O caos faz parte da minha vida, é desnecessário negar isso, há pouco tempo minha vida deu uma cambalhota, nada é com antes, agora sou inimiga de uma rainha e odiada por toda Tárcia, mas isso ainda não me descreve, eu não me sinto alguém forte o bastante para ter esse título, eu preciso me fortalecer, preciso sentir que tenho uma chance, uma pequena chance de vencer. — Precisamos de um plano. — Rafi fala enquanto guarda as espadas, ele tem sido gentil comigo, me ajudando a ficar mais forte, ele não me deu moleza, não facilitou, até mesmo Reno achou que estávamos indo longe demais, porém eu não terei oponentes gentis e sei que suportar a dor é o que me fará vencer Tárcia. — Sim, precisamos, mas por onde começar? — Eu precisava de um plano, Odin havia sumido novamente, mas ele voltaria, dizia me levar até o trono, mas não movia um dedo para me ajudar. — Devemos ir mais devagar com os treinamentos, focar em como faremos para chegar perto o bastante para que você a mate. — Não tenho ide
Havia se passado três dias, o sol queimava a minha pele, meu corpo estava dolorido, e a fome me matando, quando se sai fugido de um lugar, não se olha para trás, e com isso nos esquecemos de coisas, Reno está morto, não em corpo, mas morto em alma, algo nele tinha mudado, algo nele tinha sido destruído, não sei se foi ver Rafi com Eliza, ou se foi saber que seu irmão o traiu, mas alguma coisa o destruiu, seus olhos não brilhava como o de um menino, estava seco, ele não sorria, não fazia brincadeiras e mal falava. Era estranho, Reno parecia um adulto responsável e era estranho o ver assim, como se o menino alegre tivesse sido arrancado dele. — No que está pensando? — Ele disse me oferecendo um pouco de água. — De como não devíamos ter crescido. — Crescer é uma das consequências de estar vivo. — Ele disse se virando rapidamente com a espada em mãos. — O que foi?! — Digo pegando minha espada. — Rafi! — O que?! — O procurei, mas não havia ninguém. — Ele está vindo atrás de nós e est
Quando Reno tem uma ideia, não se deve pensar nela, pois se você pensa muito nela começa a ver como perfeita ela é e quando vê está deixando ele cortar seus cabelos, e isso não pode ser algo bom. Reno é mal é terrivelmente mal. E isso quer dizer que ele não irá só dizer quanto à ideia é brilhante, como apreciará quando você admitir isso para ele. — Sou brilhante, não sou?! — Ele disse, enquanto meus cabelos caiam no chão, eu me segurava para não chorar. — Termine logo. — Deixar Reno corta meu cabelo, com certeza era o meu maior ato de coragem, ele cortava com uma faca, eu sabia que não ia dar certo, mas ele disse que era o único jeito de dar certo, e o plano era bom, e mesmo que cada parte minha quisesse enfiar uma espada em meu próprio peito a deixá-lo corta meu cabelo, não pude negar que a ideia é brilhante, decidimos que já que a rainha e muitos dos soldados me reconheceram, mesmo com cabelo curto, decidimos que eu teria um olho só, a história era triste, Reno era bom em conta his
Ele levantou sua espada e começou a me atacar, ele tinha força, mas eu era mais rápida, me afastei, por um tempo apenas fizemos ataques leves, assim atiçavam ainda mais os bebuns que nos olhavam. Ele quase me acertou, tive que pular em cima de uma mesa, Reno seguia tudo atentamente, talvez não esteja pensando o mesmo que eu, devíamos ter feito isso lá fora. Senti quando a espada arranhou minha barriga os homens começaram a gritar, então era isso, eu precisava sair da defensiva e começar atacar. Meu corpo não era preparado para suportar o peso da armadura, mas fiquei feliz em saber que eu tinha conseguido com meu suor aquela armadura, não foi fácil tive que usar o peso dele ao meu favor, chegou um momento que estávamos perto demais, ele é bom muito bom, mas eu sou melhor. — Sempre achei esse garoto brilhante. — Olhei para Reno que dormia do outro lado da fogueira, Odin estava do lado dele. — Que ideia brilhante. — Como se não já se soube. — Ele sorriu. — Sei que ele é parte import
