A mansão de Sergey sempre parecia mais um labirinto de luxo do que um lar. Cada corredor, cada sala era mais um reflexo do poder e da opulência que ele possuía. Para Kiara, aquele lugar, embora impressionante e inquestionavelmente confortável, ainda a fazia sentir-se deslocada. Não era seu mundo. Não era quem ela era, ou pelo menos, não quem ela tinha sido. Desde a mudança para a mansão, Kiara tentava encontrar seu lugar. O luxo e o glamour eram fascinantes, mas o peso do controle de Sergey sobre sua vida começava a pesar sobre ela, lentamente, como uma névoa densa que não podia ser dissipada. Ela não podia mais sair para um simples passeio sem ser seguida, vigiada por um dos muitos seguranças que Sergey mantinha em cada canto. Não podia mais fazer nada sem que ele soubesse, sem que ele estivesse de alguma forma envolvido em suas decisões. Naquela manhã, ela acordou mais cedo do que o habitual. A luz suave do sol filtrava-se pelas grandes janelas do quarto, mas Kiara ainda sentia
O relógio marcava uma hora tardia, e a mansão de Sergey estava imersa em um silêncio profundo, interrompido apenas pelos ecos distantes da chuva que batia nas janelas de vidro. Kiara estava sentada na poltrona do salão principal, observando as sombras dançarem na parede enquanto segurava uma taça de vinho. O aroma suave da bebida misturava-se com o cheiro da madeira que dominava a casa, criando uma sensação de aconchego e mistério ao mesmo tempo. Ela ainda não havia se acostumado completamente com a vida que levava ao lado de Sergey. O luxo, a segurança e os cuidados intensos a faziam sentir-se como uma prisioneira dentro de um palácio. Não havia mais momentos simples, como antes, quando ela podia sair à noite sem ser seguida ou tomar decisões sem a constante vigilância de alguém. A liberdade, embora ainda um desejo ardente dentro dela, parecia algo distante. Mas, ao mesmo tempo, algo a mantinha ali, perto dele. Algo que ela não conseguia entender completamente, algo que a atraía
Kiara caminhava pelos corredores da universidade com o pensamento distante. As aulas daquele dia haviam terminado, e ela estava ansiosa para voltar para a segurança da mansão de Sergey. Os olhares dos outros alunos já não a incomodavam tanto quanto antes; ela se acostumara com a maneira como as pessoas a observavam, tanto com admiração quanto com curiosidade. O nome dela, por causa de sua relação com Sergey, já havia se espalhado pelos corredores da faculdade como um rumor implacável, uma história que poucos sabiam, mas todos falavam. Ela estava perdida em seus próprios pensamentos quando sentiu uma presença próxima. Olhou de soslaio e viu Marco, um colega de turma, seguindo-a de perto. Ele estava sorrindo, um sorriso que para Kiara parecia cada vez mais desconfortável. Ele tentava engatar uma conversa, mas, apesar de suas palavras amigáveis, havia algo em seu tom que a incomodava. — Ei, Kiara! Você ficou quieta na aula hoje, estava tudo bem? — A voz dele soava suave, mas seus olh
A tensão na mansão de Sergey parecia mais palpável do que nunca. Kiara, que sempre tentava manter a calma diante das circunstâncias, agora se via lidando com um dilema maior do que imaginava. O incidente na universidade com Marco ainda ressoava em sua mente. A lembrança do toque invasivo dele, de seu olhar predatório, não a deixava em paz. E o pior: a sensação de que ele não ficaria quieto. Marco havia deixado claro que não estava disposto a desistir dela tão facilmente, e isso a preocupava mais do que queria admitir. Ela se sentava na sala de estar, os dedos nervosos brincando com a aliança que Sergey lhe dera há algumas semanas. Não era apenas um símbolo de compromisso, mas uma espécie de âncora em meio ao caos crescente. Ela ainda se perguntava se estava fazendo a escolha certa, se estava realmente pronta para se entregar a um relacionamento como o de Sergey. Não era uma relação normal, nada que ela tivesse vivenciado antes. Sergey era forte, implacável, e, muitas vezes, a proteg
