A chuva caía com força na cidade, enquanto Nora caminhava pelas ruas molhadas em busca daquela clínica que havia sido seu último recurso. Sua irmã havia tentado de tudo para engravidar e, juntamente com seu cunhado, haviam esgotado não só todas as suas economias, mas também suas esperanças. Nora, que na noite anterior havia confessado à sua irmã o que estava prestes a fazer, ainda sentia um nó no estômago.Seria capaz de realizar seu plano de forma clandestina? Mas não havia opções, não podia permitir que sua irmã caísse na depressão e na tristeza a que os inúmeros tratamentos de fertilidade falidos a haviam levado. Ela faria isso, era pela sua família, era pelo bem de todos.Estava disposta a enfrentar isso.Nora se encaminhou para o local sentindo-se nervosa, sua vida estava prestes a mudar, mas valeria a pena. Entrou na clínica, o lugar era pequeno mas agradável, as paredes pintadas de branco estavam adornadas com algumas pinturas e havia uma recepção com uma secretária que sorriu
Ela retomou o caminho e dirigiu-se à casa de sua irmã para dar a ele e Oliver a notícia. Desceu do táxi depois de pagar ao motorista e subiu os degraus, inserindo a chave na fechadura. Entrou no interior do acolhedor lar que estava silencioso."Cheguei!" ela anunciou.Irena saiu do quarto junto com seu marido e correram para abraçar a jovem."Estou tão grato a você, você é um anjo", disse Oliver beijando a testa de Nora."Você tem certeza do que fez?" perguntou sua irmã.Irena sentia-se grata, mas preocupada com a decisão de sua irmã de oferecer seu ventre para engravidar. Além disso, o relacionamento de Nora com seu namorado também estava em jogo."Sim, estou certa. Quero dar a eles o que tanto procuram, embora tenhamos que esperar pelos resultados", disse Nora, lembrando do que o médico havia explicado."E o que acontecerá com Dylan, você contou a ele o que está fazendo?" perguntou Irena."Vou contar, marquei um encontro com ele esta noite para conversar", sua irmã assentiu. "Não se
Essas palavras começaram a se repetir na cabeça de Dylan uma e outra vez. Ele ficou alguns segundos pensando em tudo, e a ideia de conceber um bebê por inseminação parecia cada vez mais estranha."Isso é loucura. Como você pode fazer algo assim? Como posso confiar que você não está me escondendo algo maior?", ele olhou desconfiado para ela."O que você está dizendo?", ela tentou se aproximar dele, mas seu namorado recuou. "Dylan, isso é algo que eu tenho pensado muito se deveria ou não fazer e foi difícil tomar a decisão. Não sei no que você está pensando, mas acredite em mim, não estou te escondendo nada.""Eu não sei, Nora. Me sinto confuso e inseguro neste momento. Como posso confiar que você não está mentindo para mim?"Nora o olhou com os olhos cheios de lágrimas. A reação de Dylan a pegou de surpresa. Ela esperava que ele fosse mais compreensivo, mas agora até mesmo duvidava da fidelidade dele."Como você pode desconfiar assim de mim?", ela perguntou magoada. "Eu te amo, Dylan,
Por outro lado, Nora saiu do consultório com um sorriso gigante no rosto, animada pela aventura que estava apenas começando. Com a mão em sua barriga, Nora sabia que aquele bebê era o mais desejado de todos, e que o queria com todo o seu coração, mesmo que ele pertencesse à sua irmã.Ela estava tão absorta em seus próprios pensamentos que nem percebeu Jeremiah vindo pelo corredor e se sentindo impotente com o que aconteceu. Sem perceber sua presença, ele tropeçou em Nora, quase a fazendo perder o equilíbrio e cair no chão, mas ele a segurou antes que isso acontecesse."Você está bem?" - perguntou ele olhando para ela com preocupação.Nora o olhou com surpresa, não imaginava que ele era o mesmo homem que havia visto algumas semanas antes."S-sim, sim. Desculpe-me" - gaguejou ela, observando de perto os olhos daquele homem.Eram de um azul tão intenso que, por um breve instante, ela se perdeu neles. Mas então voltou à realidade e se afastou de Jeremiah, como se de repente sua proximidad
