Os guardas a arrastaram até o lado de fora.
Na maioria dos castelos, haveria um jardim ou um bosque ali. Mas não no Castelo Negro, de Connacht.
No quintal de Maeve, havia um penhasco de forma afunilada. Era tão profundo que, vinte metros abaixo, a neblina encobria o fundo, fazendo com que fosse impossível saber ao certo a profundidade. Mas era profundo o suficiente para fazer as entranhas de Tess tremerem. O chão passava de cascalho para terra seca e ia afunilando até uma ponta extremamente fina, que cabiam, no máximo, duas pessoas de pé.
Mas era profundo o suficiente para fazer as entranhas de Tess tremerem.
Maeve estava corajosamente--ou imprudentemente-- parada na beira do pen
Tess dormiu por dois dias.Seu cansaço e exaustão eram tanto mentais quanto físicos.Ela odiou Maeve mais ainda por sequer conseguir se fazer andar até a porta e pegar sua refeição. Respirar era difícil e doía.Tess também não fazia idéia de como havia sido levada até sua cela ou se Maeve teria feito maos alguma coisa com Damian.E ela teve certeza de que, se ela tivesse feito, arrancaria o próprio braço para poder transpassar o corpo da rainha com uma lança de gelo. Ou talvez de fogo. Ou ambos, se fosse possível.Ela levou dez minutos para conseguir se sentar e mais vinte
Três dias.Três malditos dias até a prova.Mas Tess aproveitou aquele dia, cada mísero segundo dele.Era cedo, muito cedo, quando Rowan escancarou a porta da cela dela.Tess levantou a cabeça com dificuldade. Ela viu que o sol havia nascido há pouco tempo, e por esse motivo xingou o guerreiro de um nome tão feio que provavelmente até os mais bêbados do Garras de Tigre--a taverna preferida dela em Holirya--a olhariam boquiabertos." Vejo que está de bom humor. Ótimo. Levante-se." Rowan disse." Não consigo. " Tess resmungou antes de deixar a cabe&c
Ela estava deitada ao lado de Damian, meio dormindo e meio enrolando seu indicador no cabelo já comprido dele vagarosamente.Damian roncava baixinho, sua cabeça apoiada no peito de Tess de um jeito que a fazia apoiar o queixo no topo da cabeça dele.O sol se punha devagar, banhando toda a cela em laranja vivo. Um vento uivou lá fora e Damian aumentou levemente seu aperto na cintura dela.Tess sabia que logo teria que ir embora, mas não conseguia deixá-lo. Deixar Damian seria como deixar um pedaço de seu próprio coração naquela cela imunda e fria, quase tão fria quanto a dela.Tess ouviu passos calmos no corredor e enrijeceu o corpo. Era hora de partir.
Tess estava grata por um banho, por não mais cheirar como um porco e por uma refeição decente.Também estava grata por poder comer e ficar o dia todo com Damian, Alek, Krisa e Liam.Segundo Alek, Reana estava com Maeve. Ela havia sido convocada de manhã, quando as rainhas acharam uma feérica doente, mas viva, com as mesmas marcas carmim. Maeve queria saber se a garota poderia curar a feérica.Mas Tess tinha quase certeza de que Reana não conseguiria e logo a feérica morreria. Logo, as rainhas voltariam para o castelo. Logo, ela receberia o relatório de seu olheiro e o homem diria que Tess ficara o tempo todo na cela, assim como Damian.Ou era o que queriam que o olh
Não houve banho ou roupas limpas desta vez.Tess foi arrastada pelos guardas com as mesmas roupas imundas e mal-cheirosas que usara durante a semana.Ela não se importou de verdade. Por sorte, as mangas da túnica cobriam as manchas carmim de seus braços.Uma criada lhe entregou um manto pesado e cinza e, quando os guardas abriram a porta, Tess viu que nevava.Ela se livrou da mão do guarda que a empurrava e enterrou os dedos na neve. O bracelete em seu braço queimou, como se seu poder estivesse se agitando dentro dela. Era como em Avilan, quando ela quase conseguira se livrar do bloqueio de Damian enquanto discutia com Syena.Aquilo nã
Edik a abraçou forte e Tess se desfez.Ele trazia no rosto o raro sorriso e parecia harmonioso e sereno. Não morto; picado em pedaços e carbonizado.Tess o abraçou, inspirando o cheiro de madeira, musgo, terra molhada e pinho dele, um cheiro tradicional dos lenhadores.Tess levantou os olhos e viu os olhos azuis mais escuros que o dela e o cabelo loiro como trigo dele. Finnick era tão parecido com ele." Sua mãe disse que eu queria falar com você, querida?" Ele perguntou, passando um braço forte pelos ombros dela enquanto a conduzia para a beira da floresta.Chrases ainda era acolhedora, com seu musgo, madeira, mofo e cogumelos n
Desmaiar se tornara um hábito inconveniente.Tess passou a odiar a inconsciência e firmou tal pensamento quando sua mente começou a voltar ao normal.Ela ouviu vozes ao fundo e abriu os olhos.Ela demorou alguns segundos para ajustar os olhos à claridade. Rowan e uma curandeira conversavam no canto.Tess se aprumou para ouvir a conversa." Khali, você não pode contar para ninguém. " Rowan suplicou em voz baixa." Rowan, se alguém descobrir que eu sei e não reportei..." Ela não precisava continuar." Khali, voc&ecir
"Majestade." Ela disse e fez uma reverência com a cabeça, o que a fez sentir tontura.Mab sorriu amavelmente. " Não se preocupe com as formalidades, minhas irmãs não estão aqui. ""O que faz aqui, Majestade?" Tess perguntou." Khali fez um pedido de ervas medicinais de um tipo raro, o que chamou minha atenção. Sabia que todos os pedidos passam por mim? "Delicadamente, Mab virou o braço de Tess e empurrou a manga da túnica. A mancha carmim parecia crescer a cada hora.Mab suspirou. " Foi o que pensei. Mas eu me pergunto porque..." Então ela começou a divagar.
Último capítulo