Havia se passado dois dias, que tínhamos encontramos Rafi caído perto de um lago, parte de seu corpo estava no lago, e sua mão segurava um tronco, mas dava para ver que ele estava ferido, e ele estava pálido e por alguns segundos meus olhos e de Reno, se encontram em desespero, era como se perdêssemos o dom de respirar, era como se cada respiração nossa tornasse nosso medo verdadeiro, por fim Reno tomou fôlego, e foi até seu irmão, e se não fosse pelo fato de ele está tão aflito, tenho certeza que dançaria ali mesmo, lago depois que teve certeza que seu irmão estava vivo, porém se deteve, pôs a verdade era: "ninguém sabia por quanto tempo". Rafi com certeza levou muita chuva, e estava com boa parte de seu corpo no lago, e já era de se esperar que ele estivesse muito doente, Reno correu o mais que podia para chegar até uma casinha no meio do nada, o que era de se admirar já que o cavalo está em decadência assim como a charrete, mas por fim estávamos lá, em uma casinha aconchegante. Uma
Três semanas, fazia três semanas que nada acontecia, podia até dizer que eu era normal, e que estava em uma casa com dois irmãos e uma irmã, aquilo me alegrava, me afastava dos meus medos e das minhas angústias. Porém às vezes me sentia egoísta de me sentir bem, de não estar no fundo do poço. Às vezes quando conseguia rir de uma piada de Reno, eu me sentia culpada, era como se estivesse esquecendo, mas eu não estava, não tinha como esquecer. Olhei para o céu que estava cheia de nuvens cinzas, logo iria chover, decidi que ficaria ali, esperaria chuva, a grama era macia, os meninos havia aparado, na verdade nos últimos dias ele havia arrumado tudo na casa, estavam sempre consertando alguma coisa, como Eliza ficava muito tempo sozinha havia muitas armadilhas ao redor da casa, quase cai em uma quando fui no celeiro pegar ovos, fiquei um bom tempo de cabeça para baixo, agora sempre ando olhando para o chão a procura de alguma armadilha. — Domi! — Eliza me chamou, ela pegou a mania dos gar
Havia sussurros, eu não conseguia abrir os olhos, mas sabia quem eram as pessoas. — Estávamos conversando e... Reno se deteve, percebi que ele tinha certeza do que aconteceu. — Ela não devia vomitar sangue, e era muito sangue. — Eliza disse como se estivesse aterrorizada. — Mas foi isso. — Reno diz. — Quem é ela? — Eliza perguntou. — Não importa. — Está morrendo, e isso só de ser magia me diga quem é ela? — Ela é uma amiga. — Dessa vez foi Rafi que falou. — Isso é magia. — Não! — Rafi falou assustado. — Isso é magia, eu sei que é. — Ela não usa magia — Reno disse, mas parecia pensativo. — Isso é magia. — Ela repetia assustada. — Não deviam ter trazido ela para cá. — Ou ela está doente! — Disse Rafi, sem paciência. — Isso é magia com que vocês se meteram? — Eliza, Dominique não tem nada ver com magia, agora se acalme. — Rafi falou irritado, eu conseguia ouvi-los, mas não tinha forças para me mexer. — Ela é a escolhida. — Reno fala por fim. — Isso é verdade? — Ela me pe
RENO Quinze anos antesMeu estômago doía, mas neguei isso para minha mãe quando ela perguntou. Porque eu Rafi tínhamos um acordo de nunca dizer o quando estávamos com fome, e sempre comer o mínimo possível para que ela não quisesse nos dar o dela. A fome se arrastou durante todo o dia, pensei que devia existir algo que pudesse nos ajudar, mas não havia nada, eu era um péssimo caçador, Rafi ainda se dava bem, e de certa forma estava sustentado toda a casa, isso não ajudava o meu pai, que cada dia piorava, e todos podíamos ver que sentia envergonhado por está sendo sustentado por seus filhos.Rafi segurava o arco, ele apontava para um pássaro, porém o bicho sai voando antes que a flecha o atinja.— Acho que hoje não teremos pássaros. — Digo rindo.— Você poderia me ajudar a variar. — Ele diz zangado.— Os prefiro já morto. — Falei esticando as pernas, ficar em cima de uma árvore tem suas desvantagens.— Que pena que não tem ouro, porque poderia comprá-los. — Aquelas palavras fizeram eco
