Quando pequena tinha uma visão inocente da guerra, para mim não passa de aventuras, meu pai chegava e contava por tudo que havia passado e como tinha escapado por pouco de uma espada, ele se movimentava com a espada em mãos me contava tudo até que eu caísse no sono, e no outro dia me ensinava a usar as espadas, eu sempre dizia "Quando crescer quero ser um soldado e lutar papai" ele ria, beijava minha face, mas jamais vi nos olhos do meu pai tristeza ou remorso, minha mãe dizia que ele fazia mal em me ensinar algo tão brutal, não entendia do que ela falava, mas agora já não tão menina, e olhando para esse mar de corpos ao chão, gemidos e gritos por toda aparte, entendi. A guerra é sangue e dor apenas. — Homens foram mortos, tanto dos deles como dos nossos, e é triste admitir, mas foram mais dos nossos. — Reno se colocou ao meu lado, restavam pelo menos trinta homens com vida, nem todos estavam inteiros. — Por que não mataram a todos? — Eles podiam ter feito isso, estava bem claro que
SETE ANOS ATRÁS... Estava entediada, não havia nada para fazer nessa casa enorme. Desci o jardim irritada até ouvi duas vozes do outro lado do muro, os dois riam, era uma menina e um menino, subir na árvore para vê quem eram, ambos era loiros e tinham olhos claros a menina vestia um lindo vestido azul já o garoto um veste branca, ele ri de alguma coisa que segurava, a menina para minha surpresa não olhava para o sapo na mão do garoto, o mesmo ri, enquanto ele apertava o sapo e os olhos do bicho se esbugalharam, senti dó do bichinho, e tive que desce da árvore e ir até eles. — Por que estão fazendo isso com ele? — Perguntei irritada. — Porque é engraçado agora! — Respondeu o garoto apertando novamente. — Se eu te apertar dessa maneira irá gostar? — Digo indo até ele arrancando o sapo. — Ele só é um bicho burro. — O garoto diz tentado pegá-lo da minha mão. — O que ele te fez? — Nada, mas meu pai disse que eles não sentem dor. — Seu pai é um idiota! — Não seja ousada menina, isso
Todos me olhavam, quando acordei estava deitada em alguma tentada, Reno me encarava com preocupação, um homem estranho falar algo com ele, mas ele negava com a cabeça. — Olhe já abriu os olhos, não tem porque examinar, tenho certeza que meu irmão não se machucou. — Reno falou e fez uma careta para mim, olhei para o homem que devia ser algum curandeiro, ele usava um tipo de vestido na cor vermelha e parecia ter uma centena de anos. — Estou bem. — Digo forçando a voz para ser mais masculina, mas eu não estava bem, sentia uma dor me consumir, Daniel me olha e por um momento achei que havia me reconhecido. — É o cansaço, ele é meu irmão mais novo. — Disse Reno para o homem. — Então devo ir. — O homem pergunta para Daniel que me olha por um momento, ele continua o mesmo, destruir minha vida não o afetou em nada. — Estamos todos cansados, a viagem foi longa. — Oscar disse colocando a mão no ombro do amigo. — Sim, imagino que foi uma longa viagem depois de uma batalha. Já estamos cuid
ela se parecia muito comigo, mas era radiante até mesmo na forma como estava parada ali me olhando. Por um momento pensei que estava de frente a um espelho, mas logo percebi que ela era muito bela e que não tinha sequer um sinal da sombra que me seguiu durante tantos anos, ela era livre. — Como se chama? — Ela disse dando um passo na minha direção, ela usava um lindo vestido azul, combinava muito com ela. — Quem é? — Perguntei olhando ao redor, estávamos em um jardim. — Não vale, perguntei primeiro. — Ela diz franzindo os lábios, mas logo sorri, seus olhos eram escuros, não eram como os meus. — Dominique, é assim que me chamou. — Me chamo Calila, por que você está aqui? — Ela olha para o jardim. — Odin a trouxe? — Odin? — Eu olhei em busca dele, devia estar sonhando. — O conhece? — Ela pergunta feliz. — Porque nos parecemos tanto? — Perguntei, ela então deu de ombros. — Também não sei. — Então ela sorri para mim, e pega uma rosa. — Onde estamos? — Eu vinha aqui quando me
