Richard fica nervoso do lado de fora do restaurante, ainda mais porque Madeline está demorando para aparecer. Ele pensa duas vezes em ir atrás dela, mas decide que não fará aquilo, por saber que ela pode estar fazendo algum joguinho idiota e a sua paciência não suporta aquilo.Passado quase vinte minutos, Madeline aparece com os olhos vermelhos, demonstrando ter chorado por muito tempo.— Entra no carro — ele pede, antes que algum paparazzi apareça ali e a visse daquele jeito.Madeline entra no carro em silêncio, mas assim que ele começa a dirigir pela cidade, volta a chorar novamente.— Para com isso, Madeline, você sabia muito bem que não iria acontecer nada entre nós, mesmo assim insistiu — diz impaciente.— Você me rejeita como se eu fosse uma pessoa desprezível — rebate, entre lágrimas. — O que não gosta em mim, Richard? Me diz o que não te agrada que tentarei mudar.— Não é nada disso, já te falei mil vezes que não vou desrespeitar você.— Mais do que já me desrespeitou? — grita
Meredite não acredita que acaba de presenciar o filho gritando com a noiva. Ela caminha até Madeline e a vê chorando como uma criança.— Minha querida, por que não me conta o que aconteceu? Vocês dois parecem tão chateados.— Só foi um mal-entendido, sogra, falamos algumas coisas que acabaram magoando mutualmente. — Madeline explica sem deixar de chorar.— Eu não consigo entender, nunca vi meu filho falar desse modo com uma mulher ou com qualquer outra pessoa — Meredite está sem entender nada.— É melhor eu ir para casa e vir conversar com ele amanhã — diz, percebendo que será em vão tentar conversar com Richard naquela noite.— Mas você irá viajar amanhã cedo, não acho que dê tempo para conversarem.— Como posso viajar depois disso? O Richard está nervoso comigo.— Não se preocupe com isso, tudo bem? Conversarei com ele e pedirei que vá te pedir desculpas antes mesmo que viaje, está bem?— A senhora acha que ele vai te escutar?— Vai, sim, não se preocupe — Meredite abraça a nora. —
Percebendo estar diante de Richard Carter, Silvia sente um nó em sua garganta, mas tenta se recompor.— E-eu — gagueja. — Eu não pensei que você viria — diz, quando consegue reformular as frases em sua boca.— Cadê a Alice? — pergunta, sem fazer nenhuma cerimônia.— Ela não está aqui, saiu para procurar emprego mais cedo.— E a criança, está com você? — A voz de Richard é grave e demonstra que não está nem um pouco satisfeito com aquela situação.— A Lily está comigo — responde, bloqueando a porta. — Mas acho que é melhor você conversar com a Alice primeiro antes de vê-la.— Se ela é mesmo a minha filha, exijo vê-la agora mesmo! — reivindica.Como mãe, Silvia pensa que é errado deixar que Richard entre naquele apartamento sem a autorização de Alice, mas, como advogada, sabe que é melhor fazer o que ele pede, ou sabia que as coisas ficariam feias para a filha.— Pode entrar — diz, com voz trêmula.Quando Richard adentra a sala, vê um carrinho de bebê próximo ao sofá, então se aproxima
Eles observam Silvia sair dali com a bebê e quando notam estarem sozinhos, voltam a se encarar.Na cabeça de cada um, se passa uma cena, pois mesmo não querendo, são tomados pelas lembranças do passado.— Como chegou aqui? — Alice pergunta, colocando de lado os seus sentimentos.— Eu te fiz uma pergunta primeiro, Alice, me diz, por que escondeu sobre a nossa filha? — Richard permanece firme, sem alterar seu temperamento.— Eu te liguei para contar, sabia? — responde, com o mesmo tom de voz que ele. — Mas você me atendeu com cinco pedras nas mãos, me ofendendo e dizendo que não queria saber nada sobre mim.— Quando foi isso? — ele questiona, confuso.— Há quase sete meses — confessa.Richard tenta se lembrar quando aquilo aconteceu e se lembrar que ela o ligou na noite de seu aniversário. A mesma noite em que acabou dormindo com Madeline.Como tantas coisas aconteceram numa só noite? Se questiona em pensamento, lamentando-se por ter que conviver com arrependimentos daquela noite para o
