Sair de um carro nunca foi tão bom...
Maurício e Rosana eram as pessoas mais pegajosa do mundo e não é nada legal estar presenciando isso a 1 metro de distância.
Desci do carro e senti a terra afundar sob meus pés e olhei para baixo e percebi que estava tudo molhado, acabará de chover ali.
Meu sorriso se alargou quando o aroma de plantas molhadas entrou pelas minhas narinas, lembro da minha infância se basear naquele lugar, sempre adorei a floresta e o ar puro e principiante a cachoeira que era uma das coisas mais lindas que eu já vi de um tom esverdeado a cachoeira é meu lugar favorito.
Baby?
Virei e vi minha vó, Laurita me observando curiosa...
Está tudo bem, querida? Ela sorriu e tocou minha mão.
Laurita era tão doce e gentil comigo, fiquei feliz por ela estar comigo.
Está tudo bem, vovó... A ansiosa para ir até a cachoeira e passei meus braços pelo seu ombro e caminhamos até a casa.
Senti meu corpo estremecer enquanto piscava no chão instável e as árvores se calaram. Adentrei meus olhos para a floresta, escura e misteriosa... um dia normal em bosque livre.
A casa era antiga e tinha um tom escuro por causa da madeira velha, mas minha avó sempre dava seus toques com flores ou com belos móveis. Subi as escadas e o rangido estalou meus ouvidos.
Com certeza não dá pra sair na calada da noite... sorri...
Maurício estava bem atrás de mim e bufou.
Ah que pena! Eu estava mesmo querendo fazer umas coisas erradas nesse fim de mundo... ironizou...
Ah meu Deus que engraçado você é! Sorri pelo sarcasmo e ele passou seu braço pela minha cintura.
Sem mim essa viagem seria um saco e admite Matilda...
Com certeza... eu ironizei e me soltei dos seus braços.
Entramos na casa e uma nuvem de poeira pairou no ar Pierre começou a tossir e reclamar do seu pulmão.
Bem todo mundo tem seu próprio quarto e vocês apontando pra mim e os outros três devem seguir o corredor a direita enquanto ficamos no corredor a esquerda... todos de acordo? Perguntou mamãe...
Rosana largou as malas na sala empoeirada e mais nuvens de poeiras voaram no ar.
Só uma perguntinha, vamos ter que limpar isso? Perguntou Rosana com medo da resposta.
Minha mãe revirou os olhos e sorriu forçado.
Não minha querida, mas vocês terão que arranjar algo pra fazer por que isso aqui vai demorar... ela olhou em volta.
Que tal irmos a cachoeira?
Todos se assustaram com a voz estridente que vinha atrás de nós logo virei e errei da existência de Autran o irmão de Rosana meu primo... ele era tão calado e tímido que ninguém notava se quer sua presença no carro ele só veio porque não podia ficar em casa sozinho.
Ah... acho que meu cunhadinho tem toda razão... meninas botem seus melhores biquínis que hoje vocês virão ver um verdadeiro salto triplo... ele mesmo se curvou diante dele.
Então ver o fracasso? Isso eu não perderia por anda... sorri e caminhei pelo corredor atrás do meu quarto.
Pude ouvir Maurício dizendo algumas palavras de ódio, mas meus ouvidos ouviam o som das águas correndo pelo rio.
Toda casa rangia a cada passo um barulho diferente ecoava. Meu quarto era de madeira, mas havia um papel de parede colorido que dava cor ao quarto e o ambiente foi desenhada para uma criança de 5 anos então tudo era pequeno e rosa, mas eu ainda amava cada coisinha naquele quarto.
Havia uma janela que dava direito para a floresta e realmente era lindo ficar olhando pra todo aquele verde.
Virei-me e deparei com um grande espelho e ele não estava lá há alguns meses e eu continuei caminhando até ele e vi logo meu reflexo abatido.
Eu devia ter 1,65 de altura e cabelos castanhos com olhos escuros que contrastava com meu tom de pele claro e as pessoas me achavam sempre bonita e não que eu mesma não me achasse isso também, mas eu não gostava da minha altura aliás nunca gostei.
Toc-toc
Matilda tem como você abrir a porta pra ver como meu biquíni ficou?
Reconheceria aquela voz aguda a quilômetros de distância e fui até a porta e abrir.
Antes que eu pudesse dizer algo ela entrou e sentou-se na cama.
Pode entrar Rosana revirei os olhos e fechei a porta.
Rosana ria como se eu tivesse contando uma grande piada.
Você é tão engraçada, Matilda e deve ser por isso que Maurício gosta tanto de você.
Mesmo sorrindo ela parecia olhar pra mim com raiva e logo desviei meu olhar.