Dom conquistou a todos, o garoto que perdeu um olho ao tentar salvar o irmão mais velho, ganhou a todos, toda Tárcia já sabia aquela história, e todos o admirava e era por isso que cada vez Ryan contava de uma maneira diferente, e cada vez mais triste. — Ele era tão pequeno, nossos pais tinham sido mortos por aqueles caçadores, Dom estava escondido em uma árvore, e quando ele me viu caído no chão preste a levar o último golpe, pulou em cima do homem e começou uma luta, ao me levantar fui em cima do homem, que jogou Dom longe, pensei que estivesse morto então entrei em uma briga corpo a corpo com o caçador, logo mais dois chegaram... — E Dom entrou na frente antes que um deles enfiou a espada em seu peito, o pobre ficou sem o olho, mas nunca se queixou por isso. — Oscar disse, rindo. — Não estrague a história! — Lino gritou, devia ter uns quatorze anos, cada dia Tárcia pegava homens mais novos, e todos corriam para Ryan, ele contava histórias, e fazia todos rirem, a parte mais trist
Reno entra na tenda em que dividimos, eu ainda estava tentando me convencer que era possível, que mesmo Odin podendo ver o futuro eu conseguiria destruí-lo. Preciso disso ou então, eu teria que entregar o reino a ele. — Então ele te falou do plano. — Reno disse se sentando. — Achei que não tínhamos segredos. — A coisa te segue por ai. — Eu olhei para Reno, então eu não era de mais confiança. — Entendo. — Falei me virando para não encará-lo. — Domi! — Ele tocou no meu ombro, mas eu me afastei. — Esses meninos são filhos dos homens que estão dispostos a morrer por você, eu só estou tentando fazer o que é melhor. — Está me dizendo que ela está castigando os pais deles, mandando eles para morte? — O nojo que eu sentia dela era quase tão grande quanto meu ódio. — E é por isso que Oscar está mantendo eles em segurança, pois irão se massacrados sem um preparo, porém Oscar não poderá segurar esse argumento por muito tempo, sabemos que ele tem ordens que vem de cima. — Ela está mandan
Quando pequena tinha uma visão inocente da guerra, para mim não passa de aventuras, meu pai chegava e contava por tudo que havia passado e como tinha escapado por pouco de uma espada, ele se movimentava com a espada em mãos me contava tudo até que eu caísse no sono, e no outro dia me ensinava a usar as espadas, eu sempre dizia "Quando crescer quero ser um soldado e lutar papai" ele ria, beijava minha face, mas jamais vi nos olhos do meu pai tristeza ou remorso, minha mãe dizia que ele fazia mal em me ensinar algo tão brutal, não entendia do que ela falava, mas agora já não tão menina, e olhando para esse mar de corpos ao chão, gemidos e gritos por toda aparte, entendi. A guerra é sangue e dor apenas. — Homens foram mortos, tanto dos deles como dos nossos, e é triste admitir, mas foram mais dos nossos. — Reno se colocou ao meu lado, restavam pelo menos trinta homens com vida, nem todos estavam inteiros. — Por que não mataram a todos? — Eles podiam ter feito isso, estava bem claro que
SETE ANOS ATRÁS... Estava entediada, não havia nada para fazer nessa casa enorme. Desci o jardim irritada até ouvi duas vozes do outro lado do muro, os dois riam, era uma menina e um menino, subir na árvore para vê quem eram, ambos era loiros e tinham olhos claros a menina vestia um lindo vestido azul já o garoto um veste branca, ele ri de alguma coisa que segurava, a menina para minha surpresa não olhava para o sapo na mão do garoto, o mesmo ri, enquanto ele apertava o sapo e os olhos do bicho se esbugalharam, senti dó do bichinho, e tive que desce da árvore e ir até eles. — Por que estão fazendo isso com ele? — Perguntei irritada. — Porque é engraçado agora! — Respondeu o garoto apertando novamente. — Se eu te apertar dessa maneira irá gostar? — Digo indo até ele arrancando o sapo. — Ele só é um bicho burro. — O garoto diz tentado pegá-lo da minha mão. — O que ele te fez? — Nada, mas meu pai disse que eles não sentem dor. — Seu pai é um idiota! — Não seja ousada menina, isso