Não me permitia pensar nele...
Sentir ele...
Ouvir ele...
Mas nada me impedia de escutar os sons irritantes que vinham a minha frente.
Benzinho, pode ir na frente que eu te acompanho, tudo bem? Mauricio beijou o roso dela e veio até mim.
Pude ver o olhar de ódio que ele lançou pra mim, mas logo sorriu e deu de ombros comigo.
Não se perca, amor... ela piscou pra ele e saiu rebolando.
Virei e observei o Mauricio freneticamente para a bunda dela.
Você pode ser menos discreto? Ironizei...
Ele deu de ombros e continuou a andar do meu lado, sem dizer uma palavra se quer.
Estávamos a caminho da cacheira e seguíamos por uma pequena trilha que levava até lá o chão era de terra instável, pedras surgiam pelo caminho causando tropeços e risos. A floresta cada vez mais densa, pássaros cantavam acima de nós e a copa das arvores se fechavam em busca de luz do sol deixando a floresta escura e abafada.
Na mesma hora senti meu sangue esquentar quando percebi que o Mauricio para mim curioso.
O que está fazendo? Perguntei a Mauricio que ignora o fato obvio...
Ele deu de ombros e me deu um sorriso sem graça.
Sei lá, você está bonita.
Meu rosto enrubesceu...
Ah, obrigada, mas o que você está querendo?
Mauricio nunca foi de me elogiar à toa, sempre foi direto e brincalhão apenas.
Assim você me ofende, cara...
Mas eu estava querendo falar uma coisa com você mesmo... ele me olhou com aquele sorriso amarelo.
Era bom demais pra ser verdade, Mauricio era um cara bem aproveitador com um rostinho bonito, era alto, com músculos discretos, porque nas palavras dele... malhar é para os fracos, eu levanto colher todos os dias e continuo lindo desse jeito, dispensando sua modesta, Mauricio era bonito, cabelos castanhos e olhos azuis ele vivia com varias garotas diferentes e sempre usava ou a mim ou a meu irmão para conseguir elas.
O que é agora? Parei e cruzei os braços...
É que... preciso que você fique com o Autran... ele tapou seu rosto com o braço esperando que eu batesse nele... e eu estava quase fazendo isso.
Você o que?! Seu idiota! Gritei com ele, mas logo percebi que Autran e Rosana pararam par olhar pra trás de fingi não estar chateada...
Seu imbecil, eu não vou fazer nada disso... sussurrei e voltei a andar... ele correu até mim e fez aquela cara que ele sempre faz quando quer algo de cachorro que caiu da mudança.
Porque você quer isso, Mauricio?! Ele é meu primo!
Não que eu tivesse algo contra o Autran, ele era bonitinho, com aqueles cabelos loiros e olhos castanhos, mas não ficaria com meu primo...
É que eu preciso de espaço com a Rosana, sabe... espaço e também ficar com primos não faz mal, eu mesmo já... eu o interrompi antes que eu me arrependesse do que ia ouvir.
Isso é ridículo, Mauricio! Eu posso apenas conversar com ele enquanto praticam essa formicação, mas eu não vou praticar outra.
Nem eu e nem ele se contemos os risos quando mencionei a palavra formicação... era bom sorrir diante dessas circunstancias...
Então mantenha ele entretido... ele me olhou com malicia do seu jeito é claro, docinho...
Mauricio me deu um beijo na bochecha e saiu correndo atrás da sua namorada e abraçou por trás.
Aproveitei para curtir meu momento, a brisa do ar era fresca, na minha mão segurava meu par de sandálias com miçangas que se tocavam provocando um som musical...
Senti meus ombros relaxarem, meus olhos fecharam e naquele momento eu me senti livre. Meu coração dizia que encontraria minhas respostas ali, e isso não demoraria.
De fato quando sentimos a necessidade de saber que todas suas resposta estariam respondidas ali de fato todas as minhas dúvidas seriam tiradas de letra...
Que sensação boa e na mesma hora eu tinha uma compreensão de que tudo faria realmente sentido...
Mas que de fato não tinha a certeza do que eu queria saber se seria realmente esclarecido ali entende era a dúvida e a confusão ao mesmo tempo de achar que poderia sim ter respostas ali como de não ter do mesmo jeito que por mais que tivesse certeza a incerteza maior me consumia de não saber muito das coisas ou das respostas que eu precisava...