- Não quero que discutamos esta noite, não de novo. Apenas aproveitemos nossa companhia e conversamos amanhã, certo? - disse Irena contra seu peito.- Me desculpe, querida, me perdoe por tudo - murmurou Oliver ao perceber o quanto aquela situação estava afetando a ambos -. Eu...- Shhh, falamos amanhã - interrompeu ela colocando um dedo em seus lábios.Oliver assentiu e aproximou seu rosto do de Irena, beijou-a com ternura, demonstrando o quanto a amava. Enquanto isso, Nora observava o casal pela porta do quarto, escondida para não atrapalhar a reconciliação de sua irmã e cunhado.Sorriu contente antes de fechar a porta e entrar em seu quarto, dando-lhes privacidade. Irena e Oliver decidiram sair para jantar fora, queriam passar um tempo juntos para conversar melhor. Antes de sair, disseram a Nora que não demorariam a voltar, mas não foi o que aconteceu.Os ponteiros do relógio se moviam lentamente, marcando dez horas da noite.Nora estava na sala, esperando a chegada de Irena e Olive
Quatro anos depois...—Vou te ligar se algo acontecer, embora ela esteja em boas mãos, não se preocupe —assegurou Sofia, dando a Nora um sorriso reconfortante.—Ok, estou indo —disse ela, dirigindo-se à saída do pequeno estabelecimento—. Obrigada por cuidar da Zoe.—Não precisa agradecer, ela é uma criança encantadora —disse Sofia, inclinando a cabeça e olhando a pequena brincando no chão.Nora se despediu da amiga e caminhou em direção ao ponto de ônibus. Enquanto esperava lá, pegou o celular para verificar as horas e garantir que não chegaria atrasada para a entrevista de emprego. No entanto, os minutos passaram e parecia que não havia nenhum transporte chegando, apesar da espera.Resignada, Nora decidiu ir a pé até o lugar para onde estava indo; o Hotel Beaumont.Nora caminhava pelas ruas da cidade nervosa. Há algumas semanas, ela havia deixado seu emprego com Sofia, sua antiga chefe, que tinha um pequeno negócio de comida que, infelizmente, não estava indo muito bem, já que as ven
O prédio era impressionante, uma estrutura alta e majestosa que se elevava para o céu. Ao cruzar a porta principal, encontrou-se em um hall enorme e elegantemente decorado. Havia uma grande quantidade de pessoas circulando por lá, porteiros atendendo aos hóspedes, pessoas que chegavam e saíam da recepção, equipe de limpeza que ia e vinha pelos corredores.Nora não conseguia deixar de admirar a beleza do lugar. O hotel estava decorado com bom gosto e tinha o ambiente quente e acolhedor que se esperaria de um lugar tão sofisticado. Apesar da magnitude do prédio, tudo parecia cuidadosamente projetado para que fosse fácil se orientar.Finalmente, Nora chegou ao escritório onde se encontraria com o gerente do hotel. Sentiu-se um pouco intimidada pelo tamanho e elegância do espaço, mas percebeu que o gerente era um homem gentil e cortês. Depois de conversar com ele por alguns minutos, Nora saiu do escritório se sentindo mais aliviada e otimista do que havia estado nas últimas semanas.- Qua
Nora estava a caminho do hotel, se sentindo um pouco ansiosa para começar seu primeiro dia naquele lugar majestoso. Ela havia acordado cedo para levar sua filha à creche e seguiu em direção ao prédio que não ficava muito longe dali.Após a morte de Irena e Oliver, ela teve que se mudar para um pequeno apartamento no bairro do Brooklyn devido às dívidas que foram se acumulando aos poucos, e até mesmo teve que hipotecar a casa onde havia morado por mais de cinco anos com sua irmã e cunhado.Nora chegou ao hotel Beaumont e entrou, dirigindo-se à porta que dizia "somente pessoal autorizado", e entrou sem se preocupar em bater antes. Dentro estavam seus colegas de trabalho, que olharam para ela com curiosidade, o que a fez se sentir um pouco inibida.—Ah, que bom que você chegou, Nora —falou o mesmo homem de ontem, se aproximando de Nora.Era Joseph, o gerente que havia lhe dado o emprego. Ele sorriu para ela.—Ainda faltam dez minutos para as oito, mas eu quis ser pontual no meu primeiro