― Deirdre... Oh, Dee... ― Brendan murmurou para si mesmo, inalando avidamente seu cheiro. ― É você? Você veio me encontrar? ―A jovem foi pega de surpresa. Ela não esperava que a queda do sofá fosse mais uma manobra dele e, se sentindo irritada, ficou ainda mais decepcionada.― Chega de palhaçada. Me solta! ―Ela lutou desesperadamente, mas os braços de Brendan permaneceram imóveis enquanto ele repetia as mesmas palavras.― É você? Você veio me encontrar... Você veio me encontrar... Dee... ―A respiração ofegante de Brendan atingiu as narinas da jovem que, só então percebeu que ele estava realmente bêbado.― Dee... Oh, Dee... ― Brendan repetiu seu nome várias vezes, enquanto o aperto se intensificava, como se ele tivesse medo de que ela o deixasse mais uma vez.― Não vá embora. Não se afaste de mim. Não me abandone... ―Deirdre levou um susto. Ela nunca teve a intenção de abandoná-lo. Quem gradualmente a afastava era ele.― Brendan, eu não me importo se você está acordado ou n
Deirdre não teve tempo de pensar muito. Ela subiu as escadas, entrou no quarto e pegou um cobertor. Então voltou para a sala e, cuidado, cobriu Brendan.Enquanto ela enfiava o canto do cobertor sob o ombro de Brendan, seu pulso foi subitamente agarrado em um aperto intenso, mas o movimento foi tão súbito que a jovem mal teve tempo de sentir dor.― Brendan? Você está acordado? ― Ela levantou as pálpebras e ficou paralisada. Embora não pudesse ver o rosto ou a expressão de Brendan com clareza, sentiu uma sensação arrepiante. Pior ainda, foi invadida por um sentimento familiar.― Dee? ― Brendan segurou a mão de Deirdre e pressionou as pontas dos dedos em sua carne, com um forte aviso em seus olhos.― Como você chegou até aqui? ―O tom de voz parecia distante e confuso e a jovem não soube como reagir. Então, Brendan continuou, ainda soando esquisito:― Você foi libertada da prisão? ―Deirdre estreitou os olhos mas antes que pudesse questionar, o aperto relaxou, e Brendan adorme
Percebendo que estava tudo bem com as memórias do magnata, os olhos de Deirdre relaxaram.― Tudo bem, já basta. ―Parecia que o ocorrido naquela noite fora resultado da bebedeira. O álcool devia ter colocado Brendan em um estado de amnésia. Entretanto, sem entender o questionamento da jovem, por alguma razão, quando Brendan pensou na atitude de Deirdre, sentiu-se um pouco lisonjeado e seus olhos revelaram um brilho de esperança.― Deirdre, você não me culpa mais? ― Ele foi cauteloso. Depois de fazer uma coisa tão imperdoável, pensou que nunca mais receberia nenhuma atenção de Deirdre.Mas, quando Deirdre voltou aos sentidos, ficou naturalmente chateada com Brendan, mas ficou ainda mais surpresa com o quão fora de controle ele estava.Depois que Ophelia foi para a cozinha, Deirdre perguntou:― Onde você estava com a cabeça quando me estuprou? Sua consciência não ordenou que você para parasse? Por que você me machucou daquele jeito? ― Ela tentou olhar para a expressão de Brendan,
Deirdre mexeu os lábios. Ela queria dizer que, enquanto Emily ainda estivesse entre eles, eles nunca seriam capazes de ficar juntos. Mas depois de pensar sobre o assunto, não disse nada.― Acho que está na hora de você ir para a empresa. De qualquer forma, quero conhecer sua psicóloga quando estiver livre. Quero perguntar a ela sobre sua condição. ―Havia um olhar estranho nos olhos de Brendan quando respondeu:― Tá bom. Vou providenciar para vocês se conheçam. ―Deirdre disse:― Amanhã. Marque esse encontro para amanhã. ―Se não fosse o fato de que era muito em cima da hora e Deirdre acreditasse que a psicóloga não conseguiria um horário disponível, ela queria poder conhecer a pessoa naquele mesmo dia, senão, naquela mesma manhã. Afinal, a jovem queria saber mais sobre a condição de Brendan. Talvez esse tenha sido um dos fatores por trás da desconfiança que o magnata sentia em relação a ela.― Tudo bem, vou providenciar para vocês conversem amanhã. ― Brendan queria segurar a mã
