( Nicholas Cooper )
Sábado, duas da tarde, e nada da Amber.
Emma me garantiu que ela não voltou para universidade, ela disse que o celular da amiga tornou a receber mensagens, mas que ainda não atendia as chamadas. Sabia que ela estava com Oliver, entretanto, eu precisava passar o relatório da minha missão e com ela longe, não era possível.
Então para o meu azar, meu celular vibra no bolso da minha calça.
— Glock solicitando código!
Merda!
— Águia 3217! — Respondo.
( Amber Petrova )Horas depois, após todo o arranjo, corro até o closet novamente para pegar um par de brincos que eu tinha certeza que havia deixado dentro da minha gaveta.— VAMOS, AMBER! — Oliver grita da sala, agoniado com a demora.— JÁ ESTOU INDO CARAMBA! — respondo com outro grito. — Cadê a merda desses brincos. — resmungo. — Sei que deixei eles aqui.Revirava todas as roupas, louca atrás das duas pequenas esmeraldas que tinha ganhado no meu último aniversário, mas depois de tanto tempo perdido, decidi pular para as gavetas do Oliver, encontrando algo que sequer tinha a intenção de achar.
( Amber Petrova )Espera aí...Que merda está rolando?Nicholas Cooper?Ele me olhava e eu olhava para ele. Uma mira mais certeira e alinhada que aquela era impossível. Não dava para acreditar que tudo aquilo fosse dele, professores não poderiam saber sobre a Pink Fest, ninguém que já não estivesse aqui poderia ter conhecimento desse evento. E, sendo ele um professor tão cuidadoso com a reputação como é, não se envolveria com um bando de riquinhos numa festa de pegação.Filho da puta. Por que ele não me disse que ia emprestar a casa dele para Alexis?
( Nicholas Cooper )— Senhorita Petrova!Assim que chego, a multidão soa um som de vaia, decepcionados com a minha interferência.— Senhorita Petrova, desça daí ou vai se machucar.— Aaaa... oi, professor... — Suas palavras saem arrastadas.Ainda tinham muitas pessoas por perto e eu não podia vacilar.— A senhorita precisa descer! — reforço um pouco mais rude, mantendo a formalidade. — Vamos, me dê a mão.Eu estico meu braço para ajudá-la e quando suas mãos se aproximam d
( Nicholas Cooper )— Você. — disse cutucando meu peito com o dedo. — é tão irritantemente tentador, que eu mal consigo me tocar, sem que imagine suas mãos passando pelo meu corpo.Ela falou aquilo tão profundamente triste com si mesma, que exausto de resistir, eu agarro seu rosto entre as mãos, me prendendo nos seus lábios, colando seu corpo no meu.— Você está bêbada...Não posso fazer isso...— Eu não ligo!— Acha isso engraçado? — sou duro. — Ficar chapada desse jeito, falando essas co
( Nicholas Cooper )Ali estava eu. Deitado sobre o mesmo colchão que durmo a mais de cinco anos, mas que enigmaticamente não parecia ser meu porto de descanso. Tinha algo muito estranho ali. Poderiam ser os lençóis, o travesseiro mais alto, ou quem sabe o amaciante novo. Mas também pode ser essa menina, deitada ao meu lado, virada para mim, com os cabelos jogados no travesseiro, rosto angelical e uma mão posta embaixo da bochecha e a outra pousada no meio da cama, quase tocando em mim.Isso é estranho... eu só tive dificuldades em separar os diferentes aspectos da minha vida uma única vez. Sempre existiu um "eu" para cada lugar que eu fosse, pronto para cumprir as tarefas sem interferência, ou qualquer fuga de sentimento. E por muito tempo eu não me sentia tão perdido e sem controle como estou me sentindo agora.E o problema era ela... eu sabia que era. Amber estava mexendo com as minhas emoções, como um botão de desordem dentro do meu cérebro, me levando a agir como um adulto mal-hu
( Amber Petrova )Chega.Nunca me humilhei tanto.Estou cansada de homens como o Oliver e o Nicholas.Se ele quer agir como meu professor, então assim será.Logo que visto minhas roupas e calço meus saltos, pego meu celular, abrindo o aplicativo do táxi. O motorista que aceita a corrida não era o Barry, mas por mim podia ser qualquer um que não fosse o Nicholas e sua moral impenetrável.Eu não saio do quarto, e ele também não vem falar comigo. Fico lá sentada na cama em que dormimos juntos, acompanhando o emoji de carro amarelo caminhar pelo mapa até minha localização. Cinco metros de distância e eu sigo pela saída, descendo as escadas. Quando chego no último degrau, Nicholas enfia seu celular no bolso da calça, encerrando rápido a chamada que estava, ele vem no meu rumo e eu, decidida, passo direto por ele novamente, ignorando sua presença. Nem consigo imaginar a cara que ele faz, mas minhas ações já tinham o desestruturado desde muito antes disso.— Amber! — ele me chama, ao mesmo t
( Amber Petrova )— Está cheio demais aqui, Emma!— O que esperava? É final de semana e os ingressos estão baratos.Era noite do outro dia e eu tinha acabado de chegar no parque, e já estava querendo ir embora.— Cadê os garotos?— Pediram para encontrar a gente perto da máquina de algodão-doce. Vem! — Ela me dá um puxão e a terra até sobe. Por sorte, eu tinha escolhido botas ao invés de saltos.De longe, dois garotos acenam para gente e nós avançamos.— Finalmente vocês chegaram! — Disse Ivan.— Oi, Amber. — Atlas me cumprimenta com um beijo lateral de bochechas, e em seguida faz o mesmo com a Emma.Loiro, vice-capitão do time de futebol, olhos azuis, e um jeitinho de garoto tímido que faz um belo estrago entre quatro p
( Nicholas Cooper )Dava para ver como ela estava assustada. E aquela jaqueta não estava esquentando-a o suficiente, para uma noite que marcava 16 °C.— Por que veio com um vestido desse tamanho, nesse frio?— Está mesmo questionando o tamanho da minha roupa depois da última conversa que tivemos?Uma boa resposta, que me faz calar a boca na hora.Ficamos calados nos próximos dez minutos, suportando literalmente a presença um do outro, até que a porta abrisse, para que pudéssemos ficar o mais longe possível um do outro.Amber estava sentada no chão em cima das palhas secas, cutucando suas unhas como fazia sempre que estava nervosa. Ela fingia que nossos olhares não estavam se cruzando a cada trinta segundos, e eu não estava disposto a ser o primeiro a dizer algo.Eu tinha certeza que já tinham pass