O sol já havia se escondido, mergulhando a cidade em um véu de sombras, mas dentro da mansão, a noite parecia ainda mais densa, como se estivesse carregada por algo que pairava no ar, invisível e implacável. Kiara estava sentada no sofá da sala, suas pernas cruzadas e os braços em torno de si mesma, como se tentasse se proteger de um frio inexistente. Seus olhos estavam fixos nas luzes da cidade, que piscavam além das janelas de vidro, oferecendo um contraste vibrante ao seu estado interno. Ela procurava algo na vastidão lá fora, algo que a ajudasse a entender a turbulência que a consumia por dentro. A voz de Sergey ainda ecoava em sua mente. “Você pertence a mim.” Era uma afirmação simples, mas carregada de uma intensidade que ela nunca havia experimentado antes. Aquelas palavras não eram apenas um comando; eram uma verdade que ele parecia carregar com absoluta certeza. O mais inquietante, porém, era como elas haviam ressoado em seu próprio coração. Algo nela reconhecia essa afirmaç
Kiara caminhava pela calçada da Universidade, o som de seus passos ecoando no silêncio da manhã. O campus estava vivo com estudantes apressados indo e vindo, mas ela não podia deixar de se sentir desconectada. Havia algo diferente no ar, algo que ela não conseguia identificar. Talvez fosse o peso da última semana, os momentos intensos que vivera com Sergey, ou talvez fosse a sensação de estar voltando para um mundo do qual não se sentia mais parte. Ela tinha que terminar o que havia começado, e a Universidade era a única coisa que ainda parecia manter alguma conexão com a vida que ela tentava desesperadamente manter. No entanto, à medida que caminhava pelos corredores familiares, um certo desconforto se instalava. Havia algo em sua postura, um brilho nos olhos, algo que a tornava diferente dos outros, e ela sentia como se todo o campus estivesse ciente de sua transformação. Ela respirou fundo, tentando afastar as dúvidas que rondavam sua mente. Era apenas um passo. Só precisava fa
Kiara caminhava pelo campus da Universidade, o som suave de seus passos ecoando pela calçada. O ar da manhã estava fresco, mas seu coração estava pesado, imerso em pensamentos que pareciam distantes daquele cenário familiar. O campus estava agitado, estudantes se apressando para as aulas, mas ela se sentia desconectada de tudo ao seu redor. Havia algo diferente nela agora, algo que não conseguia entender completamente. Era a maneira como as coisas haviam mudado desde que Sergey entrara em sua vida, a maneira como ele a havia tocado de uma forma que nada e ninguém jamais tinha conseguido. Ela sentia que sua vida, antes simples, estava se tornando cada vez mais complexa. Sergey, com sua presença avassaladora, suas palavras enigmáticas, suas promessas não ditas, e a maneira como a tratava como se ela fosse algo mais, algo especial. Ele a havia tirado do seu mundo cotidiano e a levado para o seu próprio universo — um lugar perigoso, excitante e imprevisível. Mas mesmo com todos os momen
A vida de Kiara nunca mais seria a mesma. A mudança do seu pequeno e simples apartamento para a imponente mansão de Sergey não foi apenas uma mudança de endereço. Foi uma mudança de realidade, um salto para um mundo que ela ainda não compreendia completamente, mas que começava a dominar suas emoções de maneira assustadora e sedutora. A mansão de Sergey era gigantesca, um monumento de luxo e poder, uma construção que exalava riqueza em cada detalhe. O foyer, com seus pisos de mármore polido e lustres de cristal, refletia luz de uma maneira que fazia a entrada parecer mais uma passagem para um outro mundo. A casa era sombria e ao mesmo tempo deslumbrante, com paredes adornadas com obras de arte caríssimas, móveis de madeira escura e um ambiente que parecia envolver tudo ao redor com uma atmosfera de mistério. Ela nunca imaginou que fosse morar em um lugar como aquele. Nunca imaginou que uma pessoa como Sergey pudesse significar tanto para ela. Quando ele a convidou para se mudar com
