No banco de trás do táxiQuando você me disse que nós éramos apenasDuas almas abatidas perdidas no ventoE no banco de trásQuando você me perguntou: a tristeza é eterna?Puxei você pra perto, te olhei e disse: amor, eu acho que é
Quando acordo no dia seguinte, a casa está silenciosa, e meu corpo ainda dói por conta do impacto contra um muro chamado Murilo, dias atrás. Estranho não encontrar nenhum dos gatos em lugar nenhum, mas de alguma forma, sinto que tudo está bem, então sigo para a casa de Lea, mesmo sabendo que ainda não era hora de ir para lá. Mas, por que diabos estou andando no meio da rua de pijamas? E porque não demoro dois minutos para avistar a casa ao longe, toda barulhenta?
Quando me aproximo, ouço risos, e, ao adentrar a residência, vejo Jena e Alexandre abraçado
Você perdeu o que não vai voltar?Você não está sozinhoPorque alguém por aí, está a mandar sinais sinalizadores9 anos antes...- Joe! – uma voz aguda grita ao longe, e Joe e eu olhamos para aquela direção. – Mamãe quer que volte para casa. Papai está vindo! – a figura assustada de Marco surge, arfando e todo suado, deve ter corrido o caminho todo.- Ai não! – Joe se levanta, bagunçando as bolinhas de gude que estavam todas enfileiradas. – Leo, a gente volta a brincar amanhã, tá? – pergunta, e eu me agacho, recolhendo as bolinhas.- Tudo bem. – murmuro, triste. Ele sempre precisa ir quando o pai chega. - Não vai ficar
Nós caímos pelo amorE ficamos de pé novamenteJoe saiu há horas, após eu pedir para que fosse embora, mas ainda estou aqui, largado no chão, abraçando os joelhos. Por que isso está acontecendo de novo? Estou sendo sugado para aquilo mais uma vez, e é a última coisa que eu quero ou preciso agora. Justo quando finalmente tenho motivos para acordar todas as manhãs, quando sinto que estou começando a gostar de alguém. Por que ele tinha que voltar, e bagunçar minha vida mais uma vez?Sinto minha respiração acelerar quando memórias do dia do acidente me vêm à memória, e entro em pânico. Levanto cambaleando e tateio os degraus, subindo as escadas. Para onde Magda foi? Não me lembro se ela saiu ou simplesmente foi para o quarto. Mas a casa está silenciosa, ent&atild
Suas mãos podem curar, suas mãos podem ferirEu não tenho uma escolha, mas eu ainda escolho você- E então nós viajamos pelo país todo, atravessando os estados até chegar em Nova York, pro show mais incrível do mundo! – Clementine praticamente berra a última parte, e eu olho para David, que parece estar se divertindo tanto quanto eu.- Show de quem? – ele pergunta, enfiando mais uma garfada de omelete na boca.- McFly, baby! Era McBusted até algum tempo atrás, mas, vocês sabem, né? Músicos são bipolares. – ela fala, balançando o garfo no ar. – Eu que o diga! Lembram do meu amigo Buzz? – ela olha para Magda, que balança a cabeça afirmativamente. – Ele se casou!- Mas já? – Magda pergunta, surpresa. – Ele não tinh
Não deixe eu me afogar, não me deixe afogar nas ondas, ohEu poderia ser encontrado, eu poderia ser o que você salvou- Como você tá, Leo? – mamãe pergunta, mexendo em meus cabelos. Estou deitado em seu colo desde que acordei e segui para a cozinha. Magda não estava em casa, enviara uma mensagem avisando que dormiria no hotel onde Clementine estava hospedada, então éramos só nós dois em casa, além dos gatos, perdidos em algum lugar por aí.- Estou bem, mãe. – eu falo, fechando os olhos e me deliciando com o cafuné.- Tem certeza? Não minta pra mim, Leo. – ela puxa minha cabeça de leve, de forma que eu a olhe. – Não mente pra mim.- Eu tô bem, mãe. De verdade. – respondo, sendo sincero. – O Joe voltou.- Eu sei. Passei na cas
Queria que você estivesse lá e me levasse pra casaEntão, eu não teria que me sentir sozinhoAssim que abro a porta, Marco entra de supetão. Não me cumprimenta, o que eu já esperava que não fosse acontecer, e se joga no sofá, olhando-me. Parece curioso.- E então? – pergunta, fazendo um sinal de deboche para mostrar a si mesmo. – Estou aqui, desembucha, lunático.- Não sou lunático. – suspiro, fechando a porta.- Tanto faz, o que você quer? Ah, já sei! Agora que meu querido irmão voltou, quer entrar nas graças dele, é isso? Escuta aqui, Leo Maluquinho, eu não tô nem ai pro seu relacionamento com o meu irmão e não quero ter nada a ver com isso, ok? Vocês dois já ferraram com tudo o que tinham pra ferrar.- Eu n&atild
O que você diriaSe você pudesse dizerTudo o que você precisavaPara quem você precisava?Desperto com uma música irritantemente conhecida, e quando abro os olhos, percebo que vem do meu celular. Bufando, estico o braço para alcançá-lo, e cometo o erro de atender sem ver quem é primeiro.- LEEEEEEEEEEO!!! – a voz esganiçada de Clementine estoura em meu ouvido, me fazendo gemer. – ESTOU TÃO ORGULHOSA DE VOCÊ, MEU AMOR! – ouço uma voz mais baixa no fundo, provavelmente de minha irmã. Logo depois, Clementine solta um muxoxo e é Magda quem fala.- Oi, maninho. Estamos aqui no Burguer Plaza, você quer encontrar a gente? Contei pra Clem dos seus novos planos e estamos fazendo novos planos sobre a SUA vida sem você, então, por favor, venha! – demoro para responder, sem forçar para sequer m
Eu perco minha voz quando eu olho para vocêNão é possível fazer um barulho embora eu esteja tentandoDizer-lhe todas as palavras certasEspero as palavras certas- Já faz cinco minutos, Leo. – Alexandre ri, ainda esperando que eu fale alguma coisa. Não sei como começar. “Então, eu meio que gosto de você, mas também gosto de outro cara, e como nenhum de vocês me conhece o suficiente para saber o quanto estou quebrado, quero afastar os dois e chorar sozinho? Ah, e tive ciúmes de ver você abraçando uma loira que eu não sei quem é e nem tenho como saber, porque não é da minha conta, mas eu sou mesquinho?” Eu não poderia falar isso, e nem mesmo mencionar meu passado, poderia? Não sei, não conheço Alexandre o suficiente para fazê-lo, não sei o que ele faz na casa de Lea,
Sinta o momento ao seu redorE o silêncio que te rodeiaO tempo que você tem é sagradoNão espere e desperdiceEles não podem tirar isso de você Estou esgotado e praticamente me arrastando quando deixo o Burguer Plaza. Alexandre se ofereceu para me acompanhar até a minha casa, mas recusei. Preciso de um tempo sozinho agora. Meu peito está apertado e estou tentando não pensar que posso facilmente ter um ataque de pânico no meio da rua, com desconhecidos ao meu redor. Caminho rápido, evitando olhar para os lados. Conversar com Alexandre tirou um peso dos meus ombros, um peso que eu não sabia que poderia ser tirado. Ele me abraçou, deixou que eu chorasse em seu ombro e me consolou com palavras reconfortantes. Eu não sabia que precisava tanto que a