância. A senhora McQuenny definitivamente estava no veículo. ― ― E durante a viagem? Ela não pode ter saído do carro?! ― Brendan franziu os lábios e seus olhos ficaram vermelhos. ― E
― Quem fez isso? Quando isso aconteceu? ― Sam estreitou os olhos.― Foi um dia antes da senhora McQuenny ser presa. Foi também o dia em que você expulsou Ophelia da casa. Assim que ela foi colocada para fora, um carro veio e a levou para um hospital psiquiátrico. O vídeo também foi lançado naquele dia. Talvez... a senhora McQuenny tenha recebido essas imagens... ― Brendan não sabia o que pensar, então, de repente, se lembrou do telefonema de Deirdre, naquele dia. Era a primeira vez que ela gritava, como uma histérica. Foi também nesse momento que ela aceitou ir para a prisão, para que sua mãe fosse protegida. Na época, ele reagiu com um sorriso de escárnio. Pois, pensou que Deirdre tentava ganhar sua simpatia porque ele havia acabado de retirar tudo o que havia dado a ela. Ela concordou em ser presa e ele pensou que ela estava relutante em se separar da vida luxuosa. Em vez disso, sua mãe estava sofrendo. Na cabeça de Brendan, Deirdre tinha feito tudo de bom grado, afin
― Afaste-se, Sam. Eu estou bem. ― Na verdade, Brendan desejava que a ferida nunca cicatrizasse, para que nunca esquecesse que costumava arruinar impiedosamente a vida de uma pessoa, sem motivo. Tremendo, ele fechou os olhos por um tempo, antes de reabri-los e dizer, com uma voz ainda mais cansada.― Vamos voltar para a mansão. ― Sam o levou de volta. No entanto, uma figura parada à porta atraiu a atenção de Brendan, assim que ele saiu do carro. Ele estava bastante tonto quando viu aquela figura borrada e pensou que era Deirdre, que tinha reaparecido para vê-lo. Ele apressadamente deu alguns passos à frente, com uma expressão abobalhada no rosto, mas feliz. Então, reconheceu seu engano ao perceber que era Charlene quem estava ali. ― Bren! ― Charlene desceu os degraus para encontrá-lo, enquanto apertava as mãos nervosamente. Depois de receber a notícia de que Brendan iria ver Steven, ficou tão preocupada que correu para a mansão, imediatamente sem pensar no que fazia.
Brendan enxugou as lágrimas de Charlene, com a ponta dos dedos, e seu coração se abrandou. Enquanto tentava disfarçar o olhar confuso em seus olhos, disse:― Não fique com minhocas na cabeça. Sou um homem muito feliz por você ter acordado do coma. — ― Sério? ― Charlene mordeu o lábio inferior e perguntou: ― Então, você ainda gosta de mim? ― Brendan ficou sem saber o que falar. Ele não sabia se era porque a morte de Deirdre havia enchido sua mente, mas ele sentia uma forte dor no coração, sempre que pensava nela. Por isso, franzindo a testa, não conseguiu responder à pergunta. Enquanto reprimia seu ódio por Deirdre, Charlene não forçou Brendan a responder, mas mudou de assunto.― Sobre a promessa que você fez, de se casar comigo, ainda é válida? Se Deirdre morreu e seu casamento... Enfim... Bren, é hora de você me dar uma resposta. — Ao olhar para a expressão de expectativa de Charlene, seu coração parecia apertado por alguma coisa, e ele não conseguia respirar. No entan