Vanda pensou que tudo estava calmo e tranquilo na sua vida por ter fugido do tédio que ela vivia na cidade grande, deixando seus problemas para trás a fim de viver com o seu marido e salvar seu casamento e, ao mesmo tempo, estar ao lado de Arthur, mesmo ele estando casado e feliz com Eliana. Ainda que soubesse disso tudo, Vanda queria estar por perto mesmo que não tivesse mais esperança de conquistá-lo um dia. Embora Vanda tendo uma paixão secreta por Arthur, ela não abriria mão de Said Moabit por nada desse mundo, mesmo que tivesse que sufocar aquela paixão por Arthur, devido às mordomias, ao luxo e à vida de Cinderela que sempre sonhou ter em sua vida e que ele lhe proporciona. Além disso, mesmo Vanda estando infeliz no amor, Said Moabit preenchia a sua vaidade, logo, o casamento foi uma escolha que ela fez e por isso, tinha que aguentar as consequências quanto ao seu futuro, pois surpresas a aguardavam. Vanda recebeu um telefonema misterioso. A pessoa a chamava imediatamen
Vanda não tinha saída, ofereceu dinheiro, mas não era isso que ele queria. Então, a única saída de Vanda era concordar a voltar para sua cidade natal, o que seria um sacrifício, pois ela estava adorando a vida que levava em Curitiba, visto que ela tinha tudo o que queria, como shopping Center, salão de beleza, entre outros. Era a vida que ela sempre sonhou, e não estava disposta a perder essa vida de princesa. A única coisa que se arrependeu foi ter se envolvido com um canalha como o André. Voltando para sua cidade natal, pensou que tudo voltaria ao normal, mas se enganou e se surpreendeu, pois ela não sabia como ele descobriu seu endereço e telefone, mas sabia da vaidade dele. Era bem-casado, tinha filhos e não ia querer perder seu emprego de médico diretor-executivo da clínica. Ela pensou que um escândalo de assédio das suas pacientes seria o fim da sua carreira, e ficaria na rua. Vanda foi bem preparada para armar uma cilada. Colocou uma micro câmera em sua bolsa e seu telefone p
Para Andressa, os dias estavam parecendo uma eternidade, devido à ansiedade de ver seu filho bem de saúde. Estava até emagrecendo por estar dormindo mal. A sua vida parou no tempo, recebia apoio dos familiares, a saudade do seu amigo, então. Nessa hora, a raiva deu lugar à humildade. E resolveu ligar para Said Moabit. — Alô! Tudo bem com você? — Alô! Está tudo bem com nosso garoto? — Está bem agora, graças a Deus. E por que não veio me visitar? Meu filho está doente! Desculpe te incomodar, sei que está ocupado, mas queria muito você perto de mim! — Desculpe, Andressa. Ligo toda hora para o hospital. Não fui ainda, porque tive medo de levar uma bronca sua por eu ter comprado a bicicleta. Estou me remoendo de remorso, não durmo à noite, estou muito magoado por ter acontecido isso com seu filho. — Esquece isso, amigo. Estou aqui ansiosa por algumas coisas que aconteceram, foi coisa do destino. Quando surgir uma oportunidade vou te falar tudo o que se resume a minha vida. — Eu também
— Esqueceu que sou seu pai, e que vi você nascer e crescer? Esse menino é a sua cara, tem o cabelo, os traços, as covinhas no rosto, levei um susto quando o vi pela primeira vez, por isso que te perguntei se talvez você tivesse tido algo com Andressa e escondeu por vergonha de expor a jovem, ainda mais nessa cidade, onde tem pessoas preconceituosas. E você não faz ideia de como essa menina sofreu nas mãos desse povo! — É, isso me deixa triste porque amo essa cidade, mas essas pessoas às vezes são pequenas de espírito, mas agora estou aqui para proteger minha amiga! — Hum... — O que foi, pai? Sabe o quanto Andressa é especial pra mim! — Sei que existe muito amor entre vocês dois; só não existe paixão por medo. Talvez uma barreira que impede de vocês se aproximarem, mas agora é quase impossível, porque você está casado! — Said Moabit também se perguntava o porquê que Gabriel era tão parecido com ele, como as semelhanças, os traços, o cabelo. Ele se perguntava quem era o verdadeiro pa