A mansão de Sergey sempre parecia mais um labirinto de luxo do que um lar. Cada corredor, cada sala era mais um reflexo do poder e da opulência que ele possuía. Para Kiara, aquele lugar, embora impressionante e inquestionavelmente confortável, ainda a fazia sentir-se deslocada. Não era seu mundo. Não era quem ela era, ou pelo menos, não quem ela tinha sido. Desde a mudança para a mansão, Kiara tentava encontrar seu lugar. O luxo e o glamour eram fascinantes, mas o peso do controle de Sergey sobre sua vida começava a pesar sobre ela, lentamente, como uma névoa densa que não podia ser dissipada. Ela não podia mais sair para um simples passeio sem ser seguida, vigiada por um dos muitos seguranças que Sergey mantinha em cada canto. Não podia mais fazer nada sem que ele soubesse, sem que ele estivesse de alguma forma envolvido em suas decisões. Naquela manhã, ela acordou mais cedo do que o habitual. A luz suave do sol filtrava-se pelas grandes janelas do quarto, mas Kiara ainda sentia
O relógio marcava uma hora tardia, e a mansão de Sergey estava imersa em um silêncio profundo, interrompido apenas pelos ecos distantes da chuva que batia nas janelas de vidro. Kiara estava sentada na poltrona do salão principal, observando as sombras dançarem na parede enquanto segurava uma taça de vinho. O aroma suave da bebida misturava-se com o cheiro da madeira que dominava a casa, criando uma sensação de aconchego e mistério ao mesmo tempo. Ela ainda não havia se acostumado completamente com a vida que levava ao lado de Sergey. O luxo, a segurança e os cuidados intensos a faziam sentir-se como uma prisioneira dentro de um palácio. Não havia mais momentos simples, como antes, quando ela podia sair à noite sem ser seguida ou tomar decisões sem a constante vigilância de alguém. A liberdade, embora ainda um desejo ardente dentro dela, parecia algo distante. Mas, ao mesmo tempo, algo a mantinha ali, perto dele. Algo que ela não conseguia entender completamente, algo que a atraía
Kiara caminhava pelos corredores da universidade com o pensamento distante. As aulas daquele dia haviam terminado, e ela estava ansiosa para voltar para a segurança da mansão de Sergey. Os olhares dos outros alunos já não a incomodavam tanto quanto antes; ela se acostumara com a maneira como as pessoas a observavam, tanto com admiração quanto com curiosidade. O nome dela, por causa de sua relação com Sergey, já havia se espalhado pelos corredores da faculdade como um rumor implacável, uma história que poucos sabiam, mas todos falavam. Ela estava perdida em seus próprios pensamentos quando sentiu uma presença próxima. Olhou de soslaio e viu Marco, um colega de turma, seguindo-a de perto. Ele estava sorrindo, um sorriso que para Kiara parecia cada vez mais desconfortável. Ele tentava engatar uma conversa, mas, apesar de suas palavras amigáveis, havia algo em seu tom que a incomodava. — Ei, Kiara! Você ficou quieta na aula hoje, estava tudo bem? — A voz dele soava suave, mas seus olh
A tensão na mansão de Sergey parecia mais palpável do que nunca. Kiara, que sempre tentava manter a calma diante das circunstâncias, agora se via lidando com um dilema maior do que imaginava. O incidente na universidade com Marco ainda ressoava em sua mente. A lembrança do toque invasivo dele, de seu olhar predatório, não a deixava em paz. E o pior: a sensação de que ele não ficaria quieto. Marco havia deixado claro que não estava disposto a desistir dela tão facilmente, e isso a preocupava mais do que queria admitir. Ela se sentava na sala de estar, os dedos nervosos brincando com a aliança que Sergey lhe dera há algumas semanas. Não era apenas um símbolo de compromisso, mas uma espécie de âncora em meio ao caos crescente. Ela ainda se perguntava se estava fazendo a escolha certa, se estava realmente pronta para se entregar a um relacionamento como o de Sergey. Não era uma relação normal, nada que ela tivesse vivenciado antes. Sergey era forte, implacável, e, muitas vezes, a proteg