Quando cheguei à casa de Andrew, era quase dezoito horas, como sempre, tudo estava quieto. No almoço, só comi um cachorro quente, mesmo assim não sentia fome. Parei e fiquei admirando a casa de Andrew.
Eu não me canso de olhar cada cômodo da casa dele, não era uma simples casa, mansão seria a palavra mais apropriada para dizer.
Ontem ele me levou para fazer um tour em sua casa, fiquei foi exausta, confesso que achei um exagero, mesmo sendo linda, é muito para uma pessoa só morar, sei que no caso dele, tem Mona e alguns empregados.
A mansão de Andrew possuem 10 quartos, incluindo a suíte dele, oito banheiros, um elevador privado, possui um cinema, onde cabem no máximo umas vinte pessoas. Possui uma quadra de futebol, uma quadra de tênis, duas piscinas, uma pequena e a outra grande, uma casa de hóspedes, um heliporto, salão de beleza e um SPA. Ele disse que fez o salão e o SPA para sua ex-mulher, mas, hoje se arrepende de ter feito isso.
Como eu disse,
Quando o carro de Andrew estacionou, eu pude ver onde estávamos. Em minha boca havia um grande "O", demonstrando minha surpresa. — Você me trouxe à opera? — Eu não escondia a minha surpresa e meu olhar sonhador. — Surpresa. — Ele diz sorrindo. — Gostou da surpresa? — Se eu gostei? — Ele balança a cabeça. — Eu amei. Jogo-me em seus braços sorrindo e sentando em seu colo. — Sempre quis conhecer o Teatro Dell'opera, dizem que é lindo demais por dentro. — É lindo sim. — Ele beija minha face com carinho. — Vamos? Se continuarmos assim, não sairemos desse carro. — Ele toca em minha coxa e me olha sedutoramente. — Vamos. — Sorrio e me levanto de seu colo. Essa noite só Mathew e mais um segurança nos acompanhava. Mathew sai e abre a porta para nós, o outro segurança vai estacionar o carro e Mathew nos acompanha. Ao entrar no teatro, meu queixo quase cai. A fachada e o foyer, são de tirar o fôlego. O teatro é bem grande, Andrew me disse
— O que está fazendo, Cecil? — Eu Ainda me encontrava nu, deitado na cama desleixadamente, apenas um lençol cobria minha cintura. — Volte aqui mia bella. — Eu pedi a ela que caminhava nua, sem pressa até o banheiro. Ela para em frente a porta e olha para mim. — Preciso tomar banho, Andrew, fizemos amor toda à noite, nem dormimos ainda. — Eu sei, mas ainda nem acabamos. — Digo de uma forma que a faz arregalar os olhos em surpresa, arrancando-me um sorriso. Ela fazia umas expressões às vezes que eu me seguro para não rir em sua cara, me sinto um adolescente outra vez, uma sensação maravilhosa. Para mim ela fica linda de qualquer jeito, com raiva, alegre, ultrajada, chorando, triste, só não gosto de vê-la triste, isso me doe o coração. — Meu magnata insaciável. — Ela revira os olhos. — O que disse? — Sento-me na cama surpreso. — Não é assim que a mídia te chama? Magnata. — É sim, mas eu não gosto, faz com que eu me senta tão
— Notícias da senhora Valbia, Mattias? Eu me encontrava na sala de reuniões, fazendo um vídeo conferência. — Tenho sim, Andrew. — E? — O tiro foi em seu braço, os médicos dizem que por sorte, passou de raspão, o estrago poderia ser pior. — Sorte? Como se tomar um tiro fosse sorte. — Digo indignado. — Verdade. — Ele parecia exausto ao falar. Conheci Mattias, ele não passava de uma criança assustada, quando ele me contou sua história, foi como se algo em meu inconsciente me mandasse cuidar dele. E foi o que fiz. Achei que ele preencheria o vazio que sempre trago dentro de mim, mas, ele só preencheu uma pequena parte, deixando ainda uma grande parte a ser preenchida. Eu aprendi a amá-lo como um amigo, um irmão mais novo, que eu nunca tive, sei que ele me considera o mesmo e me sinto feliz por isso. Lembro como se fosse hoje do momento que apresentei Daniele a Mattias. Ela o odiou na hora, vi em seu olhar, nunca soube qual