O sol nascia e eu continuava sentada ao lado de uma enorme árvore de lá consegui ver tudo, os homens saiam sonolentos de suas barracas e começavam os seus afazeres, eu continuava ali e não conseguia me mexer, depois que Odin me largou lá sem entender o que ele quer, Andei durante horas na floresta e depois me sentei aqui da onde meu corpo se negava sair, não era cansaço era só que tudo ficava dando volta na minha cabeça, eu tinha certeza que Calila era a razão de tudo, mas quem era ela, porque fui levada para lá? Eu só me lembro de me deitar e depois.... Senti quando alguém se sentou do meu lado, mas me neguei a olhar para o lado, não queria falar com ninguém, queria descobrir o mais rápido possível o que aconteceu com Calila, mas a pessoa queria ser notada, deu um longo suspiro. — Pensei que tivesse visto um traidor ontem, mas era só você andando de um lado para outro, o que tanto te tira o sono soldado? — Daniel diz, meu corpo ficou rígido, não queria fala com ele, nos últimos dia
Trinta e sete dias ou melhor trinta e oito se conta com hoje, e Reno não retornou e cada dia parecia se torna mais longo, Odin não deu o ar de sua presença também e Oscar estava ocupado demais para falar comigo, e tudo era tão solitário que chegava a ser um incômodo. Os garotos estavam evoluindo mas eram ansiosos demais para morrer, sempre esperando um ataque e imaginando como mataria seus inimigos, tentei colocar na cabeça oca deles que o máximo o que aconteceria era serem mortos enquanto erguiam a espada, mas se sentiam um máximo. — Viu como o derrotei. — Disse um garoto magricela de olhos trocados, nunca se sabendo para onde de fato ele está olhando. — Só porque me desviei para o lado errado! — Disse o outro se levantando rapidamente. — Precisam ser mais atentos, quando estiverem em batalha não será um amigo que irá está com a espada em seu peito, você tem que entende que devem lutar como se sua vida dependesse disso, porque ela depende. — Falei irritada, ele
Havia algo estranho em deixar de ser Dom, havia medo o que era de se estranhar, pois sairia do lado de meus inimigos, porém havia uma parte de mim que queria ficar, uma parte pequenina desejava ficar ali, só não conseguia reconhecer essa parte. — Já está tudo armado! — Disse Oscar desdobrando um pano que estava enrolando alguma coisa. — Então ficará de guarda hoje à noite? O que está.... Oscar estava segurando uma adaga, era reluzente e mesmo que não fosse o meu preferido entre coisas afiadas era belo. — Tome não leve sua espada. — Se me pedisse para ir pelada não me sentiria tão ofendida. — Porque não? — Irá se vestir de mulher novamente, não deve está com uma espada. — Isso era um absurdo. — Mas me sentirei desprotegida sem uma. — Ele revira os olhos. — É o melhor, teremos um longo caminho. — Ele não estava aberto a discussões. — Tá bom. — Peguei adaga. — Irá usar esse vestido. — Ele apontou para um vestido cinza, de péssimo gosto, muito desgastado. — É horrível! — Tem
Ele me encarava aqueles olhos profundos estavam fincados nos meus, a espada tocava meu ombro, não havia mais ninguém, era apenas ele que parecia está em uma briga, seu rosto mostrava determinação, mas podia ouvir sua respiração ofegante, ele não está pronto para me mata, só não entendia o porquê. — Me mata, não é isso que deseja? — Eu o encarei e levantei mais o pescoço, era melhor que ele terminasse com isso, não iria implorar. — Não, a quero morta, não desejo isso. — Ele disse, mas não retirou a espada. — Tem que fazer. — Ele é o cachorrinho da rainha, tem que fazer. — Tenho? — Ele abaixa a espada e sorri. — Por quê? — Sou a inimiga da sua tão amada rainha. — Ele estava brincando comigo. — Se a quisesse morta teria lhe matado no momento em que pisou os pés no acampamento. — Sabia quem eu era? — Falei confusa. — Dom — Ele sorriu. — Sério? — Eu queria me defender, mas não tinha muito a ser defendido. — Porque não me disse? — Ele esticou a mão para eu levantar-se. — Porque fu