Quinze anos depois O homem que refletia no espelho era definitivamente atraente, não entendo por que Eliza se negava a me dar um beijo, sem dúvida sou o melhor que ela vai encontrar nesse lugar, claro que Rafi tem a minha cara, mas ainda consigo se mais bonito com esses olhos castanhos escuros com essa boca, que diz “você quer beijá-la" como pode Eliza me rejeitar? — Reno está se enamorando de novo? — Rafi diz jogando um pano em mim. — Que culpa tenho por ser um ser perfeito, e você não? — Reno, somos gêmeos. — Rafi revira os olhos, como se eu fosse um bobo, por não ver óbvio. — Mais eu sou encantador, o que me torna mais bonito. — Vai sonhando! — Rafi diz saindo. — Ei! — O que? — E como está a Domi?! — Eu sabia que a Domi estava passando por um momento turbulento, mas eu não conseguia encará-la, ela tinha mudado, e toda vez que a olhava, via como ela estava se afastando da menina que um dia conheci. — Ela está caçando. — Rafi respirou fundo, ele também não estava contente co
Alguns dias depois Eliza olhava pela janela, enquanto Rafi ensinava Dominique a se amarrar em uma árvore. — Não é coisa que uma donzela deva fazer. — Disse com olhos irritados. — Domi, não é uma donzela. — Falei dando de ombros. — Pode não considerá-la como uma, mas ela é. — Ele disse amassando o vestido azul claro. — Eu não me preocuparia com ela se fosse você, ele a vê como uma irmã. — O que mais me doía era saber, que ela o amava, Eliza era completamente apaixonada pelo meu irmão. — O que diz? — Ela fala ofendida. — Nada. — Eu me sentei no sofá, queria descansar o máximo que eu pudesse, logo teria que armar um plano, um que provavelmente me custaria à vida, porque matar a rainha de Tárcia exigiria muito de mim. — Ela é muito bonita. — Ela fala olhando novamente pela janela. — Você também! — Não consegui segurar, eu sou patético. — Ela é jovem. — Ela sussurrou. — Jovem demais. — Falei fechando os olhos, mas ela parecia incomodada demais e decidida a me incomodar. — Homens
O caos faz parte da minha vida, é desnecessário negar isso, há pouco tempo minha vida deu uma cambalhota, nada é com antes, agora sou inimiga de uma rainha e odiada por toda Tárcia, mas isso ainda não me descreve, eu não me sinto alguém forte o bastante para ter esse título, eu preciso me fortalecer, preciso sentir que tenho uma chance, uma pequena chance de vencer. — Precisamos de um plano. — Rafi fala enquanto guarda as espadas, ele tem sido gentil comigo, me ajudando a ficar mais forte, ele não me deu moleza, não facilitou, até mesmo Reno achou que estávamos indo longe demais, porém eu não terei oponentes gentis e sei que suportar a dor é o que me fará vencer Tárcia. — Sim, precisamos, mas por onde começar? — Eu precisava de um plano, Odin havia sumido novamente, mas ele voltaria, dizia me levar até o trono, mas não movia um dedo para me ajudar. — Devemos ir mais devagar com os treinamentos, focar em como faremos para chegar perto o bastante para que você a mate. — Não tenho ide
Havia se passado três dias, o sol queimava a minha pele, meu corpo estava dolorido, e a fome me matando, quando se sai fugido de um lugar, não se olha para trás, e com isso nos esquecemos de coisas, Reno está morto, não em corpo, mas morto em alma, algo nele tinha mudado, algo nele tinha sido destruído, não sei se foi ver Rafi com Eliza, ou se foi saber que seu irmão o traiu, mas alguma coisa o destruiu, seus olhos não brilhava como o de um menino, estava seco, ele não sorria, não fazia brincadeiras e mal falava. Era estranho, Reno parecia um adulto responsável e era estranho o ver assim, como se o menino alegre tivesse sido arrancado dele. — No que está pensando? — Ele disse me oferecendo um pouco de água. — De como não devíamos ter crescido. — Crescer é uma das consequências de estar vivo. — Ele disse se virando rapidamente com a espada em mãos. — O que foi?! — Digo pegando minha espada. — Rafi! — O que?! — O procurei, mas não havia ninguém. — Ele está vindo atrás de nós e est