A casa estava silenciosa, mas Kiara não conseguia dormir. A cama macia, os lençóis de seda, o luxo em que estava envolvida... tudo isso parecia irreal, como um sonho do qual ela queria acordar. Mas, à medida que a noite avançava, algo nela começava a mudar. O desconforto de estar ali, a sensação de aprisionamento, se misturava com algo mais profundo. Algo mais perigoso.
Ela sabia o que era, mas não queria admitir. Havia algo em Sergey Novikov que a atraía, algo sombrio e impenetrável que despertava nela uma curiosidade mórbida. Ele era como uma tempestade que não podia ser evitada — e, apesar do medo que ele causava, ela sentia uma necessidade inexplicável de se aproximar.
Não era apenas a autoridade com que ele a tratava, ou a frieza calculista que exalava de cada um de seus gestos. Havia uma intensidade em seu olhar, uma força incontrolável que se misturava com uma calma quase desesperadora. Sergey não se deixava dominar por nada, e isso, por alguma razão, a atraía. Ele não parecia se importar com nada — exceto com ela.
Kiara se levantou da cama, os pés tocando o chão gelado. Caminhou até a janela, observando as luzes da cidade à distância, tentando afastar os pensamentos que começavam a invadir sua mente. Mas não adiantava. A imagem de Sergey, com seus olhos âmbar e presença imponente, invadia seus pensamentos a cada segundo. Como ele a dominava com um simples olhar? Como ele a fazia sentir-se vulnerável e desejada ao mesmo tempo?
A porta do quarto se abriu, quebrando o silêncio da noite. Kiara se virou rapidamente, o coração disparado. Sergey estava ali, parado no limiar da porta, os ombros largos e a expressão enigmática como sempre.
— Não conseguiu dormir? — sua voz grave cortou a quietude da noite, e, embora ele parecesse tranquilo, havia algo diferente em seu olhar. Algo que ela não soubera identificar até então.
Kiara hesitou por um momento, os olhos fixos nos dele, tentando manter o controle.
— Não. Não consigo. — A resposta saiu sem que ela pensasse. A verdade estava em suas palavras, mas algo nela temia que ele percebesse o que estava por trás delas.
Ele se aproximou lentamente, seus passos pesados e seguros. Quando chegou mais perto, a temperatura no quarto parecia ter aumentado, o ar pesado com uma tensão palpável. Ela sentiu a pressão dele, o magnetismo de sua presença, mas não se afastou. Não agora. Não mais.
Sergey parou diante dela, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo, embora ele ainda não a tocasse. Ela queria afastar o olhar, mas seus olhos continuaram presos aos dele. Havia algo em sua expressão, uma camada de vulnerabilidade que ele normalmente escondia, mas que agora parecia transparecer.
— Você está com medo de mim? — Ele perguntou de repente, e Kiara sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O tom dele era suave, quase sedutor, mas a intenção por trás da pergunta era clara.
Kiara olhou para ele, tentando manter a compostura, mas o corpo dela traía suas palavras. As mãos tremiam levemente, e ela se forçou a respirar fundo.
— Não sei... talvez. — Ela não sabia o que estava dizendo. Estava sendo sincera, mas também não sabia se deveria temer ou se entregar.
Sergey a observou por um longo momento, como se estivesse avaliando a honestidade de sua resposta. Ele deu um passo à frente, seu cheiro inconfundível preenchendo o espaço entre eles. A mistura de almíscar e algo amadeirado a fez fechar os olhos por um instante, sentindo o impulso de se aproximar ainda mais. Ele levantou a mão e tocou seu queixo com a ponta dos dedos, o gesto suave, mas cheio de poder.
— Você não sabe o que quer, Kiara. — A voz dele agora estava mais baixa, mais carregada de uma intensidade perigosa. — Mas eu sei.
Ela tentou se afastar, mas seus pés estavam presos ao chão. O desejo crescente a paralisava, e o olhar de Sergey a envolvia de uma maneira que ela não podia entender. Ele sabia o que queria. E, de alguma forma, ela sentia que ele já havia conquistado sua mente, se não seu corpo.
— O que você sabe, Sergey? — perguntou, a voz falhando, mas não se afastando. Ela queria testar os limites entre eles, embora soubesse que ele já havia ultrapassado os seus.
Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, curvou-se ligeiramente para mais perto, até que seus rostos estavam quase se tocando. Kiara podia sentir a respiração dele em sua pele, quente e profunda. A tensão entre eles era quase insuportável, como uma corda esticada prestes a quebrar.
— Eu sei o que você quer, Kiara. — Seus olhos estavam fixos nos dela, hipnotizantes, profundos. — E eu sei que você não consegue resistir.
Antes que ela pudesse protestar, ele se inclinou ainda mais e a beijou.
