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3. Um Filho para Minha Irmã

Essas palavras começaram a se repetir na cabeça de Dylan uma e outra vez. Ele ficou alguns segundos pensando em tudo, e a ideia de conceber um bebê por inseminação parecia cada vez mais estranha.

"Isso é loucura. Como você pode fazer algo assim? Como posso confiar que você não está me escondendo algo maior?", ele olhou desconfiado para ela.

"O que você está dizendo?", ela tentou se aproximar dele, mas seu namorado recuou. "Dylan, isso é algo que eu tenho pensado muito se deveria ou não fazer e foi difícil tomar a decisão. Não sei no que você está pensando, mas acredite em mim, não estou te escondendo nada."

"Eu não sei, Nora. Me sinto confuso e inseguro neste momento. Como posso confiar que você não está mentindo para mim?"

Nora o olhou com os olhos cheios de lágrimas. A reação de Dylan a pegou de surpresa. Ela esperava que ele fosse mais compreensivo, mas agora até mesmo duvidava da fidelidade dele.

"Como você pode desconfiar assim de mim?", ela perguntou magoada. "Eu te amo, Dylan, você é meu melhor amigo e o cara por quem tenho estado apaixonada todo esse tempo, e nunca pensei que você pensasse isso de mim. Só quero ajudar minha família, mas parece que você está imaginando coisas que não são verdadeiras."

"Sinto muito, mas preciso de tempo para pensar e processar tudo isso", ele pediu, sem saber em quem acreditar de verdade. "Acho que o ideal seria nos dar um tempo."

Nora engoliu o nó em sua garganta e assentiu.

"Entendo. Tire o tempo que precisar, mas espero que você possa entender minha decisão. Prometo que não estou te escondendo nada", ela assegurou, secando as lágrimas com as costas da mão.

Dylan apenas concordou e se dirigiu para a saída, deixando-a sozinha naquele lugar. Nora estava devastada. Ela tinha tomado a decisão mais difícil de sua vida e tudo o que ela queria era o apoio de seu parceiro.

Ela não sabia se Dylan ia acreditar nela, mas ela sabia que tinha feito a coisa certa ao dar a ele tempo. Esperava que, em algum momento, ele pudesse entender suas razões e apoiá-la, mas algo dizia a ela que esse seria o fim de seu relacionamento. Ela só podia se agarrar à esperança de que o amor que sentiam fosse forte o suficiente para superar qualquer obstáculo.

***

Semanas depois...

Nora estava sentada na sala de espera da clínica, com o coração batendo de emoção e nervosismo. Ela tinha passado duas semanas esperando ansiosamente pelos resultados de sua inseminação artificial, e finalmente chegara a hora de saber se o tratamento havia sido bem-sucedido.

Ela tinha decidido vir sozinha buscar o resultado, ainda não tinha certeza se o procedimento tinha funcionado, então não queria contar a Irena e Oliver, que tinham perguntado sobre isso.

Ela precisava ter certeza de que tudo estava bem antes de dar a notícia aos pais do bebê.

Ela mordeu o polegar nervosamente, a cada segundo que passava ela ficava mais ansiosa. Quando a enfermeira a chamou para entrar na consulta, Nora sentiu um nó no estômago. Ela caminhou com passos trêmulos até a cadeira onde o médico a esperava, e sentou-se com as mãos apertadas em seu colo.

"Nora", começou o médico, olhando diretamente em seus olhos, "como você tem se sentido?"

"Bem, um pouco nervosa", ela disse e o médico assentiu.

"Entendo que esteja, mas tenho boas notícias para você", ele informou.

Nora prendeu a respiração, esperando ouvir o que tanto ansiava há tanto tempo. Seu coração batia descompassado, como se a qualquer momento fosse sair do peito.

"Diga-me, doutor", ela pediu, incapaz de conter a incerteza.

"O tratamento foi um sucesso. Você está grávida", finalmente o médico anunciou.

Os olhos de Nora se abriram como pratos, e depois de um instante de incredulidade, as lágrimas de felicidade começaram a brotar de seus olhos.

"De verdade? Eu realmente estou grávida?", ela perguntou, segurando a mão do médico.

Ele sorriu.

"Sim, Nora. Os resultados são claros. Vou realizar os exames necessários, é claro, para garantir que tudo esteja correndo bem, mas tudo indica que você tem uma gravidez saudável", enfatizou o médico.

"Oh, obrigada, muito obrigada."

Nora não conseguia tirar seu sorriso de felicidade do rosto, enquanto o médico explicava tudo o que precisava fazer a partir de agora. Consultas médicas, vitaminas e cuidados especiais para o bebê crescer forte e saudável.

Ela só conseguia pensar na maravilhosa notícia que acabara de receber e mal podia esperar para chegar em casa e contar a Irena e Oliver sobre os resultados.

Enquanto isso, Jeremiah também estava na clínica, tentando assimilar o que o Dr. Jones tinha lhe dito. Ele não podia acreditar que seu esperma tinha sido usado em um processo de inseminação sem o seu consentimento.

"Sinto muito, doutor, foi meu erro", disse a enfermeira arrependida.

Sheyla pouco depois de chegar em casa naquele dia, recebeu uma ligação do Dr. Jones, que lhe perguntou onde ela tinha colocado o frasco que ele havia dado. Ela se lembrou de tê-lo colocado junto com os outros, mas ao perceber o que realmente tinha acontecido naquele dia, seu coração acelerou. Ela sabia que tinha cometido um erro grave, que poderia ter consequências graves para os pacientes. Rapidamente, ela voltou para a clínica e foi até o consultório onde o médico estava e explicou o que tinha acontecido.

"Como uma pessoa incompetente trabalha aqui?", replicou Jeremiah, olhando furiosamente para ela, e a enfermeira ficou de cabeça baixa.

"Pedimos desculpas Sr. Jeremiah, a clínica assumirá toda a responsabilidade por esse pequeno erro", disse o Dr. Jones.

"Chama isso de pequeno erro?", repetiu com raiva.

Para Jeremiah, parecia uma situação que não o afetava apenas, mas também a pessoa que tinha sido submetida à inseminação.

"Fique tranquilo, cuidaremos dessa situação o mais rápido possível", assegurou o diretor do hospital. "A enfermeira Sheyla será responsabilizada por seu erro."

"É melhor que resolvam isso o quanto antes", ele disse, incisivo.

Jeremiah levantou-se da cadeira e saiu do escritório do diretor.

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