Lembranças...Me conte mais sobre sua infância...A Dra. Evelyn se ajeitou na sua poltrona e pegou sua caderneta.Era 4hrs da tarde...Minhas mãos suavam e estava fazendo calor, mas eu sabia que não era por isso que elas estavam suando.O que isso tem relação com meus surtos? Perguntei tentando fugir da resposta que vinha a minha mente.Observei a prateleira atrás da psicóloga, havia uma coruja de olhos graúdos que me observava como se tivesse me julgando por tudo que vinha a minha cabeça.Você está bem, querida? Perguntou ela, não mostrando preocupação...Olhei pra ela e decidi que se ela se formou para ajudar as pessoas a entenderem elas mesmas eu precisava a creditar que podia falar.Ela afirmou com a cabeça...Minha mente se inundou com lembranças, minha cabeça doía, meu coração pulsava mais forte enquanto lembranças invadiam minha cabeça.Há uma lembrança apagada em minha mente e eu sei que dessa
Meu Deus...Não pude conter minha admiração em frente daquela cena, era maravilhosamente linda e gloriosa.Os feixes de luzes refletiam nas águas cristalinas, o som da água caindo ecoava por toda floresta era tudo tão bom que meu coração dizia que algo estava errado.Tirei minha blusa e fiquei de short e a parte de cima do biquini, não pensei duas vezes e pulei no lago a minha frente.Meus pulmões incharam enquanto a água tentava entrar em meu corpo, meus olhos abriram e algo cintilante brilhava e rodopiava cm o balanço das águas meu instinto foi ir até o brilho, estendi minha mão para pegar, mas algo grande caiu na água me puxando para baixo. Bolhas saiam de todas os lugares e meu ouvido estalada com um som constante e agudo até que eu pude ouvir meu nome repetidas vezes.Matilda! Matilda!Para de brincadeira sobe garota...Algo pegou me braço e me puxou até que meus pulmões encontraram o ar novamente, eu estava ofegante e t
Meus olhos adentraram a floresta e tudo parecia diferente a partir daquele momento, eu sabia que tinha algo errado. Em todos os anos que fui aquele lugar eu nunc atinha sentido medo de estar na floresta, mas um medo ensurdecedor consumia meus pensamentos só de estar ali.Sinto que há alguém na floresta e na verdade acho que eu o vi, na estrada, no meu das alfazemas...Havia esquecido que Autran estava do meu lado e pisquei meus olhos tentando recuperar o raciocínio e tentar entender as palavras dele...Percebi que havíamos visto a mesma coisa nos jardins havia algo entre arvores, mas pensei que fosse efeito do meu remédio. As vezes meu remédio me ilusionava sem precedentes, era difícil diferenciar ilusão de realidade.Então você viu também? Achei que era coisas da minha cabeça... me afastei para a margem do lago e me sentei em uma pedra grande.Minha cabeça não conseguia processar tanto de informação se havia alguém por que se esconder
Que porra é essa?!A sua boca se afastou da minha bruscamente ao ouvir a voz estridente que vinha até nós, me deparei com Rosana nos fuzilando com o olhar a nossa frente. A mão de Mauricio que estava em meu pescoço já não estava mais lá, aquele olhar não existia mais, o seu doce gosto já não me pertencia mais, só nos restava lembranças... e uma namorada com raiva.Rosana só foi um beijo e você sabe que não estamos namorando de verdade, né? Disse ele calmamente...Meus ombros relaxaram eu olhava pra ele intrigada enquanto ele tentava amenizar a situação, mas nós dois sabíamos que não foi apenas um beijo e isso nos assustava.Rosana, me desculpa... foi tudo culpa minha eu que beijei ele, eu só estou me sentindo carente depois do que aconteceu com o <
****Lembranças****Um sonho…Só podia ser um sonho!Eu podia ver meu avô, minha avó e minha mãe sentados em uma varanda velha de uma casa pequena e humilde. Eles conversaram entre si desconfiados, como se tivesse falando algo errado, tentei abrir minha boca pra falar, mas nada saía e me conformei que era apenas um sonho e me sentei.Onde estão meus pequeninos? Mamãe perguntou se levantando.Seus cabelos loiros cobriam parte de sua costas, a sua jovialidade era evidente enquanto sorria para meus avós, senti minha cabeça latejar e um borrão colorido passou pela minha visão, como uma televisão sem sinal.A imagem se redirecionou para um campo florido, ventos de verão balançavam os cabelos loiros de uma criança, um garotinho loiro de aparentemente 2 anos brincavam com as flores, minha mente clareou e um sorriso brotou em meu rosto… era meu irmão….Ele quer você, Matilda… seja boazinha como eu fui e você
Matidla?Um som reconfortante adentrava meus ouvidos e meu nome soava como um clamor apaixonado de um amante para sua amada e meus lábios involuntariamente brotaram um pequeno sorriso mesmo ainda estando em transe.Que bom que está bem...Mas esse é um péssimo lugar pra tirar um cochilo... um sorriso irônico pairou no ar.Meus olhos não conseguiam abrir e meu corpo estava pesado e tudo que eu queria era ficar deitada ali pela ironia sabia que era Maurício, mas a voz era tão leve e sedutora que era difícil imaginá-lo assim.Meu corpo estremeceu ao lembrar de onde eu estava e tudo estava tão confuso que eu não sabia organizar meus próprios pensamentos.Não vai levantar? Ou isso é apenas um protesto pra não andar?Forcei minha boca pra abrir, mas nada aconteceu e eu estava tão
Entre todos os dias que vocês já viveram qual deles você arriscaria escolher pra ser seu último dia de vida?Sua opção seria aquele dia horrível onde tudo deu errado, mas o último deles seria o seu próprio aniversário.Mas até agora que seria mais fácil pra lembrar que dia você morreu...Olhei pela janela e as árvores batiam umas nas outras e os últimos raios solares sumiam entre elas podia ouvir as cigarras cantarem recebendo a noite.Fiz um esforço pra levantar da cama e conseguia ouvir meus ossos estalando ao me levantar eu estava totalmente esgotada tanto fisicamente como psicologicamente.Meu pensamento se concentrava naquilo que me perseguia na floresta.Uma sensação estranha percorreu minha espinha e minha família estava ali junto com aquele estranho e eu não podia fazer nada e ninguém acredit
Caminhar para a morte é uma metáfora usada para presos que caminham no corredor até a sala de sua execução.Lá estava eu parada a frente de um corredor úmido e frio, minhas mãos se contraíam contra meu corpo até meus pés caminharem pelo piso. Lamentos e risos vinham do outro lado, mas será que haveria outro lado se eu chegasse até ele?Cheguei na sala de jantar e uma bela mesa se estendia por todo cômodo e todos sentados a mesa de forma inconveniente de discussões idiotas até dramas familiares com o divórcio dos meus pais.Minha mãe lamentava a escolha do meu irmão em ficar com meu pai na cidade ele decidirá em alguns meses que ia morar com ele.Ele nunca se conformou com isso, porém tudo que eu queria era ser meu irmão naquele exato momento.Sentei na cadeira de frente pra as janelas os galhos arr