O beijo foi bruto, sem delicadeza, como se Sergey estivesse tirando algo que ele sentia ter o direito de tomar. Mas, contra tudo o que ela deveria sentir, Kiara não recuou. Ela não resistiu. A paixão tomou conta dela como uma onda, submergindo todos os medos e dúvidas. As mãos de Sergey eram firmes em sua nuca, puxando-a para mais perto, fazendo-a sentir o peso do corpo dele contra o seu.
Kiara se perdeu no beijo, em seu gosto, em seu toque. O homem que a aterrorizava, que controlava sua vida de formas que ela não entendia, agora a consumia de uma maneira que ela não sabia como lidar. O corpo dela reagia a ele, sem pedir permissão, sem pensar no que deveria fazer.
Quando ele se afastou, ambos estavam sem fôlego, os olhos fixos um no outro, como se o mundo ao redor deles tivesse desaparecido. Kiara sentiu a tensão aumentar ainda mais, e, por um momento, nada mais existia além de Sergey. O homem que a aprisionava, mas que, de alguma forma, também a fazia desejar ser dominada.
Sergey olhou para ela com um sorriso enigmático, um sorriso que não alcançava os olhos, mas que dizia mais do que palavras poderiam expressar.
— Você não pode mais negar, Kiara. Agora, você pertence a mim, tanto quanto eu pertenço a você.
As palavras dele ecoaram na mente dela, fazendo seu coração disparar. Ela não sabia o que isso significava, mas sabia que não poderia voltar atrás. Algo entre eles havia mudado — e, talvez, ela já tivesse perdido o controle antes mesmo de perceber.
O que quer que estivesse acontecendo entre eles, Kiara não conseguia mais escapar. E, por algum motivo, ela não queria.
Kiara ainda sentia o gosto de Sergey em seus lábios, o calor de seu corpo que permanecia em cada centímetro de sua pele. O beijo havia sido como um fogo, rápido e impetuoso, deixando um rastro de ardor em seu peito. Mas, mais do que a intensidade do momento, era a forma como ele a fazia se sentir: totalmente consumida, perdida em algo que não conseguia mais controlar.Ela o observava agora, seus olhos fixos nele, esperando por algo, sem saber exatamente o quê. Sergey se afastou um pouco, mas não o suficiente para perder o contato visual. Ele ainda estava perto, o cheiro de sua pele misturado ao álcool que ele exalava. Ele se inclinou novamente, mas dessa vez, seu toque foi mais suave, mais calculado. As mãos grandes, sempre firmes e imponentes, deslizaram pelo pescoço de Kiara, descendo até seus ombros.O calor de suas mãos fez seu corpo tremer involuntariamente. Ela não conseguia desviar os olhos, como se fosse atraída por um ímã irresistível. Ele não falava, apenas a tocava, tocava
A noite estava imersa em uma quietude carregada de tensão, e Kiara sentia a pressão do ambiente apertando o peito. As ruas estavam vazias, o único som que preenchia o espaço era o suave eco da chuva batendo contra as janelas. Ela estava no limite, entre o que sentia e o que sabia ser perigoso. Sergey, ali, diante dela, era como uma tempestade prestes a explodir, uma presença física e emocional que a envolvia de forma avassaladora.O calor que emanava dele parecia não só físico, mas uma energia que penetrava profundamente nela. A cada passo que ele dava em sua direção, ela sentia uma mistura de apreensão e desejo, uma necessidade inexplicável de se entregar àquela proximidade. O corpo dela respondia a ele com uma força que ela não sabia que possuía, um ímpeto que desafiava todas as suas tentativas de controlar o que estava acontecendo. Ela não podia negar. Algo em Sergey a atraía, algo além da atração física. Era como se ele estivesse desvendando os cantos mais escondidos de seu ser, c
Kiara acordou no dia seguinte com o peso de uma noite carregada de emoções conflitantes. A luz suave da manhã filtrava-se pelas cortinas da janela, tingindo o quarto com um tom dourado e quente. Ela estava sozinha, envolta nos lençóis que ainda exalavam o cheiro dele, a mistura de almíscar e madeira que ficara impregnada em sua pele. Ela não conseguia afastar a sensação de que algo havia mudado entre ela e Sergey, mas o que exatamente? Seus pensamentos estavam confusos, mas o corpo ainda lembrava cada toque, cada momento daquela noite.Levou alguns segundos para que seus olhos se ajustassem completamente à realidade, e ela percebeu que estava no quarto dele, naquela mansão imponente, ainda vestindo a mesma roupa que usara antes de ser puxada para o mundo de Sergey Novikov. Mas o que acontecera entre eles naquela noite? Uma noite onde os limites entre o prazer e o medo se desfizeram, onde cada toque parecia mais uma promessa não dita.Ela tentou se levantar, mas uma dor suave percorreu
