DianneCuidadosamente, Adan colocou o colar no meu pescoço. Quando prendeu o fecho, beijou a minha nuca, fazendo-me arrepiar no local. Soltei os meus cabelos e virei de frente para ele novamente. Toquei o pingente e era quase como se eu pudesse senti-lo pulsar entre os meus dedos, como magia.— Esse é meu coração e o laço representa que ele será eternamente o seu.— Irei cuidar e amar com muito carinho. — Beijei-o.Sentamo-nos no sofá, bem juntinhos, e trocamos carícias e mais beijos.— Adan...— Sim, querida.— As coisas entre nós estão caminhando para um rumo sério. Não acha que talvez seja hora de contar a Estela?Ele respirou fundo e abraçou-me mais apertado.— Eu não sei como fazer isso. Eu amo Estela. Ela é uma pessoa importante na minha vida, temos uma história. Uma longa história. Ela é uma grande amiga, tenho medo de usar as palavras erradas e machucá-la.— Entendo. Mas não podemos nos esconder eternamente. Talvez não exista palavras certas ou erradas. — Encarei-o com sutileza
DianneNo dia seguinte, esperei ansioso pelo cair da noite. Assim que entrei na Suíte Master da Casa da Família, tomei um banho e me troquei rapidamente. No fundo da casa, um carro blindado sem identificação oficial, o mesmo que usei para ir até Dianne na madrugada de domingo, esperava por mim.O caminho para a sua casa nunca foi tão longo. Já passava das onze quando o carro estacionou à frente, perto do meio-fio. A rua estava deserta e sem luzes nas janelas, com exceção de Dianne. As luzes no andar de baixo estavam todas acesas. Quando desci do carro, a porta da frente foi aberta e logo entrei pegando-a no meu colo.Beijei-a com urgência, estava morrendo de saudade. Sentamo-nos na sala de estar e ela pegou uma caixa grande que estava sobre a mesa de centro, entregando-me.— O que é?— Abra e verá. — Sentou-se ao meu lado com um sorriso animado.Desfiz o laço branco e retirei a tampa. Puxei os papéis de seda que cobriam o que quer que estivesse guardado ali dentro. Logo avistei algo at
DianneO que você faria se a primeira-dama lhe chamasse para um chá? Obviamente você aceitaria. Mas e se essa mulher fosse a esposa do seu namorado? Complexo, não? Sem saber o que falar, apenas concordei em um gesto com a cabeça.Ela se virou e eu a segui como um cãozinho assustado. Seria naquele momento que ela me envenenaria com uma xícara de chá e, quando eu já estivesse quase no fim da vida, Estela daria uma risada maléfica e diria saber sobre mim e o Adan? Ou ela seria a mulher perversa que me trancaria em uma das milhares de salas daquele lugar, diria saber sobre mim e Adan, diria também que ninguém roubaria o seu posto e, então, me mataria com uma estatueta sobre alguma prateleira próxima dela. O meu corpo seria escondido dentro de alguma parede e eu nunca mais seria encontrada.— Está pálida. Se sente bem? — perguntou ela quando paramos diante da porta.— Sim. — Forcei-me a sorrir. Eu estava assustada, mas era claro que Estela não faria nada daquilo comigo. Era apenas a minha m
DianneO segurança parado na porta, me acompanhou para fora da Casa da Família. Caminhei para a saída que dava para o estacionamento e, ao me aproximar da escadaria, vi Adan descer do carro. Ele sorriu e depois franziu o cenho com estranheza.— Oi, querida. O que faz aqui? — perguntou curioso, ao se aproximar.Ele se aproximou demais. Recuei um passo para trás.— Vim buscar o meu carregador. Mas encontrei a Estela. Ou melhor, ela me encontrou e convidou para um chá.Ele ficou sério e ligeiramente tenso.— Conversamos um pouco sobre o baile. Ela me pediu para fazer algumas coisas diferenciadas na cobertura.— Isso é bom, não é? — Sorriu.— Sim.— E por que não parece empolgada? — Aproximou novamente e acariciou o meu rosto.— Ela sabe, Adan.— O que ela sabe? — Desfez o sorriso.— Estela sabe sobre nós. Sabe sobre mim e você e a nossa situação complicada.Respirou fundo e guardou as suas mãos no bolso da calça. Ele olhou ao redor e mordiscou o lábio inferior.— Merda! — Passou a mão nos
