A preocupação de Sam não era fingida, senão, ele poderia facilmente ignorar Deirdre, assim como os outros seguranças faziam. ― Agradeço muito. ― A gentileza de Sam tinha tocado Deirdre, por isso, depois de hesitar, decidiu perguntar ― Sam, você pode me ajudar?― ― Se não for algo que me coloque em uma situação difícil, ficarei feliz em atender. ― Deirdre disse apressadamente:― Não, não vai! Eu só gostaria que você me ajudasse a descobrir onde Sterling está, sua situação atual e se ele está vivendo uma boa vida. ― Deirdre tinha certeza de que Brendan não desistiria facilmente de perseguir o médico. O fato de Brendan não tê-la continuado humilhando na festa a levou a supor que Brendan poderia ter mudado seu foco para Sterling. Por isso, ela queria saber a condição em que ele estava. No entanto, antes que Sam pudesse responder, o som da porta da frente sendo escancarada, ecoou pela sala. Deirdre ficou atordoada e seu peito se apertou, de repente. Ela ouviu Brendan dizer,
Assim que Deirdre entrou no carro, Brendan ligou o motor e partiu. Como completos desconhecidos, o casal não trocou nem uma palavra, durante todo o percurso. Mas, quando o carro parou, Brendan levou Deirdre até o destino. No saguão, o gerente do lugar cumprimentou Brendan com um largo sorriso: ― Senhor Brighthall, seja bem-vindo. Preparamos uma mesa para você, no segundo andar. Me deixe acompanhá-los. A propósito, os pratos serão servidos em minutos. ― ‘Pratos? Estamos aqui para fazer uma refeição?’ Deirdre ficou atônita. Mas, seus instintos lhe diziam que nada era tão simples quanto ela pensava. No entanto, quando ela ocupou seu lugar, esperando pelo pior e com medo, nada aconteceu. Brendan perguntou com indiferença:― O que você gosta de comer? Eu pedi alguns pratos, mas não sei se eles se adequam ao seu gosto. ― Deirdre cerrou os punhos, enquanto se sentia inexplicavelmente inquieta.― Eu como de tudo. ― ― Sério? ― Brendan sorriu ― Bom, foi você mesma quem disse. En
O gerente do restaurante ficou surpreso. Era a primeira vez que via um garçom miserável bater em um figurão. Se Brendan ficasse zangado, a culpa não recairia em Sterling. O próprio gerente seria demitido, por isso interveio energicamente: ― Peça desculpas ao Senhor Brighthall, imediatamente! ― ― Não, imagine. Está tudo bem ― Brendan limpou o sangue da boca e riu ― Como posso ter a audácia de fazer com que o jovem herdeiro dos Fuller, com uma reputação renomada, se desculpe comigo? ― ― O quê? ― A expressão do gerente do restaurante mudou drasticamente ― Você é aquele herdeiro ilegítimo dos Fuller? Por que você não me contou sobre isso antes, hein!? Se eu soubesse quem você era, não teria deixado você trabalhar em nosso restaurante, mesmo que quisesse trabalhar de graça! ― Então, o gerente se virou para Brendan:― S-Senhor Brighthall, eu não sabia disso... O rapaz alegou que ficaria bem com um salário tão modesto que eu supus se tratar de um morador de rua. Como eu teria cora
Todo o corpo de Deirdre tremia e ela sentiu como se o céu desabasse sobre si, trazendo consigo todo o frio do mundo. ― Não ― ela respirou fundo e disse, com a voz trêmula. Seus olhos ficaram vermelhos e cheios de lágrimas, em uma tentativa de se acalmar, enquanto implorava a Brendan ― eu estou te implorando, Brendan. Não envolva a polícia. Eu concordo com qualquer condição ― ― Não implore a ele! Deirdre! ― Sterling sentiu seu coração apertar de dor. Ele esfregou o cabelo de Deirdre suavemente, sem se preocupar com o olhar frio de Brendan, e disse com determinação na voz ― Vou ser colocado em um centro de detenção por alguns dias. Não é nada sério. De qualquer maneira, eu não me importo. ― Ele olhou para Brendan mais uma vez, com olhos frios:― Nossa sociedade é regida pela lei. Será que ele vai me matar no centro de detenção? ― O olhar de Brendan desviou-se da mão de Sterling, que tocava a mão de Deirdre. Ele sentiu o seu coração tão agitado que precisava bater em alguém.