A noite parecia mais densa, e a mansão de Sergey, com suas paredes imponentes e sombras que dançavam suavemente à luz das lâmpadas, refletia o turbilhão interno de Kiara. Ela estava sentada na beirada da cama, o vestido de seda escuro caindo com suavidade ao redor de suas pernas, mas seus pensamentos estavam longe daquele momento de aparente calma. Havia algo em sua mente que não conseguia afastar – algo que ameaçava quebrar o equilíbrio frágil que ela tentava construir entre ela e Sergey. O clima entre os dois estava carregado, não apenas pela situação com Marco, mas também pelas tensões que se acumulavam no relacionamento. Sergey, com sua possessividade e sua forma de agir implacável, começava a afetar a maneira como Kiara se via. Ela queria estar com ele, ela queria estar perto dele, mas ao mesmo tempo sentia que estava se afundando mais e mais em um mundo onde ela não poderia mais se libertar. As palavras de Sergey ecoavam em sua mente, pesadas como pedras: — Eu não sou esse
O sol desaparecia completamente, deixando a sala envolta em penumbras, enquanto a tensão entre Kiara e Sergey parecia preencher cada canto do ambiente. A mansão, com seus corredores extensos e paredes decoradas com quadros de cenas bucólicas, parecia agora um palco para um duelo silencioso entre desejo e medo, entre controle e rendição.Kiara respirava fundo, tentando manter a compostura. O ar ao seu redor parecia pesado, quase sufocante. Ela se levantou novamente, mas seus movimentos estavam carregados de hesitação. Sergey estava a poucos passos dela, sua postura imponente contrastando com o leve tremor em seus próprios dedos. Havia algo no jeito como ele a olhava que fazia sua pele se arrepiar, uma mistura perigosa de adoração e posse.Ela recordava os momentos que os levaram até ali. Quando se conheceram, Sergey era um homem misterioso, envolvente. Havia algo em sua presença que a atraía como um ímã. Ele era charmoso, inteligente, e, acima de tudo, parecia entendê-la como ninguém j
A mansão estava em silêncio naquela manhã, o tipo de silêncio que só poderia ser quebrado por passos firmes e decididos. Sergey havia saído para resolver alguns assuntos de negócios, mas Kiara sentia o peso de sua ausência de uma maneira que não conseguia explicar. Ele sempre a deixava em um estado de inquietação, como se ela estivesse à espera de algo — e não era o tipo de algo que ela queria admitir.Ela estava na sala de estar, olhando pela janela em direção aos jardins bem cuidados, mas sua mente não estava ali. Pensava em tudo o que acontecera entre ela e Sergey, os toques, as palavras, o modo como ele a dominava com sua presença. Havia algo nele que a atraía com uma força que ela não podia controlar, mas também havia uma parte dela que queria quebrar os grilhões, queria sentir sua liberdade novamente. Porém, quanto mais tentava se afastar, mais ele parecia se aproximar. E quanto mais ele se aproximava, mais ela se entregava.O barulho da porta principal sendo aberta a fez se vir
O campus estava tranquilo naquela tarde de outono. O vento suave balançava as folhas nas árvores, e os estudantes se dispersavam para suas casas, conversando despreocupados sobre os planos para o fim de semana. Kiara saía da universidade, seu corpo cansado após horas de aulas e estudos. Ela havia tentado esquecer os conflitos e a tensão que a cercavam, mas algo parecia pairar no ar, como se o mundo estivesse prestes a se virar contra ela. Ao sair do portão principal, Kiara percebeu uma presença familiar. Marco. Ele estava lá, encostado em uma das árvores, com aquele sorriso arrogante no rosto. Kiara o viu se aproximando, e imediatamente sentiu uma mistura de desconforto e irritação. Ele ainda não havia desistido. Não importava o quanto ela o ignorasse, Marco parecia determinado a ter sua atenção, de qualquer maneira. — Kiara, você está linda hoje. — A voz dele era doce, mas cheia de intenções ocultas. Ela revirou os olhos, tentando passar por ele sem dizer nada. Já sabia o que viri