DianneA nossa comida chegou e o clima mudou, tornando-se mais leve e humorado. Já era quase nove quando deixamos o restaurante. Despedi-me de Theo na calçada e dirigi para casa. Quando cheguei, mandei uma mensagem para Adan. Meia hora depois, a campainha tocou.— Oi, amor — disse sorridente.Ele entrou e eu fechei a porta. Adan retirou o boné e o casaco que usava. Devia estar morrendo de calor com aquela roupa. Mas tudo aquilo se fazia necessário para que os meus vizinhos ou qualquer pessoa que passasse por ali, não percebesse de quem se tratava o homem que me visitava toda noite.— Oi. — Abracei-o e selei os seus lábios. — Você comeu?— Sim. Agora me falta a sobremesa. — Sorriu cheio de malícia.Adan ergueu-me do chão e eu entrelacei as minhas pernas ao redor da sua cintura. Ele nos levou para a sala de estar e deitou-me de costas sobre o sofá, ajeitando-se entre as minhas pernas. As suas mãos, que estavam um pouco frias, entraram por baixo da minha blusa e tocaram os meus seios desn
DianneA manhã foi um tanto agitada. Saí para almoçar com Sarah e Lucca. Depois de um almoço de quase uma hora e meia falando somente do baile, voltei para a Casa Branca. À tarde, falei com Leah. O meu trabalho jornalístico nunca foi cobertura de eventos, mas estava empolgada. Estaria em um lugar cercada por muitos políticos. Isso parecia até um prato cheio de doces. Aproveitaria cada segundo do evento tirando proveito disso. Com certeza, no final da noite, teria boas entrevistas.Peguei a minha bolsa e mandei uma mensagem para Theo, avisando-o que já estava saindo do trabalho. Antes de ir embora, fui ao banheiro. Enquanto estava dentro da cabine, a porta lá fora foi aberta. Saí e assustei-me a dar de cara com Adan ali dentro. Era o banheiro feminino.— Adan! Esse é o banheiro feminino. E ainda é cedo, tem muita gente lá fora — repreendi-o.— Eu não ligo. — Riu e abraçou-me, beijando o meu pescoço e causando arrepios. — Aonde vai? — perguntou ao notar a minha bolsa sobre a bancada da
DianneA prova de vestidos começou. Foi um entra e sai infinito do provador. Eu já estava suando e cansada. Eram peças pesadas demais, não conseguiria passar a noite confortavelmente com nenhuma delas.— Desculpe, Thelma. Mas não amei nenhum destes vestidos. São lindos, mas não são para mim. Preciso de algo mais leve e confortável. Será uma noite de trabalho.— Entendo. — Ela cruzou os braços à frente e analisou-me de cima a baixo. — Tem um vestido da coleção passada de primavera. Acho que vai gostar. Foi até emprestado para uma YouTuber famosa no mês anterior. Você se importa com isso?— Claro que não!— Vou mandar buscar. — Ela saiu em direção à recepção.Olhei-me no espelho e suspirei. Já fazia mais de uma hora que estávamos ali. Caminhei até a minha bolsa e peguei o meu celular. Havia uma mensagem de Karl. Ele perguntava como eu estava e me convidava para um café no dia seguinte. Depois chequei o meu e-mail e encaminhei algumas coisas para Sarah.— Beba! Você está precisando relax
DianneMais tarde, após o jantar, estava sentada na sala tomando uma taça de vinho, enquanto trabalhava um pouco. Adan chegou alguns minutos depois e dividiu duas taças comigo. Depois, subimos para o quarto. Ele havia trazido uma mala pequena com algumas roupas casuais e dois pares de terno. Enquanto ele tomava um banho, guardei as suas coisas ajeitando-as devidamente no closet. De pé, na porta, observei as suas roupas ali. O meu peito estava cheio de uma sensação boa. Quando retornei para o quarto, Adan vestia somente o seu roupão azul. Ele olhava as fotos que estavam dentro da caixa que larguei aberta sobre o estofado. Aproximei dele.— Você não mudou muito desde o seu décimo oitavo aniversário.— Olhando essas fotos, nem parece que se passaram dez anos.Adan segurou uma das fotos e passou o dedo pela margem do papel rasgado.— Quem estava nesta aqui?Olhei para ele. Lá chegava o momento no nosso relacionamento, onde eu teria que falar do meu passado horrível.— O meu ex-namorado.—