Gotas frias de suor escorriam pelo rosto de Sterling e ele gemeu em agonia com a dor do caco de vidro perfurando sua carne, profundamente. Andre disse:― Ops ― e riu enquanto puxava a perna para trás ― sinto muito, fui um pouco descuidado. Eu não te machuquei, certo? ― O gerente do restaurante teve dificuldade em controlar a respiração ao ver o caco de vidro penetrando a palma da mão de Sterling. Considerando a situação descabida, o homem, de natureza gentil, pensou em intervir, mas desistiu ao considerar que também ficaria em apuros.Havia apenas confusão nos olhos de Deirdre quando perguntou em voz assustada: ― O que aconteceu? ― ― Nada ― Andre olhou para Sterling e enunciou suas palavras claramente ao dizer ― Sterling se machucou um pouquinho, por causa de seu descuido durante a limpeza. ― ― Ele se machucou? ― A mente de Deirdre ficou em branco. ‘Sterling é médico. Ele não pode se dar ao luxo de machucar as mãos.' Então ela perguntou, agoniada:― Como você está,
‘Ela está admitindo só por causa de Sterling? Ela teve um colapso emocional completo só porque ele foi punido? Isso bastou para que ela confessasse algo que negava até ao custo da própria saúde?’ O peito de Brendan ardia de raiva e ele não fazia ideia do porquê. Ele queria que Deirdre admitisse sua mentira e mirava nesse objetivo específico, mas ficou furioso, no exato momento em que ela finalmente cedeu. Em uma mistura de ódio e triunfo, Brendan agarrou o pulso fino da jovem com um aperto forte o suficiente para quebrar-lhe o braço, se ele assim quisesse:― Então, finalmente, você admite? ― ― Sim. ― Deirdre assentiu. Considerando a situação em que estavam, a jovem não tinha outra escolha a não ser admitir. Sua inocência não era nada comparada ao bem estar de Sterling. Além disso, Brendan nunca acreditaria que ela era inocente, não importa o que acontecesse. ― Eu sabia. Você é desprezível e sem escrúpulos, como esperado ― o monstro estava furioso e seu domínio sobre Deir
Brendan rangeu os dentes. ‘Para ela não importa mais nada do mundo. O bem estar de Sterling é tudo com o que ela se preocupa.’ ― Agora você se arrepende e acha que pode me pedir o que quer que seja? Você deveria ter agido de forma diferente e nada disso teria acontecido. ― Deirdre riu e sentiu a cabeça girar. ‘Você tem razão. Eu deveria ter agido de forma diferente se soubesse que chegaria a isso...’ A noite terminou com a dupla voltando para a mansão de Brendan, onde Deirdre foi deixada, com Brendan dizendo:― Charlene ainda está no hospital. Mas, vou trazê-la para a mansão assim que ela se recuperar. Lembre-se de falar e não finja que ficou muda, quando a hora chegar! ― Brendan foi embora, antes que Deirdre pudesse responder. Quando chegou no hospital, ao abrir a porta, encontrou sua mãe, sentada no sofá do quarto. Sua expressão, quando viu Brendan, foi de desagrado. ― Você chegou na hora certa, Brendan. Acompanhe-me lá fora. Tenho algo para falar com você. ― Madame
‘Deirdre não será capaz de me ofuscar quando eu me mudar para a mansão.’ Um toque de crueldade passou por seus belos olhos e, logo depois, Charlene assentiu, com uma expressão gentil:― Eu não tenho nenhum pedido, exceto que Deirdre não me machuque mais. ― Três dias se passaram sem que Brendan visitasse a mansão. Nesse tempo, a jovem aproveitou para desfrutar de um pouco de paz. Naquele momento, ela se sentava sozinha na espaçosa sala de estar, exatamente como fazia dois anos atrás e a única mudança tinha sido seu estado de espírito. Ela tinha deixado de ser um jasmim branco, esperando o sol nascente, para se tornar uma rosa murcha exalando podridão e fedor. ― Senhora Deirdre ― Sam estivera guardando a porta, todo esse tempo, e observara Deirdre sentada no sofá, atordoada, do nascer ao pôr do sol. Ele sentia muita pena dela e não pôde deixar de puxar conversa com ela ― as flores no quintal floresceram e cheiram muito bem. Gostaria de sair para dar um passeio? Talvez a senhora po