— O que tem dentro dessa mala, mia bella? Eu me segurava para não rir, nos encontrávamos em meu quarto, enquanto Cecil tentava fechar sua mala, por estar tão cheia, a mala estava toda deformada. — Ôxe, roupas. Pergunta mais sem sentido. — Ela diz estressada. Espero que seu estresse seja com a mala, não comigo. — Oxê? O que é isso? — Não pronuncia oxê, no Nordeste se diz ôxe. — Ela para de mexer na mala e olha para mim. — Ôxe é uma abreviação de oxente, expressão que relacionamos ao espanto, surpresa ou reclamações, essas coisas, entendeu? Seu sorriso sonhador me fez acreditar que ela gostaria da surpresa que preparei para ela, claro que eu tive ajuda. — Entendi sim, mia bella. — Na verdade não tinha entendido nada, meus olhos estavam focados nela, não no que ela dizia. — Sei. — Ela revira os olhos em resposta e volta a tentar fechar a mala. — Fecha, mala idiota. — Ela ordenava estressada. — Mas vo
— Andrew, por que não me disse que viríamos para minha terra? Minha linda Salvador? — Ela pergunta emocionada, olhando tudo ao redor, quando enfim o choro cessa dando lugar a um lindo sorriso.— Assim não seria mais surpresa, mia bella. — Acaricio a sua face e sorrio. Ela parecia uma criança que acabou de ganhar seu doce preferido.— Vamos, quero ver minha mãe, vamos Andrew. — A emoção cedeu seu lugar à conhecida ansiedade que para mim a deixava mais linda ainda.Não sei como isso é possível.— Está muito tarde mia bella, estamos cansados, prometo que vamos amanhã pela manhã. — Tento persuadi-la.No dia anterior, logo após falar com Mattias, fiz uma chamada de vídeo para a amiga dela, Lívia.Até que nos demos bem, ela é ótima, pude ver o porque
— Andrew, acorda. — Ainda é cedo, Cecil. — Já são nove horas. — O quê? — Eu disse que são nove horas. — Eu sei, Cecil, eu escutei da primeira vez. — Digo me levantando e sentando na cama. — Era só uma pergunta retórica. Droga, não era para ter dormido tanto. — Ei, magnata, por que está bravo comigo? — Ela pergunta com uma sobrancelha erguida. — Não estou bravo com você mia Bella e sim comigo, eu tinha planos de ir ao hospital ver a funcionária Valbia, antes de te levar pra ver sua mãe. Isso era verdade, meia verdade. O problema é que se fosse mais cedo, ela poderia aceitar e ir comigo. — Você vai demorar lá? — O quê? — Pergunto não entendendo a pergunta. — Só perguntei se você vai demorar lá, se não for demorar, podemos passar lá rapidinho. — Fiquei surpreso de ela aceitar tão rápido. — Você faria isso por mim? — Claro meu magnata gostoso. — Ela
Quando Andrew disse que eu podia visitar minha família, senti uma grande alegria. Nem consegui pregar o olho de tanta ansiedade. Agora me encontro quase chegando a Retirolândia. São seis horas de viagem até lá, agora faltam apenas uma hora, minhas mãos suavam antecipando o encontro com minha família. Estou com muitas saudades deles, até dos meus primos e tios chatos. E como são chatos. Saudades de minha mãe Maria Conceição e meu pai José Neto. Quantas saudades meu coração sente de minhas irmãs Luana, Isabella e meu irmão Pedro. Eles devem estar enormes. Na ocasião que viajei, Luana estava com cinco anos, Isabella com nove e Pedro com doze. Eu tinha dezesseis anos na época, hoje estou com vinte e dois. Ah, como fico feliz de eles não terem passado pelo o que passei. Não posso me esquecer de Elaine, meu grande amor, por mais que tenha se passado seis anos, meu coração ainda bate descompassado quando penso nela.
Acordei no meio da noite gritando. Tive outro pesadelo com Carlos e o casal que me violentaram. Ouço batidas frenéticas na porta e me levanto para abrir. Tinha me esquecido que estava em casa. Abro a porta, noto que são meus pais e meus irmãos. Achei que estando em casa esses pesadelos iriam passar. — Mattias, o que foi? Por que você estava gritando? Você está chorando filho? — Minha mãe perguntava sem parar. Juro que tentei não desmoronar. Sentei no chão do quarto e comecei a chorar, meus pais entraram e ficaram sem entender, meus irmãos estavam na porta olhando para mim assustados. Minha mãe sentou ao meu lado e me abraçou forte e meu pai sentou ao lado de minha mãe e nos abraçou. Não sei se chorei horas ou minutos, quando me acalmei, pedi desculpas a eles por ter agido daquela forma. — Por que você chorava daquele jeito? — Meu pai pergunta com o semblante preocupado. Eu não queria contar a eles assim, mas, eu prec