Você queria que olhasse seu biquíni? Sentei na poltrona esperando uma resposta.
Ela levantou alegre usando um biquíni azul e a parte de cima era estilo asa delta e a calcinha era pequena demais pra ela.
Você não acha que esse biquíni está um pouco pequeno? Perguntei um pouco desconfortável com a situação.
Ela olhou pra si mesmo no espelho e deu de ombros comigo.
Queria fazer uma surpresa para o Maurício acho que hoje à noite vamos dar um próximo passo... ela olhou pra mim esperando uma resposta.
Confesso que me pediu de surpresa e não é todo dia que alguém se abre com algo tão íntimo comigo a esse ponto.
Aquele próximo passo? Perguntei tentando não parecer incomodada com a situação que me deixou.
Ela afirmou com a cabeça e deu aquele risinho irritante...
Isso não iria acrescentar nada na minha vida, mas se ela quis compartilhar achei melhor ficar feliz por ela. Se é que eu posso dizer que isso é motivo pra estar feliz.
Ela olhou pra o relógio e correu pra a porta, mas vi pra me olhar em seguida como se tivesse esquecido algo.
Huummm... seu aniversário é amanhã? Minha feição de surpresa não foi sutil e nunca pensaria que ela lembraria do meu aniversário.
Nossa relação sempre foi diante ela quase não frequentava nossa casa porque meu tio não era muito chegado.
Uau! Como você lembrou? É sim amanhã... por que?
Ela sorriu e saio do quarto.
Nunca imaginei que alguém lembraria do meu aniversário fiquei muito feliz por alguém ter lembrado de uma data muito especial pra mim.
Quando se trata do seu aniversário é inexplicável que pessoas lembre por livre e espontânea pressão ou só somos lembrados quando alguém de fato faz com certas pessoas lembre-se da nossa data.
E eu de fato fiquei meia feliz pelo simples fato de ter sido lembrada já que nem sempre estive em casa pra poder comemorar esta data em família seria a primeira vez depois de muitos anos dentro de uma clínica e dada como louca...
Não me permitia pensar nele...Sentir ele...Ouvir ele...Mas nada me impedia de escutar os sons irritantes que vinham a minha frente.Benzinho, pode ir na frente que eu te acompanho, tudo bem? Mauricio beijou o roso dela e veio até mim.Pude ver o olhar de ódio que ele lançou pra mim, mas logo sorriu e deu de ombros comigo.Não se perca, amor... ela piscou pra ele e saiu rebolando.Virei e observei o Mauricio freneticamente para a bunda dela.Você pode ser menos discreto? Ironizei...Ele deu de ombros e continuou a andar do meu lado, sem dizer uma palavra se quer.Estávamos a caminho da cacheira e seguíamos por uma pequena trilha que levava até lá o chão era de terra instável, pedras surgiam pelo caminho causando tropeços e risos. A floresta cada vez mais densa, pássaros cantavam acima de nós e a copa das arvores se fechavam em busca de luz do sol deixando a floresta escura e abafada.<
Lembranças...Me conte mais sobre sua infância...A Dra. Evelyn se ajeitou na sua poltrona e pegou sua caderneta.Era 4hrs da tarde...Minhas mãos suavam e estava fazendo calor, mas eu sabia que não era por isso que elas estavam suando.O que isso tem relação com meus surtos? Perguntei tentando fugir da resposta que vinha a minha mente.Observei a prateleira atrás da psicóloga, havia uma coruja de olhos graúdos que me observava como se tivesse me julgando por tudo que vinha a minha cabeça.Você está bem, querida? Perguntou ela, não mostrando preocupação...Olhei pra ela e decidi que se ela se formou para ajudar as pessoas a entenderem elas mesmas eu precisava a creditar que podia falar.Ela afirmou com a cabeça...Minha mente se inundou com lembranças, minha cabeça doía, meu coração pulsava mais forte enquanto lembranças invadiam minha cabeça.Há uma lembrança apagada em minha mente e eu sei que dessa
Meu Deus...Não pude conter minha admiração em frente daquela cena, era maravilhosamente linda e gloriosa.Os feixes de luzes refletiam nas águas cristalinas, o som da água caindo ecoava por toda floresta era tudo tão bom que meu coração dizia que algo estava errado.Tirei minha blusa e fiquei de short e a parte de cima do biquini, não pensei duas vezes e pulei no lago a minha frente.Meus pulmões incharam enquanto a água tentava entrar em meu corpo, meus olhos abriram e algo cintilante brilhava e rodopiava cm o balanço das águas meu instinto foi ir até o brilho, estendi minha mão para pegar, mas algo grande caiu na água me puxando para baixo. Bolhas saiam de todas os lugares e meu ouvido estalada com um som constante e agudo até que eu pude ouvir meu nome repetidas vezes.Matilda! Matilda!Para de brincadeira sobe garota...Algo pegou me braço e me puxou até que meus pulmões encontraram o ar novamente, eu estava ofegante e t