No dia em que Andressa começou a sentir as dores, indicando que o menino estava prestes a nascer, Said fez questão de contratar um helicóptero para buscá-la na cidade e levá-la até um dos melhores hospitais de Curitiba. E dois dias antes de nascer ela já estava internada aguardando o nascimento de Gabriel. Said passava a noite do lado dela como se fosse o pai. E nem ele entendeu porque estava fazendo isso. Andressa teve dificuldade para ganhar o bebê, levou dez horas quando a bolsa estourou, e a criança, nada de nascer. Muito trabalho para enfermeiras e médicos até que chegou o momento que não teve jeito: tiveram que fazer uma cesariana de emergência, porque ambos corriam risco de vida, tanto a mãe quanto o bebê. E Said Moabit não arredava o pé por nada. Ficou ao lado dela noite e dia até se sentir seguro de que tudo estava bem. E quando o menino nasceu, Andressa ficou sob efeito da anestesia aguardando até voltar ao normal. E a única lembrança foram os gritos do bebê chorando. D
Said Moabit estava desanimado porque o detetive não conseguiu localizar Helena, a qual não saía da sua cabeça. Andou de cidade em cidade à procura, e não conseguiu obter os resultados esperados. Muitas mulheres que ele via pela frente se pareciam com Helena, e por isso, “pagava mico”, pois estava ficando alucinado devido a essa busca incessante. Quando fazia amor com Vanda para sentir prazer, precisava imaginar que estivesse fazendo amor com Helena, sua amada. Muitas noites levantava de madrugada para beber água, mas na verdade, ficava excitado só de pensar nos momentos em que estivera com ela. Então, voltava para a cama e procurava Vanda imaginando que fosse Helena. E Vanda, inocentemente, acreditava que aquela disposição toda era ela por ser uma mulher linda e atraente, e de fato era, mas não a ponto de fazer seu marido se esquecer da sua amada. Said Moabit estava disposto a tudo para encontrá-la, pois sabia que seu casamento era mais por aparência do que por amor. Não am
Agora que ela estava segura de que seu segredo não seria mais revelado, não sabia se deveria apoiar a amizade de seu marido com o menino. Por outro lado, já era tarde para tomar uma posição drástica. Sentia raiva daquele menino que incomodava muito, e não achava justo ela ser casada e não poder dar um filho para seu marido, pois Andressa que estava sem marido tinha um filho lindo e inteligente. O que mais incomodava era o fato de Gabriel ter a mesma semelhança de Said Moabit, e um pouco da de Arthur. Isso a deixava perturbada. Sem demonstrar sua preocupação, ela perguntou muitas vezes se Said Moabit não tivera algum caso com Andressa, mas ele jurava que nunca teve e jamais teria. Por enquanto ela deixaria assim, pois não queria pensar, e sim, queria comemorar mais uma vitória no ar da soberba. Vanda estava se achando a dona do mundo, pois agora as coisas estavam do jeito que ela queria. Restava convencer Said Moabit para voltarem à capital. Era uma questão de tempo, não estava mais
Said, em seu escritório, sentiu uma pontada no coração sem entender o que estava acontecendo, pois ele nunca tinha sentido nada parecido. Não acreditava em pressentimentos, mas estava angustiado, sentindo falta de ar. Teve que se sentar na cadeira para se recuperar. Chamou a secretária, a qual se chamava Silvana, pedindo água com açúcar; e quando ela chegou, percebeu que ele estava pálido. — Senhor, está tudo bem? — Não sei porque, mas me deu uma tontura. Acho que vou ter que sair e fazer alguns exames médicos. Isso não é normal, nunca me senti assim! — O senhor quer que eu providencie uma ambulância? — Não precisa de ambulância! E sim, por favor, chame o motorista e tome conta daqui; vou até o hospital ver se não é a pressão que ficou alta. Não deve ser grave! A secretária seguiu as ordens do seu chefe, avisando a todos os funcionários que Said Moabit precisou dar uma saída, mas não mencionou nada sobre o que aconteceu. Era muito profissional, discreta e leal ao seu