Ophelia sempre foi uma pessoa muito gentil. Em Alnwick, era tão gentil que deixou que outros se aproveitassem da bondade dela e, mesmo quando outras pessoas jogavam suas roupas no cesto dela, para que lavasse gratuitamente, aceitava sem se rebelar. Mas, talvez, depois do tratamento, sua mentalidade tivesse mudado.Vendo que Deirdre remoía algo, com os olhos abatidos, Ophelia segurou sua mão.― Dee Dee, você já estava grávida quando eu vim, então só posso tratar Brendan como meu genro. Se ele te tratar bem, não tenho do que reclamar, mas na situação atual, isso é impossível. ― A mulher de cabelos grisalhos tinha um olhar melancólico. ― Ele não mantém distância de outras mulheres e já fez muitas coisas ruins contra você. Ele não é uma pessoa adequada, você consegue entender? ―Deirdre ficou perplexa, antes de acenar com a cabeça, em concordância.Então, Ophelia pensou em algo e sorriu, enquanto dizia:― Por outro lado, Sterling é um homem muito bom. Eu costumava tratá-lo como meu f
Brendan parecia solene.―Você tem certeza de que minhas emoções não sairão mais do controle, se eu fizer terapia? ―Emily sorriu confiante.― Em vez de duvidar, por que você mesmo não tenta? Você saberá, então. ―Brendan ainda estava cético quando Emily acendeu o incenso, que exalava um cheiro pungente, especialmente porque a janela estava fechada. O humor de Brendan inesperadamente relaxou quando, inalou a essência.Então, Emily tirou um relógio de bolso da bolsa e o colocou na frente de Brendan.― Vamos começar. ―Antes de perceber que não se tratava de terapia, mas de hipnose, Brendan desmaiou e, depois de um período de tempo desconhecido, acordou gradualmente. Sua cabeça estava um pouco pesada, mas seu corpo estava relaxado.― Eu adormeci? ―Emily estava originalmente sentada longe, mas quando ouviu a voz do magnata, se aproximou.― Sim. Você estava muito estressado e adormeceu rapidamente, enquanto ainda fazíamos uma meditação de relaxamento. ―Brendan segurou a testa.
Deirdre piscou e sentou-se, ainda afastando a sonolência.― Nossa! Mas e aí, como foi? ―― Na verdade, não é ruim. Dormi por dez horas e meu estado mental parece muito mais estável. Se isso continuar, não terei outra crise daquelas. ―Deirdre não pôde deixar de ser surpreendida.― Você dormiu por dez horas seguidas? Essa psicóloga é tão incrível assim? ―― Pelo jeito, é. Nunca dormi tão bem antes. ―Brendan viu o rosto da amada, iluminada pelo sol da manhã e se inclinou para dar um beijou no canto de seus lábios. Ele deu um selinho nela e logo colocou a cabeça no ombro de Deirdre.― Dee, eu vou melhorar. ―Deirdre baixou os olhos. Encarando Brendan, que havia revelado seu lado vulnerável, ela tinha sentimentos mistos em seu coração, mas principalmente se sentia mal por ele. O magnata não queria mais perder o controle de suas emoções e vinha trabalhando duro para controlá-las.― Sim. Vou acreditar em você. ―Depois de responder, Brendan contraiu os cantos dos lábios e segurou
Ao ouvir Brendan e Sterling brigando, Deirdre ficou um pouco irritada. Parecia que eles discutiam toda vez que se encontravam e acabariam trocando socos se ela não interrompesse.― Parem de discutir. É hora do café da manhã. Sterry, você já comeu? ―Sterling disse:― Como ontem me arrependi de não ter experimentado o bolo de sua mãe, então não comi nada hoje. Você guardou um pedaço para mim, né? ―Parecendo ter ouvido a deixa, Ophelia saiu apressada da cozinha.― Sim! Guardei um pedação para você! ―Deirdre também sorriu.― Eu fiz suspiro, exatamente quatro, um para cada um de nós. Mas, eu e mamãe já comemos. ―Ophelia trouxe o bolo e o suspiro, mas, quando colocou na mesa, antes que Deirdre pudesse começar a servir, Brendan se aproximou, dizendo:― Eu sirvo. ―Então, o magnata pegou os dois suspiros e colou em seu próprio prato. Deirdre foi pega de surpresa.― Se você pegar os dois, Sterry vai ficar sem! ―Brendan olhou para o rival, com um sorriso no rosto.― Eu nunca co