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Capítulo 6: Entre Sombras e Desejo

A casa estava silenciosa, mas Kiara não conseguia dormir. A cama macia, os lençóis de seda, o luxo em que estava envolvida... tudo isso parecia irreal, como um sonho do qual ela queria acordar. Mas, à medida que a noite avançava, algo nela começava a mudar. O desconforto de estar ali, a sensação de aprisionamento, se misturava com algo mais profundo. Algo mais perigoso.

Ela sabia o que era, mas não queria admitir. Havia algo em Sergey Novikov que a atraía, algo sombrio e impenetrável que despertava nela uma curiosidade mórbida. Ele era como uma tempestade que não podia ser evitada — e, apesar do medo que ele causava, ela sentia uma necessidade inexplicável de se aproximar.

Não era apenas a autoridade com que ele a tratava, ou a frieza calculista que exalava de cada um de seus gestos. Havia uma intensidade em seu olhar, uma força incontrolável que se misturava com uma calma quase desesperadora. Sergey não se deixava dominar por nada, e isso, por alguma razão, a atraía. Ele não parecia se importar com nada — exceto com ela.

Kiara se levantou da cama, os pés tocando o chão gelado. Caminhou até a janela, observando as luzes da cidade à distância, tentando afastar os pensamentos que começavam a invadir sua mente. Mas não adiantava. A imagem de Sergey, com seus olhos âmbar e presença imponente, invadia seus pensamentos a cada segundo. Como ele a dominava com um simples olhar? Como ele a fazia sentir-se vulnerável e desejada ao mesmo tempo?

A porta do quarto se abriu, quebrando o silêncio da noite. Kiara se virou rapidamente, o coração disparado. Sergey estava ali, parado no limiar da porta, os ombros largos e a expressão enigmática como sempre.

— Não conseguiu dormir? — sua voz grave cortou a quietude da noite, e, embora ele parecesse tranquilo, havia algo diferente em seu olhar. Algo que ela não soubera identificar até então.

Kiara hesitou por um momento, os olhos fixos nos dele, tentando manter o controle.

— Não. Não consigo. — A resposta saiu sem que ela pensasse. A verdade estava em suas palavras, mas algo nela temia que ele percebesse o que estava por trás delas.

Ele se aproximou lentamente, seus passos pesados e seguros. Quando chegou mais perto, a temperatura no quarto parecia ter aumentado, o ar pesado com uma tensão palpável. Ela sentiu a pressão dele, o magnetismo de sua presença, mas não se afastou. Não agora. Não mais.

Sergey parou diante dela, tão perto que ela podia sentir o calor de seu corpo, embora ele ainda não a tocasse. Ela queria afastar o olhar, mas seus olhos continuaram presos aos dele. Havia algo em sua expressão, uma camada de vulnerabilidade que ele normalmente escondia, mas que agora parecia transparecer.

— Você está com medo de mim? — Ele perguntou de repente, e Kiara sentiu um calafrio percorrer sua espinha. O tom dele era suave, quase sedutor, mas a intenção por trás da pergunta era clara.

Kiara olhou para ele, tentando manter a compostura, mas o corpo dela traía suas palavras. As mãos tremiam levemente, e ela se forçou a respirar fundo.

— Não sei... talvez. — Ela não sabia o que estava dizendo. Estava sendo sincera, mas também não sabia se deveria temer ou se entregar.

Sergey a observou por um longo momento, como se estivesse avaliando a honestidade de sua resposta. Ele deu um passo à frente, seu cheiro inconfundível preenchendo o espaço entre eles. A mistura de almíscar e algo amadeirado a fez fechar os olhos por um instante, sentindo o impulso de se aproximar ainda mais. Ele levantou a mão e tocou seu queixo com a ponta dos dedos, o gesto suave, mas cheio de poder.

— Você não sabe o que quer, Kiara. — A voz dele agora estava mais baixa, mais carregada de uma intensidade perigosa. — Mas eu sei.

Ela tentou se afastar, mas seus pés estavam presos ao chão. O desejo crescente a paralisava, e o olhar de Sergey a envolvia de uma maneira que ela não podia entender. Ele sabia o que queria. E, de alguma forma, ela sentia que ele já havia conquistado sua mente, se não seu corpo.

— O que você sabe, Sergey? — perguntou, a voz falhando, mas não se afastando. Ela queria testar os limites entre eles, embora soubesse que ele já havia ultrapassado os seus.

Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, curvou-se ligeiramente para mais perto, até que seus rostos estavam quase se tocando. Kiara podia sentir a respiração dele em sua pele, quente e profunda. A tensão entre eles era quase insuportável, como uma corda esticada prestes a quebrar.

— Eu sei o que você quer, Kiara. — Seus olhos estavam fixos nos dela, hipnotizantes, profundos. — E eu sei que você não consegue resistir.

Antes que ela pudesse protestar, ele se inclinou ainda mais e a beijou.

O beijo foi bruto, sem delicadeza, como se Sergey estivesse tirando algo que ele sentia ter o direito de tomar. Mas, contra tudo o que ela deveria sentir, Kiara não recuou. Ela não resistiu. A paixão tomou conta dela como uma onda, submergindo todos os medos e dúvidas. As mãos de Sergey eram firmes em sua nuca, puxando-a para mais perto, fazendo-a sentir o peso do corpo dele contra o seu.

Kiara se perdeu no beijo, em seu gosto, em seu toque. O homem que a aterrorizava, que controlava sua vida de formas que ela não entendia, agora a consumia de uma maneira que ela não sabia como lidar. O corpo dela reagia a ele, sem pedir permissão, sem pensar no que deveria fazer.

Quando ele se afastou, ambos estavam sem fôlego, os olhos fixos um no outro, como se o mundo ao redor deles tivesse desaparecido. Kiara sentiu a tensão aumentar ainda mais, e, por um momento, nada mais existia além de Sergey. O homem que a aprisionava, mas que, de alguma forma, também a fazia desejar ser dominada.

Sergey olhou para ela com um sorriso enigmático, um sorriso que não alcançava os olhos, mas que dizia mais do que palavras poderiam expressar.

— Você não pode mais negar, Kiara. Agora, você pertence a mim, tanto quanto eu pertenço a você.

As palavras dele ecoaram na mente dela, fazendo seu coração disparar. Ela não sabia o que isso significava, mas sabia que não poderia voltar atrás. Algo entre eles havia mudado — e, talvez, ela já tivesse perdido o controle antes mesmo de perceber.

O que quer que estivesse acontecendo entre eles, Kiara não conseguia mais escapar. E, por algum motivo, ela não queria.

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