Meus olhos adentraram a floresta e tudo parecia diferente a partir daquele momento, eu sabia que tinha algo errado. Em todos os anos que fui aquele lugar eu nunc atinha sentido medo de estar na floresta, mas um medo ensurdecedor consumia meus pensamentos só de estar ali.Sinto que há alguém na floresta e na verdade acho que eu o vi, na estrada, no meu das alfazemas...Havia esquecido que Autran estava do meu lado e pisquei meus olhos tentando recuperar o raciocínio e tentar entender as palavras dele...Percebi que havíamos visto a mesma coisa nos jardins havia algo entre arvores, mas pensei que fosse efeito do meu remédio. As vezes meu remédio me ilusionava sem precedentes, era difícil diferenciar ilusão de realidade.Então você viu também? Achei que era coisas da minha cabeça... me afastei para a margem do lago e me sentei em uma pedra grande.Minha cabeça não conseguia processar tanto de informação se havia alguém por que se esconder
Que porra é essa?!A sua boca se afastou da minha bruscamente ao ouvir a voz estridente que vinha até nós, me deparei com Rosana nos fuzilando com o olhar a nossa frente. A mão de Mauricio que estava em meu pescoço já não estava mais lá, aquele olhar não existia mais, o seu doce gosto já não me pertencia mais, só nos restava lembranças... e uma namorada com raiva.Rosana só foi um beijo e você sabe que não estamos namorando de verdade, né? Disse ele calmamente...Meus ombros relaxaram eu olhava pra ele intrigada enquanto ele tentava amenizar a situação, mas nós dois sabíamos que não foi apenas um beijo e isso nos assustava.Rosana, me desculpa... foi tudo culpa minha eu que beijei ele, eu só estou me sentindo carente depois do que aconteceu com o <
****Lembranças****Um sonho…Só podia ser um sonho!Eu podia ver meu avô, minha avó e minha mãe sentados em uma varanda velha de uma casa pequena e humilde. Eles conversaram entre si desconfiados, como se tivesse falando algo errado, tentei abrir minha boca pra falar, mas nada saía e me conformei que era apenas um sonho e me sentei.Onde estão meus pequeninos? Mamãe perguntou se levantando.Seus cabelos loiros cobriam parte de sua costas, a sua jovialidade era evidente enquanto sorria para meus avós, senti minha cabeça latejar e um borrão colorido passou pela minha visão, como uma televisão sem sinal.A imagem se redirecionou para um campo florido, ventos de verão balançavam os cabelos loiros de uma criança, um garotinho loiro de aparentemente 2 anos brincavam com as flores, minha mente clareou e um sorriso brotou em meu rosto… era meu irmão….Ele quer você, Matilda… seja boazinha como eu fui e você
Matidla?Um som reconfortante adentrava meus ouvidos e meu nome soava como um clamor apaixonado de um amante para sua amada e meus lábios involuntariamente brotaram um pequeno sorriso mesmo ainda estando em transe.Que bom que está bem...Mas esse é um péssimo lugar pra tirar um cochilo... um sorriso irônico pairou no ar.Meus olhos não conseguiam abrir e meu corpo estava pesado e tudo que eu queria era ficar deitada ali pela ironia sabia que era Maurício, mas a voz era tão leve e sedutora que era difícil imaginá-lo assim.Meu corpo estremeceu ao lembrar de onde eu estava e tudo estava tão confuso que eu não sabia organizar meus próprios pensamentos.Não vai levantar? Ou isso é apenas um protesto pra não andar?Forcei minha boca pra abrir, mas nada aconteceu e eu estava tão
Entre todos os dias que vocês já viveram qual deles você arriscaria escolher pra ser seu último dia de vida?Sua opção seria aquele dia horrível onde tudo deu errado, mas o último deles seria o seu próprio aniversário.Mas até agora que seria mais fácil pra lembrar que dia você morreu...Olhei pela janela e as árvores batiam umas nas outras e os últimos raios solares sumiam entre elas podia ouvir as cigarras cantarem recebendo a noite.Fiz um esforço pra levantar da cama e conseguia ouvir meus ossos estalando ao me levantar eu estava totalmente esgotada tanto fisicamente como psicologicamente.Meu pensamento se concentrava naquilo que me perseguia na floresta.Uma sensação estranha percorreu minha espinha e minha família estava ali junto com aquele estranho e eu não podia fazer nada e ninguém acredit