O comunicado de Richard deixa Alice desesperada. Ela tenta controlar as emoções, mas não consegue de forma alguma.— Não pode fazer isso, Richard — declara.— Claro que posso, tanto que farei — insiste na ideia.— Vai mesmo tentar separar uma criança da mãe? — pergunta sem acreditar em tal fala.— Você fez o mesmo comigo — replica.— Foi diferente — protesta. — Você não sabia da existência dela!— Isso não muda nada! — a interrompe com a voz grave. — Era o seu dever me avisar sobre a Lily.— Tudo bem, eu errei, me perdoe — tenta se aproximar dele, mas Richard dá passos para trás, demonstrando não querer nenhuma aproximação. — Achei que poderia viver uma vida normal com a minha filha até o dia que ela crescesse e perguntasse sobre você — confessa. — Estava com medo de te procurar e acabar duvidando sobre a paternidade.— Por Deus, Alice! Mesmo se eu me recusasse a assumir a minha responsabilidade, haveria métodos que poderiam provar que a bebê é minha, por que não pensou nisso?— Eu nã
— Deixa eu te explicar — Silvia pede, tocando o ombro da filha.— Me explicar o quê? Que não conseguiu respeitar a minha escolha? Que resolveu decidir sobre a minha vida ao invés de se lembrar de que a Lily é minha responsabilidade? — questiona nervosa.— Não é isso — explica. — Mandei um e-mail para o Richard há muito tempo, quando a Lily ainda estava no hospital e você estava passando por todos os perrengues: sem emprego ou diploma. Pensei que não daria conta de tudo sozinha, ainda mais por dizer que queria se mudar da nossa casa.— Você não tinha esse direito — esbraveja.— Como não? Acompanhei de perto todo o seu sofrimento dia e noite, eu também sofria com isso, filha.— Independente do que estava vendo, você não tinha o direito de se meter em minha vida, a Lily é minha filha!— E você é minha filha! — argumenta. — Acha que estou feliz vendo o seu sofrimento? Sou mãe também, Alice, e por um filho fazemos muitas coisas. Quando escrevi para o Richard, pensei que ele viria te ajudar
Quando chega ao balcão da recepção do Radisson Blu Edwardian hotel, Alice pede que avisem a Richard que ela o esperaria no bar do hotel. A ideia de estar sozinha com ele no quarto a deixa muito nervosa, a ponto de não querer se arriscar a fazer aquilo. Alice se senta no bar e espera por ele, mas após alguns minutos recebe uma mensagem no celular.“É você que quer conversar comigo, não eu. Não sairei do quarto.”Ler a mensagem de Richard a faz questionar se era mesmo uma boa ideia estar ali.— Que teimoso — sussurra, levantando-se e indo em direção ao elevador que levava ao quarto dele.Havia uma confusão de sentimentos quando bateu na porta do quarto onde Richard estava hospedado. Quando o vê abrir a porta do quarto, sente seu coração pulsar. Por mais que negasse, sabe que ainda sente algo por ele e tentar disfarçar aquilo será uma tarefa bem árdua.Richard fica parado na porta, a observando com o olhar enigmático, porém não diz uma palavra sequer, apenas se vira e adentra o quarto, s
Mesmo diante de todos os problemas, ficar tão próximo ao ponto de fixar seus olhos na pessoa que domina a sua mente por tanto tempo, deixa Richard totalmente descontrolado. Apesar de não querer, seus olhos percorrem o rosto de Alice e analisam cada detalhe minucioso, até focar em seus lábios carnudos. Lábios esses em que se pegou diversas vezes pensando em beijar novamente.— Faço o que você quiser, só não tira a minha filha de mim — Alice responde.Observar o movimento dos lábios dela o faz querer jogar todo o seu orgulho fora e correr para beijá-la.Quanto tempo faz que não sente aquele desejo incontrolável? Ou a vontade de ter muito uma pessoa em seus braços? Mesmo que não confessasse, ele sabia que Alice era dona de todo o seu corpo e coração e que sua vontade naquele momento era jogá-la naquela cama e puni-la por todo o tempo em que ficaram separados.— Estou vendo que você ama mesmo a Lily — confessa, tentando não deixar que os seus impulsos falem mais alto. — Nem sabe o que ire