― Admito que não considerei esse aspecto ― respondeu Ryker, como se a ideia lhe tivesse ocorrido por capricho. ― Minha ideia foi repentina. Achei que seria a maneira mais conveniente e eficiente, então agi por impulso. ―Deirdre não parecia satisfeita com a explicação.― Mesmo que tenha sido impulsivo, você ainda é médico. ―― Sim, é por isso que, depois do meu erro, vou encarar esta parceria de todo o coração ― disse Ryker, com sinceridade. ― Por exemplo, vou responder a uma pergunta para você. ―Deirdre prendeu a respiração, pois a verdade estava ao alcance de suas mãos.― Acredito que você tem muitas perguntas em mente. Posso te dar a oportunidade de ter suas dúvidas respondidas. ― Ryker sorriu com interesse.Deirdre sentiu o impulso de dizer algo. A resposta parecia urgente, mas ela hesitou.― Vou lhe dar uma chance. Mas irei me abster de dizer certos aspectos privados e confidenciais ― alertou Ryker.O olhar de Deirdre escureceu.― Você disse que quer algo de Brendan, mas
Deirdre respirou fundo e manteve a cabeça erguida.― E qual é o problema disso? Desde que me casei com Brendan, não passei de uma brincadeira. Ele não me ama. Ele me via como uma substituta de Charlene. Talvez tenhamos desenvolvido sentimentos genuínos ao longo do caminho, mas... ―― Mas ele se esqueceu dessa conexão ― respondeu Ryker, sorrindo.Deirdre cerrou os punhos.― Não. Você o fez esquecer. ―― Nunca esperei que suas emoções fossem tão turbulentas. Peço desculpas. Não pretendia que fosse assim. Infelizmente, para alcançar meus objetivos, devo prosseguir por esse caminho ― disse Ryker, sem demonstrar remorso.Deirdre baixou a cabeça.― Você não precisa se fazer parecer justo. E mesmo que você fizesse, o que eu poderia fazer para te impedir, especialmente quando você visava especificamente destruir essa relação? ―― Nunca foi essa a minha intenção ― disse Ryker, com firmeza. ― No fundo, eu te respeito genuinamente. Na verdade, isso também é uma coisa boa para você. Afinal
Era difícil imaginar que um escritório, normalmente destrancado, para quem quisesse entrar, pudesse esconder uma passagem secreta. Deirdre não pôde deixar de se perguntar o que poderia ser escondido dentro no local e qual era o objetivo de ter um lugar assim na casa. Sua curiosidade era genuína.Se Brendan não estivesse hipnotizado, ela teria querido discutir a passagem secreta com ele e elaborar contramedidas para pegar Ryker desprevenido. O pensamento atravessou-lhe a cabeça, provocando uma hesitação momentânea.Considerando a reação de Brendan, no dia anterior, talvez ele não estivesse verdadeiramente hipnotizado, afinal. A possibilidade a excitou, fazendo com que suas mãos tremessem.― Deirdre? ―A voz do magnata soou, assustando Deirdre. Ela ainda estava parada em frente ao bloqueio de senha oculto atrás do papel de parede, mas, felizmente, não estava mais tocando nele. Por isso, fingindo naturalidade, se virou para enfrentar Brendan, que se aproximou dela desconfiado.― Por
Os olhos de Deirdre se iluminaram e ela exclamou:― Absurdo? Exatamente, tudo isso é um absurdo! Se Emily não tivesse subestimado você, não haveria razão para você me trazer aqui e me proteger. Só isso não pode provar que você não foi hipnotizado? Brendan, por quanto tempo você planeja me enganar? Você realmente me vê como uma pessoa tão frágil e desamparada, que precisa de sua proteção? ―A confusão atravessou o rosto de Brendan, mas ele deu de ombros para a mão estendida de Deirdre.― Mesmo que você esteja enlouquecendo, deve haver um limite. Se você for ficar falando coisas que eu não entendo, saia dessa casa e vá para o hospital! ―Deirdre ficou momentaneamente atordoada.― Mas... ontem à noite... Ontem à noite, você... ―― Ontem à noite? O que aconteceu ontem à noite? ― Brendan a interrompeu, perplexo.A jovem congelou ao ouvir a pergunta de Brendan.― Nós nem nos falamos, eu fui dormir cedo. Você quer saber como acabei machucando o braço, é isso? Eu devo ter caído no banh