A manhã seguinte chegou com uma calma quase desconcertante. Kiara despertou, o corpo pesado e ainda marcado pelos toques de Sergey da noite anterior. O quarto estava imerso em um silêncio profundo, mas dentro dela, as memórias da noite vibravam como uma onda constante. O desejo, misturado com um medo incontrolável, permanecia em seu peito. Ela sentia-se dividida entre o desejo de afastar-se de Sergey e a irresistível necessidade de voltar para ele, de se perder mais uma vez na tempestade que ele representava.Ela levantou-se devagar, o corpo exausto, mas a mente acelerada. As lembranças estavam frescas em sua mente: os sussurros, as carícias intensas e a sensação de que algo mais estava se formando entre eles. Algo que ela não sabia como controlar, algo que a assustava, mas também a atraía de maneira inegável. O medo de se perder era real, mas o prazer que ele proporcionava parecia ser a única coisa que fazia sentido naquele caos.Ao olhar pela janela, Kiara viu a cidade ainda tomada
A madrugada ainda estava distante, mas Kiara sentia o peso da noite se arrastando como uma sombra sobre ela. O som do vento batendo contra a janela era a única coisa que quebrava o silêncio do quarto, onde ela permanecia em pé, observando Sergey com um olhar carregado de sentimentos contraditórios. O homem diante dela era um enigma, uma força que a atraía e a amedrontava ao mesmo tempo.Ele se aproximou dela com passos lentos, como se soubesse exatamente o efeito que causava, como se jogasse um jogo onde ele controlava as regras e ela, apesar de toda a resistência, já estivesse profundamente envolvida.— Você está em conflito, Kiara, — ele disse, sua voz suave, mas carregada de uma intensidade que a fez estremecer. Ele parou a apenas alguns centímetros dela, os olhos âmbar observando-a com uma precisão inquietante. — Eu posso sentir o medo, mas também posso sentir o desejo. Você não consegue negar o que sente.Ela tentou, em vão, esconder o que estava claramente estampado em sua pele.
A noite estava ainda jovem quando Kiara acordou. Ela não sabia quanto tempo havia se passado desde que adormeceu, mas o ambiente ao seu redor parecia ter mudado. A luz suave da manhã mal penetrava pela janela, filtrada pelas cortinas que balançavam levemente com o vento, mas o cheiro de café fresco no ar era um alívio familiar, um lembrete de que, apesar de tudo, a vida continuava. Mas o peso do que acontecera entre ela e Sergey ainda pairava sobre sua mente, como uma sombra, obscurecendo seus pensamentos. A lembrança das sensações intensas, do prazer avassalador que a consumiu, estava ali, viva em cada fibra de seu corpo. Mas também havia algo mais, uma confusão, um turbilhão de emoções que ela não sabia como processar.Ela se sentou lentamente na cama, os dedos tocando sua pele onde as marcas dos toques dele ainda estavam frescas, como se a cada movimento sentisse a lembrança do prazer, da intensidade, do abandono. O corpo parecia vibrar em sintonia com a memória daquele encontro, m
O amanhecer ainda não havia tocado a cidade quando Kiara acordou. O quarto estava mergulhado em uma escuridão densa, quebrada apenas pelas lâmpadas suaves que delineavam as sombras da mobília. Ela se sentou na cama, os dedos pressionando sua testa, tentando afastar a dor que ainda ressoava em seu corpo. Cada parte dela parecia marcada pelas mãos de Sergey, pela força de seus toques, pelos sussurros carregados de promessas que ainda ecoavam em sua mente.Ela não sabia o que fazer com esses sentimentos conflitantes que surgiam a cada olhar dele, a cada palavra que ele dizia. Parte dela queria ignorar, afastar a intensidade, mas havia algo irresistível sobre ele, algo que a atraía e a destruía ao mesmo tempo. Ele não era apenas um homem comum; era como se fosse parte de um mundo diferente, um mundo do qual ela não podia escapar, mas ao qual também não queria se opor.A porta do quarto se abriu, e Sergey entrou, seus passos silenciosos no chão de madeira polida. Ele estava impecável, como
O sol havia se posto, e com ele, a cidade assumia sua essência de mistério, onde sombras se alongavam e as ruas se tornavam labirintos silenciosos. Kiara, envolta em um manto de dúvidas e desejos, caminhava pelo corredor que levava ao andar de cima da mansão. Seus pensamentos estavam dispersos, mas sua mente estava claro quanto ao que se passava entre ela e Sergey. Cada toque dele, cada olhar, parecia ter fisgado algo profundo nela, algo que ela não sabia se era amor, desejo ou algo mais sombrio. Ela parou diante da porta do quarto, os dedos repousando sobre a maçaneta fria. Sabia o que queria. Sabia o que ele queria. Mas o medo ainda a dominava. As memórias da última noite, de como o corpo dele a tomou, a maneira como ele a havia desnudado, tanto fisicamente quanto emocionalmente, estavam frescas em sua mente. Aquela necessidade de ser tocada, de ser possuída por ele, havia se tornado algo visceral. Mas havia uma parte de si mesma que hesitava. Algo na intensidade de Sergey a fazia