― Considerando a condição atual de Brighthall, ele não seria capaz de aceitar o fato de ter esquecido tantas coisas ― explicou o médico. ― Mas, ele ter se esquecido de que foi drogado não é uma coisa boa para você também? ―― Sim, fui eu quem o droguei. Se ele se esqueceu, realmente é o melhor resultado para mim ― confessou Deirdre com voz rouca.― Então está tudo bem ― respondeu doutor Ginger.Deirdre balançou a cabeça.― Não, talvez não. ―― O que quer dizer? ― dessa vez, foi o médico quem ficou surpreso.Respirando fundo, Deirdre continuou.― Há, pelo menos, um aspecto aqui que não consigo entender. ―Doutor Ginger fez um gesto para que ela continuasse.― Por que o corpo de Brendan reagiu? Ele deveria ter perdido toda a sensibilidade devido aos efeitos colaterais do incenso. Por que ele ficou excitado? ―Deirdre acreditava que tudo não passava de um ato de Brendan, uma fachada para protegê-la. Poderia ser tudo falso?O médico de família caiu num breve silêncio.― Também
Ryker notou a verdade nas palavras de Deirdre quando ela afirmou que as tentativas de senha mais óbvias, relacionadas a ela ou a seu relacionamento com Brendan falharam. Isso o fez questionar por que Brendan havia trazido o nome de Deirdre durante a hipnose. Teria sido mera coincidência? Entretanto, sem querer que a jovem percebesse que o homem vacilava, Ryker se recompôs rapidamente e ofereceu tranquilidade, dizendo:― Deve haver senhas que você ainda não tentou. Não se apresse. Ainda temos algum tempo. ―A mente de Deirdre estava tomada por uma sensação de desesperança. Os dias de tentar combinações diferentes levaram-na a acreditar que abrir a passagem secreta era quase impossível. Ela não tinha mais coragem para continuar tentando e, em vez disso, preferia concentrar as energias em tentar fazer Brendan desconfiar de Ryker.*Alguns dias depois, quando Deirdre estava prestes a ir para o escritório, ouviu o som de um carro do lado de fora e, quando foi para sala ver do que se tra
Deirdre lutou para entender o significado mais profundo por trás das palavras de Brendan, mas isso escapou de sua compreensão.― Por que você é quem tem que protegê-la? Você está insinuando que eu não poderei protegê-la? ― perguntou Deirdre, com a voz cheia de incertezas.― Você acha que consegue? Você acredita que poderá proteger nossa filha? ― Brendan retrucou.Perdida em pensamentos, Deirdre percebeu sua impotência.Sem gravata e de camisa aberta, recostado na cadeira, Brendan desfrutava de um raro momento de desleixo.― Eu já disse Deirdre, depois que você der à luz a criança, você irá embora. Você não pertence aqui e não pertence ao meu lado. ―Franzindo a testa, Deirdre se preparou para contestar a declaração, mas antes que pudesse falar, Brendan a afastou e abruptamente se levantou.Devido a seu estado de embriaguez, manter o equilíbrio era uma luta e todo movimento que fazia, parecia que resultaria em uma queda.Tentando impedi-lo de fazer algo que o colocasse em risco,
Uma parte da parede se abriu e uma abertura inesperada apareceu diante de Deirdre. O interior estava escuro e não dava para ver o que tinha dentro. No entanto, o que a assustou ainda mais do que ver a passagem se abrir foi o fato de que ela não precisou digitar a senha no bloqueio, mas apenas colocar as pontas dos dedos em um local específico.Era uma fechadura de impressão digital. No entanto, ela nunca havia registrado as impressões digitais ou usado o desbloqueio de impressões digitais para aquele console antes. Deirdre sentiu imensa surpresa e não conseguiu se mexer.― Por quê? ― questionou ela, com os lábios trêmulos. ― Por que minha impressão digital está cadastrada aí? ―Brendan não respondeu e apenas a abraçou com força, deixando clara sua intensidade. Deirdre escutou a respiração pesada e batimentos cardíacos acelerados do magnata, incapaz de compreender o impacto dentro de seu coração.― Quando foi que você fez isso? ― questionou.Brendan esfregou o queixo contra a testa